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SENTENÇA CÍVEL Resolução de Questão Juiz TJ AM

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Resolução de Questão – Sentença Cível – Prova TJAM 2015 – Juiz Substituto
SENTENÇA
Processo nº
Vistos.
I – RELATÓRIO
Cuida-se de ação de divórcio cumulada com pedidos de partilha de bens, definição de guarda dos menores, regularização de visitas e alimentos para a autora, proposta por A.S.R.N. contra J.P.N. 
Relata a parte requerente que foi casada com o requerido por quinze anos, sob o regime da comunhão parcial de bens, tendo do casamento advindo três filhos: P.R.N., G.R.N. e B.R.N., atualmente todos menores incapazes. Acrescenta que, antes do início do relacionamento, o requerido já era sócio-proprietário de uma empresa de informática e que, durante a relação conjugal, o casal adquiriu quatro imóveis: uma casa, atual residência do casal, dois apartamentos, uma fazenda e três veículos, patrimônio avaliado em R$ 8.500.000. Diz que, durante toda a vida conjugal, trabalhou, tendo contribuído com seus esforços para a construção do patrimônio comum, mas que, orientada pelo cônjuge da necessidade de proteger os bens, aceitou que ele colocasse todo o patrimônio adquirido durante a união em nome da empresa de informática. Afirma que está enferma, o que a obrigou a se aposentar por invalidez, e que, por tal razão, houve considerável perda em seus rendimentos. Acrescenta que, em razão do divórcio, terá diminuição do padrão de vida, razão por que pede alimentos ao requerido, o qual tem plenas condições de prestá-los. Afirma que o casal já está separado de fato, que, há um ano, o requerido abandonou o lar comum, tendo deixado os filhos sob sua guarda fática, e que ela vem dedicando aos filhos todos os cuidados psicológicos e afetivos. Diz que adotou o sobrenome do requerido e que pretende mantê-lo. Informa que já foram deferidos alimentos para os filhos comuns, em ação própria, tendo ficado estabelecido o valor de R$ 9.000 para cada um. Ao final, requer a decretação do divórcio; a manutenção do nome de casada; a guarda dos filhos menores; a fixação de alimentos em seu favor no valor mensal de R$ 8.000, quantia que já vem sendo paga pelo requerido desde que ele saiu de casa; a regulamentação de visitas de forma livre, já que os filhos atualmente estão com quinze, treze e doze anos de idade; e a desconsideração inversa da personalidade jurídica da empresa do requerido, a fim de que os bens do casal, atualmente em nome da referida empresa, sejam partilhados entre os cônjuges e que seja estabelecido, a seu favor, o direito real de habitação sobre o imóvel de residência da família.
A inicial foi instruída com as certidões de casamento e de nascimento dos filhos do casal; com cópia das matrículas dos imóveis elencados na inicial e documentos dos veículos, com indicação de que todos estão em nome da empresa e foram adquiridos durante a sociedade conjugal; com comprovantes de transferências bancárias realizadas pela autora para a conta da empresa de informática em datas próximas às datas em que os imóveis foram adquiridos; com comprovante de rendimentos da autora no valor mensal de R$ 5.400; e com cópias das declarações de imposto de renda do requerido, para demonstrar que sua renda mensal gira em torno de R$ 90.000. 
Citado, o requerido apresentou contestação na qual alega que efetivamente deixou o lar comum há aproximadamente um ano e que não há possibilidade de que o relacionamento seja reatado. Concorda com o divórcio, mas alega não possuir bens a partilhar, já que aqueles indicados pela requerente são de propriedade da empresa de informática, adquirida por ele antes do casamento. Refuta a possibilidade de aplicação da desconsideração da personalidade jurídica ao argumento de que o art. 50 do Código Civil permite responsabilizar apenas o patrimônio do sócio por obrigações da sociedade, mas não o inverso. Requer que a autora volte a usar o nome de solteira, por entender que o divórcio dissolve o casamento e, por conseguinte, deve desfazer todos os vínculos entre os ex-cônjuges. Ademais, diz que não se vislumbram, no caso, as hipóteses previstas no art. 1.578 do Código Civil. Requer a guarda compartilhada dos filhos menores e que eles estabeleçam moradia alternada na casa dos pais, morando quinze dias na casa de cada um. Diz que a autora não faz jus a alimentos, pois ela trabalha e tem condições de se manter. Acrescenta que só vem contribuindo com os R$ 8.000 mensais para que sejam pagas as contas para manutenção do imóvel, que já suportou tal ônus por um ano e que, com o divórcio, não há mais razão para tanto. Em acréscimo, diz não concordar com a fixação do direito real de habitação em favor da requerente, pois pretende alienar o imóvel para saldar dívidas da empresa. Requer, ao final, a decretação do divórcio, sem bens a partilhar, com o retorno da autora ao nome de solteira; a fixação de guarda compartilhada com residência alternada; que sejam julgados improcedentes os pedidos de desconsideração inversa da personalidade jurídica e de direito real de habitação. 
Realizada audiência de conciliação, não foi possível qualquer acordo. Na sequência, foi realizado estudo psicossocial do caso, e os profissionais, após oitiva dos menores, das partes e de pessoas envolvidas no contexto familiar, em laudo fundamentado, concluíram que os filhos menores do casal estão sendo atendidos satisfatoriamente em suas necessidades, que atualmente residem com a mãe, mas têm livre acesso ao genitor. Acrescentaram que a alternância quinzenal de residência pode prejudicar a rotina dos menores e implicará sobrecarga contrária à preservação de suas identidades e aos seus interesses. Com vistas dos autos, as partes disseram não pretender produzir outras provas em audiência. O Ministério Público apresentou seu parecer final, juntado às fls. 321/330. Vieram os autos conclusos para sentença. 
Fundamento e decido.
II – FUNDAMENTAÇÃO
O feito encontra-se apto ao julgamento. Não houveram preliminares arguidas pelas partes. Presentes os pressupostos processuais e intervenção do Ministério Público nos moldes do art. 178, II, NCPC. Passo a analisar o mérito.
A – DO DIVÓRCIO
A autora foi casada com o requerido durante quinze anos, sob o regime de comunhão parcial de bens. Frutos da união de ambos advieram três filhos, todos ainda incapazes. Ante a separação de fato, a autora requereu o divórcio. 
O art. 226 da Constituição Federal, com redação conferida pela Emenda Constitucional nº 66/2010, conferiu ao divórcio o status direito potestativo dos cônjuges o que torna desnecessário qualquer prazo ou condição para sua efetivação. Desta feita, a pretensão da autora quanto à dissolução da sociedade conjugal deve ser acolhida.
B – DA PARTILHA
O regime da comunhão parcial implica na partilha dos bens adquiridos pelo casal durante a constância do casamento, em iguais quinhões, segundo a inteligência dos arts. 1.658 e ss. do Código Civil.
Constam nos autos que qualquer dos bens apontados pela autora é, legalmente, de propriedade dos cônjuges, uma vez que todos se encontram registrados em nome da empresa, que é de propriedade exclusiva do requerido e adquirida antes da constância do casamento.
Atendo-se apenas aos atos registrais, não deveria haver bens a partilhar no caso em apreço, uma vez que todos se encontram em nome da pessoa jurídica. No entanto, a autora alega que, na verdade, os referidos bens foram adquiridos pelo casal e registrados em nome da empresa.
Aduz, ainda, que contribuiu com seus esforços para a aquisição dos bens, comprovando, através de extratos bancários a transferência de consideráveis quantias à conta bancária da pessoa jurídica em datas próximas às compras dos bens. 
Diante de tais fatos, resta claro que os bens estavam sendo adquiridos pelo casal e não propriamente pela pessoa jurídica. 
Cumpre salientar que em momento algum o requerido refutou os fatos alegados pela autora, alegando apenas o não cabimento da desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
Ante o exposto, resta clara a utilização da pessoa jurídica pelo requerido em descumprimento à função social da empresa, com o intuito de fraudara partilha, o que não se pode admitir. Imperioso, portanto, a análise da possibilidade de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
C – DA DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A desconsideração inversa tem a finalidade de atingir os bens da própria sociedade em razão das obrigações contraídas pelo sócio, desde que preenchidos os requisitos legais.
No caso em apreço, é manifesta a utilização pelo requerido da pessoa jurídica por ele controlada com a finalidade de subtrair da autora os direitos advindos da sociedade afetiva, o que gerou verdadeira confusão patrimonial entre os bens do casal e os destinados à atividade empresariais. 
Frise-se que apesar de outrora não existir previsão legal da desconsideração inversa da personalidade jurídica, já era solida e pacífica a sua utilização pela doutrina e jurisprudência de forma majoritária, que admitiam sua aplicação tanto no âmbito do direito obrigacional, quanto no Direito de Família. Vejamos: 
Desconsideração da personalidade jurídica inversa. [...] o citado dispositivo [art. 50/CC], sob a ótica de uma interpretação teleológica, legitima a inferência de ser possível a teoria da desconsideração da personalidade jurídica em sua modalidade inversa, que encontra justificativa nos princípios éticos e jurídicos intrínsecos à própria disregard doctrine, que vedam o abuso de direito e a fraude contra credores. Dessa forma, a finalidade maior da disregard doctrine contida no preceito legal em comento é combater a utilização indevida do ente societário por seus sócios. Ressalta que, diante da desconsideração da personalidade jurídica inversa, com os efeitos sobre o patrimônio do ente societário, os sócios ou administradores possuem legitimidade para defesa de seus direitos mediante a interposição dos recursos tidos por cabíveis, sem ofensa ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal. No entanto, a Min. Relatora assinala que o juiz só poderá decidir por essa medida excepcional quando forem atendidos todos os pressupostos relacionados à fraude ou abuso de direito estabelecidos no art. 50 do CC/2002. No caso dos autos, tanto o juiz como o tribunal a quo entenderam haver confusão patrimonial e abuso de direito por parte do recorrente. Nesse contexto, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 279.273-SP, DJ 29/3/2004; REsp 970.635-SP, DJe 1o/12/2009, e REsp 693.235-MT, DJe 30/11/2009 (STJ, REsp n o 948.117/MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/6/2010).
Consolidando o entendimento jurisprudencial, o § 2º do art. 133 do CPC/2015 trouxe a legalidade expressa à aplicação do instituto da desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Portanto, considerando que estão preenchidos os requisitos do art. 50 do Código Civil, determino a partilha dos bens descritos na exordial na proporção legal de 50% para cada um dos cônjuges.
D – DO DIREITO REAL DE HABITAÇÃO
Segundo o exposto no art. 1.831 do Código Civil, “ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar”. (grifos nossos)
Frise-se, então, que o direito real de habitação decorre de eventual falecimento de um dos cônjuges, hipótese esta alheia aos presentes autos, onde a dissolução da sociedade conjugal se dá pelo divórcio. 
Portanto, não assiste razão à requerente quanto ao benefício pretendido.
E – DOS ALIMENTOS
A autora pleiteia, ainda, alimentos para si. Constam nos autos que além de possuir renda própria no valor mensal de R$ 5.400,00 (cinco mil e quatrocentos reais), recebe do requerido, desde a separação de fato, a quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) mensais.
Nesse sentido, o art. 1.694 do Código Civil aduz que: “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.”
Trata-se do princípio da solidariedade na prestação alimentícia. No caso presente fica evidente que apenas com a quantia que a requerente recebe não é possível manter o mesmo padrão de vida que possuía antes da separação. Ainda, em razão de enfermidade, encontra-se aposentada por invalidez o que a impossibilita de retornar à ativa. Assim, resta clara a necessidade de serem arbitrados alimentos à autora. 
Saliente-se que o arbitramento da prestação alimentícia deve observar o binômio possibilidade/necessidade, nos termos do art. 1.695 do Código Civil.
Quanto à possibilidade do réu, esta ficou evidenciada através de seus altos rendimentos mensais, bem como por já ter disponibilizado valores mensais de livre espontânea vontade à requerente.
No que tange à necessidade da requerente está demonstrada nos autos, notadamente quando se comprovou a atual incapacidade para o trabalho.
Oportuno salientar que no presente caso há, no entanto, viabilidade de concessão de alimentos apenas em caráter transitório. Isto pois, apesar da incapacidade permanente da autora para o trabalho, após o recebimento da meação ela poderá utilizar-se dos rendimentos dos referidos bens para o seu sustento. 
Ante o exposto, deve o requerido arcar com o montante correspondente a R$ 8.000,00 (oito mil reais) a título de alimentos, pelo prazo de seis meses a contar da prolação da sentença.
F – DA MANUTENÇÃO DO NOME DE CASADA
O direito ao nome constitui um atributo da personalidade (art. 16, Código Civil), por conseguinte, integra o direito à identidade.
Quinze anos de casamento tornam evidentes que o patronímico da família do requerido já se encontra incorporado ao da requerente, não se podendo mais distingui-lo de sua identificação. 
A conservação do nome de casada, portanto, depende apenas e tão somente da opção da própria cônjuge, ex vi do art. 1.578, § 2º, do Código Civil, motivo pelo qual não há razão para que uma decisão judicial afaste o direito pleiteado pela requerente de manter o nome de casada.
G – DA GUARDA
Consta nos autos que a requerente encontra-se com a guarda de fatos dos filhos desde a separação do casal. O requerido pleiteia a guarda compartilhada sob regime de moradia alternada. 
Conforme laudo psicossocial, os menores estão sendo atendidos satisfatoriamente em suas necessidades no lar materno. Ao final concluiu o laudo que a alternância de moradia implicaria evidente prejuízo à rotina das crianças, sugerindo ser necessário estabelecer uma residência fixa para os menores.
Atualmente vige a regra no ordenamento jurídico no sentido de que a guarda deve a compartilhada. É assim que também se posiciona o STJ:
Recurso especial. Direito de família. Guarda compartilhada. Primazia sobre a guarda unilateral. Desavenças entre os cônjuges separados. Fato que não impede o compartilhamento da guarda. Exegese do art. 1.584, § 2º, do Código Civil. Doutrina sobre o tema. Análise das demais questões devolvidas. Retorno dos autos ao tribunal de origem. 1. Primazia da guarda compartilhada no ordenamento jurídico brasileiro, conforme de depreende do disposto no art. 1.584 do Código Civil, em face da redação estabelecida pelas Leis 11.698/2008 e 13.058/2014. 2. Impossibilidade de se suprimir a guarda de um dos genitores com base apenas na existência de desavenças entre os cônjuges separados. Precedentes e doutrina sobre o tema. 3. Necessidade de devolução dos autos à origem para que prossiga a análise do pedido de guarda compartilhada, tendo em vista as limitações da cognição desta Corte Superior em matéria probatória. 4. Recurso especial parcialmente provido (STJ, REsp nº 1560594/RS, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, j. 23/02/2016, DJe 01/03/2016).
Entretanto, é preciso salientar que os institutos da guarda compartilhada e da guarda alternada não se confundem. Na primeira, pai e mãe são responsáveis pela guarda dos filhos, as decisões a respeito destes são tomadas em conjunto (art. 1.583, § 1º, Código Civil)e os filhos moram apenas com um dos dois, sendo as visitas livres. Na segunda os pais se revezam em períodos exclusivos de guarda. A doutrina costuma referir-se à essa espécie com o nome de “guarda do mochileiro”, já que filho torna-se espécie de andarilho, sem residência fixa e, consequentemente, sem um referencial.
Segundo nosso ordenamento jurídico, a guarda compartilhada é a regra, somente devendo ser afastada caso se comprove pela impossibilidade dos pais decidirem conjuntamente sobre a criação dos filhos, o que não é o caso dos autos. 
No caso em apreço inexiste óbice à aplicação da guarda compartilhada, sendo este o modelo a ser estabelecido mesmo quando não há acordo entre os genitores, conforme dispõe o art. 1.584, § 2º, Código Civil.
Assim, levando em conta os laudos psicossociais e as condições dos genitores, deve ser fixada a guarda compartilhada, sem a alternância de moradia, sendo necessário que os filhos continuem a residir no lar materno, com a livre visitação do pai, ora requerido.
III – DISPOSITIVO
FORTE O EXPOSTO, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pleito autoral, com resolução do mérito, nos moldes do art. 487, I, do CPC 2015, para: 
1. Decretar a dissolução da sociedade conjugal pelo divórcio, podendo a autora permanecer com o nome de casada; 
2. Desconsiderar a personalidade jurídica da empresa de propriedade do requerido, para atingir-lhe nos bens indicados na exordial, os quais devem ser partilhados na proporção de 50% para cada cônjuge; 
3. Condenar o requerido ao pagamento de alimentos em favor da autora, no valor mensal de R$ 8.000,00 (oito mil reais), pelo prazo de seis meses, contados a partir do mês “X”, mediante depósito na conta bancária da autora até o quinto dia útil de cada mês; 
4. Fixar a guarda compartilhada dos filhos comuns, ficando estabelecido o lar materno como referência de residência e a livre visitação do genitor. 
Diante da sucumbência recíproca, mas em graus diversos, condeno a parte ré ao pagamento do percentual de 80%, e a parte autora ao pagamento do percentual de 20%, sobre o valor das despesas processuais e dos honorários advocatícios, estes últimos fixados em 10% do valor da condenação, nos termos do art. 85, § 2º, CPC/2015, sendo vedada a compensação (art. 85, § 14, CPC/2015).
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Local, data.
Juiz de Direito

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