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HABITAÇÃO EMERGENCIAL

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FACULDADE DE ENGENHARIA E INOVAÇÃO TÉCNICO PROFISSIONAL 
FEITEP 
 
PRISCYLLA F. TRINDADE DONIAK 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABITAÇÃO SOCIAL DE INTERESSE SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ 
2016 
 
 
 
PRISCYLLA F. TRINDADE DONIAK 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABITAÇÃO SOCIAL DE INTERESSE EMERGENCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO APRESENTADA NA UNIDADE CURRICULAR DA 
DISCIPLINA PROJETO INTEGRADOR I, COMO REQUISITO PARCIAL NA 
OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE GRADUAÇÃO DO CURSO SUPERIOR DE 
ARQUITETURA E URBANISMO DA FACULDADE DE ENGENHARIA E INOVAÇÃO 
TÉCNICO PROFISSIONAL. 
 
PROFESSOR CÁSSIO 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ 
2016 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ V 
1.1 TEMA................................................................................................................. V 
1.1.1 DIREITO AO ABRIGO................................................................................. VII 
1.1.2 ASSISTÊNCIA A VÍTIMA ........................................................................... VIII 
1.1.3 ORGANIZAÇÃO EM SITUAÇÕES EMERGENCIAIS .................................. IX 
2 ANÁLISE DE CORRELATOS .................................................................................... XI 
2.1 ECO ABRIGO ...................................................................................................... XI 
2.1.1 ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO ..................................................................... XI 
2.1.2 ANÁLISE DO PROJETO ............................................................................. XII 
2.1.3 ANÁLISE DOS MATERIAIS CONSTRUTIVOS E TECNOLOGIAS ............ XII 
2.1.4 ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO E LUMÍNICO ................................. XIII 
2.1.5 ANÁLISE DE CUSTO ................................................................................ XIII 
2.2 ABRIGO UBER .................................................................................................. XIV 
2.2.1 ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO ................................................................... XIV 
2.2.2 ANÁLISE DO PROJETO ............................................................................ XIV 
2.2.3 ANÁLISE DOS MATERIAIS CONSTRUTIVOS E TECNOLOGIAS ............ XV 
2.2.4 ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO E LUMÍNICO .................................. XV 
2.2.5 ANÁLISE DE CUSTO ................................................................................. XV 
2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO .................................................................................. XVI 
3 MODELO I – ACAMPAMENTO DE ZAATARI ....................................................... XVIII 
3.1 TERRENO – ÁREA DE INTERVENÇÃO ......................................................... XVIII 
3.2 IMPLANTAÇÃO ............................................................................................... XVIII 
3.3 PROJETO ARQUITETÔNICO ........................................................................... XIX 
3.4 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS - SUTENTABILIDADE ...................................... XXII 
I - Rede de água ....................................................................................................... XXII 
II - Rede de esgoto .................................................................................................. XXIII 
III – Aproveitamento de água da chuva .................................................................... XXVI 
3.5 MATERIAL CONSTRUTIVO .......................................................................... XXVII 
4 MODELO II – JOÃO DEL - REI............................................................................. XXIX 
4.1 TERRENO – ÁREA DE INTERVENÇÃO ........................................................ XXIX 
4.2 IMPLANTAÇÃO .............................................................................................. XXIX 
4.3 PROJETO ARQUITETÔNICO ......................................................................... XXX 
4.4 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS - SUTENTABILIDADE ................................... XXXII 
I - Rede de água ..................................................................................................... XXXII 
II - Rede de esgoto ................................................................................................. XXXII 
II - Energia solar ..................................................................................................... XXXII 
 
 
4.5 MATERIAL CONSTRUTIVO ......................................................................... XXXIII 
5 CONCLUSÃO...................................................................................................... XXXIV 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... XXXV 
 
 
V 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A todo o momento ocorre no mundo fenômenos naturais independentes 
da ação humana. São produtos do funcionamento interno do ecossistema. 
Terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, inundações, deslizamento de 
terra e a seca são os exemplos mais conhecidos; porém independentemente do 
tipo, um desastre pode gerar danos para a sociedade e ocasionar a necessidade 
da relocação de pessoas. (ANDERS, 2007). Segundo dados da UNISDR, 
Escritório das Nações Unidas para Redução de Riscos de Desastres, desde 
1992 a 2012 em todo o mundo, cerca de 4,4 bilhões de pessoas foram afetadas 
por desastres naturais, totalizando 1,3 milhões mortos e danos estimados em 2 
trilhões de dólares. O CRED, Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos 
Desastres, estima o aumento de cerca de 132 milhões de pessoas afetadas por 
ano a partir de 2015. As Nações Unidas preveem ainda que as perdas por 
desastres podem chegar a 300 bilhões de dólares e 100 mil vidas por ano a partir 
de 2050 (Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento, 2003). O 
número de pessoas desabrigadas no mundo também é intensificado pelos 
conflitos e guerras que geraram no mundo 51,5 milhões de pessoas deslocadas 
no final de 2013 (CRED, 2014). Este número tende a aumentar, pois os conflitos 
vêm aumentando ao longo do tempo, enquanto o número de pessoas 
deslocadas que retornam aos seus lares segue a proporção inversa. Para 
atender as vítimas de desastres e refugiados de guerras e conflitos, 
organizações humanitárias ou a política de governo local - onde há um plano de 
logística humanitária para desastres naturais - fornece abrigos emergenciais, 
água, remédios e alimentos. Os abrigos desempenham papel de residência 
temporária para os desabrigados e podem ainda ser reaproveitados em outras 
situações (ANDERS, 2007). 
 
 
1.1 TEMA 
 
 
Habitação Emergencial Temporária. 
VI 
 
A necessidade do abrigo emergencial para pessoas afetadas por 
desastres naturais ou conflitos armados é imediato. O alojamento de pessoas 
durante e depois de desastres pode passar por até quatro fases (Quarantelli, 
1982, p.75-79; ANDERS, 2007): 
 
a) Abrigo de emergência: Ocorre em qualquer local que providencie 
proteção da chuva, vento e do clima. Pode ser dentro de veículos, 
embaixo de escombros ou em uma tenda. 
 
b) Abrigo temporário: Ocorre geralmente em escolas, igrejas e ginásios. 
Dispõe de lugares para dormir, se alimentar, tomar banho e fazer as 
necessidades fisiológicas. 
 
c) Habitação temporária: Os indivíduos ficam alojados em unidades 
habitacionais individuais, podendo retomar sua rotina e finalizar a construção da 
sua habitação permanente. 
 
d) Habitação transitóriaou permanente: São as residências que tomam o 
lugar das edificações destruídas e passam a abrigar as vítimas para continuarem 
seu modo de vida habitual anterior à ocorrência do desastre. 
 
DAVIS (1980, ZIEBEL, 2010) afirma que o abrigo deve apresentar 
efemeridade, rapidez na montagem e desmontagem (se existente) e funcionar 
em áreas mínimas, garantindo condições básicas de habitabilidade. Deve ainda 
ter uma fonte de água, um sistema sanitário, sistema de abastecimento de 
alimentos e de atendimento médico. 
A edificação deve ser implantada de modo a manter o indivíduo e suas 
relações sociais como prioridade, garantindo desta forma, um abrigo adequado 
e seguro (SAVIETTO, 2013, p60), enquanto a construção das residências 
permanentes não é finalizada. 
Em muitos casos os desabrigados ficam alojados em abrigos mal 
planejados que excedem o tempo emergencial e tomam carácter de abrigo 
temporário. 
VII 
 
Locados em escolas, ginásios e tendas sob a concessão de regras 
impostas por um gestor externo, os vitimados ficam em constante situação de 
alerta sem condições de descanso, fatores que reformulam o modo de 
convivência habitual, resultando em deterioração das relações comunitárias e 
privadas (VALENCIO, 2009; SAVIETTO 2013). Portanto os abrigos individuais 
mostram-se a opção mais adequada para suprir as necessidades sociológicas e 
de habitação para desabrigados. 
As recomendações para construção de abrigos feitas por diversas 
organizações (UNHCR, 2007; Sphere Project, 2004; Shelter Projects, 2008; 
CITO, 2007) determinam alguns fatores dimensionais que devem ser 
respeitados, entre eles a área mínima por pessoa de 3,50m². Este espaço pode 
ser apropriado para salvar a vida e a fornecer abrigo adequado de curto prazo, 
especialmente em condições climáticas extremas. Este parâmetro é o mesmo 
definido pelas diretrizes das Nações Unidas: 3,50m² por pessoa, sendo 18m² o 
mínimo aceitável para cinco pessoas. 
Existe diversos tamanhos de abrigos já projetados, que variam de 9m² a 
74m², resultantes de diferentes necessidades, normas e políticas oficiais. Porém 
segundo Kronenburg (1998 apud CITO, 2007) alguns fatores devem ser 
considerados em qualquer projeto de abrigo, como a idade dos usuários, o clima 
e a adaptação da sociedade com este, a base alimentar, e se existe fontes de 
calor e energia no local. 
 
1.1.1 DIREITO AO ABRIGO 
 
Não há uma lei específica sobre a obrigatoriedade de governos e 
instituições públicas disponibilizarem abrigos emergenciais em caso de 
catástrofes ou situações de refúgio, porém este direito está implícito em vários 
artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento elaborado 
pelas Nações Unidas em 1948. Este trecho do artigo 25 reflete esta situação: 
Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à 
sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao 
vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços 
sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na 
invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de 
VIII 
 
subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. (ONU, 1948). 
Mais tarde, em 1996, a Primeira Conferência Internacional de Abrigos 
Emergenciais (do inglês, First International Emergency Settlement Conference) 
que aconteceu nos Estados Unidos reforçou a necessidade da disponibilização 
de abrigos: 
 
O acesso ao abrigo básico e contextualmente apropriado é 
uma necessidade humana essencial. Os padrões para este abrigo 
podem variar dependendo do contexto cultural, da situação, do clima e 
de outros fatores (First International Emergency Settlement 
Conference, 1996). 
 
 
No Brasil a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC 
discorre na LEI Nº 12.608 de 10 de abril de 2012, elementos da inserção de 
abrigos temporários. O órgão é responsável por se integrar aos parâmetros 
construtivos, sociais e tecnológicos geridos pela união para manter um 
desenvolvimento sustentável. 
No que se referem especificamente às edificações emergenciais, esta lei 
afirma que compete aos municípios organizar e administrar os abrigos 
provisórios, além de promover a coleta, a distribuição e o controle de 
suprimentos em situações de desastre. 
 
1.1.2 ASSISTÊNCIA A VÍTIMA 
 
Após um desastre natural a habitação emergencial se faz necessária para 
abrigar as vítimas até que a reconstrução das áreas afetadas possa ser 
realizada. No mundo todo o fornecimento de abrigos é de responsabilidade de 
entidades humanitárias, ONGs e de Instituições governamentais, porém em um 
primeiro momento as próprias vítimas buscam abrigo em casas de parentes e 
amigos ou ocupam edificações públicas cedidas pelo governo, tais como 
escolas, ginásios e templos religiosos. Em alguns casos há utilização de 
barracas cedidas por terceiros ou construção de abrigos precários com materiais 
disponíveis nos escombros. 
IX 
 
Segundo Anders (2007), para um abrigo ser eficiente, este deve propor 
ao usuário proteção contra intempéries, preservação da dignidade, orientação e 
identidade. Ou seja, precisa ser construído de maneira apropriada ao clima, ao 
contexto cultural e às características do local de implantação. No que diz respeito 
à dignidade ela está intrínseca na construção e disponibilidade de um abrigo 
funcional onde o indivíduo encontre privacidade e segurança. A orientação e 
identidade podem ser auxiliadas através da utilização de materiais e formas 
arquitetônicas familiares às vítimas e, desta forma evitar desespero e tristeza, 
por essa razão é necessário dispor de mecanismos que mantenham o foco e a 
atenção do indivíduo afligido. 
Anders (2007) chama a atenção para o nível de conforto criado em abrigos 
e edificações temporárias em situações pós-desastre. Devem-se apenas suprir 
as necessidades básicas do indivíduo dando suporte a vida, pois edificações 
muito elaboradas, além de exigirem maiores investimentos econômicos que 
poderiam ser aplicados na reativação da economia local, fazem o vitimado 
permanecer no abrigo por tempo superior à reconstrução das residências. 
 
1.1.3 ORGANIZAÇÃO EM SITUAÇÕES EMERGENCIAIS 
 
Com base nos procedimentos para realocação de pessoas segundo a 
UNDRO (United Nations Disaster Relief) e nas fases de alojamentos após 
desastres de Quarantelli (1982, p.75-79 apud CITO, 2007) pode-se observar que 
após um desastre natural a emergência e soluções aplicadas se dão de 
diferentes formas, conforme a seguir: 
 
a) Período pré-desastre: Diminuição de riscos, prevenção, informação, 
preparação. 
b) Período de ajuda imediata (até cinco dias após o desastre): 
 
I. Abrigo Emergencial. Ocorre em qualquer local que providencie 
abrigo contra intempéries, por exemplo, embaixo de uma escada, 
dentro de um carro, ou em uma tenda. 
X 
 
II. Abrigo Temporário. Inclui lugares para dormir, cozinhar e tomar 
banho. Na maioria das vezes são alojamentos comunitários em 
ginásios, galpões, igrejas ou escolas. 
 
III. Habitação Temporária. Nesta fase casas pré-fabricadas 
temporárias são construídas em áreas cedidas pelo governo. O 
alojamento pode começar com uma unidade básica e ser ampliado 
ao longo do tempo e da necessidade. As vítimas são alojadas, de 
preferência, nos seus agrupamentos familiares e, quando possível, 
respeitando a disposição de vizinhança anterior ao desastre, 
podendo restabelecer suas rotinas diárias normais, porém num 
local temporário. 
 
c) Período de reabilitação (do quinto dia até três meses): Balanço da 
destruição, planejamento das ações futuras.d) Período de reconstrução (três meses em diante): O objetivo é voltar à 
situação anterior ao desastre, ou seja, efetuar a recuperação dos danos 
enquanto as vítimas estão residindo em Habitações Temporárias ou 
Permanentes. 
 
XI 
 
2 ANÁLISE DE CORRELATOS 
 
Para apresentar o modelo de edificação emergencial temporária foi-se 
necessário entender e analisar edificações da mesma tipologia. O estudo de 
correlato permite identificar deficiências e potencialidades dos projetos em 
questão, fazer comparativos, verificar as premissas relacionadas a forma, 
dimensão, funcionalidade, conforto térmico, entre outras soluções aplicadas nas 
edificações que possam contribuir para uma nova proposta. Os abrigos 
emergenciais selecionados para estudo são: Eco Abrigo e Abrigo Uber. 
 
2.1 ECO ABRIGO 
 
O Eco Abrigo, desenvolvido pela arquiteta jordaniana Abeer Seikaly, teve 
inspiração no nomadismo, nas técnicas da cestaria tradicional do oriente médio 
e na pele de cobra. Sua concepção foi a vencedora do 2013 Lexus Design 
Awards como reconhecimento por sua plasticidade e funcionalidade. 
 
 
Figura I – Abrigos Eco Refugiados. Fonte: 
http://eluxemagazine.com/homestech/displaced-with-dignity-eco-refugee-shelters/. 
 
2.1.1 ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO 
 
Este abrigo foi projetado para o oriente médio, portanto seu partido 
arquitetônico foi pensado para inserção num clima quente e seco. Não foram 
XII 
 
encontradas informações sobre a implantação, porém a imagem esquemática 
mostra uma disposição que não segue parâmetros ou distanciamentos 
específicos na elaboração de um assentamento. 
 
2.1.2 ANÁLISE DO PROJETO 
 
O Abrigo configura um único espaço circular com 5,00m de diâmetro e 
2,40m de altura. A forma garante a expansibilidade do módulo que diminui de 
tamanho girando em torno de um eixo central, sem prejudicar sua estabilidade, 
A edificação resiste às cargas de compressão e tensão, isto devido a sua 
estrutura sinuosa, envolta por duas camadas de tecido, por onde passam os 
tubos para água e cabos de energia. 
 
 
Figura II – Abrigos Eco Refugiados. Fonte: 
http://eluxemagazine.com/homestech/displaced-with-dignity-eco-refugee-shelters/ 
 
2.1.3 ANÁLISE DOS MATERIAIS CONSTRUTIVOS E TECNOLOGIAS 
 
A estrutura é composta de plástico resistente e um tecido com duas 
camadas, a unidade formada é flexível e seu grau de giro pode tomar formas 
distintas sem prejudicar a integridade estrutural. Na cobertura da tenda há um 
pequeno tanque responsável pelo armazenamento de água da chuva coletado 
através de um sistema de escoamento disposto em toda a estrutura, função que 
XIII 
 
pode ser aproveitada para banho ou para consumo, desde que a água seja 
tratada. 
 
 
Figura III – Suprimento de água e energia. Fonte: 
http://eluxemagazine.com/homestech/displaced-with-dignity-eco-refugee-shelters/ 
 
O projeto desenvolvido por consiste no suprimento de água e energia 
elétrica particularmente, isto se dá através de células fotovoltaicas que geram 
eletricidade a partir da incidência do sol, localizadas em uma parte do tecido. A 
energia gerada fica guardada em uma bateria sob o módulo. 
 
 
Figura IV – Células Fotovoltaicas dos Tecidos. Fonte: 
http://eluxemagazine.com/homestech/displaced-with-dignity-eco-refugee-shelters/ 
 
2.1.4 ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO E LUMÍNICO 
 
Podem ser feitos diversas aberturas em diferentes locais do módulo para 
criar, através do efeito chaminé, um fluxo de ar contínuo, ou no caso de invernos 
rigorosos e chuvas, manter o modulo totalmente fechado para armazenar o calor 
interno. 
2.1.5 ANÁLISE DE CUSTO 
 
XIV 
 
Não há informação de custo da edificação, porém devido a utilização de 
alta tecnologia no processo construtivo e aplicação de tecnologias específicas 
se conclui que o custo é elevado. 
 
2.2 ABRIGO UBER 
 
Criado por Rafael Smith, o Abrigo Uber teve destaque em uma coluna do 
jornal The New York Times no ano de 2009. Ele é feito, em sua maioria, de 
materiais recicláveis. Sua característica desmontável o torna facilmente 
transportável, podendo ser montado com poucas ferramentas e poucas pessoas. 
O abrigo é armazenado de forma plana, todas as peças do conjunto 
permanecem agrupadas para montagem no local de destino. 
 
2.2.1 ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO 
 
Não foram encontradas informações sobre a implantação do projeto, 
porém o autor do projeto demonstra como o abrigo pode se comportar em um 
acampamento através de imagens esquemáticas abaixo. As habitações ficam 
lado a lado com um espaçamento de aproximadamente 1 metro. 
 
 
Figura V – Implantação em assentamentos. Fonte: Tuver.com 
 
O Abrigo Uber é equipado com pernas telescópio que se se estendem e 
tomam diversas alturas, tornando o módulo flexível e adaptável a terrenos 
acidentados. 
2.2.2 ANÁLISE DO PROJETO 
 
XV 
 
O abrigo possui dois pavimentos com dimensão 4,00m x 2,00m cada, 
resultando em uma habitação com 16m². O pavimento térreo conta com acesso 
por uma varanda que dá diretamente num dormitório. O acesso ao pavimento 
superior ocorre por uma escada lateral, a distribuição dos espaços acontece da 
mesma forma que o pavimento térreo, porém no superior a varanda é 
semicoberta, configurando um local para refeições. Em seguida há mais um 
dormitório. 
O abrigo Uber é armazenado de forma plana, todas as peças do conjunto 
permanecem agrupadas para montagem no local de destino. A edificação pode 
ser desmontada e remontada em outro local. 
 
2.2.3 ANÁLISE DOS MATERIAIS CONSTRUTIVOS E TECNOLOGIAS 
 
Desenvolvido com peças pré-fabricadas de alumínio e piso em madeira, 
tela contra intempéries e lona plástica que envolve toda a estrutura. As peças 
possuem detalhamentos que tornam o processo construtivo lento e com alto 
investimento, entretanto a possibilidade de produção em larga escala é uma 
vantagem a ser considerada. A grande quantidade de peças metálicas demanda 
conhecimentos específicos para montagem, sendo necessário quatro pessoas 
para realizar este procedimento que dura cerca de 6 horas ou mais. Dependendo 
do meio de inserção, a edificação pode receber anexos com capacidade de 
eletricidade para a luz, fogão compacto e frigorífico, além da utilização de dois 
painéis solares para gerar eletricidade. 
 
2.2.4 ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO E LUMÍNICO 
 
O abrigo possui diversas aberturas que garante boa luminosidade e 
ventilação constante. Isto pode configurar um grave problema num clima frio, 
pois o calor não permanece no interior da edificação, visto que não há como 
vedar totalmente as janelas que contém tela de proteção contra intempéries. 
 
2.2.5 ANÁLISE DE CUSTO 
 
XVI 
 
Não há informação de custo da edificação. Porém devido a utilização de 
materiais como alumínio que possui alto valor no mercado e ao detalhamento 
das peças que compõe a moradia, considera-se um custo total alto. 
 
2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO 
 
A partir dos estudos efetuados verificou-se a organização dos dados em 
uma tabela para comparação dos resultados obtidos e verificação das 
potencialidades e deficiências a serem consideradas ou evitadas no partido 
arquitetônico a ser desenvolvido. 
 
 
Tabela I – Análise Comparativa de correlatos. Fonte:wordpress.com. Modificada pelo 
autor. 
 
O abrigo está adequado ao local de inserção proposto, não foram 
encontradas informações sobre o local de inserção do Abrigo Uber, portanto não 
há como avaliar este fator. 
Todos os dois abrigos projetados foram pensados para uma família de 4 
a 6 pessoas. O Eco Abrigo possui um espaço mais amplo, porém sem divisão 
de ambientes e sem setorização(social, íntimo, serviço, etc.). Observa-se ainda 
que o acesso ao pavimento superior no Abrigo Uber não tem controle de abertura 
ABRIGO ECO ABRIGO ABRIGO UBER
Local Oriente Médio Não informado
Implantação Implantação sem ordenamento Espaçamento entre as unidade inferior a 3m
Projeto Solução formal complexa
possibilidade de aumentar as unidades
Solução formal complexo
sem a possibilidade de aumentar as unidades
Área 19,63 m² 15 m²
Capacidade 4-6 pessoas 4-6 pessoas
Fluxos Acesso principal controlado Acesso separado e controlado parcialmente
Materiais Estrutura de plastico resistente
vedação em tecido
Perfis em alumínio 
Piso em Madeira
Cobertura com lona de Plástico
Montagem Mão de obra não especializada
1 pessoa consegue montar o abrigo
Mão de obra especializada
6/4 pessoas para montagem
Durabilidade Muito Alta Alta
Clima Possui controle de abertura
Preve aproveitamento de água
Utiliza energia solar
Adequa-se a outros climas
Não possui controle de abertura
Não preve aproveitamento de água
Utiliza Energia solar
Não se adequa a outros climas
Custo Muito Alta Alta
Destino Possibilidade de Reuso Há possibilidade de reuso
XVII 
 
e é distante do acesso principal inferior, diminuindo a sensação de segurança na 
habitação. 
O alumínio utilizado no Abrigo Uber tem durabilidade alta, porém a grande 
quantidade peças pré-fabricadas demanda conhecimento técnico na montagem 
do 82 abrigo, processo que se torna demorado e pouco viável dependendo do 
local de implantação. Por outro lado, à montagem do Eco Abrigo é simples e 
funcional, o plástico durável e tecido com células fotovoltaicas aplicados no 
processo construtivo tem durabilidade alta, porém valor igualmente elevado 
devido à alta tecnologia aplicada na produtividade e aspecto formal resultante, 
solução que também é relativa ao local de inserção, visto que os valores 
aplicados em uma solução temporária poderiam ser aplicados na construção de 
residências permanentes. 
 
 
XVIII 
 
3 MODELO I – ACAMPAMENTO DE ZAATARI 
 
O primeiro modelo estudado e apresentado foi projetado pelo arquiteto 
Fabio Jessé, situado em Joinville – SC. Sendo o projeto vencedor do prêmio 
Saint Gobain de Arquitetura, Habitat sustentável na categoria estudante 2015. 
 
3.1 TERRENO – ÁREA DE INTERVENÇÃO 
 
Foi projetado para regiões de clima quente e seco, localizado no 
acampamento de Zaatari, região de Mafraq numa altitude de 686m. Fica 80km 
da capital Amã, 10km da cidade de Al Mafraq e há 12km da fronteira com a Síria. 
A região tem característica desértica e solo barrento e com pouca vegetação, 
porém há o cultivo de hortaliças por alguns moradores do acampamento. 
Conforme Zaatari cresce o solo é coberto com cascalhos pequenos para 
melhorar a mobilidade e implantação das edificações. (UNHCR, 2012) 
Para definir a área de intervenção é necessário verificar os mapas de 
densidade demográfica, identificar as regiões mais seguras (sem alagamentos, 
enlameadas, etc) e verificar a proximidade aos equipamentos de infraestrutura. 
 
a) Densidade demográfica: É importante definir uma área de menor 
adensamento para implantação de abrigos, pois o reordenamento da localização 
e disposição das edificações existentes na área escolhida pode gerar um número 
maior de abrigos do que o existente anteriormente no mesmo local, desta forma 
pode-se realojar refugiados moradores de locais com densidade muito elevada, 
desde que sejam mantidas as relações de vizinhanças principais, fator 
sociológico importante segundo Anders (2007). 
 
3.2 IMPLANTAÇÃO 
 
A implantação do projeto atendeu um distanciamento médio de 3,00m 
entre cada unidade (no máximo 8 a 12 unidades por comunidade), porém devem 
estar mais agrupadas possível, a fim de fazerem sombras umas nas outras, 
conforme indicação de Lambers et al (2014) para o clima quente e seco. A 
XIX 
 
implantação deve impedir a infiltração dos ventos predominantes e seguir 
disposição leste oeste (LAMBERS et al, 2014) e respeitar dimensionamento para 
equipamentos assistenciais propostos por Elemental (2010), arranjados de 
forma centralizada no campo de modo que os moradores possam percorrer a 
menor distância possível. 
 
 
Figura VI - Exemplo de esquema geral de agrupamento. Legenda: 1. Núcleo de serviços 
2. Medidor de energia 3. Postes individualizados (3m). Fonte: Elemental, 2010. p. 06 -
wordpress.com/Fabio Jessé. 
 
3.3 PROJETO ARQUITETÔNICO 
 
Cada unidade teve dimensionamento mínimo de 3,50m² por pessoa e 
comportar uma família (4 a 6 pessoas). (ONU, 2007) O projeto arquitetônico 
proveu a privacidade e setorização dos ambientes, pequenas aberturas 
sombreadas para diminuir a ventilação no interior da edificação, pois a 
temperatura interna tende a ser menor que a temperatura externa durante o dia, 
e a ventilação comprometeria essa relação, visto que o vento proveniente é 
quente e carrega uma grade quantidade de poeira e detritos. (LAMBERS et al, 
XX 
 
2014). A edificação proposta deve estar de acordo com a cultura e perfil do 
usuário. Se possível os pátios internos presentes nas edificações árabes comuns 
devem ser previstos na habitação emergencial, pois além da solução térmica 
que desempenham, os pátios são elementos de identidade cultural, ou seja, 
resultará em apropriação do espaço construído, mesmo que temporariamente. 
A facilidade na montagem é um elemento que deve ser pensado, pois os próprios 
moradores do acampamento é quem montarão as habitações, afim de não 
ficarem com todo o tempo ocioso (ANDERS, 2007). A rapidez e facilidade técnica 
na montagem facilita a vida do refugiado e pode melhorar toda a gestão do 
acampamento. O volume deve ser compacto quando desmontado para facilitar 
o transporte e diminuir o consumo de energia utilizado na locomoção. 
Segue imagens ilustrativas. 
 
 
Figura VII – Habitação emergencial. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé. 
 
 
 
Figura VIII – Habitação emergencial. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé. 
 
XXI 
 
 
Figura IX – Planta Baixa Habitação emergencial. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé. 
 
 
Figura X – Planta Baixa Habitação emergencial. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé. 
 
XXII 
 
 
Figura XI – Montagem módulo - Habitação emergencial. Fonte: wordpress.com/Fabio 
Jessé. 
 
3.4 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS - SUTENTABILIDADE 
 
I - Rede de água 
 
No acampamento dos refugiados a água é escassa. Não a possibilidade 
de fazer sistemas de ligação de água e esgoto convencionais devido ao alto 
investimento deste processo e complexibilidade de uma rede comparada ao de 
cidades, além de terem que ser tratados. 
Portanto é comum aos refugiados utilizarem grandes reservatórios de 
abastecimento por caminhões pipas. Entretanto é necessário que o refugiado vá 
até está fonte várias vezes ao dia para buscar água. 
Sendo assim, o autor propôs a utilização de um tonel com capacidade 
para 200 Litros em cada módulo na edificação, de acordo coma Figura VII. Após 
cheio pode-se utilizar o sistema desenvolvido para o uso da água em torneiras 
que ocorre por meio de bombas manuais presentes no banheiro, na cozinha e 
na lavanderia. Deste modo, através de movimentos manuais a água segue o 
fluxo do tonel para o reservatório superior de menor capacidade, e a partir daí 
segue para as torneiras e para o chuveiro. 
 
XXIII 
 
 
Figura XII – Esquema da rede de água. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé. 
 
II - Rede de esgoto 
 
As águas cinzas, do chuveiro, torneiras e lavanderia, seguem para um 
sistema de esgoto chamado “círculo de bananeiras”. Esse sistema é utilizado no 
Brasil onde não há infraestrutura e pode funcionarno projeto apresentado, já que 
na Jordânia ocorre a plantação de bananeiras e apesar da chuva escassa em 
alguns períodos do ano, a água para o sustento das vegetações vem 
principalmente dos efluentes gerados principalmente pelos moradores. Abaixo 
imagens ilustrativas desse sistema. 
 
 
Figura XIII. Planta baixa sistema rede de esgoto. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé. 
XXIV 
 
 
 
 
Figura XIV. Imagem ilustrativa - Sistema rede de esgoto. Fonte: wordpress.com/Fabio 
Jessé. 
 
 
A água gerada no vaso sanitário segue para um sistema diferente, a 
“Bacia de Evapotranspiração” (Figuras X e XI). Onde o efluente é tratado 
naturalmente por microrganismos vivos que geram sustento para vegetações de 
folhas largas plantadas conforme o projeto. 
Esses dois sistemas utilizam apenas encanamentos com conexões 
comuns e aterro. Pode ser executada pelos próprios moradores sob supervisão 
e instruções básicas. Não geram descartes e contribuem com uma relação 
harmoniosa entre a habitação, o ser humano e o meio ambiente. 
 
XXV 
 
 
Figura XV. Planta Baixa – Bacia de Evapotranspiração. Fonte: wordpress.com/Fabio 
Jessé. 
 
 
Figura XVI. Planta Baixa – Bacia de Evapotranspiração. Fonte: 
http://www.ecoeficientes.com.br/bet-como-tratar-o-esgoto-de-forma-ecologica/. 
XXVI 
 
 
III – Aproveitamento de água da chuva 
 
Em poucos meses do ano a chuva é abundante na região de Zaatari. Para 
aproveitar a água pluvial, a cobertura possui um desnível para conduzi-la a um 
tonel inferior de 200 Litros de capacidade. Há um filtro simples entre a conexão 
da cobertura e o encanamento para impedir a entrada de areia na tubulação. A 
própria força da água retira a areia do encanamento e a lança para fora da 
cobertura, o filtro, por sua vez permite a infiltração da água para o 
armazenamento. 
A água da chuva segue para um reservatório superior diferente do 
reservatório de água potável, que também é acionado por bomba manual. Essa 
água poderá ser utilizada nos vasos sanitários ou ainda pode ser usada para 
regar hortas e jardins. 
 
 
Figura XVII - Capacitação de água pluvial. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé 
 
XXVII 
 
 
Figura XVIII - Capacitação de água pluvial. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé 
 
 
3.5 MATERIAL CONSTRUTIVO 
 
A composição do abrigo foi projetada com material de baixo impacto 
ecológico, com possibilidade de reuso ou reciclagem, de custo baixo, compatível 
com a realidade local e ter alta durabilidade, visto que 63% dos refugiados estão 
morando em Zaatari há mais de dois anos. (UNHCR, 2015, p.03). O clima quente 
e seco da região demanda um material construtivo com alta inércia térmica, pois 
dessa forma o calor leva mais tempo para atingir o interior da edificação, relação 
que acontecerá em maior parte no período da noite, quando a temperatura cai 
bruscamente. De acordo com o autor o alumínio é o material que correspondeu 
adequadamente ao clima local e expectativas projetuais. É um material flexível, 
possibilita formas variáveis, é sustentável, tem durabilidade extremamente alta 
e é 100% reciclável. 
 
XXVIII 
 
 
Figura XIX – Corte I do Módulo. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé 
 
 
 
Figura XX – Corte II do Módulo. Fonte: wordpress.com/Fabio Jessé 
 
 
 
 
XXIX 
 
 4 MODELO II – JOÃO DEL - REI 
 
O modelo estudado e apresentado foi projetado pelos acadêmicos 
Douglas Henrique, Luiz Guilherme e Ana Elisa, da Universidade Federal de São 
João Del Rei - UFSJ. Sendo o projeto ganhador do concurso estudantil Íbero - 
Americano de Arquitetura Bioclimática. 
 
4.1 TERRENO – ÁREA DE INTERVENÇÃO 
 
O projetado apresentado se deu por possuir demandas para abrigos 
emergenciais em determinadas épocas do ano devido a inundações. Localizado 
no estado de Minas Gerais, na cidade de São João Del – Rei no Campo das 
Vertentes, dispõe-se de clima tropical, quentes e úmidos, de alta altitude. A 
região está inserida na bacia hidrográfica do Rio Grande onde contém diversos 
rios e cachoeiras, o que influencia no nível de umidade do ar. 
A cidade possui o solo com capacidade de absorção limitada, e quando 
atinge o seu máximo de absorção, a agua escorre para o córrego devido sua 
topografia. 
 
4.2 IMPLANTAÇÃO 
 
A implantação do projeto seguiu um distanciamento médio entre cada unidade 
(no máximo 8 a 12 unidades por comunidade), porém devem estar mais 
agrupadas possível, a fim de fazerem sombras umas nas outras, conforme 
indicação de Lambers (2014). De acordo com a carta solar de São João Del – 
Rei, a orientação leste recebe insolação durante todo o período da manhã, 
enquanto a oeste recebe insolação no período da tarde. Na orientação norte a 
insolação se dá o dia todo no inverno, mas não recebe insolação no verão. Já a 
orientação sul recebe insolação durante todo o dia no verão, porém o mesmo, 
não recebe no inverno. 
 
 
XXX 
 
 
Figura XXI - Exemplo de esquema geral de agrupamento. Fonte: 
http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-premiados-2/. 
 
 
Considerando que não há muita variação de temperatura, a orientação 
norte não é aconselhável por receber insolação apenas no inverno. Com índices 
elevados de temperatura, faz – se necessário o uso de estratégias projetuais 
além da orientação solar, para garantia de conforto nas edificações. Também a 
necessidades de estratégias para a ventilação. 
 
4.3 PROJETO ARQUITETÔNICO 
 
As moradias devem ser dispostas com uma distância mínima de 1,5 m e 
não paralelas umas às outras, afim de não barrar a entrada de sol e a ventilação, 
ganhando assim o conforto ambiental. 
Nesse terreno foi possível abrigar 252 pessoas, levando em conta a 
capacidade de cada moradia acolher 6 pessoas. A edificação proposta deve 
estar disposta de forma a privilegiar a incidência do sol sobre as placas 
fotovoltaicas, nesse caso orientadas para o norte. 
A moradia chegara ao local destinado a seu estabelecimento com suas 
peças separadas e organizadas conforme a Figura XXIV. Por possuir peças 
padronizadas sua montagem é facilitada. Os componentes são transportados em 
caixas com as dimensões equivalentes a 3,24 m de largura por 3,50 m de 
comprimento, com altura mínima de 0,9 m. 
XXXI 
 
 
Figura XXII – Demonstração do modelo proposto. Fonte: 
http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-premiados-2/. 
 
 
 
 
Figura XXIII – Demonstração do modelo proposto. Fonte: 
http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-premiados-2/. 
 
 
 
Figura XXIV – Demonstração do modelo proposto. Fonte: 
http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-premiados-2/. 
XXXII 
 
 
 
 4.4 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS - SUTENTABILIDADE 
 
I - Rede de água 
 
Afim de atender a demanda proposta, a caixa d agua é responsável pelo 
armazenamento de 750 Litros de agua levando em consideração o gasto 
estimado de 50 Litros por pessoa no dia. 
 
II - Rede de esgoto 
 
A caixa de esgoto possui capacidade de armazenamento de 2.100 Litros 
de dejetos, o que corresponde a 7 dias de uso, considerando a estimativa de 50 
Litros por pessoa no dia. 
 
II - Energia solar 
 
Optou-se pela instalação de placas fotovoltaicas, capazes de funcionar 
independentemente de padrões de energia convencionais, agregando ao projeto 
sustentabilidade, praticidade, além da manutenção mínima requerida. 
 
 
XXXIII 
 
Figura XXV – Demonstração do modelo proposto. Fonte: 
http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-premiados-2/. 
 
 
4.5 MATERIAL CONSTRUTIVO 
 
A escolha das estruturas de perfis metálicos a ser utilizada foi um fator 
importante para a realização do projeto, considerandoa necessidade de obter 
uma moradia capaz de ser flexível, leve montável e desmontável, sem que as 
estruturas percam sua resistência. 
A utilização da madeira convencional, é sustentável, com durabilidade 
elevada, fácil manuseio, resiste a umidade, não necessitando de manutenção. 
Aceita qualquer tipo de pintura, além de ser imune ao ataque de insetos e ação 
de intempéries. 
 
 
Figura XXVI – Material utilizado. Fonte: http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-
premiados-2/. 
 
 
Figura XXVII – Material utilizado. Fonte: http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-
premiados-2/. 
XXXIV 
 
5 CONCLUSÃO 
 
 
Para atender as diretrizes projetuais a palavra de ordem é “Identidade”. O 
usuário deve identificar-se com seu lar temporário, desta forma se sentirá 
confortável e seguro até que a situação em seu local de origem não é 
regularizada. Para tanto os projetos de habitação emergencial adotados devem 
permiti-lo que manifeste sua cultura e seus costumes. 
O primeiro modelo dispõe de pátios, jardins e hortas para cuidado e 
manutenção, equipamentos sanitários, elementos arquitetônicos e paisagísticos 
que cumprirão esta função, além de respeitar a modulação, utilização do material 
em alumínio para melhorar a inércia térmica da edificação. O segundo modelo 
dispõe de conforto térmico, com janelas brises de ângulo 35° criados voltado 
para o oeste possibilitando a incidência do sol pela manhã e brises com 
angulação de 49° para a fachada leste barrando assim parte do sol, e apoios 
metálicos que sustentam a moradia reguláveis afim de se adequar melhor ao 
terreno, sendo plano ou declive, demonstrando a capacidade da moradia se 
adaptar, além de outras alternâncias já mencionadas, que também atenderam 
aos requisitos propostos. 
 
XXXV 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
NORMAS. Faculdade de Engenharias e Arquitetura Feitep - Biblioteca. 
Disponível em:< http://www.feitep.edu.br/biblioteca>. Acesso em Setembro de 
2016. 
 
 PROCIV. Arquitetura Pós-Catástrofe. Lisboa, v. 1, n. 60, p.01-06, mar. 
2013. Mensal. 
 
SAVIETTO, Giovana. Habitação Emergencial E Temporária. Disponível 
em < http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000936620>. 
Acesso em Setembro de 2016. 
 
ARQUITETURA HUMANITÁRIA. Projeto de Habitação de Interesse 
Social Emergencial. Disponível em:< 
https://fabiojesse.wordpress.com/author/fabiojesse/>. Acesso em Setembro de 
2016. 
 
CONCURSO ÍBERO - AMERICANO. Trabalho Premiado. Disponível 
em:< http://bienalaroztegui.arq.ufsc.br/trabalhos-premiados-2/>. Acesso em 
Setembro de 2016. 
 
ECOEFICIENTES. Especialistas em técnicas de Construção Sustentável. 
Disponível em:< http://www.ecoeficientes.com.br/bet-como-tratar-o-esgoto-de-
forma-ecologica/>. Acesso em Setembro de 2016. 
 
ABRIGOS ECO REFUGIADOS. Deslocado com dignidade. Disponível 
em:< http://eluxemagazine.com/homestech/displaced-with-dignity-eco-refugee-
shelters/>. Acesso em Setembro de 2016. 
 
HABITAÇÃO EMERGENCIAL PARA REFUGIADOS. Pranchas de 
Apresentação. Disponível em:< 
XXXVI 
 
https://fabiojesse.files.wordpress.com/2016/05/hab-emergencial-para-
refugiados.pdf>. Acesso em Setembro de 2016.

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