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Aspectos comuns a Falencia e Recuperacao

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Aspectos comuns à Falência e à Recuperação de Empresas – Lei 11.101/2005
I - Competência e prevenção (art. 3º) – Juízo (da comarca) estadual do principal estabelecimento do devedor ou da filial que tenha sede (matriz) fora do Brasil.
Regra de competência para:
DEFERIR a recuperação judicial;
HOMOLOGAR a recuperação extrajudicial;
DECRETAR a falência.
Súmula 480 do STJ: “O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação de empresa”.
Obs.: a sede contratual ou estatutária é irrelevante.
II - Legitimação passiva:
Empresários individuais
Sociedades empresárias.
III - Sociedade empresárias excluídas da falência e da Recuperação Judicial: art. 2º
Sociedades não empresárias (inclusive as simples);
Empresas públicas e as sociedades de economia mista;**
Instituições financeiras e privadas;*** c/c arts 197-199
Cooperativas de crédito;
Consórcios;
Entidades de Previdência Complementar;
Sociedades operadoras de plano de saúde;***(Lei 9.656/98, LC 109/01 – art. 73)
Sociedades seguradoras;***(Procedimento específico : Dec.-Lei 73/66 – liquidação compulsória promovida pela SUSEP).
Sociedades de capitalização;
Demais entidades equiparadas às anteriores.
** EXCLUSÃO ABSOLUTA; inciso I do art. 2º.
*** EXCLUSÃO RELATIVA: inciso II do art. 2º.
IV - Credores excluídos: Art. 5º
Titulares de créditos derivados de obrigações a título gratuito;
Créditos por despesas para tomar parte nos feitos falimentares. Exceção – custas judiciais decorrentes do litígio com o devedor.
Despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência (despesas e honorários de advogado).
V - Suspensão da prescrição, das ações e das execuções (art. 6º, caput)
Todas as ações e execuções em face do devedor.
Também aquelas particulares dos sócios solidários.
VI - Comitê de credores (art.26)
Definição – Órgão facultativo nos processos de recuperação judicial e falência. Oportunidade de participação e acompanhamento. 
Instalação – Deliberação da assembléia de credores ou de ofício pelo juiz. Por qualquer uma das classes de credores. Assinam termo de compromisso.
Atribuição art. 27– Na falência: órgão consultivo e de fiscalização. Manifestação nas impugnações de créditos; nos pedidos de restituição; venda antecipada de bens, concessão de desconto a devedor; formas extraordinárias de realização do ativo. Na recuperação: fiscalização. Pode apresentar plano alternativo.
Remuneração: art.29. Pode ou não ser remunerado. Custeada pelo devedor ou pela massa falida. Tem direito ao reembolso das despesas (comprovadas e autorizadas pelo juiz).
Impedimentos:art.30
Destituição de membro:art. 31. Desobediência aos preceitos da lei. Juiz de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado. Juiz convocará os suplentes.
VI - Assembléia de credores (art. 35)
Definição – Órgão deliberativo que reúne os credores para deliberação. Formada por todos os credores habilitados. Tomadas por maioria de créditos.
Atribuições: art. 35 
Convocação art. 36: pelo juiz por edital (antecedência de 15 dias).
Instalação: art. 37. 
Composição – art. 41
Direito a voto. Art. 38 - O direito de voto do credor presente na assembléia é proporcional ao valor do seu crédito.
O advogado tem direito de participar da assembléia de credores?
Se credor do empresário individual ou sociedade empresária falida ou em recuperação = A titularidade do crédito é o fundamento de sua participação. Tem direito à voz e voto. Na defesa de seus interesses como credor.
Como procurador do credor = exerce o direito à voz e voto no lugar do titular do crédito e no interesse deste. È mandatário e terá responsabilidade como tal.
Assessor do credor = Prerrogativa profissional (lei 8.906/94, art. 7º, VI, d).Não tem direito à voz ou voto, não pode se dirigir ao plenário ou à mesa, sem prévia autorização. 
VII - Administrador judicial – aspectos gerais (art. 21)
Auxiliar do juiz e qualificado e nomeado por ele.
Não representa os credores e muito menos o devedor.
Pode contratar auxiliares para ajudá-lo em suas atribuições.
Na recuperação judicial – fiscalização da gestão.
Na falência – gestor efetivo.
Pode ser destituído pelo juiz (de forma motivada).
Pode renunciar (art. 24, § 3º e art. 22, III, r).
Deveres – Art. 22.
Remuneração – Art. 24 
Proporcional ao trabalho realizado e fixada pelo juiz, não deve exceder 5% dos valores devidos na RJ ou do valor da venda dos bens da massa falida (art. 24, § 1º). Microempresa e empresas de pequeno porte (2%).
Responsabilidade pela remuneração: do devedor ou da massa falida.
Não terá direito à remuneração: (art. 24, § 3º) renunciar sem relevante razão de direito ou for destituído por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas na lei; (art. 24, § 4º) não tiver suas contas aprovadas.
VIII - Verificação dos créditos – ( art. 7º, caput)
Elaborado pelo administrador judicial.
Da verificação e habilitação dos créditos (art. 7º e 8º)
OBS.: 
A habilitação e a divergência será dirigida pelo credor diretamente ao administrador judicial e não é necessária a intervenção do advogado.
O administrador judicial poderá convencer-se ou não das razões do credor.
As impugnações serão autuadas em separado do processo principal (art. 13, parágrafo único) e endereçadas ao juiz por petição instruída com os documentos que sustentam o alegado pelo credor (art. 13).
Legitimados para impugnar: credor, comitê ou o MP.
Ato privativo do advogado por tratar-se de postulação judicial.
Se houver rejeição à impugnação caberá agravo (art. 17).
Se não houver impugnações o juiz homologa o quadro geral de credores (art. 14).
IX - Créditos retardatários (art. 10, §§ 1º e 2º)
Credor que não habilitou seu crédito no prazo estipulado em lei (15 dias).
Recuperação judicial – Os créditos serão aceitos, mas não terão direito a voto nas deliberações da assembleia geral de credores.
Falência – Perdem o direito a rateio eventualmente realizados.

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