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Informativo 584-STJ (27/05 a 10/06/2016) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
TRIBUNAL DE CONTAS 
Requisito para integrar Tribunal de Contas 
 
Membro do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas de Estados ou do Distrito Federal 
que ocupa esse cargo há menos de dez anos pode ser indicado para compor lista tríplice 
destinada à escolha de conselheiro da referida corte. 
STJ. 2ª Turma. RMS 35.403-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 3/3/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Possibilidade de dupla condenação ao ressarcimento ao erário pelo mesmo fato 
 
Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e 
sentença condenatória em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o 
ressarcimento ao erário e se referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do valor 
da obrigação que primeiramente foi executada no momento da execução do título remanescente. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.413.674-SE, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª 
Região), Rel. para o acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/5/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
USUCAPIÃO 
Pode ser deferida usucapião especial urbana ainda que 
a área do imóvel seja inferior ao "módulo urbano" 
 
Não obsta o pedido declaratório de usucapião especial urbana o fato de a área do imóvel ser 
inferior à correspondente ao "módulo urbano" (a área mínima a ser observada no 
parcelamento de solo urbano por determinação infraconstitucional). 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.360.017-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 5/5/2016 (Info 584). 
 
Preenchidos os requisitos do art. 183 da Constituição Federal, o reconhecimento do direito à 
usucapião especial urbana não pode ser obstado por legislação infraconstitucional que 
estabeleça módulos urbanos na respectiva área em que situado o imóvel (dimensão do lote). 
STF. Plenário. RE 422349, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/04/2015 (Info 783 STF). 
 
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DIREITO AGRÁRIO 
 
ARRENDAMENTO RURAL 
Prazo mínimo de contrato de arrendamento rural para a criação de gado bovino 
 
Importante!!! 
É de cinco anos o prazo mínimo para a duração de contrato de arrendamento rural em que 
ocorra pecuária de gado bovino, independentemente da maior ou menor escala da atividade 
exploratória ou da extensão da área a que se refira o contrato. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.336.293-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 24/5/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
PLANO DE SAÚDE 
Dever de assistência ao neonato durante os trinta primeiros dias após o seu nascimento 
 
Quando o contrato de plano de saúde incluir atendimento obstétrico, a operadora tem o dever 
de prestar assistência ao recém-nascido durante os primeiros trinta dias após o parto (art. 12, 
III, "a", da Lei nº 9.656/98), independentemente de a operadora ter autorizado a efetivação da 
cobertura, ter ou não custeado o parto, tampouco de inscrição do neonato como dependente 
nos trinta dias seguintes ao nascimento. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.269.757-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 3/5/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
CONTRATOS BANCÁRIOS 
Período de legalidade da cobrança de tarifa de renovação de cadastro (TRC) 
 
É válida cláusula contratual que prevê a cobrança da tarifa de renovação de cadastro (TRC) em 
contrato bancário celebrado ainda no período de vigência da Circular 3.371/2007 do BACEN, 
considerando que ela autorizava que os bancos exigissem a TRC. 
Posteriormente, com a edição da Circular 3.466/2009 do BACEN, que entrou em vigor no dia 
14/09/2009, foi proibida a cobrança da referida tarifa. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.303.646-RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 10/5/2016 (Info 584). 
 
CHEQUE 
Cheque pré-datado e o seu prazo de apresentação para pagamento 
 
Atualize seu livro de 2014 (p. 423) 
Atualize livro Julgados Resumidos (p. 400) 
O cheque pós-datado amplia o prazo de apresentação? Em suma, no caso de cheque pós-datado 
(pré-datado), a partir de quando é contado o prazo de apresentação? 
1) Pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão): SIM. 
A pactuação da pós-datação de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de apresentação 
 
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à instituição financeira sacada, deve espelhar a data de emissão estampada no campo 
específico da cártula. O ordenamento jurídico confere segurança e eficácia à pós-datação 
regular (efetivada no campo referente à data de emissão). 
Ex: no dia 20/05, João emitiu (preencheu) um cheque e o entregou para Pedro (beneficiário). 
No entanto, no campo reservado para a data de emissão, ele, em vez de colocar 20/05, 
escreveu 20/07 (data que ficou combinada para que Pedro sacasse o cheque). O termo inicial 
do prazo de apresentação do cheque é o dia 20/07. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/4/2016 (recurso 
repetitivo) (Info 584). 
 
2) Pós-datação extracartular (feita em campo diverso do campo específico): NÃO. 
A pós-datação extracartular do cheque não modifica o prazo de apresentação nem o prazo de 
prescrição do título. A pós-datação extracartular tem existência jurídica, mas apenas com 
natureza obrigacional entre as partes (Súmula 370). Esta pactuação extracartular, contudo, é 
ineficaz em relação à contagem do prazo de apresentação e, por conseguinte, não tem o condão 
de operar o efeito de ampliar o prazo de apresentação do cheque. 
Ex: João emitiu o cheque no dia 20/05 e o entregou a Pedro. No campo reservado para a data 
de emissão, ele colocou 20/05 (dia atual). No entanto, no verso do cheque escreveu o seguinte: 
“bom para o dia 20/07” (que foi a data combinada para que Pedro sacasse o dinheiro). O termo 
inicial do prazo de apresentação do cheque continua sendo o dia 20/05. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.124.709-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/6/2013 (Info 528). 
 
CHEQUE 
Possibilidade de protesto de cheque após o prazo de apresentação 
com a indicação apenas do emitente no apontamento 
 
Sempre será possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com 
a indicação do emitente como devedor. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/4/2016 (recurso 
repetitivo) (Info 584). 
 
 
DIREITO ECONÔMICO 
 
DIREITOS ANTIDUMPING 
Suspensão da exigibilidade do direito antidumping provisório 
 
Não se pode aceitar as máquinas do importador como caução idônea (garantia) para liberar as 
mercadorias importadas e que estão sujeitas a direitos antidumping provisórios. 
Isso porque o art. 3º da Lei nº 9.019/95 prevê que a a exigibilidade dos direitos provisórios 
poderá ficar suspensa, até decisão final do processo, a critério da CAMEX, desde que o 
importador ofereça garantia mediante: depósito em dinheiro ou fiança bancária. 
Essas hipóteses do art. 3º são taxativas e, portanto, não se admite como garantia o 
oferecimento de maquinário. 
A suspensão da exigibilidade do direito provisório é um benefício excepcional e, portanto, não 
se pode permitir a interpretação extensiva do art. 3º para alcançar outras formas de garantias 
nele não previstas, sob pena de o Poder Judiciário atuar como legislador positivo e afrontar o 
princípio da separação dos poderes. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.516.614-PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/5/2016 (Info 584). 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
EXECUÇÃO 
Necessidade de prévia intimação das partes antes de se decretar a prescrição intercorrente 
 
Importante!!! 
Em execução de título extrajudicial, o credor deve ser intimado para opor fato impeditivo à 
incidência da prescrição intercorrente antes de sua decretação de ofício. 
Esse dever de prévia intimação do credor para decretação da prescrição intercorrente não era 
previsto expressamente no CPC/1973, sendo aplicado pelo STJ com base na incidência 
analógica do art. 40, §§ 4º e 5º, da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal). 
O CPC/2015, contudo, resolve a questão e prevê expressamente a prévia oitiva das partes: 
Art. 921 (...) § 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de 
ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.589.753-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/5/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO PENAL 
 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Impossibilidade de reconversão da pena restritiva de direitos 
em privativa de liberdade a pedido do condenado 
 
O condenado que recebeu pena restritiva de direitos e ainda nem sequer iniciou seu 
cumprimento não tem o direito de escolher cumprir a pena privativa de liberdade que foi 
originalmente imposta. 
A reconversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade depende da 
ocorrência dos requisitos legais (descumprimento das condições impostas pelo juiz da 
condenação), não cabendo ao condenado, que nem sequer iniciou o cumprimento da pena, 
escolher ou decidir a forma como pretende cumprir a sanção, pleiteando aquela que lhe 
parece mais cômoda ou conveniente. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.524.484-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/5/2016 (Info 584). 
 
 
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES 
Prostituta que arranca cordão de cliente que não quis pagar o programa 
responde por exercício arbitrário das próprias razões 
 
Importante!!! 
A prostituta maior de idade e não vulnerável que, considerando estar exercendo pretensão 
legítima, arranca cordão do pescoço de seu cliente pelo fato de ele não ter pago pelo serviço 
sexual combinado e praticado consensualmente, pratica o crime de exercício arbitrário das 
próprias razões (art. 354 do CP) e não roubo (art. 157 do CP). 
STJ. 6ª Turma. HC 211.888-TO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/5/2016 (Info 584). 
 
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APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
O síndico mencionado no inciso II do § 1º, do art. 168, do CP 
não é o síndico de condomínio edilício 
 
Importante!!! 
O "síndico" mencionado no inciso II do § 1º, do art. 168, do Código Penal é o síndico da massa 
falida (atualmente denominado "administrador judicial" da falência ou recuperação judicial - 
Lei nº 11.101/2005), e não o síndico de condomínio edilício. 
Por essa razão, não se aplica esta causa de aumento para o caso de um síndico de condomínio 
edilício que se apropriou de valores pertencentes ao condomínio para efetuar pagamento de 
contas pessoais. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1.552.919-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/5/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
NOTICIA CRIMINIS 
Dever de a Receita Federal encaminhar a representação fiscal para fins penais mesmo que não 
haja imposição de multa ao contribuinte 
 
A Delegacia da Receita Federal deve enviar ao Ministério Público Federal os autos das 
representações fiscais para fins penais relativas aos crimes contra a ordem tributária 
previstos na Lei nº 8.137/1990 e aos crimes contra a previdência social (arts. 168-A e 337-A do 
CP) após proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito 
tributário correspondente, mesmo quando houver afastamento de multa agravada. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.569.429-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/5/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
IPI 
Base de cálculo do IPI nas vendas a prazo 
 
A base de cálculo do IPI na venda a prazo é o preço "normal" da mercadoria (preço de venda à 
vista) mais os eventuais acréscimos decorrentes do parcelamento. 
A base de cálculo do IPI nas vendas a prazo, sem a intermediação de instituição financeira, é o 
valor total da operação. 
Situação diferente ocorre na chamada "venda financiada". Nesta, o comprador obtém recursos 
de instituição financeira para pagar a aquisição da mercadoria e o IPI incide apenas sobre o 
valor efetivamente pago ao vendedor do produto, não englobando os juros pagos ao 
financiador, sobre o qual incidirá apenas o IOF. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.586.158-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 3/5/2016 (Info 584). 
 
 
 
 
 
Informativo 584-STJ (27/05 a 10/06/2016) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS 
Dever de encaminhar a representação mesmo que não haja imposição de multa ao contribuinte 
 
A Delegacia da Receita Federal deve enviar ao Ministério Público Federal os autos das 
representações fiscais para fins penais relativas aos crimes contra a ordem tributária 
previstos na Lei nº 8.137/1990 e aos crimes contra a previdência social (arts. 168-A e 337-A do 
CP) após proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito 
tributário correspondente, mesmo quando houver afastamento de multa agravada. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.569.429-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/5/2016 (Info 584). 
 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
PREVIDÊNCIA PRIVADA 
Devolução de valores recebidos a título de antecipação de tutela posteriormente revogada 
 
Se a antecipação da tutela anteriormente concedida a assistido de plano de previdência 
complementar fechada houver sido revogada em decorrência de sentença de improcedência 
do seu pedido, independentemente de culpa ou má-fé, será possível à entidade previdenciária 
- administradora do plano de benefícios que tenha suportado os prejuízos da tutela antecipada 
- efetuar descontos mensais no percentual de 10% sobre o montante total de cada prestação 
do benefício suplementar que vier a ser recebida pelo assistido, até que ocorra a integral 
compensação, com atualização monetária, da verba que fora antecipada, ainda que não tenha 
havido prévio pedido ou reconhecimento judicial da restituição. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.548.749-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 13/4/2016 (Info 584).

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