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24/09/2018 Centro de Ciências Departamento de Física Disciplina de Física Experimental para Engenharia Semestre 2018.2 PRÁTICA 08: VELOCIDADE DO SOM Aluno: Lucas Santos Oliveira Curso: Engenharia Química Matricula: 418194 Turma: 20A Professor: Israel Nascimento Data de realização da prática: 10/09/2018 Horário de realização da prática: 16:00 às 18:00 Página | 1 Índice 1. Objetivos................................................................................................................2 2. Material..................................................................................................................2 3. Introdução..............................................................................................................3 4. Procedimento.........................................................................................................5 5. Questionário..........................................................................................................7 6. Conclusão............................................................................................................10 7. Bibliografia.........................................................................................................11 Página | 2 1. Objetivos - Determinação da velocidade do som no ar como uma aplicação de ressonância. - Determinação da frequência de um diapasão. 2. Material - Cano de PVC com êmbolo. - Celular com o aplicativo “Gerador de Frequência”, que pode ser obtido em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator &hl=pt_BR. - Diapasão de frequência desconhecida. - Martelo de borracha. - Termômetro digital. - Paquímetro. - Trena. Página | 3 3. Introdução VELOCIDADE DO SOM Pierre Gassendi foi um filósofo francês que nasceu em Champtercier no ano de 1592 (século XVl) e morreu em 1655 (século XVll). Em 1635, aos 43 anos de idade mediu a velocidade do som observando o funcionamento dos canhões. Ele observou o disparo de um canhão localizado a uma distância conhecida, e mediu o tempo entre as chegadas do clarão e do som. Ao comparar esse tempo, ele obteve o valor de 478 m/s. Muitas outras experimentações seguiram-se a de Gassendi. O próprio Sr. Isaac Newton fez uma medida da velocidade do som cronometrando ecos no pátio do Trinity College. Após 103 anos do experimento de Gassendi, em 1738, uma equipe da Academia de Ciências Parisiense, usando disparos de canhão, obteve um resultado um pouco mais preciso para a velocidade do som a uma temperatura de 20˚C que é 344 m/s. Com esse conhecimento, os cientistas puderam calcular a velocidade do som (c) sob condições normais por meio da fórmula: Vsom = 331 + 2 3 ∗ T Considerando que T é a temperatura em ℃. ONDAS SONORAS As ondas são perturbações que se propagam pelo espaço sem transporte de matéria, apenas de energia. Cada onda possui sua frequência, a qual é diretamente proporcional à velocidade e inversamente ao comprimento de onda. Como todo corpo é composto por átomos, eles possuem uma ou mais frequências naturais de vibração e ao receber uma excitação periódica pode ocorrer uma superposição de ondas, o que poderá fazer com que os átomos vibrem com amplitudes maiores ou menores. Quando um sistema físico recebe energia por meio de excitações de frequência igual a uma de suas frequências naturais de vibração, o sistema passa a vibrar com amplitudes cada vez maiores e a esse fenômeno dá-se o nome de ressonância. Página | 4 Um exemplo usual de ressonância é o que se obtém quando se empurra uma criança em um balanço. Se a frequência de empurrões não for similar à frequência de ressonância dificilmente se alcança o balanço natural, pois sofrerá vibrações aleatórias. Diante disso, foi-se utilizada a ressonância nesta prática para medir a velocidade do som com um cano PVC com êmbolo móvel e um smartphone. As ondas que entram no cano e as refletidas pelo êmbolo produzem uma onda estacionária formada por nós (interferência destrutiva) e ventres (interferências construtivas). Foi colocado o celular próximo a abertura do cano com uma frequência pré-definida e foi-se regulando o comprimento do êmbolo dentro do cano a fim de obter o local onde o som possuía maior intensidade, ou seja, o ponto de ressonância, que corresponde as distâncias h1, h2, h3 e h4. Fonte: https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Acustica/tubos2.php Figura 1 – Posições onde ocorrem ressonâncias. Observando a imagem tem-se que h2 − h1 = λ 2 → λ = 2 ∗ (h2 − h1) Como a velocidade do som pode ser encontrada usando-se a equação fundamental das ondas: Vsom = λ ∗ f Vsom = 2 ∗ (h2 − h1) ∗ f Como f é um valor pré-definido e h2 e h1 podem ser determinados, pode-se calcular o valor da velocidade do som no ar. Página | 5 4. Procedimento PROCEDIMENTO 1: Determinação da velocidade do som no ar. Um dos membros da equipe deve comparecer ao laboratório portando seu celular com o aplicativo “Gerador de Frequências”, que pode ser obtido em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator&hl= pt_BR. 1.1 Ajuste a frequência do Gerador de Frequência para 560 Hz. 1.2 Coloque o alto-falante do celular próximo da boca do cano de PVC, cerca de 1,0 cm de distância. 1.3 Mantenha o celular soando na boca do cano, movimento o êmbolo de modo a aumentar o comprimento da coluna de ar no cano. Fique atento à intensidade sonora. Quando a intensidade atingir um máximo meça o comprimento h1 (meça diretamente a cavidade dentro do cano). Repita o procedimento de modo a obter h2 e h3. Tabela 1 – Medidas realizadas pelo estudante 1. h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm) h4 (cm) 12,5 44,0 74,5 105,5 1.4 Fazendo um rodízio nas atividades de cada estudante para permitir medidas independentes, repita o procedimento anterior de modo a obter mais dois conjuntos de dados. Tabela 2 – Medidas realizadas pelo estudante 2. h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm) h4 (cm) 13,0 44,0 75,0 105,5 Tabela 3 – Medidas realizadas pelo estudante 3. h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm) h4 (cm) 12,5 43,5 74,5 105,9 Página | 6 1.5 Anote na Tabela 4 as medidas obtidas independentemente e calcule a média. Tabela 4 – Medidas individuais e valores médios. Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm) h1 (cm) 12,5 13,0 12,5 12,7 h2 (cm) 44,0 44,0 43,5 43,8 h3 (cm) 74,5 75,0 74,5 74,7 h4 (cm) 105,5 105,5 105,9 105,6 1.6 Anote a temperatura ambiente: tA = 24,3 ℃. 1.7 Meça o comprimento máximo que a coluna de ar pode ter no cano utilizado: hmax = 111,0 cm. 1.8 Meça, com um paquímetro, o diâmetro interno do cano: dint = 4,7 cm. PROCEDIMENTO 2: Determinação da frequência de um diapasão. 2.1 Repita o processo anterior utilizando o diapasão fornecido no lugar do celular. Anote os resultados na Tabela 5. Tabela 5 – Medidas individuais e valores médios para o diapasão. Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média (cm) h1 (cm) 18,0 19,0 18,0 18,3 h2 (cm) 57,8 58,0 57,0 57,6 h3 (cm) 96,5 96,5 95,9 96,2 Página | 7 5. Questionário 1. Determine a velocidade do som: Resposta: Sabendo que a frequência utilizada na realização do procedimento 1 é 560 Hz, tem-se que: v1 = 2 ∗ (h2 − h1) ∗ 560 = 2 ∗ (43,8 −12,7) ∗ 560 = 34832 cm/s = 348,32 m/s v2 = 2 ∗ (h3 − h2) ∗ 560 = 2 ∗ (74,7 − 43,8) ∗ 560 = 34608 cm/s = 346,08 m/s v3 = 2 ∗ (h4 − h3) ∗ 560 = 2 ∗ (105,6 − 74,7) ∗ 560 = 34608 cm/s = 346,08 m/s V (m/s) A partir dos valores médios de h1 e h2 348,32 A partir dos valores médios de h2 e h3 346,08 A partir dos valores médios de h3 e h4 346,08 Valor médio 346,83 2. Calcule a velocidade teórica do som no ar, utilizando a equação termodinâmica: V = 331 + 2 3 ∗ T em m/s onde T é a temperatura ambiente, em graus Celsius durante o experimento. (A velocidade do som no ar a 0℃ é 331 m/s. Para cada grau centígrado acima de 0℃, a velocidade do som aumenta 2/3 m/s). Resposta: Levando em conta que a temperatura obtida no experimento foi de 24,3℃ V = 331 + 2 3 ∗ T = 331 + 2 3 ∗ 24,3 = 347,2 m/s 3. Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar obtido experimentalmente (questão 1) e o calculado teoricamente (questão 2). Resposta: Página | 8 Experimental (questão 1) Teórico (questão 2) Erro (%) V (m/s) 346,83 347,2 0,11 Legenda: Erro (%) = [1 – (Experimental (questão 1) / Teórico (questão 2))] x 100 O erro, que significa a distância do valor da Parte Experimental (questão 1) ao valor presente na Parte Teórica (questão 2), é aproximadamente 0,11%, o que significa que os cálculos foram feitos com uma boa precisão, não sendo necessário refazê-los. 4. Quais as causas prováveis dos erros cometidos na determinação experimental da velocidade do som nesta prática. Resposta: Há diversos fatores que podem influenciar nos erros cometidos durante a realização da prática, entre eles estão: - O ouvido humano não é o método mais eficiente para se determinar onde se encontra a maior intensidade (maior amplitude) de uma onda sonora. - O barulho das outras equipes, dos outros geradores de frequência e do ar condicionado. - A medição utilizando uma trena não ser a forma ideal de se obter uma medida perfeita. - A distância do aparelho gerador de frequência até o cano. 5. Nesta prática foram observadas experimentalmente quatro posições de máximos de intensidade sonora. Calcule as posições esperadas para o quinto e o sexto máximo de intensidade sonora. Esses máximos poderiam ser observados com o material utilizado nesta experiência? Justifique. Resposta: Levando-se em conta que a velocidade do som teórica é 34720 cm/s (questão 2) e que h4 = 105,2 cm (procedimento 1), temos que: 34720 = 2 ∗ (h5 − h4) ∗ 560 → 34720 = 2 ∗ (h5 − 105,6) ∗ 560 → h5 = 136,6 cm 34720 = 2 ∗ (h6 − h5) ∗ 560 → 34720 = 2 ∗ (h6 − 136,2) ∗ 560 → h6 = 167,6 cm Não, pois o comprimento máximo que a coluna de ar pode ter no cano utilizado no experimento é 111,0 cm (procedimento 1) e o h5 e o h6 ultrapassam esse valor. Página | 9 6. Qual a frequência do diapasão fornecido? Resposta: Sabendo-se que a velocidade do som teórica, segundo a questão 2, para uma temperatura de 24,3℃ é 34720 cm /s, tem-se que: 34720 = 2 ∗ (h2 − h1) ∗ f1 e 34720 = 2 ∗ (h3 − h2) ∗ f2 Na Tabela 5: h1 = 18,3 cm , h2 = 57,6 cm e h3 = 96,2 cm Com isso, temos que: 34720 = 2 ∗ (57,6 − 18,3) ∗ f1 → f1 = 441,73 Hz 34720 = 2 ∗ (96,2 − 57,6) ∗ f2 → f2 = 449,74 Hz Logo, f = f1 + f2 2 = 441,73 + 449,74 2 = 445,74 Hz 7. Quais seriam os valores de h1, h2 e h3 se o diapasão tivesse a frequência de 660 Hz? (não considerar a correção de extremidade). Resposta: Considerando a frequência do diapasão igual a 660 Hz e a velocidade teórica do som no ar igual a 34720 cm/s (questão 2), temos que: v = λ ∗ f 34720 = λ ∗ 660 → λ = 52,6 cm h2 = 3 ∗ h1 λ = 2 ∗ (h2 − h1) → 52,6 = 2 ∗ (3 ∗ h1 − h1) → 52,6 = 4 ∗ h1 → h1 = 13,2 h2 = 3 ∗ h1 = 39,6 e h3 = 5 ∗ h1 = 66,0 h1 (cm) h2 (cm) h3 (cm) 13,2 39,6 66,0 Página | 10 6. Conclusão Nesse laboratório os alunos realizaram 2 procedimentos. No primeiro procedimento, os estudantes determinaram a velocidade do som no ar se utilizando de um gerador de frequência, um cano com êmbolo e uma trena. Eles colocaram o gerador próximo ao cano e moviam o êmbolo até o som ficar com intensidade máxima e mediam a distância dentro do cano com a trena e essa era a distância do primeiro ventre. Depois, se utilizaram do mesmo princípio para calcular a distância dos próximos 3 ventres. Logo em seguida, calcularam o valor da temperatura dentro do cano com um termômetro, o comprimento máximo da coluna de ar dentro do cano com a trena e o diâmetro interno do cano com um paquímetro. Com tais valores determinaram na questão 1 do questionário o valor da velocidade do som no ar segundo o experimento. No segundo procedimento, eles determinaram a frequência gerada por um diapasão. Calcularam a distância de 3 ventres até o êmbolo e, por meio da equação da questão 2 do questionário, descobriram a velocidade do som no ar a uma temperatura de 24,3 ℃. Diante disso, conseguiram determinar a frequência do diapasão. Vale salientar que, no decorrer dessa prática, os alunos aprenderam as equações relacionadas a velocidade do som no ar, assim como aplicá-las, além de praticar o conceito de algarismos significativos ensinados na Prática 1, aprimorando, assim, seus conhecimentos no ramo prático e teórico. Conclui-se que tais aprendizados serão colocados em prática em futuros projetos acadêmicos ou, até mesmo, na realização das avaliações as quais os alunos serão submetidos no decorrer do curso. Página | 11 7. Bibliografia ➔ Pierre Gassendi. Disponível em: < https://biomania.com.br/artigo/pierre- gassendi >. Acessado em: 22 set. 2018. ➔ D.A. Bohn, Environmental effects on the speed of sound, J. Audio Eng. Soc. 36, 223–31(1988). ➔ Velocidade do som. Disponível em: < https://www.infoescola.com/fisica/velocidade-do-som/ >. Acessado em: 22 set. 2018. ➔ Ondas sonoras. Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/ondas- sonoras/ >. Acesso em: 22 set. 2018. ➔ Ondas. Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/ondas/ >. Acesso em: 22 set. 2018. ➔ Ressonância. Disponível em: < https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/ressonancia.php >. Acesso em: 22 set. 2018. ➔ Ressonância. Disponível em: < https://www.infoescola.com/fisica/ressonancia/ >.Acesso em: 22 set. 2018. ➔ Figura 1 – Posições onde ocorrem ressonâncias. Disponível em: < https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Acustica/tubos2.php >. Acesso em: 22 set. 2018. ➔ DIAS, Nildo Loiola. Roteiros de aulas práticas de Física. Fortaleza, p.67-70, 2018.
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