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AET da Construção Civil no Levantamento de Paredes

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
APRESENTAÇÃO DE ARTIGO SOBRE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO COM FOCO EM UMA ATIVIDADE
Construção Civil: Levantamento de Paredes
				Orientadora: Roberta Martins Couto
Belo Horizonte
2014.1
1. OBJETIVO
Este trabalho apresenta a análise ergonômica durante a tarefa do levantamento de paredes em alvenaria, por trabalhadores de uma pequena empresa da construção civil.
2. METODO UTILIZADO
 
Foram utilizados métodos de observação direta do canteiro de obras e fotos para verificação do risco postural durante a realização das atividades.
ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
CONSTRUÇÃO CIVIL: LEVANTAMENTO DE PAREDES
3. INTRODUÇÃO
 A indústria da construção civil, por sua própria natureza, requer de seus colaboradores a realização de tarefas desgastantes e difíceis.
 Associa-se ao baixo nível de escolaridade e a treinamentos quase inexistentes e baixa remuneração.
 As ferramentas pouco programadas para a realização das tarefas, tornam a ergonomia extremamente necessária.
 Um dos problemas mais comuns com os trabalhadores da construção civil é o fato dos mesmos desprezarem os riscos existentes no ambiente de trabalho.
4. O TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
 Com os altos índices de produtividade as empresas integram cada vez o homem ao ambiente de trabalho, e esquecem as suas consequências .
 As condições ambientais são esquecidas, e os trabalhadores não têm parâmetros necessários para julgarem se estas condições são corretas ou não.
 A busca incessante por produtividade afeta muito a saúde do trabalhador, pois os mesmos tem em mente, quanto maior a produtividade, maior o recebimento pelas tarefas prestadas.
 A oferta de mão de obra para a construção civil é abundante, os trabalhadores acabam realizando as tarefas ordenadas, por sofrerem a pressão constante do desemprego.
5. OS RISCOS RELACIONADOS AO TRABALHO
 As lesões ocupacionais afetam a saúde física e mental do trabalhador, reduzindo sensivelmente sua capacidade funcional e sua produtividade, interferindo também na sua qualidade de vida.
Couto (2006) descreve que os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), abrangem quadros clínicos do sistema músculo esqueléticos adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições de trabalho. Dentro da indústria da construção civil, diversos motivos somam-se para seu aparecimento.
 Segundo Lida (1992) existe o sistema OWAS (Ovako Working Posture Analysing System), método que avalia a postura do dorso, braços, pernas e a carga manipulada pelo trabalhado em cada fase de trabalho, classificando as posturas dos trabalhadores em quatro categorias:
TABELA 1: Classificação das posturas pelo sistema OWAS
6. MATERIAIS E MÉTODOS
 Este trabalho apresenta a análise ergonômica durante a tarefa do levantamento de paredes em alvenaria, em uma visita do canteiro de obras, relatando a situação de trabalho e riscos ergonômicos.
 Foi realizada a pesquisa e questionário com os trabalhadores para coleta dos dados como idade, tempo de serviço em construção civil e queixas dolorosas.
 Para melhor visualização foram feitas fotografias 
7. ANÁLISE DOS RESULTADOS
 O material utilizado para o cumprimento das tarefas estava disponibilizado aleatoriamente ao redor do terreno de 220 m2, demonstrando um trabalho a mais para o carregamento dos materiais até o posto de trabalho.
7.1. As Atividades Durante o Levantamento de Paredes
O funcionário pega a massa do balde com a colher de pedreiro colocando-a sobre o tijolo a ser assentado;
Trabalhador põe massa no bloco para assentamento
Retira o tijolo do chão com a mão;
Trabalhador retira o tijolo do chão.
Coloca o tijolo no local do assentamento, apoiando-o com as duas mãos;
Bate por três vezes com a colher de pedreiro em cima do tijolo;
Retira o excesso de massa ao redor do tijolo assentado;
Trabalhador retira o excesso de massa.
Visualiza-se na seta “a” a flexão de punho com consequente movimento compensatório dos ombros e na seta “b” a colher de pedreiro pouco adaptada ao trabalhador necessitando a flexão de punho.
Devolve o excesso de massa ao balde;
Confere visualmente o tijolo assentado;
Verifica o prumo.
Trabalhador verifica o prumo.
						Trabalhador verifica o prumo
Eventualmente o trabalhador pega o carrinho de mão, sai do posto de trabalho, vai até o local de alojamento dos tijolos, carrega o carrinho de mão com os tijolos e retorna empurrando o carrinho de mão até o posto de trabalho. 
A jornada de trabalho no canteiro inicia às oito horas, terminando às dezessete horas, com pausa de uma hora para almoço. Não existem pausas de descanso regulares, além do período de almoço.
Outras fotos dos postos de trabalho:
Em determinados momentos o trabalho é realizado em andaimes.
Carrinho de mão transportado pelo trabalhador.
 
Locais com dificuldade de acesso para transporte de materiais.
8. Análise das posturas
 Foi realizada a avaliação das posturas utilizadas pelos trabalhadores para o levantamento de paredes.
TABELA: Categoria de risco das atividades de levantamento de paredes
 Verificou-se um maior risco durante as atividades de pegar a massa do balde e pegar os tijolos, devido as posições realizadas pela coluna vertebral e as repetições constantes dos membros superiores.
 Outro ponto crítico constatado, foi o posicionamento dos membros inferiores pelo tempo em que permanece de pé com pouco movimento.
 O risco postural durante a atividade de buscar os tijolos com o carrinho de mão, onde exige correções em curto prazo.
8. SUGESTÕES DE CORREÇÕES ERGONÔMICAS
8.1. No ambiente de trabalho
Maior integração entre os trabalhadores;
Instruções sobre saúde e segurança no trabalho;
Instalação de pausas regulares para recuperação física;
Organização e limpeza do canteiro de obras, minimizando os deslocamentos e proporcionando que estes estejam livres de obstáculos;
8.2. No posto de trabalho
Posicionamento dos materiais em frente aos trabalhadores, evitando o uso de torções de coluna;
Plataforma para colocação de materiais, evitando as inclinações de coluna durante o trabalho em pé;
Disponibilizar uma banqueta para evitar que o trabalhador ajoelhe-se no chão, durante as etapas iniciais do levantamento de paredes;
Utilização de colheres de pedreiro com cabo ergonômico, evitando desvios;
Utilização de tijolos menores, mais leves minimizando a carga ofertada aos membros superiores;
9. CONCLUSÕES
Na área da construção civil existem diversas atividades, mesmo analisando apenas um posto de trabalho, podemos observar inúmeras situações que podem colocar os trabalhadores em risco. 
Essa área depende muito das atividades braçais dos trabalhadores colocando os em constantes riscos, que muitas das vezes acabam sendo despercebidos. 
A análise ergonômica busca reduzir doenças ocupacionais, fadiga muscular, e situações que colocam o trabalhador em risco, minimizando perdas, danos e custos às empresas e melhoria no conforto e desempenho dos trabalhadores.

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