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CURSO de ENGENHARIA CIVIL APOSTILA de Ergonomia, Antropometria e Acessibilidade, e Segurança do Trabalho Material adaptado pelo Profº Luiz Carlos Cavalheiro São José, 2020.1 1- INTRODUÇÃO: O que é Ergonomia? Histórico e Fases da Ergonomia Abrangência da Ergonomia Desde os tempos do Homem das Cavernas, a Ergonomia já existia e era aplicada. Quando se descobriu que uma pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguda e transformar-se numa lança ou num machado, ali estava se aplicando a Ergonomia. Quando se posicionavam galhos ou troncos de árvores sob rochas ou outros obstáculos, como alavanca, novamente ali estava a Ergonomia. Portanto, a Ergonomia é a ciência aplicada a facilitar o trabalho executado pelo homem, sendo que se interpreta aqui a palavra “trabalho” como algo muito abrangente, em todos os ramos e áreas de atuação. O nome Ergonomia deriva-se de duas palavras gregas: ERGOS (trabalho) e NOMOS (leis, normas e regras). É uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano. CONCEITO IMPORTANTE: É uma ciência multidisciplinar que envolve aspectos ligados à anatomia, fisiologia, biomecânica, antropometria, psicologia, engenharia, desenho industrial, informática e administração, de maneira a proporcionar ao homem, mais conforto, segurança e eficiência em qualquer atividade. A ERGONOMIA TEM POR OBJETIVO ADAPTAR TUDO COM QUE O SER HUMANO SE RELACIONA ÀS CARACTERÍSTICAS DO PRÓPRIO SER HUMANO, A FIM DE PRESERVAR SUA SAÚDE FÍSICA, EMOCIONAL E PSÍQUICA. ERGONOMIA: palavra de origem grega ERGO = que significa trabalho NOMOS = que significa regras Para que isto seja possível, uma infinidade de outras ciências são usadas pela Ergonomia, para que o profissional que desenvolve projetos Ergonômicos obtenha os conhecimentos necessários e suficientes e resolva uma série de problemas identificados num ambiente de trabalho, ou no modo como o trabalho é organizado e executado. Exemplos: FISIOLOGIA E ANATOMIA ANTROPOMETRIA E BIOMECÂNICA HIGIENE DO TRABALHO E TOXICOLOGIA DOENÇAS OCUPACIONAIS FÍSICA Oficialmente, a Ergonomia nasceu em 1.949, derivada da 2ª Guerra Mundial. Durante a guerra, centenas de aviões, tanques, submarinos e armas foram rapidamente desenvolvidas, bem como sistemas de comunicação mais avançados e radares. Ocorre que muitos destes equipamentos não estavam adaptados às características perceptivas daqueles que os operavam, provocando erros, acidentes e mortes. Como cada soldado ou piloto morto representava problemas seríssimos para as Forças Armadas, estudos e pesquisas foram iniciados por Engenheiros, Médicos e Cientistas, a fim de que projetos fossem desenvolvidos para modificar comandos (alavancas, botões, pedais) e painéis, além do campo visual das máquinas de guerra. Iniciava-se, assim, a adaptação de tais equipamentos aos soldados que tinham que utilizá-los em condições críticas, ou seja, em combate. Após a guerra, diversos profissionais envolvidos em tais projetos reuniram-se na Inglaterra, para trocar idéias sobre o assunto. Na mesma época, a Marinha e a Força Aérea dos Estados Unidos montaram laboratórios de pesquisa de Ergonomia (lá conhecida por Human Factors, ou Fatores Humanos), com os mesmos objetivos. Posteriormente, com o Programa de Corrida Espacial e a Guerra Fria entre URSS e os EUA, a Ergonomia ganha impressionante avanço junto à NASA. Com o enorme desenvolvimento tecnológico divulgado por esta, a Ergonomia rapidamente se disseminou pelas indústrias de toda a América do Norte e Europa. Assim, percebe-se uma PRIMEIRA FASE da Ergonomia, referente às dimensões de objetos, ferramentas, painéis de controle dos postos de trabalho usados por operários. O objetivo dos cientistas, nesta fase, concentrava-se mais ao redimensionamento dos postos de trabalho, possibilitando um melhor alcance motor e visual aos trabalhadores. Numa SEGUNDA FASE, a Ergonomia passa a ampliar sua área de atuação, e passa a projetar postos de trabalho que isolam os trabalhadores do ambiente industrial agressivo, seja por agentes físicos (calor, frio, ruído, etc.), seja pela intoxicação por agentes químicos (vapores, gases, particulados sólidos, etc.). Em uma fase mais recente (TERCEIRA FASE), à época da década de 80, a Ergonomia passa a atuar em outro ramo científico, mais relacionado com o processo cognitivo do ser humano, ou seja, estudando e elaborando sistemas de transmissão de informações mais adequadas às capacidades mentais do homem, muito comuns junto à informática e ao controle automático de processos industriais. Tal fase intensificou sua atuação mais na região da Europa, disseminando- se a seguir pelo resto do mundo. Por fim, na atualidade, pesquisas mais recente estão se desenvolvendo em relação à PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO e na ANÁLISE COLETIVA DO TRABALHO. Especificamente a Escola Francesa de Ergonomia interessou-se por tais ciências e as vem divulgando pelo mundo, inclusive no Brasil. A primeira estuda as reações PSICOSSOMÁTICAS dos trabalhadores e seu sofrimento frente às situações problemáticas da rotina do trabalho, principalmente levando em consideração que muitas destas situações não são previstas pela empresa, e muito menos aceitas por estas. Já a Análise Coletiva do Trabalho estabeleceu um importante diálogo entre o Ergonomista e grupos de trabalhadores, que passam a expressar livremente suas críticas, idéias e sugestões relacionadas aos problemas que os fazem sofrer em seu trabalho, sem pressões por parte das chefias, o que é essencial. Com o objetivo de resumir o que vimos até aqui, vejamos a tabela a seguir, na qual podemos identificar as formas de atuação do Ergonomista e seus objetivos. Lembramos, ainda, que o OBJETIVO PRINCIPAL do Ergonomista é o de ADEQUAR O TRABALHO AO HOMEM, seja este trabalho de qualquer característica, em qualquer área de atuação. Portanto, qualquer agressão física ou psíquica deverá ser isolada ou eliminada em relação ao trabalhador. O próprio Itiro Iida – autor do livro “Ergonomia – Projeto e Produção” – reconhece que, atualmente, a contribuição da ergonomia não se restringe às indústrias. Os estudos ergonômicos são muito amplos, podendo contribuir para melhorar as residências, a circulação de pedestres em locais públicos, ajudar pessoas idosas, crianças em idade escolar, pessoas com deficiência e assim por diante. FASE ATUAÇÃO EXEMPLOS 1a DIMENSIONAL Botões, pedais, alavancas, painéis. 2a AMBIENTAL Cabines, salas, galpões, divisões, iluminação, ventilação, isolamento termo-acústico, cores nas paredes e objetos, sinalização. 3a ORGANIZACIONAL Horários, pausas para descanso, relacionamento entre trabalhadores e chefia, sono, rodízio em tarefas repetitivas, treinamento, integração. Como você pode observar a análise Ergonômica não é restrita, mas muito ampla e evoluiu com o passar do tempo. Não apenas devem ser levados em consideração os dados dimensionais do posto de trabalho e do ambiente à sua volta, mas também como o trabalho é organizado pela empresa. Veja alguns dos fatores organizacionais que devem ser observados: - A relação que existe entre os diversos segmentos hierárquicos da empresa (pois neles são tomadas decisões); -O treinamento dos trabalhadores, preparando-os ao tipo de trabalho que devem realizar, ocasião na qual os detalhes de segurança são passados; - A previsão de falhas que podem ocorrer no sistema produtivo (que independem da atuação dos trabalhadores), mas que influenciam diretamente na velocidade e ritmo dentro do qual o trabalho é realizado; - O dimensionamento da equipe de trabalhadores em função do número previsto de produtos a serem produzidos, ou de serviços a serem executados. Há três tipos distintos de análise da Ergonomia: Ergonomia física: está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo- esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas. Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM – domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele trabalho e gestão da qualidade. FATORES QUE INFLUENCIAM NA PRODUTIVIDADE Portanto, a ergonomia é o estudo de como seu corpo interage com seu ambiente quando você executa uma tarefa ou atividade. A ergonomia no trabalho, em particular, tem o objetivo de minimizar o esforço físico e desconforto, e maximizar a eficiência e produtividade, enquanto você faz o seu trabalho. 2- O Sistema homem x máquina x tarefa e ambiente – Orientação Postural Uma das obrigatoriedades estabelecidas pelo governo, por meio do Ministério do Trabalho e Emprego, é a de que as empresas devem dar orientação postural aos seus funcionários, para que evitem doenças de coluna. Tal obrigação está na NR 17 – Ergonomia, conforme o item 17.2.3: “17.2.3. -Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes”. O Setor de Segurança do trabalho da empresa deve programar palestras orientativas quanto à tal aspecto, informando aos trabalhadores os tipos de doenças que podem vir a adquirir, caso não respeitem ao procedimento de levantamento de cargas com flexão das pernas (correto), pois costumam fazer o contrário, ou seja, flexionam o tronco (errado). A Construção Civil e a Ergonomia O campo da Construção Civil apresenta as piores condições de segurança e saúde, em nível mundial, tendo exceções de poucas empresas que se preocupam com a saúde do empregado. No cenário brasileiro a construção civil é um dos setores mais dinâmicos da economia, ao mesmo tempo, um dos que apresenta maiores desafios para a saúde pública, especificamente para a saúde do trabalhador. A construção civil tem um papel importante quando se diz a contratação da mão de obra de milhões de brasileiros, sendo importante para a economia nacional. O setor é conhecido por sua capacidade de absorver grandes contingentes de trabalhadores, inclusive os de baixa qualificação. Estudos dizem que o nível de escolaridade do trabalhador da construção civil na grande maioria apresenta (77,17%) cursado o nível fundamental; aproximadamente 21% dos operários chegaram a concluir o antigo primário (4ª série) e ao redor de 18% deles pôde concluir o ensino fundamental. Após estudo observaram que 84% dos trabalhadores apresentavam baixa escolaridade, enquanto apenas 8% possuíam alguma instrução. No entanto, o nível de escolaridade do trabalhador brasileiro na construção civil vem elevando-se ao longo dos anos. A remuneração do trabalhador da indústria da construção civil também é baixa. Nos países da União Europeia, o número total de acidentes de trabalho e representado por aproximadamente 18% ou seja, cerca de 850 000 acidentes de trabalho com mais de três dias de trabalho perdidos em cada ano, isso no que diz respeito aos acidentes de trabalhos mortais, representando 24% (1300 acidentes de trabalho mortais em cada ano). Muitos trabalhadores abraçam o setor em virtude de não ter outra oportunidade de trabalho, quando uma das únicas saídas é ingressar na construção. Muitos tentam ganhar a vida por meio do trabalho autônomo, isto é, fazendo “bicos”. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que ao redor de 60% dos empregados na construção civil não são registrados. O setor agrega trabalhadores responsáveis pela preparação de terreno, construção de edifícios, construção de obras de engenharia civil, obras de infra estrutura para engenharia elétrica e de telecomunicações. Nessas áreas o trabalhador exerce atividades como limpeza e preparação do local, cavar buracos, operar ferramentas elétricas, máquinas, carga e descarga dos materiais de construção, mistura e colocação de concreto, fixações, serragem de madeira, montagem de estruturas, confecção de telhado, mistura de argamassa, reboco e demolição. Em algumas áreas de atuação não é possível a automação do serviço, submetendo os trabalhadores à manipulação e transporte manual de cargas pesadas e manutenção de posturas por tempo prolongado. Desta forma, apesar de sua constante evolução, a construção civil consiste em atividades que demandam grande esforço físico ao trabalhador, devido a uma rotina de trabalho de ritmo pesado e na maioria das vezes em circunstâncias inadequadas, sem pausas e com condições de trabalho mínimas. Na construção civil todas as informações devem ser passadas pelo engenheiro da obra para que os responsáveis por cada setor repassem as informações e tarefas para os demais profissionais envolvidos na obra. As atividades são caracterizadas pela utilização de trabalho braçal, onde geralmente os treinamentos ocorrem com a inserção direta do trabalhador no canteiro, onde aprende a função de servente através da observação dos colegas de trabalho que geralmente adotam vícios e posturas erradas. Após estudos realizados na construção civil a função que mais procurou tratamento no ambulatório de fisioterapia foi os pedreiros, seguida pelos serventes de obras e carpinteiros, que também são as funções com maior contingente no canteiro de obra. A função exercida pelo trabalhador da construção civil no canteiro de obras tem um impacto importante na prevalência de lesões. As manifestações patológicas relacionadas ao trabalho podem afetar uma região anatomicamente especifica ou acometer diversas áreas dos membros superiores ou inferiores. DOENÇAS ENVOLVENDO MÚSCULOS, TENDÕES E NERVOS - DORT Dezenas de doenças podem acometer músculos, tendões e nervos dos membros superiores e inferiores, bem como a região do pescoço. Até 1.998 eram conhecidas como LER – Lesões por Esforços Repetitivos, mas tal designação era, de fato errada, pois considerava, pelo nome, que as lesões seriam derivadas exclusivamente do fato da pessoa desenvolver atividades repetitivas. O que se descobriu depois é que existem muitos outros fatores que levam a tais tipos de lesões. Através de estudos e verificações constatou-se que esse termo estava sendo insuficientepara designar as formas clínicas que começaram a aparecer por consequência de atividades ocupacionais, por traduzir um mecanismo de lesão único e abrangente. Adotou-se então, a partir da década de 90, o termo DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) que permitiu ampliar os mecanismos de lesões, não só restritos aos movimentos repetitivos. Assim, a partir da publicação da Ordem de Serviço 606 do MPAS, a designação foi mudada para DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Esta designação, por sinal, indica que a lesão, para que seja reconhecida, deve ter nexo ocupacional. Tal designação não impede, contudo, que o trabalhador, mesmo que sofra fatores externos ao trabalho, como a prática de esportes (que também pode provocar lesões), não tenha no ambiente de trabalho, situações em que também esteja sofrendo riscos que levem ao desenvolvimento de lesões. CONCEITO: TRAUMAS OU LESÕES PROVOCADAS POR POSTURAS INADEQUADAS E ESFORÇOS EXCESSIVOS SOBRE MÚSCULOS, TENDÕES E NERVOS, QUE SE MANIFESTAM PRINCIPALMENTE NAS MÃOS, BRAÇOS, OMBROS E PESCOÇO. Quatro são os PRINCIPAIS FATORES DE RISCO que levam às lesões: 1 - POSTURA INADEQUADA (com ângulo-limite); 2 - FORÇA EXCESSIVA APLICADA NUMA REGIÃO DO CORPO; 3 - REPETITIVIDADE (fazer uma só coisa muitas vezes); 4 - COMPRESSÃO DE TECIDOS NUM PONTO DO CORPO PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE E O BEM ESTAR -A postura correta no ambiente de trabalho é fundamental para a manutenção da saúde e do bem estar. Projetamos nossa linha de produtos para que as pessoas possam trabalhar de forma segura e confortável, seguindo princípios de ergonomia laboral. Você e sua estação de trabalho: Segue algumas dicas para melhorar sua postura sentada no trabalho: -Utilize o encosto da cadeira, mantendo a coluna ereta, -Mantenha um ângulo de 90º entre o tronco e as coxas, -Evite girar ou inclinar o corpo para pegar objetos, deixe tudo ao seu alcance, -Manter o monitor na altura dos olhos, -Os pés precisam estar apoiados no chão ou em algum apoio, -Mantenha os cotovelos apoiados na altura da mesa, -Mantenha os punhos e coluna apoiados em posição neutra (alinhados/retos), Dicas para manutenção da postura em pé: -Flexionar os joelhos para levantar um peso e manter a carga próxima ao corpo, -Manter a coluna ereta ao levantar cargas por exemplo, carrinho de mão, -Evitar a rotação do tronco ao levantar pesos, -Evitar levantar grandes cargas, -Para evitar desconfortos se posicione sempre com os pés paralelos e na largura do quadril e com joelhos semiflexionados. 2.1- DOENÇAS - FASES Qualquer que seja o DORT que a pessoa venha a manifestar, sempre apresentará quatro fases distintas, que demonstram a evolução (piora) do quadro clínico: FASE I - Nesta fase o portador da doença pode referir sensação de peso e desconforto no membro afetado, dor espontânea localizada nos membros superiores ou cintura escapular, as vezes com pontadas que aparecem esporadicamente durante a jornada de trabalho e sem interferência com a produtividade. Não há irradiação nítida de dor e a melhora ocorre com o repouso. É em geral leve e fugaz estando geralmente ausentes alguns sinais clínicos característicos das afecções. O prognóstico é bom. FASE II - a dor é em geral mais persistente e intensa e aparece durante a jornada de trabalho de forma intermitente. É tolerável e permite o desempenho das funções laborais, mas já com reconhecida redução de produtividade nos períodos de exacerbação. A dor torna-se mais localizada e pode estar acompanhada de parestesia* e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. Pode haver uma irradiação definida, sendo a recuperação em geral mais demorada. Ocasionalmente pode aparecer quadro doloroso fora do ambiente de trabalho, durante atividades domésticas e ou sociais. O prognóstico é favorável. FASE III - a dor torna-se persistente, mais forte e com irradiação mais definida. O repouso em geral só atenua a intensidade da dor. São frequentes a perda de força muscular e parestesias. Há sensível queda de produtividade e pode surgir impossibilidade de exercer as funções laborais. Os sinais clínicos estão presentes, com edema frequente e hipertonia muscular constante. Ocorrem alterações de sensibilidade e força. Aparecem quadros com comprometimento neurológico compressivo. Neste estágio o retorno às atividades laborais é problemático. O prognóstico é reservado. FASE IV - a dor é forte, intensa e contínua, por vezes insuportável, levando o paciente a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor, que em geral se irradia por todo o membro afetado. A perda de força muscular e a perda dos movimentos se fazem presentes. As atrofias**, principalmente dos dedos, são comuns. A capacidade laboral é anulada e a invalidez se caracteriza. Neste estágio são comuns alterações psicológicas com quadros de depressão, ansiedade e angústia. * parestesia = sensações involuntárias manifestadas na pele, como queimação, dormência, coceira. ** atrofia = os músculos definham, há perda de movimentos, a pele fica sem elasticidade. 2.2- PREVENÇÃO Um programa de prevenção das Lesões por Esforços Repetitivos em uma empresa inicia-se pela criteriosa identificação dos fatores de risco (descritos anteriormente) presentes na situação de trabalho. A cada situação corresponde um conjunto de medidas de controle específicas, evitando o surgimento e a progressão da doença. A Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho estabelece que compete ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, para avaliar a adaptação das condições laborais às características psicofisiológicas do trabalhador. As medidas de controle a serem adotadas envolvem o dimensionamento adequado do posto de trabalho, os equipamentos e as ferramentas, as condições ambientais e a organização do trabalho. No dimensionamento do posto de trabalho, deve-se avaliar as exigências a que está submetido o trabalhador (visuais, articulares, circulatórias, antropométricas, etc.) e as exigências que estão relacionadas com a tarefa, ao material e à organização da empresa. Por exemplo, deve-se adequar o mobiliário e os equipamentos de modo a reduzir a intensidade dos esforços aplicados e corrigir posturas desfavoráveis, valorizando a alternância postural (flexibilidade). Sabe-se que os confortos térmico, visual e acústico favorecem a adoção de gestos de ação, observação e comunicação, garantindo o cumprimento da atividade com menor desgaste físico e mental, e maior eficiência e segurança para os trabalhadores. Quanto à organização do trabalho, deve-se permitir que o trabalhador possa agir individual e coletivamente sobre o conteúdo do trabalho, a divisão das tarefas, a divisão dos homens e as relações que mantêm entre si. A divisão das tarefas vai do seu conteúdo ao modo operatório e ao que é prescrito pela organização do trabalho. A Norma Regulamentadora 17 estabelece que nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: a) todo sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; b) devem ser incluídas pausas de descanso. O resultado do programa de prevenção depende da participação e compromisso dos diferentes profissionais da empresa: trabalhadores, supervisores, cipeiros, engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, médico do trabalho, gerentes e diretores. EXEMPLO: Cozinhas – layouts e medidas Depois de pensar e definir todas as necessidades do usuário do ambiente, listar o mobiliário e equipamentos necessários e avaliar setores e fluxosda cozinha está na hora de definir o layout. Layout: É a disposição física dos móveis e equipamentos em um determinado ambiente. O designer trabalha para conseguir o melhor layout possível. Este é o momento para se pensar sobre a circulação, uma vez que ela pode ser comprometida por uma abertura de porta ou gaveta. Então, faça uso das portas de correr ou dobráveis sempre que necessário. Com tudo isso em mente já é possível tratar do layout do espaço, vale lembrar que a circulação, na maioria do tempo, fica restrita a 3 pontos (geladeira, fogão e pia), por isso busque um layout que não afaste demais esses três pontos, evitando que se ande demais na cozinha. Layout triangular O ideal é que o usuário do ambiente se desloque o menos possível, precisando de menos esforço para realizar as tarefas. O layout triangular oferece essa situação. Perceba que a pessoa não precisa se deslocar no ambiente, mas apenas girar o corpo para conseguir acessar todos os principais pontos da cozinha. Layout linear É o mais utilizado, não por ser o melhor, mas em função do reduzido espaço das atuais cozinhas. Por acomodar todos os equipamentos e mobiliários em uma única parede, esse layout atende bem aos espaços pequenos nos quais a circulação pode ficar comprometida. NOTAS: Para uma pessoa em pé, o alcance máximo dos braços é de 55 cm a partir da articulação dos ombros. Dessa forma, recomendam-se para o dimensionamento de armários em cozinhas as seguintes regras: -Na de operação com as mãos, a faixa ideal situa-se entre 65 cm a 150cm acima do nível do piso, fora desta faixa o corpo necessitará realizar movimentos maiores, como inclinar o dorso. Em relação ao alcance máximo para cima, este deve ser de 1,2 vezes a estatura da pessoa, por exemplo, uma pessoa com 1,50 cm de altura, alcança até 1,80 cm com os braços esticados. Uma última dica sobre o layout: Economize trabalho! Agrupe elementos similares em função ou utilidade – lava-louças, pia, escorredor de pratos devem estar próximos, assim como fogão, fornos e microondas. Gavetas muito baixas causam esforço para serem alcançadas, assim como armários superiores muito fundos, por isso: evite-os! Por ser um posto de trabalho, a cozinha deve ser um local visualmente agradável, use texturas naturais como madeira, cores vivas, componha o ambiente com elementos decorativos e de paisagismo. Cuidado com as proporções! Em cozinhas muito pequenas devemos evitar equipamentos volumosos, busque o equilíbrio do conjunto. Medidas: As medidas ergonômicas não são universais. Para saber quais as melhores medidas, precisamos levar em conta o tamanho dos usuários dos espaços, ou seja, quem realmente vai morar na casa. As medidas apresentadas são apenas indicativo para o projeto. Espaço de circulação - 60cm Espaço de circulação: é o espaço que deve ficar livre para a passagem de pessoas. A circulação não deve interromper as atividades do ambiente zona de trabalho – 90cm -120cm Zona de trabalho: é o espaço necessário para que a pessoa utilize o mobiliário ou utensílios do espaço, ela varia conforme a profundidade do mobiliário (abertura de gavetas ou portas) e da própria atividade realizada. Profundidade de armários superiores não deve ser maior do que 30cm, enquanto que a profundidade dos armários inferiores não deve ser muito maior do que 60cm. O alcance máximo (sem esforço) de uma pessoa mediana é de 190cm aproximadamente, por isso, prateleiras e/ou puxadores não devem ficar acima dessa altura. No caso de existirem móveis baixos sob a prateleira/ porta sua altura baixa para 180cm. A altura dos olhos é de 160cm aproximadamente. A altura de uma bancada para refeições rápidas (essas medidas não servem para mesas de jantar), é de 105cm – 110cm. Se houver a necessidade de armários sobre essa bancada, esses devem estar a uma altura mínima de 75cm, assim como luminárias pendentes. A área de ocupação para cada pessoa em uma bancada (largura) é de 75 cm. 2.3- Análise Postural do Corpo Humano CONCEITO: A postura do corpo é compreendida como o arranjo relativo entre as partes que compõem este corpo. A BOA POSTURA é aquela que se caracteriza pelo EQUILÍBRIO entre os diversos segmentos corporais estruturais (ossos e músculos, de modo geral), protegendo o organismo contra agressões e deformidades. Na BOA postura, portanto, as estruturas orgânicas desempenham suas funções de modo eficiente. Por conclusão, a MÁ POSTURA pode ser conceituada como aquela em que há DESEQUILÍBRIO entre aquelas partes do corpo e também na qual o relacionamento entre as estruturas é ineficiente, induzindo o organismo à agressões e lesões diversas, localizadas ou generalizadas. FATORES QUE INFLUEM NA ADOÇÃO DE POSTURAS As posturas são intercaladas por gestos, que são adotados para a realização de tarefas. Mas é preciso analisar POR QUE os gestos são adotados pelo trabalhador, levando-o à adoção desta ou daquela postura. Vários são os FATORES que influem e, até mesmo obrigam o trabalhador à adoção de POSTURAS INADEQUADAS, levando seu organismo à agressões e lesões diversas. - Fatores relacionados à Natureza da Tarefa Dependendo do tipo de tarefa, esta é mais voltada à atividade mental ou à atividade física. Cada atividade implicará na adoção de posturas que correspondem à natureza. Exemplos: A- Um operador de painel que trabalha numa sala de controle de uma fábrica, sentado, observando dezenas de mostradores, controlando variáveis de um processo industrial. A atividade é de natureza mental. B- Um desenhista que está trabalhando em uma prancheta, executando um desenho técnico com instrumentos (esquadros, compasso, etc.). A atividade é de natureza mental, mas implica também em esforços físicos. C- Um estivador que trabalha junto à uma correia transportadora de sacos de café, no cais do porto. Seu trabalho implica em permanente movimentação e esforço físico. - Fatores Físicos Ambientais Compreendem aqueles relacionados ao ruído, calor, frio, iluminamento do posto de trabalho, no qual está o trabalhador. As pessoas nem percebem, mas estes são alguns fatores que implicam na adoção de posturas. Exemplos a seguir: A- Um metalúrgico controla a qualidade de peças produzidas numa linha de montagem e sua movimentação nesta linha, observando tais peças através de uma pequena abertura existente num tapume que serve de proteção. O tapume não foi previsto originalmente para a linha de produção, mas o próprio metalúrgico o colocou defronte à linha, pois as peças que por ali passam ainda estão incandescentes, irradiando calor em excesso, que não é suportado pelo organismo humano. O trabalhador acabou inclinando a cabeça até a altura da abertura existente no tapume, a fim de obter um ângulo de visão das peças. B- Um digitador trabalha sentado defronte à uma janela. A claridade vinda de fora lhe provoca ofuscamento e fadiga visual. O digitador procura desviar o olhar, mantendo a cervical rígida, para que o monitor de vídeo encubra o clarão da janela. Veja a Foto 01 Foto 01: janela atrás do micro produz ofuscamento (agente físico - iluminamento) - Fatores Dimensionais Os fatores dimensionais de um posto de trabalho são os que MAIS INFLUENCIAM na adoção de posturas e gestos dos trabalhadores. Referem-se ao tamanho e à localização de alavancas, botões, pedais, teclados, volantes, tampos de mesas e bancadas, comandos de máquinas e equipamentos. Também a presença de estruturas, degraus, passagens, influenciam na postura adotada. Exemplos a seguir: Ilustração 1: Operária trabalha em prensa: Banqueta permite que o joelho bata no painel. Tampa de proteção faz cotovelo ficar na altura do ombro. O encosto não está sendo usado = tensão muscularna região lombar. Foto 02: Bancada de trabalho para estanhar contatos eletromecânicos: O operário flexiona toda a coluna para obter alcance dos contatos, pois a bancada é muito baixa (Estatura do operário = 1,90 m). - Fatores Temporais São de grande importância, derivados de atividades desenvolvidas sob pressão de tempo, em função da tensão nervosa à qual o trabalhador se expõe. Vamos imaginar a situação de uma operária numa linha de montagem com esteira: O controle da velocidade da esteira rolante que corre junto às bancadas de trabalho não é da operária, sujeitando-a à velocidade imposta por sua chefia. Ela sabe muito bem que se a velocidade é aumentada na linha de montagem, um “recado” está sendo enviado à todas as operárias: “TRABALHEM MAIS RÁPIDO”. Tal situação leva muitas vezes a um descontrole emocional, pois estão sendo pressionadas a aumentar o ritmo de trabalho. Esta situação costuma fazer com que a concentração mental das trabalhadoras aumente muito, implicando-as a APROXIMAR O TRONCO E A CABEÇA AO PLANO DE TRABALHO DA BANCADA, ALTERANDO A POSTURA. É uma tentativa de se ficar “mais perto do trabalho”. - O TRABALHO NA POSTURA SENTADA - CONCEITOS A SEREM RESPEITADOS: 1) O ASSENTO: Superfície macia, com revestimento em espuma; Forração lisa, perfurada; Borda frontal arredondada; Altura regulável Giratório (sempre que possível). 2) O ENCOSTO: Altura regulável; Inclinável, conforme movimentos do tronco; Definição da inclinação (+ ou - ereto, com trava); Superfície macia, com revestimento em espuma; Forração lisa, perfurada; Espaço livre para a região sacrococigeana. 3) A BASE: Pés fixos para recepções, salas de aula comuns e auditórios; Pés com rodízios para trabalho de escritório e atendimento a público; Número de rodízios: cinco (menos que isto, pode desequilibrar e tombar); Estrutura em aço com revestimento em tinta epóxi eletrodepositada; Mecanismos macios, sem trancos nas travas. VEJA A ILUSTRAÇÃO A SEGUIR, E PERCEBA A IMPORTÂNCIA : MUITO IMPORTANTE: DE NADA ADIANTARIA ESPECIFICAR UMA CADEIRA COM TODAS AS REGULAGENS, CONFORTÁVEL, MAS NÃO OFERECER O APOIO PARA OS PÉS. A – Tampo de bancada muito alto, ou cadeira muito baixa. A postura corporal fica forçada, com braços e ombros elevados e ângulo do joelho acima da linha das nádegas. B - Tampo de bancada e assento da cadeira na relação adequada, mas se observa a ausência do APOIO PARA OS PÉS, que estão apenas tocando levemente o piso. Esta condição inicia um processo de má circulação sanguínea nas pernas, causando dormência e dores. Os pés devem estar com toda a sola “plantada” no piso. C – Cadeira muito alta, mantendo uma boa relação entre ombros e braços e a altura da bancada, mas oferecendo uma péssima condição para as pernas, pois os pés estão “flutuando” no espaço. A ausência do APOIO PARA OS PÉS é mais do que evidente, provocando esmagamento da parte inferior das nádegas e coxas, pressão excessiva na dobra inferior do joelho e falta de circulação sanguínea até os pés. Outra importante consideração refere-se ao assento muito macio, QUE NÃO OFERECE QUASE NENHUMA RESISTÊNCIA. Ocorre que a face posterior das coxas, quando encontra-se totalmente apoiada no assento, terá um lento, mas progressivo esmagamento de tecidos superficiais daquela região, com pressão exercida sobre os vasos capilares. Tal pressão dificultará a circulação sanguínea e os pés em breve ficarão “formigando”, mesmo que apoiados. Também é importante relatar o que acontece com o assento duro: Vejamos, como exemplo, o que ocorre com a cadeira de madeira. A superfície, não sendo revestida, produz uma concentração de pressão sobre a parte inferior da cintura pélvica, sobre duas tuberosidades localizadas na base da bacia. É que todo o peso do corpo que se encontra acima da bacia é concentrado nesta região, apenas sobre dois pontos, sem que haja uma distribuição da carga sobre uma superfície uniforme e mais ampla. 3- LEGISLAÇÃO DE ERGONOMIA- NR-17- Equipamentos, espécies ambientais e organização. Equipamentos dos postos de trabalho A Norma Regulamentadora nº 17, busca instituir métodos que ajuste e melhore as condições de trabalho, ocasionando conforto aos trabalhadores, além de trazer segurança e eficiência para a realização das atividades a serem desempenhadas. Logo, para alcançar tais propósitos faz-se necessário que os equipamentos sejam adaptados as características físicas e psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho que será realizado. Observa-se que o objetivo da NR-17 é aperfeiçoar o ambiente de trabalho, criando um local mais seguro e confortável. Assim, nas atividades que abranjam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia, deve: - Ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual; - Ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. Nota-se que a finalidade destas regras é evitar que a leitura de documentos ocasione problemas na visão e na postura do trabalhador, dentre tantos outros problemas de saúde que o não cumprimento das normas pode ocasionar. Já em relação aos equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem as empresas observar as seguintes regras: - Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; - O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; - A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; - Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. As regras acima podem deixar de ser aplicadas, quando a utilização de equipamento de eletrônico com terminais de vídeo forem usados eventualmente, desde que analisada a natureza das tarefas executadas, além da aplicação da análise ergonômica do trabalho. Para evitar acidente de trabalho, as máquinas e equipamentos eletrônicos devem possuir dispositivos de partida e parada, para que os trabalhadores possam desligar rapidamente em caso de risco, conforme prevê o artigo 184 da CLT. Além disso, as manutenções, limpeza e adaptações devem ocorrem com as máquinas desligadas a menos se o movimento for indispensável para atingir o objetivo (artigo 185 da CLT). Deste modo, as empresas devem ter consciência dos riscos que a utilização de máquinas e equipamentos eletrônicos pode trazer para saúde de seus trabalhadores, buscando aplicar a ergonomia no ambiente de trabalho. http://www.econeteditora.com.br/clt/nrs/nr_17.asp http://www.econeteditora.com.br/clt/nrs/nr_17.asp http://www.econeteditora.com.br/clt/artigos/clt_101_199.php#art184 http://www.econeteditora.com.br/clt/artigos/clt_101_199.php#art184 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.econeteditora.com.br/clt/artigos/clt_101_199.php#art185 Portanto, a aplicação da ergonomia evitará o desenvolvimento de doenças nos trabalhadores e até mesmo possíveis acidentes de trabalho com a utilização de máquinas ou equipamentos eletrônicos. Espécies ambientais do trabalho Para aplicação das condições ambientais do trabalho é necessário que se conheça o localde trabalho, logo, o ambiente deverá ser examinado por profissional qualificado que após a análise estabelecerá regras desde os móveis a serem utilizados pelos trabalhadores, até a postura dos mesmos. Assim, nos locais de trabalho que sejam solicitados empenho intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: - Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; - Índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC (graus centígrados); - Velocidade do ar não superior a 0,75m/s; - Umidade relativa do ar não inferior a 40%. Nota-se que em atividades que exijam concentração e a utilização do intelectual é necessário que não se tenha barulho, devendo as empresas seguir os índices acima, sob pena de autuação por parte do MTE. Além disso, as empresas devem observar a iluminação do ambiente, pois nos locais de trabalho a iluminação deve ser adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. Devendo seguir as regras abaixo em relação à iluminação: - A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. - A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. - Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. Portanto o empregador deve sempre examinar se a luz natural ou artificial não está interferindo na realização das atividades dos trabalhadores, por exemplo, o reflexo da luz na tela do computador pode causar esforço para enxergar. Assim, as aplicações de tais medidas podem poupar o esforço da visão dos empregados, evitando e prevenindo doenças relacionadas com a visão. Organização do Trabalho A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Desta forma a NR-17, estabelece que se deva levar em consideração, no mínimo: - As normas de produção; - O modo operatório; - A exigência de tempo; - A determinação do conteúdo de tempo; - Ritmo de trabalho; - O conteúdo das tarefas. Já nas tarefas que determinem sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: - Para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; - Devem ser incluídas pausas para descanso; - Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. http://www.econeteditora.com.br/clt/nrs/nr_17.asp A inobservância destas condições pode refletir no desenvolvimento de doenças profissionais como, por exemplo, a DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho). Portanto, para prevenir e evitar que os trabalhadores desenvolvam este tipo de doença as empresas devem buscar aplicar tais regras. Do Trabalho nas Atividades de Processamento Eletrônico de Dados Nestas atividades, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: - O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; - O número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a oito mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito da NR-17, cada movimento de pressão sobre o teclado; - O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de cinco horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no artigo 468 da CLT, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; - Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de dez minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; - Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a quinze dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo de oito mil por hora trabalhada e ser ampliada progressivamente. Observa-se, que as atividades de processamento eletrônico de dados são repetitivas e acabam causando grandes desgastes nos trabalhadores, que podem desenvolver problemas de saúde com facilidade, com o intuito de proteger e poupar danos a estes trabalhadores a NR-17 veio instituir tais regras que são de extrema importância para tais trabalhadores. Portanto, ao instituir tais normas, ganham os trabalhadores e o empregador, pela preservação da saúde e a diminuição de atestados e afastamentos junto ao INSS. http://www.econeteditora.com.br/clt/nrs/nr_17.asp http://www.econeteditora.com.br/clt/artigos/clt_401_500.php#art468 http://www.econeteditora.com.br/clt/artigos/clt_401_500.php#art468 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.econeteditora.com.br/clt/artigos/clt_101_199.php
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