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Trabalho de Contabilidade Ambiental

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
CONTABILIDADE AMBIENTAL
ADRIANO SELA
ANDRÉ ALEXANDRE SCHWARZ
CHRISTIAN CARLOS ROWER
LAÉRCIO RAMOS DO PRADO
RAFAEL TASSONIERO
PROFESSOR: VILMAR OENNING
CHAPECÓ (SC), MAIO-2009
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sumário
31 CONTABILIDADE AMBIENTAL	�
42 DESENVOLVIMENTO NO BRASIL	�
53 INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL NAS EMPRESAS.	�
74 Estudos de Casos - Custos Ambientais	�
74.1 Empresa Japonesa TANABE SEYIAKU	�
74.1.1 Introdução	�
84.1.2 MFCA – Material flow cost accounting	�
84.1.2.1 Histórico	�
84.1.2.2 Desenvolvimento do MFCA	�
104.1.3 Estudo de caso – MFCA na Tanabe Seyiaku	�
134.1.4 Considerações finais	�
134.2 Empresa Petrobras S/A	�
134.2.1.1 Investimentos no Meio Ambiente	�
154.3 Instituição - UNOCHAPECO	�
154.3.1 Custos ambientais	�
18REFERÊNCIAS	�
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CONTABILIDADE AMBIENTAL
Nas demonstrações contábeis evidenciam-se eventos e transações econômico-financeiros que refletem a interação da empresa com o meio ambiente. (Ribeiro, 2005,39)
A contabilidade, ao considerar suas dimensões jurídica, econômica, organizacional e social passa a ter como objetivo não apenas a avaliação econômica da entidade, mas também suas responsabilidades sociais. O ambiente em que as entidades atuam pode ter mais relevância para sucesso ou insucesso do que determinadas condições internas. (Ribeiro, 2005,40).
 Paiva, 2003,17, conceitua: 
A Contabilidade Ambiental pode ser entendida como a atividade de identificação dos dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de decisões.
Observa-se que a contabilidade ambiental tem por objetivo auxiliar os gestores no processo decisório, e fornecer maior transparência nas ações ambientais das entidades.
Gastos ambientais:
Entende-se que podem ocorrer dois tipos de gastos: Os voluntários e os involuntários 
Observa-se que os gastos voluntários são aqueles realizados espontaneamente pela empresa, pelo fato de constituírem-se em uma prevenção antecipada de despesas futuras Nota-se que os gastos involuntários são os desembolsos relacionados às imposições legais e penalidades diversas resultando ou não em litígios (Paiva, 2003, 45). 
	Gastos de aquisição ou desenvolvimento de tecnologias antipoluentes apesar de no curto prazo impactar no fluxo de caixa das entidades, pode transformar-se no futuro em investimento, gerando fluxos positivos e rentabilidade. Pode citar como benefícios as economias de custos, otimização de produtividade, redução do volume de gastos com recuperação de áreas degradadas, multas e ressarcimento por danos ambientais provocados. (Ribeiro 2005, 45). 
Dessa forma evidencia-se que a empresa pode optar por um desembolso voluntário no curto prazo esperando dessa forma evitar gastos involuntários futuros, refletindo em melhores resultados econômicos, e por conseqüência em menores impactos ambientais.
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DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
A contabilidade ambiental está cada vez mais presente nas organizações, mas muitas delas usam o fator ambiental para se promover e com ações de marketing.
A contabilidade ambiental no Brasil surgiu por volta da década de 70, mas somente nos últimos anos tem se dado uma maior importância devido às oscilações climáticas que estão acontecendo com maior freqüência.
Segundo o universo ambiental, “a Contabilidade Financeira Ambiental passou a ter status de um novo ramo da ciência contábil em fevereiro de 1998, com a finalização do "relatório financeiro e contábil sobre passivo e custos ambientais" pelo Grupo de trabalho Intergovernamental das nações Unidas de Especialistas em padrões Internacionais de Contabilidade e relatórios (ISAR – United Nations Intergovernanmental Working Group of Experts on International Standards of Accounting and Reporting)”.http://www.universoambiental.com.br/novo/artigos_ler.php?canal=4&canallocal=4&canalsub2=10&id=166
A contabilidade ambiental no Brasil ainda está no começo e a maioria das empresas mostra somente o lado bom e não o lado que prejudicaram o meio ambiente.
Conforme o universo ambiental, “A Contabilidade do Meio Ambiente tem crescido de importância para as empresas em geral, porque a disponibilidade ou escassez de recursos naturais e a poluição do meio ambiente tornaram-se objeto do debate econômico, político e social em todo o mundo”
Com o mundo inteiro voltado para ações ambientais das empresas torna-se cada vez mais imprescindível a contabilidade ambiental para indicar quais empresas estão valorizando o meio ambiente.
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INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL NAS EMPRESAS.
A Contabilidade ambiental vem se inserindo nas empresas com intuito de demonstrar os benefícios sociais da entidade. Ou seja, a contabilidade está passando a ter como objetivo avaliar não só a evolução econômica da entidade, como também suas contribuições e responsabilidades sociais/ambientais.
Atividades voltadas à preservação do meio ambiente, cada vez mais vem se tornando de suma importância para as entidades, tendo em vista a relação de interdependência entre as entidades e o meio ambiente. Além de realizar investimentos em infra-estrutura e demais elementos essenciais à operacionalização das atividades, as entidades estão percebendo a necessidade de investir na integridade do meio ambiente, para garantir sua própria sobrevivência.
Oferecer benefícios ao meio ambiente, esta se tornando o comportamento politicamente correto para a entidade conquistar “simpatia” perante a sociedade. As empresas vem tornando o conjunto de demonstrações contábeis, como instrumento para tornar público o desempenho e empenho da empresa quanto as suas ações voltadas a preservação do meio ambiente.
A responsabilidade ambiental das empresas deveria voltar-se à eliminação e/ou redução dos efeitos negativos do processo produtivo e à preservação dos recursos naturais, principalmente, os não renováveis, por meio de adoção de tecnologias eficientes, juntamente com o atendimento aos aspectos econômicos. Para proteger o meio ambiente, os investimentos das empresas deveriam ir muito além do cumprimento das exigências legais, como a instalação de equipamentos e tecnologias antipoluentes ou o envio de relatórios periódicos sobre as suas atividades aos órgãos governamentais.
Ressalta-se que os custos ambientais da entidade podem ser classificados como custos diretos e indiretos. 
Os custos Diretos são aqueles cujos fatos geradores afetam o meio ambiente e cujo impacto ambiental pode ser diretamente identificado, podendo ainda ser apropriados para um produto, tipo de contaminação ou programa de prevenção de contaminação particular.
 Os custos indiretos por sua vez, são os fatos geradores que afetam indiretamente o meio ambiente cujo impacto não pode ser diretamente identificados uma ação poluidora de responsabilidade da entidade, ou seja, são os que não têm vínculo causal direto com o processo e a gestão ambiental, tais como treinamento ambiental, manutenção de registros e apresentação de relatórios.
Ainda quanto à classificação dos custos ambientais, os mesmos podem ser classificados como Custos Externos e Custos Internos.
Os Custos Externos são os custos que podem incorrer como resultado da produção ou existência da empresa. São difíceis de medir em termos monetários e geralmente estão fora dos limites da empresa. São exemplo de custos externos, os danos que são pagos a outros, como conseqüência de eventos ambientais, como danos causados na propriedade de outros, danos econômicos a outros e danos aos recursos naturais.
 Já os custos internos são aqueles que estão relacionados diretamente com a linha de frente da empresa, e incluem os custos de prevenção ou manutenção e são fáceis de serem identificados.
A entidade que possui umacontabilidade de custos funcionando de forma efetiva poderá visualizar qual é o seu lucro ambientalmente correto, o significa que a entidade poderá avaliar se possui capacidade de gerar resultados econômicos positivos, respeitando o meio ambiente, ou seja, sem causar poluição. Para isso, na Demonstração do Resultado do Exercício, deveria ser possível identificar o lucro apurado que não causou nenhum dano ambiental.
De acordo com Tinoco e Kraemer (2004 p.152) “a utilização da Contabilidade de Gestão Ambiental pode proporcionar grandes reduções de custos na gestão de resíduos, dado que os custos de manuseio e de deposição de resíduos são relativamente fáceis de definir e de imputar a produtos específicos”. 
Desta forma, os custos ambientais seriam alocados somente aos produtos que os geraram, não distorcendo os custos e conseqüentemente a lucratividade dos demais produtos da entidade.
Tinoco e Kraemer (2004) destacam a importância do Custeio Baseado Nas Atividades na redução dos custos empresariais. Segundo os autores, nos sistemas de custos tradicionais, os custos ambientais dos processos são contabilizados como custos indiretos de fabricação e rateados aos produtos, sendo que esse critério pode distorcer os custos de formação de cada produto, os preços de venda e, por conseqüência afetar a continuidade da empresa.
O Custeio Baseado nas Atividades é de suma importância para as empresas, pois com ele, é possível identificar o valor dos custos corresponde a cada produto, permitindo melhor acompanhamento dos custos de formação de cada produto, bem como definir a formação do preço de venda com base em custos reais.
Estudos de Casos - Custos Ambientais
Dentro do que foi proposto para o presente trabalho abaixo descrevemos alguns exemplos de custos ou gastos ambientais ocorridos em algumas empresas que utilizam recursos ambientais, sendo uma empresa japonesa TANABE SEYIAKU, atualmente ligada Mitsubishi Tanabe Pharma, a empresa PETROBRAS e a uma instituição de ensino UNOCHAPECO- mantida pela FUNDESTE
Empresa Japonesa TANABE SEYIAKU
Introdução
A principal crítica aos métodos tradicionais de gerência contábil reside no fato que eles falham ao não incluir informações suficientes sobre impactos ambientes em relatórios para suporte a tomada de decisões. Milne apud Onishi et al. (2008, p. 395)
Neste sentido, várias técnicas de contabilidade gerencial ambiental foram desenvolvidas ao longo da década de 90 e nos últimos anos. Com exemplo cita-se o Custos do Ciclo de vida (Life-cycle costing), Contabilidade de Custos Total (Full cost accounting), Avaliação Total de Custos (Total cost assessment) e o Balanced scorecard para a sustentabilidade (Balanced scorecard for sustainability). Onishi et al. (2008, p. 395).
O Japão é um país que tem se destacado na adoção de políticas ambientais. O Ministério do Meio-Ambiente e o Ministério da Economia, Comércio e Industrial vem acompanhando a adoção de políticas experimentais que venham a reduzir os impactos ambientes em empresas de pequeno, médio e grande, porte, e as certificações ISO14001, sobre sistemas de gerenciamento ambiental.
Uma das ações adotadas pelo ministério da economia, comércio e indústria foi a de promover, em 1999, a adoção, por parte das empresas citadas, um sistema de gerenciamento ambiental, que incluía o uso do MFCA – Material Flow Cost Accounting, ou em tradução literal, Contabilidade de custos dos fluxos de materiais.
Kokubu et al. apud Onishi et al., (2008, p. 396) conduziu uma pesquisa em 2003 sobre o uso de dados de custos ambientais em empresas japonesas. Como resultado, identificou que a maioria das empresas que efetuavam o registro dos custos, apenas o utilizam com o fim de demonstração para stakeholders externos, sem no entanto utilizá-los como material gerencial interno para tomada de decisão.
MFCA – Material flow cost accounting
Histórico 
MFCA foi desenvolvido na Alemanha por Strobel e Redmann, entre 2001 e 2002, como uma técnica para gerência contábil ambiental. Na seqüência, o Ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão expressou urgência no sentido fosse iniciado o uso do MFCA em algumas empresas, em caráter experimental. Várias empresas nessa ocasião foram escolhidas para integrar o projeto, dentre elas a Tanabe Seiyaku Co. Ltd. 
A maior parte das empresas que passaram a adotar esta metodologia, fizeram apenas como um custo especial, com finalidades de estudo, em incorporar os resultados ao seu sistema de informações corporativo. Entretanto, algumas empresas o integraram aos seus sistemas de controle, e passaram a utilizar os dados obtidos de forma contínua
Em 2004, segundo Kokubu apud Onish et al. (2008, p. 397) a implantação do MFCA na citada companhia obteve notório sucesso.
Desenvolvimento do MFCA 
O conceito original do método foi expresso por seus criados. MFCA é segundo Strobel e Redmann, um sistema que mede o fluxo de materiais e estoques em fábricas, em termos quantitativos e monetários.
Conforme pregado pela metodologia, os custos de produção podem ser divididos em três categorias: custo de materiais, custo do sistema, custo de entrega e desperdícios. Os custos de materiais são aqueles provenientes da compra de matérias primas. Os custos do sistema são os originados pelo transporte de materiais dentro da planta, e incluem o custo da mão-de-obra e a depreciação das máquinas. O custo de entrega e desperdícios refere-se a custos de transporte fora da empresa, e inclui os custos de pacotes e embalagens, custo do combustível de veículos e cargas para depósitos de lixo. Estes custos são incorridos baseados no fluxo de materiais físicos de produtos acabados para venda e geração de descartes (desperdícios e emissões) para gerar o mapa de fluxos e a matriz de fluxo de custos. 
Os desperdícios e emissões não agregam valor à empresa. Strobel e Redmann apud Onishi et al. (2008) também afirmam que os custos de materiais compõem um considerável percentual dos custos totais de produção e uma parcela consideráveis desses custos provêem de perdas de materiais. Um aspecto notável do MFCA é que os desperdícios, que foram previamente mensurados em aspectos quantitativos, agora são avaliados como custos também.
Imagem 1: Mapa conceitural do MFCA
Fonte: Mitsubishi Tanabe Pharma. Tradução nossa. Disponível em <http://www.mt-pharma.co.jp/shared/show.php?url=../e/company/csr-report/report25.html>
Em métodos tradicionais de custeio, a ênfase é o de efetuar a apropriação dos custos de materiais corretamente de acordo com o processo. A quantidade de material desperdiçado no processo de fabricação é menos importante. Este se deve ao fato que o custo de matérias-primas que acabam desperdiçados ficam escondidos nos custos do produto, e a empresa não consegue identificar desta forma os benefícios da redução de desperdícios. Sob este ponto de vista, é difícil de acreditar que uma empresa inicie ações concretas para redução de desperdícios na produção ao menos que saiba o quanto de benefício estas propostas podem acarretar.
Ao mensurar o custo do desperdício, algo que sistemas de custos tradicionais não o fazem, o MFCA ajuda na elaboração de ações concretas para melhorias no processo produtivo que reduzam tais desperdícios. Esta redução, não apenas reduz o impacto ambiental mas também reduz os custos totais. Os resultados são benéficos tanto para o meio ambiente como também refletem no resultado financeiro-econômico da empresa.
O MFCA atualmente está atraindo a atenção internacional. Foi introduzido como a principal técnica de gerência ambiental pelas Nações Unidas e pela Confederação Internacional de Contadores.
Como já citado no intróito, o Japão estimula o seu uso em empresas daquele país. Existe uma tendência de que a Coréia do Sul inicie também o desenvolvimento de ações com intuito de estender o uso naquele país.
Estudo de caso – MFCA na Tanabe Seyiaku
Atualmente, o caso de maior sucesso na implantação e operacionalizaçãodo MFCA é da empresa japonesa Tanabe Seyiaku, atualmente ligada Mitsubishi Tanabe Pharma. Eles integraram o sistema MFCA com o EPR da SAP para obter informações em tempo real.
Trata-se de uma companhia farmacêutica listada na Bolsa de valores de Tóquio, com sua matriz em Osaka. Ela iniciou a publicação um relatório ambiental no ano de 2000 e o relatório contábil-ambiental em 2001. 
Na Tanabe Seyiaku, em cada etapa do processo industrial, os desperdícios ou perdas são mensurados tanto quantitativamente quanto em termos monetários. Enquanto os principais materiais “deslizam” pela linha de produção até o departamento de embalagem, o mapa de fluxos demonstra que consideráveis custos de materiais são desperdiçados em cada departamento. 
A Tabela 1 demonstra uma matriz de fluxo de materiais consolidado para Ano fiscal de 2000 da companhia, que evidencia os custos de produção em três categorias (Custo de materiais, Custos de sistema, Custos de entrega e desperdícios), conforme apregoado pelo MFCA, e expresso neste trabalho no tópico 2.2.
Tabela 1: Matriz de fluxo de materiais. Período (04/2000-03/2001). Em milhares de ¥. 
	Custo de produção 
	Custo de materiais
	Custos de sistema
	Custos de entrega e desperdícios
	Total
	Produtos
	371.748
	1.296.134
	0
	1.667.883
	Perdas de materiais
	586.761
	628.345
	157.836
	1.372.942
	Materiais desperdiçados nas perdas
	(346.210)
	-
	(157.836)
	(504.046)
	Total
	958.509
	1.924.480
	157.836
	3.040.825
Fonte: Onishi et al (2008, p. 404). 
Após a coleta destas informações, e baseado nelas, a empresa pode evidenciar o montante de desperdício na unidade fabril de Onoda, e decidiu investir em instalações ambientais, no montante de 66 milhões de ienes em maio de 2003. Continuando a utilização do MFCA, a empresa evidenciou que apenas após um ano dos investimentos, foi possível recuperar o investimento realizado baseado nas melhorias de processos industriais nos tratamentos dos desperdícios de materiais. Além disso, uma planta de incineração de materiais pode ser desativada gerando redução de custos operacionais, além do ganho ao meio ambiente, pela redução de emissão de CO2. Onishi et al. (2008, p. 404).
No seu relatório ambiental do ano fiscal de 2007, a empresa demonstrou que haviam 22 casos de medidas de proteção ambiental implementadas no referido ano, que podiam ser avaliados em termos de recursos ambientais e em termos monetários. Segundo o próprio relatório, em termos de resultados de proteção ambiental, a empresa evitou a emissão de 346.9 toneladas de CO2 revisando a freqüência de ventilação do seu sistema de ar-condicionado. Também houve a redução de outros 196.2 toneladas de CO2 pela ativação de instalações para tratamento de efluentes de água e sólidos industriais. 
Pela reutilização de recursos, usando água condensada lançada diretamente nas caldeiras, houve a economia de 1.864 toneladas de água. Disso tudo, resulta uma economia efetiva de 59 milhões de ienes.
A Imagem 2 demonstra os efeitos da proteção ambiental, e a Imagem 3 os efeitos econômicos advindos da proteção ambiental. 
Fonte: Mitsubishi Tanabe Pharma. Disponível em <http://www.mt-pharma.co.jp/shared/show.php?url=../e/company/csr-report/report25.html>
Imagem 2 - Efeitos da proteção ambiental.
Fonte: Mitsubishi Tanabe Pharma. Disponível em <http://www.mt-pharma.co.jp/shared/show.php?url=../e/company/csr-report/report25.html>
Imagem 3 – Efeitos econômicos da proteção ambiental.
Cabe ponderar que o método de custeio vem ganhando notoriedade mundial. Como citado anteriormente, o governo japonês e a ONU vem acompanhando o desenvolvimento deste modelo de gestão de custos ambiental, e financiam projetos para sua implementação em empresas.
Considerações finais
O MFCA por si só não reduz impactos ambientais. Ele tem o caráter de demonstrar q quantidade de desperdício de materiais nas cadeias produtivas, e por fim o valor monetário destes materiais em separado, que em métodos de custeio tradicionais estariam sendo agregados como custo estritamente dos produtos acabados. 
Essa sua característica o torna apto a cumprir duas funções importantes: primeiro, de informar à comunidade aspectos quantitativos de suas ações ambientais, como tratamento de dejetos industriais, redução da emissão de gases, reaproveitamento de água, além é claro dos impactos de suas plantas e operações ao meio-ambiente; e segundo, o de prover os gestores do negócios com informações de uso dos custos de materiais nas plantas industriais, evidenciando desperdícios.
A redução dos desperdícios para ganhos financeiros, bem como o de consumo de recursos para ganhos ambientais dependem do desenvolvimento de ações da empresa no combate às causas dos desperdícios, ou na introdução de novos processos que visem racionalizar o seu consumo ou que o façam de modo mais efetivo, ou que reaproveitem recursos dantes tratados como resíduos. A efetividade das ações completa-se com a mensuração contínua de causas e resultados, para aperfeiçoamento contínuo de processos. 
Empresa Petrobras S/A
Investimentos no Meio Ambiente 
Atualmente todas as empresas que extraem recursos do Meio Ambiente, possuem uma responsabilidade na temática do desenvolvimento sustentável que pode ser atingida através de investimentos diretamente ligados a esse meio, em se tratando da empresas Petrobras, não é diferente, observa-se através de uma breve analise dos balanços sociais dos anos de 2007 e 2008 e o primeiro trimestre de 2009, nota-se que esta empresa realizou investimentos em 2007 a importância foi de R$ 1,976 bilhão em 2008 foi de R$ 1,7 bilhões e no primeiro trimestre de 2009 esse investimento já atingiu R$ 387.862 Mil . Dentro do processo de investimento com gastos ambientas pode-se destacar, os gastos ambientais relacionados com a produção/operação da empresa; gastos com projetos de recuperação de áreas degradadas, de reflorestamento etc.; gastos com equipamentos e sistemas de poluição, e ainda com patrocínios, dentro do tema patrocínio destaca-se recuperação e conservação de ambientes relacionados com corpos hídricos; implementação da gestão integrada de recursos hídricos; promoção e pratica de uso dos recursos hídricos, biodiversidade marinha e também em outros eventos relacionados. 
Nos aspectos ambientais de seus processos operacionais, incluem melhoria na gestão das emissões atmosféricas, redução do teor de contaminantes nos efluentes do consumo de água e energia, entre outros. Também se destacam a melhoria da qualidade e o desenvolvimento de novos produtos, como biocombustíveis e fontes de energia alternativas, além dos investimentos em pesquisa e tecnologia para aperfeiçoar o desempenho ambiental de processos e produtos.
 	Para exemplificar melhor os referidos investimentos descrevemos na tabela abaixo a descrição dos Gastos com o Meio Ambiente 2007, 2008 e 1º Trim.2009. 
Total dos gastos e investimentos em Meio Ambiente em MIL, comparado com o Resultado Operacional da Empresa 
Tabela 1
	Descrição / Ano
	 R$ MIL 
 –Investido
	 Resultado 
 Operacional
	
 % Sobre o RO
	Ações de Proteção Ambiental - 2007
	1.976.426
	35.977.804
	5,49 %
	Ações de Proteção Ambiental - 2008
	1.700.000
	48.204.798
	3,52 %
	Ações de Proteção Ambiental – 1º Tr. 2009
	992.172
	 8.439.487
	11,75 %
Fonte: www.petrobras.com.br. Elaborado nossa.
Observa-se que os investimentos realizados em Ações de Proteção Ambiental, representam um pequeno percentual se comparado com o Resultado Operacional da Empresa nos referidos anos da Analise. 
Total dos gastos e investimentos em Meio Ambiente em MIL, comparado com o Resultado Liquido da Empresa 
	Descrição / Ano
	 R$ MIL – Investido
	Resultado 
Liquido
	
% Sobre o RL
	Ações de Proteção Ambiental - 2007
	1.976.426
	170.577.725
	1,16 %
	Ações de Proteção Ambiental - 2008
	1.700.000
	215.118.5360,79 %
	Ações de Proteção Ambiental – 1º Tr. 2009
	992.172
	30.471.839
	3,256 %
Fonte: www.petrobras.com.br. Elaboração nossa.
Nota-se que os investimentos realizados em Ações de Proteção Ambiental, representam um pequeno percentual se comparado com o Resultado Liquido da Empresa nos referidos anos da Analise. 
Instituição - UNOCHAPECO
Custos ambientais
O presente estudo foi desenvolvido em uma instituição de ensino superior denominada UNOCHAPECÓ mantida pela FUNDESTE localizada na cidade de Chapecó-SC.
Devido a exigências de estar em conformidade com a lei a UNOCHAPECÓ possui contrato com a Servioeste Soluções Ambientais empresa para recolhimento de resíduos de laboratório Biotério.
	Com o objetivo prestar serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde, com qualidade, higiene e segurança, proporcionando uma melhoria na saúde pública, qualidade de vida e bem estar da comunidade com a preservação do meio ambiente, a Servioeste está passando algumas dicas a seguir:
Destine o lixo corretamente, o que é RSS no saco branco leitoso;
Lixo que não é contaminado em sacos pretos de lixo comum;
Recicle todo o lixo de seu ambiente, lembre-se RSS você paga para coletar;
Perfuro cortantes, em caixas apropriadas para armazenamento;
Produtos quimicos em local apropriado;
Remédios vencidos deverá ser coletada à parte, nunca dentro do saco leitoso;
Todo o material deverá ter a simbologia de produto infectante;
Todo o material coletado deverá ser armazenado dentro das bombonas próprias;
A Servioeste somente coleta produtos do Grupo A, E e B, como vem a seguir:
 
 Culturas e estoques de microorganismos, descartes de vacinas, resíduos de laboratórios de 			 manipulação genética, inoculação mista de culturas.
			 Armazenamento: Saco branco leitoso, conforme normas técnicas.
			 Tratamento: Incineração ou autoclavagem.
 
	 Carcaças, peças anatômicas e vísceras de animais submetidos a processo de 		 experimentação com inoculação de microorganismos.
	 Armazenamento: Saco branco leitoso, conforme normas técnicas
	 Tratamento: Incineração
			 Peças anatômicas humanas, feto (até 500 gramas ou inferior a 25 cm)
			 Armazenamento: Saco branco leitoso, conforme normas técnicas.
			 Tratamento: Incineração
			 Kits de linhas arteriais, endovenosas, filtros de ar, sobras de amostras de laboratórios 			 (fezes, urina e secreções), tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, peças anatômicas 			 (órgãos e tecidos, bolsas transfusionais).
			 Armazenamento: Saco branco leitoso, conforme normas técnicas.
			 Tratamento: Incineração
			 Órgãos, tecidos, materiais resultantes de indivíduos ou animais, com 
 suspeita de contaminação com príon (agente etiológico de encefalites transfusionais).
			 Armazenamento: Devem ser utilizados dois sacos vermelhos, conforme normas técnicas
			 Tratamento: Incineração
				
			 Produtos hormonais e antimicrobianos, citostáticos, antineoplásticos, imunossupressores, 		 antinetrovirais, medicamentos controlados pela portaria MS nº 344/98. 			 , Medicamentos Vencidos
			 Agulhas, lâminas de bisturi e barbear, escalpes, ampolas de vidro, lancetas, 
 utensílios de vidro.
			 Armazenamento: Coletores específicos para perfuro cortantes, conforme normas técnicas.
			 Tratamento: Incineração ou Autoclavagem.
	Para facilitar o entendimento demonstram-se acima os grupos de produtos que passam por um processo de reciclagem. Abaixo consta uma tabela que simplifica os devidos custos e gastos com o processo ambiental 
Tabela 1
	Descrição 
	Quantidade
	 Custos por Coleta- R$ 
	Grupo A/E
	300 Litros 
	350,00
	Grupo A2
	205 Kg 
	717,50
	Total
	
	 1.067,50
Observa-se que os dados acima coletados representam uma parcela de custos ou gastos ambientais e a sua ocorrência é mensal, devido á produção dos dejetos serem constantes verifica-se a necessidade da realização de coleta freqüentes nos laboratórios da UNOCHAPECO.�
REFERÊNCIAS
Análise dos Custos/Gastos Ambientas da Petrobras – Disponível em www.petrobras.com.br acessado em 10/ 05/2009 
Instituição de Ensino-Os Dados Coletados através de contato com o Setor Contábil da UNOCHAPECO, em 09/05/09. 
Mitsubishi Tanabe Pharma. Introducing Material Flow Cost Accounting (MFCA) in our push to simultaneously achieve reduction in our environmental burden and cost reductions. Disponível em <http://www.mt-pharma.co.jp/shared/show.php?url=../e/company/csr-report/report25.html
ONISHI, Yasushi; KOKUBU, Katsuhiko; NAKAJIMA, Michiyasu. Implementing Material Flow Cost Accounting in a Pharmaceutical Company. In Environmental Management Accounting for Cleaner Production. Eco-efficiency in industry and science. Vol. 24. Springer.
Paiva, Paulo Roberto de. Contabilidade Ambiental: Evidenciação dos gastos ambientais com transparência e focada na preservação. São Paulo, Atlas, 2003.
Ribeiro, Maisa de Souza. Contabilidade Ambiental São Paulo, Saraiva, 2005.
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 Grupo B
Químicos
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Grupo E
Perfuro 
Cortantes 
 
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