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EDUCAÇÃO PARA CIDADANIA

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Mestrado em Ensino de História
Currículos e Avaliação.
EDUCAÇÃO PARA CIDADANIA
Sandro Marcos Lopes Braga Lima
Nesta porodução, iremos apresentar um pequeno discurso a respeito da função da educação em serviço da cidadania e da formação do cidadão, uma vez que entende-se que qualquer pessoa que é excluída do processo educacional, está, automaticamente, excluída do processo de cidadania. 
Material apresentado junto à 
Prof. Dra. Ana Claudia Correia Batalha Henriques, 
referente à disciplina Currículo e Avaliação 
do curso de Mestrado em Ensino de História. 
2017
Introdução
Uma das maiores missões do educador é fazer valer o poder transformador da educação. Entretanto, ao utilizarmos e reconhecermos as ferramentas de ensino e dos processos pedagógicos, nos deparamos com entraves e questões, sobretudo, entre o que é necessário ensinar diante do currículo pedagógico estabelecido por órgãos responsáveis pelos programas educacionais, podendo ele ser do Estado ou do sistema privado, e da aplicabilidade daquilo que se ensina. Este conflito, cada vez mais evidente, coloca em debate reflexões profundas a respeito dos novos caminhos da educação e, de fato, questiona qual o real papel dela no mundo contemporâneo.
Embora haja quem defenda e também quem observe como um grande obstáculo as inovações e tendências para os próximos passos, em todas as esferas da educação, dos ciclos básicos à ambientes acadêmicos, em unanimidade percebe-se a necessidade latente de direcionar o ensino para a formação do cidadão e da cidadania.
Em grande parte dos países cujo a democracia é exercida, as análises a respeito da educação como ferramenta formadora da cidadania tem sido cada vez mais frequente, uma vez que o aumento da participação da sociedade civil em resoluções de questões políticas, ambientais, sociais e econômicas que afetam indivíduos, sendo elas em esferas globais ou locais, se avolumam em escalas geométricas. Para isso, percebe-se, de maneira lógica e nítida, que a educação é responsável direta na contribuição destas relfexões e resoluções, pois, se tratando de uma ferramenta de formação, é, senão o único, o principal meio para que todos adquiram o conhecimento necessário para tal processo.
Deste modo, embora não haja de forma clara e uniforme, no meio político ou em órgãos responsáveis pelo desenvolvimento educacional, conceções a respeito da cidadania e educação para a cidadania, bem como com os processos pedagógicos que devem ser aplicados na direção deste propósito, o que deixa professores e gestores educacionais sem um elemento norteador para o desenvolvimento deste trabalho, compreende-se que a educação voltada para a formação da cidadania constitui em um dos principais objetivos do Sistema de Ensino
1. Entendimentos e conceitos de cidadania.
“A cidadania é uma invenção coletiva. Cidadania é uma forma de visão do mundo”.
(Paulo Freire)
A palavra cidadania deriva do latim civitas, que indicava o conjunto de direitos atribuídos ao cidadão ou cidade. Observa-se, no entanto, que o conceito prático de cidadania sofreu diversas variações e interpretações, bem como as próprias funções, ao longo da história. Este fenômeno de trasformação não se findou em momento algum, permanece vivo e em constante adaptação, de acordo com as necessidades sociais e culturais de cada país, povo e organização social.
No chamado republicanismo cívico, ao conceito de cidadania interpretava-se a ideia de preocupação com bens públicos, preocupações estas que se sobrepunha à desejos individuais. Assim, o termo “cidadania” fora utilizado originalmente na Roma Antiga para definir a situação e os direitos políticos que uma pessoa poderia exercer, sendo considerado cidadão apenas os grandes proprietários de terra e indivíduos que não se encontravam em situação de submissão a terceiros. Entretanto civilizações anteriores já possuíam este conceito estabelecido a partir de outros princípios, como por exemplo a estrutura de um “monoteísmo ético” do povo hebreu, a gerusia espartana – 28 membros ou Gerontes, com idade acima de 60 anos, que lideravam juntamente com os reis –, ou ainda a boulé ateniense, uma assembleia restrita de cidadãos encarregados de deliberar sobre os assuntos correntes da cidade. [2: PINSKY, Jaime. (2003)]
Esta conceção de cidadania conheceu sua face mais desconstruída na Idade Média, com as monarquias absolutistas e sofreu alterações, somente, já na transição da era moderna para contemporânea com as revoluções americanas e francesas, onde fora forjado, então, uma conceção liberal de cidadania, qual os cidadãos exerciam sua cidadania ao prevalecerem-se dos seus direitos para benefícios individuais, estando limitados somente pela garantia do pleno exercício de cidadania dos outros.
Observa-se, a priori, que a palavra cidadania obteve ao longo dos príodos históricos, diferentes interpretações e funções em diversas sociedades. Entretanto, embora imagine-se que atualmente estas interpretações possam parecer já consolidadas e fundamentadas por meios acadêmicos e intelectuais, a definição da palavra cidadania ainda sofre variações, não só tratando-se de uma macro-ótica, ou da própria aplicabilidade de sua função – sendo analisada a partir de culturas geográficamente distantes – mas como, também, varia de autores para autores.
Então, o que se cencebe por cidadania hoje ?
“Uma concepção democrática de cidadania liga-se aos debates actuais sobre a pós-modernidade e à crítica do racionalismo e do universalismo. Não se pode aceitar uma definição universalista abstracta de público, oposto a um domínio do privado, entendido como o domínio da especialidade e da diferença. Não podemos dizer, aqui terminam os meus deveres como cidadão e começa a minha liberdade como indivíduo. Estas duas identidades coexistem. Mas, é precisamente a tensão entre a liberdade e a igualdade que caracteriza a democracia moderna.” (Mouffe, 1996)
Conforme nos apresenta Marshall, cidadania refere-se a “um sentido direto de inclusão numa comunidade, baseado na lealdade a uma civilização que é propriedade comum”, ideia que pode ser complementada, se observarmos dentro de uma linha de raciocínio direta, ao classificarmos a cidadania, não só como um produto da capacidade do indivíduo exercer direitos nas escolhas e nas decisões políticas, como ainda de assegurar a sua total dignidade nas estruturas sociais. (Fernandes, 1998)[3: MARSHALL, T. H. – apud BARBALET, J. M. – A Cidadania, p.107.]
Assim sendo, poder-se-ia dizer que a cidadania pode ser conceituada a partir de uma estrutura piramidal em que a autonomia, a liberdade e a responsabilidade estão em constante diálogo em pról do bem social.
Poder-se-á, desta forma, classificar a educação, tendo o professor como mediador, como a principal ferramenta de acesso à este princípio, uma vez que a educação proporciona “o igual direito dos cidadãos ao acesso a uma informação pluralística, na sociedade na qual a produção e o consumo de informações tenham uma particular relevância” (Veca, 1990).
Por ora, acredita-se que a educação como uma ferramenta prática para a formação da cidadania, ou seja, para além da sala de aula, podemos encontrar, diante de uma infinidade de funções profundamente importantes, a finalidade comum de todo o processo de ensino. Compreendemos que estes processos são, então, o meio para se atingir o objetivo de construção e consolidação da cidadania. 
Visto isso, pode-se entender que a educação e seus processos, utilizados como ferramentas formadoras do cidadão, está ligada a construção permanente e ininterrupta da sociedade. Daí a sua importância quanto à aplicação e metodologias adotadas pelos professores, uma vez que, sendo ele o veículo norteador da formação, deverá ter consigo a exata noção de onde estará levando conhecimento e em qual finalidade ele exercerá seu papel cidadão.
2. A educação para cidadania.
	Nesta estapa, buscaremos entender o que de fato pode se considerar uma educação voltada para a formação cidadã. Aqui, nos parece quea esta questão conceitua-se de forma mais abrangente quando Paulo Freire nos aponta que “a escola cidadá é aquela que se assume como o centro dos direitos e deveres. O que caracteriza é a formação para a cidadania. A Escola Cidadã, então, é a escola que viabiliza a cidadania de quem está nela e de que vem a ela. Ela não pode ser uma escola cidadã em si e para si. Ela é cidadá na medida mesma em que se exercita na constrição da cidadania de quem usa o seu espaço. A Escola Cidadã é uma escola coerente com a liberdade. É coerente com seu discurso formador, libertador. É toda escola que, brigando para ser ela mesma, luta para que os educandos-educadores também sejam elas mesmos. E como ninguém pode ser só, a Escola Cidadã é uma escola de comunidade, de companheirismo. É uma escola de produção comum do saber e da liberdade. É uma escola que vive a experiência tensa da democracia. (...)”[4: Arquivo Paulo Freire, São Paulo. Entrevista à TV Educativa do Rio de Janeiro. Março de 1997. ]
	Ao observarmos o mesmo conceito em Portugal, encontramos a análise de Roldão a resepito da temática pelo viés da cidadania em contexto curricular das escolas, utilizando as nomenclaturas no que tange as conceções e modalidades de implementação que assumira ao longo do exercício profissional da função. Neste âmbito, a autora destaca que a complexidade das interpretações em torno do termo cidadania, conforme já fora citado anteriormente neste mesmo material, implicara diretamente na construção e nas perspectivas curriculares educacionais, sendo elas influenciadas por todos os processos históricos, sócio-culturais, regionais e sócio-políticos ao que se refere ao conceito de cidadão em si, tão diverso quanto a própria estruturação do conceito de cidadania. 
	Assim, Roldão nos apresenta sete formas, não necessariamente sequenciais quanto a aplicabilidade da educação em sentido à construção da cidadania. Observa-se, então: (1) Disciplinas direcionadas para dimensões da cidadania com programas específicos. Elementos como as disciplinas de Desenvolvimento Pessoal e Social, aplicada durante a Reforma de 1989. (2) incorporação preferencial da educação para cidadania, com destaque para as disciplinas de História e Estudos Sociais. (3) organização e análise de assuntos transversais que abordem temas-problemas de àmbiro sócio-político. (4) Desenvolvimento de espaços e projetos interdisciplinares que dialoguem com a comunidade e região escolar. (5) programas educativos orientados para a formação pessoal e social do aluno. (6) concepção das disciplinas como ferramentas práticas para a formação para cidadania. (7) vivência institucional, vivência organizacional, ou seja, observar o proporcionar maior interação entre alunos e professores com a escola, criando assim um ambiente de contribuição para a educação para a cidadania.
	No mesmo sentido, Leleux (1998) nos apresenta um outra conceção utilizando exemplos franceses e belgas ao afirmar que as novas formas de educação para cidadania teriam três vertentes de aprendizagem, sendo elas voltadas ao âmbito individual, estando subdivididas – embora estreitamente ligadas - em autonomia intelectual e autonomia afetiva), de viés social (cooperativa) e pública (participativa).
	Desta maneira, portanto, entende-se que não há de forma alguma um discurso único, assim como não há meios de identificar ou produzir um conceito de curriculo educacional aplicável de maneira global voltado para a formação da cidadania, uma vez que os próprios conceitos de cidadania e de cidadão variam de região para região, cultura para cultura. 
3.Conclusão.
Diante dos inúmeros entraves interpretativos e linhas antagônicas de pensamentos ou ainda variação de conceitos de cidadania, entede-se que a fundamentação de uma ótica a respeito da educação para a cidadania perpassa por uma lógica específica a partir de uma profunda análise cultural local, sendo ela observada não apenas em âmbito nacional, como também faz-se necessário observar a comunidade qual a escola se situa e de que maneira esta comunidade dialoga com a escola diante da representatividade educacional.
Por outro lado, compreende-se necessário, não só pensar no âmbito estrutural, físico e intelectual, da escola, mas, sobretudo, repensar em todo processo de formação de professores, tornando ncessário e evidente a atualização contínua bem com o aperfeiçoamento das metodologias pedagógicas, fazendo com que estes estejam cada vez mais preparados para além do tocanto do conheimento específico de suas disciplinas, mas que possam igualmente estarem aptos a exercer o papel de educador diante de uma multiplicidade cultural que se trasforma e se insere, a passos largos, no panorâma escolar. Assim, acredita-se que tenhamos possibilidades de desenvolver educadores e formadores prontos para adaptar e elaborar meios para que os conteúdos acenem com a formação do cidadão e direcionem o pensamento crítico-funcional, fazendo das salas de aula um espaço prático de formação do cidadão e de interação social.
4. Bibliografia
VECA, Salvatore. (1990) Cittadinanza.: Riflessioni Filosofiche Sull’idea Di Emancipazione.
BOBBIO, Norberto. (1992) A Era dos Direitos. Rio de Janeiro. Campus.
MARSHALL, T.H. (1967) Cidadania, Classe Social e Status. Rio de Janeiro. Zahar Editores
PINSKY, J. (2003) Hebreus: Os profetas sociais e o Deus da cidadania. São Paulo, Contexto.
LELEUX C. (1997) Repenser l’education civique. Paris, Les Éditions du Cerf.
MOUFFE. C. (1996). O Regresso do Político. Lisboa. Gradiva.
ROLDÃO. M. C. (1999). “Cidadania e Currículo”. In Inovação.

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