Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* * EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES * * ABSORÇÃO DE ENERGIA PELOS TECIDOS * * HISTÓRICO Em 8/11/1895, Wilhelm Conrad Roentgen, procurando detectar a radiação eletromagnética de alta freqüência prevista por Heinrich Hertz repetiu em seu laboratório, na Universidade de Wurzburgo, Alemanha * * 2 anos após os trabalhos pioneiros de Roentgen, a primeira e imediata aplicação dos raios-x era a visualização das estrutura ósseas. Os raios-x permitiam a aplicação da fotografia para fins médicos e clínicos. Técnica difundida Falta de conhecimento Uso em diversas áreas * * fluoroscópio empregado nas grandes sapatarias, especialmente a partir de 1920 o cliente podia experimentar seus sapatos vendo a imagem dos pés e o contorno do calçado na tela fluorescente. O aparelho ficava geralmente no centro da loja e sua carcaça era feita de aço e madeira. * * RISCOS DE SAÚDE A enorme curiosidade levou muita gente a correr sérios riscos de saúde em suas tentativas de novas aplicações dos raios-x. 1896 alerta para o público sobre o perigo desses raios para os olhos. Muitos pesquisadores foram acometidos de úlceras, abscessos e graves queimaduras, que não cicatrizavam, levando a cirurgias desfigurantes, amputações ou mesmo à morte (câncer) ao trabalharem com raios-x sem a mínima proteção pessoal. Vítimas operadores de fluoroscópios de rua, que sofriam exposições repetidas. Vários perderam as mãos desenvolveram dermatites e queimaduras de pele pela exposição repetida aos raios-x durante anos. Os usuários que faziam tratamento de branqueamento da pele e de remoção de cabelos indesejados eram outras vítimas comuns * * APLICAÇÕES MÉDICAS Realizadas sem o conhecimento dos efeitos biológicos da radiação (os primeiros estudos sobre os efeitos desta na genética 1927 execução dos exames e de outras práticas sem qualquer tipo de proteção para o paciente (ou voluntário) e o operador do equipamento. Alguns médicos afirmavam necessidade de testes científicos e não comerciais para que compreendessem o real papel dos raios-x na terapia dos cânceres e outras doenças “o que se viu até agora em termos de aplicação dos raios desse tal de Sr. Roentgen é a eliminação temporária dos efeitos dos carcinomas, sujeitos a recidiva, metátase e difusão pelo sistema ”. O impacto das manchetes relativas à cura de doenças eram das mais apreciadas pelas pessoas, sem que houvesse preocupação com a real seriedade das pesquisas e dos pesquisadores responsáveis. * * EVOLUÇÕES MÉDICAS Progressos na física médica na década de 30 relacionados a quantidade de doses de radiação e seus efeitos biológicos 1944 – Strandqvist publicou resultados que relacionava o efeito da radiação sobre os tecidos e da dose com o tempo de administração. * * RESPOSTAS TECIDUAIS A RADIAÇÃO Efeito imediato a irradiação apresentam um tempo de latência muito curto e são consequência exposição aguda à radiação (dose alta recebida em um curto espaço de tempo). Alguns minutos ou dias após exposição Efeito tardio a irradiação surgem com um tempo de latência muito longo; alguns efeitos levam até anos para manifestar-se. Não aparente em meses ou anos Câncer * * INTRODUÇÃO Célula: ≈0.025mm 1mm = 40 células em fila Núcleo = 10 a 90% do volume celular * * DNA * * DNA Dupla hélice: 100 vezes MENOR do que a célula Maior lesão do DNA: quebra das cadeias de dupla hélice * * DNA Single strand break: reparada por mecanismos intracelulares Quebra de ambas as cadeias: provável morte celular * * MAIOR LESÃO CELULAR As estruturas sensíveis à radiação núcleo A célula contem numerosas macro moléculas só algumas essenciais à sua sobrevivência DNA Se uma molécula chave é destruída 90% ser morte celular alteração mutagênica Lesão no DNA é a principal causa de morte celular induzida pela radiação * * DANOS ESTRUTURAIS NO DNA Alteração súbita e herdável na estrutura do material genético Mutações: Somáticas: genes de células somáticas. Permanece restrita ao indivíduo que a porta Germinativas: células que originam gametas,sem uma causa aparente. Podem ser devidas a erros na replicação do DNA ou a mutagênicos químicos e físicos DELEÇÃO Anemia Falciforme * * AGENTES MUTAGÊNICOS FÍSICOS Temperatura: O aumento da temperatura promove a quebras das ligações entre os átomos. Radiações: Incluem radiações ionizantes de alta energia raios X, raios gama, nêutrons, e partículas beta e alfa Radiação não-ionizante de baixa energia luz ultravioleta * * DANOS INDUZIDOS POR RADIAÇÃO IONIZANTE ● Substituição de uma base por outra: Transição substituição de uma purina (A e G) por outra ou de uma pirimidina (T e C) por outra. Transversão troca de uma purina por uma pirimidina. * * DANOS INDUZIDOS POR RADIAÇÃO IONIZANTE Deleção ou adição de uma base em uma das fitas de DNA: Frameshift mutations alteram a estrutura de leitura de todas as trincas de pares de bases no gene a partir do ponto em que surgem. O trecho deixa de ser múltiplo de 3 mudando a leitura do segmento de DNA, o que resulta em aminoácidos alterados a partir daquele ponto. Formação de peróxidos Transferência de energia suficiente para permitir a ionização e formação de radicais livres a partir de diversas moléculas. Uma parte significativa dos danos celulares associados às radiações ionizantes deve-se a formação de radical hidroxila (OH∙) e O2 * * MECANISMO DE REPARO Por fotorreativação: Uma enzima fotorreativadora é ativada na presença de luz. Ela liga-se aos dímeros de pirimidina e utiliza a energia da luz para quebrar as ligações que formam o mesmo, restaurando a estrutura original da molécula. Por excisão: Processo multienzimático dividido em 4 etapas. Inicialmente, uma enzima endonuclease reconhece a distorção corta um dos filamentos próximo ao mesmo incisão. Em seguida, a DNA-polimerase I sintetiza um novo filamento, deslocando o filamento velho que contém o a distorção síntese de reparo. Um segundo corte além da distorção é feito pela exonuclease removendo-o do DNA excisão. Finalmente, o filamento recém sintetizado é unido ao original DNA-ligase. * * REPARO POR EXCISÃO 1- endonuclease reconhece o erro Marca o filamento Incisão * * REPARO POR EXCISÃO 2- DNA Polimerase sintese de um novo filamento, deslocando o filamento velho Síntese de reparo * * REPARO POR EXCISÃO Exonuclease corta além da distorção remoção do DNA Excisão * * REPARO POR EXCISÃO DNA ligase filamento novo unir ao original T * * A IMPORTÂNCIA RADIOBIOLOGIA NO FRACIONAMENTO DA DOSE * * Lesões induzidas num organismo pela radiação alterações químicas a nível atômico e molecular. As alterações biológicas resultantes da radiação tempo (período de latência) varia desde minutos, a semanas ou até mesmo anos Dependendo do sistema biológico e da dose * * CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES Direta e Indireta Alteração direta macro molécula biológica (DNA, RNA ou proteína) fica ionizada ou excitada por uma partícula ionizante . Incapacidade de concentrar energia Lesionada Morte Alteração indireta interações entre a radiação e o meio (ex.: citoplasma) criação de espécies quimicamente reativas interagir com a molécula alvo. 70% a 85% da massa dos sistemas vivos água Lesões induzidas por radiação ação indireta em moléculas de água. A absorção da radiação por uma molécula de água Íons instáveis e dissociam-se para formar radical livre HIDROXILA Os radicais livres difundem-se na célula LESÃO Principal de dano biológico causado por radiação de transferência linear de energia * * EFEITO RADIAÇÃO NA DUPLA HELICE DO TUMOR DIRETO: Quebra das pontes de H tumorais * * EFEITO DA RADIAÇÃO NA DUPLA HELICEDO TUMOR INDIRETO: Pacote de energia Quebra da ligação H2O H + OH Hidroxila (OH) ligará nas pontes de H tumor. * * * * * * REPARO VS LESÃO Existem mecanismos dentro das células conduzir a célula de volta ao seu estado inicial. Se a lesão for muito grave ou os mecanismos reparadores estiverem comprometidos ou oprimidos pela radiação excessiva a célula vai se transformar MORRER * * FRACIONAMENTO DA DOSE “Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais”. * * FRACIONAMENTO E LIMITAÇÃO DE DOSE ESCALONAMENTO DE DOSE Aumento do controle da doença Aumento da probabilidade de cura DIMINUIÇÃO DOS EFEITOS COLATERAIS Melhor qualidade de vida Melhor adesão ao tratamento * * EXERCÍCIO 1 - Diferencie e explique as Respostas teciduais a radiação. Explique o que são mutaçoes e quais as diferenças entre somáticas e germinativas. Quais são as alterações de DNA provocadas por radiação ionizante? Explique o mecanismo de reparo do DNA por excisão. Diferencie os efeitos direto e indireto do pacote de energia atuando sobre a célula. Cite 2 fatores que influenciam para a escolha de fracionar a dose em um paciente * * RADIOBIOLOGIA CLÍNICA Objetivo: Controle tumoral com menor dano a tecidos normais Combinar diferentes modalidades de tratamento = melhor índice terapêutico Diferentes perfis genéticos = respostas diferentes ao tratamento * * QUESTÕES IMPORTANTES Diferentes cancros diferente evolução resposta diferente ao mesmo tratamento Tumores aparentemente idênticos tem evoluções diferentes em hospedeiros diferentes * * 4R´S Redistribuição no ciclo celular Reoxigenação das células hipóxicas Reparo ao dano subletal Repopulação * * REDISTRIBUIÇÃO DO CICLO CELULAR * * CONCLUSÃO RADIOBIOLOGICAMENTE: MORTE CELULAR Perda da capacidade proliferativa ou Perda da integridade reprodutiva PERDA DA CAPACIDADE DE SE DIVIDIR CONTINUAMENTE * * RADIAÇÃO X MORTE CELULAR Doses usuais de Rxt para morte celular: Morte Funcional Morte Reprodutiva ± 100 Gy < 2 Gy * * RECORDANDO O CICLO CELULAR INTÉRFASE - 90 % vida celular • G 1 (gap1) • S • G 2 DIVISÃO CELULAR - Mitose • Prófase • Metáfase • Anáfase • Telófase * * DIVISÃO CELULAR * * SENSIBILIDADE NAS DIFERENTES FASES NO CICLO CELULAR Células mais sensíveis na mitose ou próximo a ela G2 é uma fase usualmente sensível Resistência celular é maior na parte final de S G1 é uma fase de duração variada onde seu início é mais resistente que seu término * * SENSIBILIDADE NAS DIFERENTES FASES NO CICLO CELULAR Fase M os cromossomos estão condensados • Fase mais sensível Fase S os cromossomos estão dispersos • DNA duplicado, genoma replicado • Mais fácil o reparo dos danos sub-letais • Fase mais resistente * * * * * * REDISTRIBUIÇÃO DE DOSES NO CICLO CELULAR Radioterapia apresenta efeito diferente de acordo com a fase do ciclo celular Sincronização numa fase mais resistente Entre uma fração e outra, as células caminham para fases mais sensíveis * * REDISTRIBUIÇÃO DE DOSES NO CICLO CELULAR Ganho terapêutico, pois esse efeito de redistribuição ocorre para células com rápida proliferação. * * REOXIGENAÇÃO DAS CÉLULAS HIPÓXICAS Vários agentes químicos e farmacológicos possuem a capacidade de modificar os efeitos biológicos da radiação. * * OXIGÊNIO O aporte insuficiente de oxigênio aos tecidos orgânicos compromete as funções biológicas. A presença de hipóxia, definida como a redução da pressão parcial de oxigênio, influencia igualmente o comportamento dos tumores malignos e compromete a eficácia de tratamentos que dependam das condições fisiológicas locais para a sua ação. CARACTERÍSTICAS do O2. Mais simples Efeito mais significativo Implicações práticas óbvias * * A resposta tumoral à irradiação depende também do aporte de oxigênio às células malignas Eletroafinidade oxigênio liga aos elétrons gerados na ionização do DNA, causando danos a esta molécula A presença de quantidades adequadas de oxigênio Aumenta sensibilidade em 3 vezes (efeito oxigênio ou OER - Oxygen Enchancement Ratio) * * IMPORTÂNCIA DO OXIGÊNIO 1912, Swartz, Alemanha: Reação cutânea mais discreta produzida por aplicador de Rádio quando pressionado contra a pele. 1921, Holthusen: Áscaris resistentes à radiação na ausência O2. 1930, Mothram, Inglaterra: Curvas de sobrevida em “fatias” tumorais irradiadas na ausência ou presença de O2. * * MOMENTOS DA AÇÃO DO O2 Para o efeito do O2 ser observado, este deve estar presente durante ou microssegundos após a exposição à radiação (5ms). Produzem alterações nas moléculas de DNA, que resultam na expressão final do dano biológico. * * AÇÃO DO O2 E SEUS EFEITOS O2 reage com o radical livre – formando de um peróxido orgânico. Alteração da composição química do material exposto * * EFEITOS DO OXIGÊNIO * * * * CONTROLE E TAMANHO TUMORAL X HEMOGLOBINA * * SOBREVIVÊNCIA X HEMOGLOBINA * * HIPÓXIA CRÔNICA E AGUDA CRÔNICA: Descrita em 1955: Thomlison e Gray Resulta da difusão dificultada de O2 pela distância das células a partir do capilar. Estudos em células do epitélio brônquico demonstram células em contato nutridas entre si a partir do estroma (conectivo não funcional * * SECÇÃO HISTOLÓGICA DE CARCINOMA BRÔNQUICO HUMANO Variação com o raio do tumor. * * HIPÓXIA CRÔNICA Difusão de O2 a partir do capilar Distância que o O2 é capaz de percorrer 70 a 150 mm. Células intermediárias: Concentração de O2 suficiente para mantê-las viáveis, mas não o suficiente para torná-las radiossensíveis. * * HIPÓXIA CRÔNICA * * HIPÓXIA AGUDA Parada temporária da vascularização. Ocorre na maioria das vezes em pontos do tumor. Hipóxia intermitente. * * HIPÓXIA CRÔNICA E AGUDA * * REOXIGENAÇÃO Tumor com população mista: RxT mata as células mais oxigenadas. Reoxigenação é fundamental * * MECANISMOS DE REOXIGENAÇÃO 1. Lenta 2. Rápida * Relação com os diferentes tipos de hipóxia que as células se encontravam. * * REOXIGENAÇÃO LENTA Ocorre em dias. Tumor reduz o tamanho e células ficam mais próximas do vaso. * * REOXIGENAÇÃO RÁPIDA Reoxigenação rápida: Completada em horas. Recuperação das células que estavam agudamente em hipóxia. Células que estavam próximas aos vasos fechados. * * RELEVÂNCIA DA REOXIGENAÇÃO EM RXT Regimes multifracionados: Importantes para lidar com tumores com grandes quantidades de células hipóxicas. Melhor definição do padrão do fracionamento para cada tumor, conhecimento do tempo de reoxigenação individual. Hipóxia confere proteção significativa à radiação, e a alguns agentes quimioterápicos. * * REPARO AO DANO SUBLETAL Ação ou efeito de danificar, inutilizar, causar estrago. Mal ou prejuízo causado a alguém. * * CLASSIFICAÇÃO DOS DANOS Dano letal Irreversível e irreparável Morte celular Dano sub-letal Pode ser reparado em horas se não for adicionado um novo dano sub-letal. Dano potencialmente letal Pode ser modificado pelas condições do meio após a irradiação. * * DANO SUB-LETAL Pode ser reparado em horas se não for adicionado um novo dano sub-letal. É observado pelo aumento da sobrevida se uma determinada dose for dividida em 2 frações separadas por um intervalo de tempo. É de fundamental importância para o reparo de tecidos sadios. * * MECANISMO DE REPARO DO DANO SUB-LETAL A morte celular decorre de aberraçõesresultantes da interação entre duas quebras separadas no DNA. No intervalo entre as frações, a célula pode reparar um dos danos do cromossomo, evitando a interação. * * REPOPULAÇÃO A repopulação ocorre a partir do clone resistente. * * SERVIÇO SOCIAL EXERCÍCIO 2 Quais são os Rs da Radioterapia. Explique brevemente. Quais são as fases mais sensíveis e resistentes do ciclo celular para irradiação? Porque? Quais são os danos causados na célula pela irradiação? Qual a diferença entre eles? Como o Oxigênio influencia na destruição do DNA tumoral? Explique as diferenças entre Hipóxia Aguda e Crônica e a Relação destas a Oxigenação Rápida e Lenta. De que forma a reoxigenação lenta influencia na regressão do tumor? * * * * * Na sintese tem a replicaçao e a informaççao ta passando mt rapido da celula mae pra filha e não a radiacao consegue fazer sensibilização na mesma velocidade em que a celula esta se reproduzindo *
Compartilhar