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CONSCIENCIA FONOLÓGICA
Problematizando A Consciência Fonológica Em Fase De Pré-Alfabetização.
Heloisa Vieira de Souza.
Prof.Carolina Maiola
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED0688) – Pratica do módulo 
30/10/2014
RESUMO
Esta pesquisa aborda aspectos relacionados à estimulação das habilidades em consciência fonológica no processo de pré-alfabetização, com o objetivo de compreender quais são as práticas desenvolvidas com crianças em fase inicial de alfabetização e letramento no contexto escolar, que estimulam à consciência fonológica. O ensino da leitura e da escrita sofreu mudanças ao longo da história. Nas três últimas décadas, variados aspectos têm influenciado e transformado as formas segundo as quais esse ensino tem sido concebido e posto em prática. Fatores como os avanços teóricos na área,mudanças nas práticas sociais de comunicação e o desenvolvimento de novas tecnologias têm forjado novas propostas pedagógicas e a produção de novos materiais didáticos relacionados à alfabetização inicial e ao ensino de línguas em geral. Numerosos estudos tentam responder questões quanto ao “melhor meio de alfabetizar e letrar”, dentre estes existem os estudos que examinam a relação entre habilidades de consciência fonológica e o êxito na alfabetização.
Palavras-Clave: Consciência. Pré-Alfabetização. Letramento- Alfabetização.
1- INTRODUÇAO
Estudos relacionados à consciência fonológica afirmam que a aquisição da escrita exige que o indivíduo reflita sobre a fala, estabeleça relações entre os sons da fala e sua representação na forma gráfica.
Considerando as pesquisas e estudos realizados por Soares (2009) concebemos nesta pesquisa,a alfabetização como aprendizagem da técnica, ou seja, a apropriação por parte da criança do código de leitura e escrita alfabética e o letramento,como conjunto das práticas sociais que estão relacionadas com a leitura e escrita. Para Capovilla & Capovilla (2000), a aquisição da escrita está intimamente ligada à consciência fonológica, uma vez que para dominar o código escrito é necessária a reflexão sobre os sons da fala e sua representação na escrita. Eles apontam à necessidade de promover na escola, desde a etapa de Educação Infantil, oportunidades de reflexão sobre as palavras como sequencias de seguimentos sonoros.
Segundo Capovilla & Capovilla (1998), estudos enfatizam a importância do processamento fonológico para a leitura e a escrita; fator que vem demonstrando visivelmente a importância do processamento fonológico para cognição da leitura. 
2 - O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ARTICULADO AO DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Estudos apontam que as habilidades vinculadas ao desenvolvimento da consciência fonológica estão diretamente ligadas ao processo de alfabetização e conseqüentemente de letramento. Porém, antes de compreender a articulação entre consciência fonológica, alfabetização e letramento.
No Brasil, no campo da educação, a alfabetização é um tema que gera debates e que desperta preocupação entre educadores, educando e sociedade de uma forma geral. Isto porque, além das recentes mudanças na legislação referente aos Anos Iniciais, etapa onde inicia formalmente o processo de alfabetização, o Brasil registra ao longo de sua história alta índices de fracasso escolar, ligados diretamente a problemas no processo de alfabetização. 
Atualmente, novos estudos e teorias vêm ganhando destaque e fomentando discussões e reflexões relacionadas ao processo de desenvolvimento da leitura e da escrita. Essas teorias defendem que, para que este processo, denominado em um primeiro momento como alfabetização, se desenvolva, a fim de formar leitores e escritores cientes da função social da escrita, é necessário que ele aconteça de forma simultânea ao processo de letramento, que duma forma bastante simplificada, pode ser definido como: “[...] as práticas de leitura e escrita” (SOARES, 2009, p.18). 
Nas práticas pedagógicas tradicionais de alfabetização, o foco é ensinar os alunos a associar letras e fonemas, codificá-los e decodificá-los, ou seja, o foco é o que Soares (2003) define como “técnica”, onde o domínio desta técnica assume tamanha importância, que em muitos casos não sobra tempo, nem espaço para desenvolver outras habilidades ou conduzir o processo de forma significativa. 
O domínio da técnica, ou seja, estar alfabetizado é um fato importante, mas não mais importante do que o uso desta técnica em práticas sociais, o que vem a ser o letramento. Não é possível usar a técnica, sem conhecê-la, mas qual a validade de conhecê-la e não saber usá-la? O ideal seria aprender a técnica, fazendo uso da mesma, através de situações significativas, ou seja, promover a alfabetização alicerçada no letramento, considerando como definição de alfabetização “[...] processo de aquisição e apropriação do sistema da escrita, alfabético e ortográfico.” (SOARES, 2004, p. 14). Mas, esta alfabetização deve ser desenvolvida num contexto de letramento, definido como: 
[...] participação em eventos variados de leitura e escrita, e o consequente desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes positivas em relação a essas práticas. (SOARES, 2004, p.16) 
Ao considerar que os processos de alfabetização e letramento podem e devem ser desenvolvidos de forma articulada, visando uma aprendizagem efetiva e significativa, torna-se necessário refletir sobre os conhecimentos e habilidades que alicerçarão tais processos. Muitos desses conhecimentos e habilidades estão presentes ou relacionados ao campo da consciência fonológica.
O termo consciência fonológica é definido como sendo a consciência de que as palavras são constituídas por diversos sons ou grupos de sons, e que elas podem ser segmentadas em unidades menores (CAPELLINI & CIASCA, 1999; ZORZI, 2000). Sob essa denominação, estão envolvidos vários níveis de consciência fonológica, alguns se desenvolvendo espontaneamente e outros na dependência do domínio do código escrito. A consciência fonológica também se caracteriza por apresentar uma relação de reciprocidade com o aprendizado da leitura e da escrita.
Por ser um assunto relativamente novo e como Ferreiro (2004) salienta, por “tratar-se de um terreno delicado” é preciso dar relativa atenção ao fato de que uma coisa é a consciência das propriedades fonológicas das diversas variantes da fala e outra, bem diferente, é o uso do método fônico. O conhecimento da estrutura sonora desenvolve-se nas crianças ouvintes no contato destas com a linguagem oral de sua comunidade. É na relação dela com diferentes formas de expressão oral que essa habilidade metalingüística desenvolve-se, desde que a criança se vê imersa no mundo lingüístico. 
Capovilla & Capovilla (2000) salienta que sob a expressão “consciência fonológica” estão englobadas as habilidades em reconhecimento e produção de rimas e aliterações, análise, síntese, reversões e outras manipulações silábicas e fonêmicas, além de habilidades em realizar a correspondência entre fonema e grafema e vice-versa. Todavia, ressalta que o termo “consciência fonêmica” pode ser usado apenas como referência específica à consciência dos fonemas. 
A rima representa a correspondência fonêmica entre duas palavras a partir da vogal da sílaba tônica. Por exemplo, para rimar com a palavra GATO, a palavra deve terminar em ATO, pois a palavra é paroxítona, mas para rimar com CAFÉ, a palavra precisa terminar somente em É, visto que a palavra é oxítona. A equidade deve ser sonora e não necessariamente gráfica, ou seja, as palavras OSSO e PESCOÇO rimam, pois o som em que terminam é igual, independente da forma ortográfica. Já a aliteração representa a repetição da mesma sílaba ou fonema na posição inicial das palavras. 
Alguns pesquisadores realizaram estudos a respeito da consciência fonológica e comprovaram que a habilidade de detectar rima e aliteração é preditorado progresso na aquisição da leitura e escrita. Isto ocorre, porque a capacidade de perceber semelhanças sonoras no início ou no final das palavras permite fazer conexões entre os grafemas e os fonemas que eles representam, ou seja, favorece a generalização destas relações.
3 - CONSCIÊNCIA DE PALAVRAS 
 Representa a capacidade de segmentar à frase em palavras e, além disso, perceber a relação entre elas e organizá-las numa sequência que dê sentido. 
 Contar o número de palavras numa frase, referindo-o verbalmente ou batendo uma palma para cada palavra, é uma atividade de consciência de palavras. Por exemplo: Quantas palavras há na frase: "A menina come bolo". 
4 CONSCIÊNCIA DA SÍLABA
Consiste na capacidade de segmentar a palavras em sílabas, esta habilidade depende da capacidade de realizar análise e síntese vocabular. 
O estudo da consciência fonológica possibilita evidenciar os estudos psicogenéticos Zorzi (2003) faz uma análise da psicogênese da escrita relacionando-a com o desenvolvimento das habilidades de consciência fonológica. Segundo esse autor, a criança só avança para a fase silábica de escrita (de acordo com a classificação de Emília Ferreiro), quando se torna atenta às características sonoras da palavra, especialmente quando ela chega ao nível do conhecimento da sílaba. 
5 CONSCIÊNCIA FONEMICA
É a mais refinada da consciência fonológica que consiste na possibilidade de análise dos fonemas que compõem a palavra, sendo também a última a ser adquirida pela criança. É no processo de aquisição da escrita que esse tipo específico de habilidade passa a ser desenvolvida. 
 As escritas de um sistema alfabético, como o português, o inglês e o francês, por exemplo, permitem que os indivíduos tomem contato com as estruturas mínimas da linguagem: os fonemas; o que não é possível num sistema de escrita silábico ou ideográfico. 
Desta forma, percebemos que certo nível de consciência fonológica é imprescindível para a aquisição da leitura e da escrita, ao mesmo tempo em que, com domínio da escrita, a consciência fonológica se aprimora. 
Ou seja, estágios iniciais da consciência fonológica contribuem para o desenvolvimento dos estágios iniciais do processo de leitura e estes, por sua vez, contribuem para o desenvolvimento de habilidades de consciência fonológicas mais complexas. 
Atividades como dizer quais ou quantos fonemas formam uma palavra; descobrir qual a palavra está sendo dita por outra pessoa unindo os fonemas por ela emitidos; formar um novo vocábulo subtraindo o fonema inicial da palavra (por exemplo, omitindo o fonema /b/ da palavra BALA, forma-se a palavra ALA), são exemplos em que se utiliza a consciência fonêmica. 
Assim, a consciência fonológica associada ao conhecimento das regras de correspondência entre grafemas e fonemas permite à criança uma aquisição da escrita com maior facilidade, uma vez que possibilita a generalização e memorização destas relações (som-letra). 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao considerarmos que as crianças iniciam o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, e a reflexão sobre sons presentes nas palavras, antes mesmo da escola começar a alfabetizá-las, perceberemos a importância da estimulação das habilidades que embasam a consciência fonológica (MORAES, SILVA, 2010). 
A utilização de estratégias pedagógicas planejadas e organizadas pelos professores, envolvendo a relação entre consciência fonológica e a leitura e escrita, pode facilitar o processo de compreensão do sistema alfabético para as crianças que ingressam na escola. 
A exploração da consciência fonológica de forma complementar ao trabalho pedagógico, sem confundir essa relação com um método de ensino que aborda exclusivamente a correspondência fonográfica, como o método fônico, é indispensável ao desenvolvimento da linguagem escrita no processo de alfabetização. 
A utilização da consciência fonológica como sendo pré-requisito é um retrocesso, pois a leitura e a escrita são atividades complexas que exigem o intercâmbio social e, por esse motivo, possui muitos aspectos que relacionam e influenciam na sua construção. 
A exploração do uso da consciência fonológica no processo de alfabetização pode ser uma oportunidade de discutir e refletir sobre as semelhanças e diferenças entre as palavras e promover uma integração maior entre os diversos aspectos da oralidade e da escrita e, o espaço da Educação Infantil é o palco ideal para que isto se dê de forma lúdica e significativa.
 
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, E. B. C., MORAIS, A. G. E FERREIRA, A. T. B. As práticas 
cotidianas de alfabetização: o que fazem as professoras? In: Revista Brasileira de Educação. 
V. 13, n.38. maio/ago 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n38/05.pdf 
BASSO, F.P. A estimulação da consciência fonológica e sua repercursão no processo de 
aprendizagem lecto-escrita. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em 
Educação da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM. Santa Maria, 2006. Disponível 
em: http://cascavel.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=303. 
BRANDÃO, A.C.P.; LEAL, T.F. Alfabetizar e letrar na Educação Infantil: O que isso 
significa? Cap. 01, p. 15-31. In: BRANDÃO, A.C.P. ROSA, E.G.C (Orgs). Ler e escrever na 
Educação Infantil - Discutindo Práticas Pedagógicas. Autêntica, 2010
________. Problemas de Leitura e Escrita: Como identificar, prevenir e remediar numa 
abordagem fônica. 4. ed. São Paulo: Memnon, 2000. 
CAPELLINI, S.A. & CIASCA, S.M. Aplicação da Prova de Consciência Fonológica
(PCF) em escolares com dificuldade na leitura. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia. 1 (1), 
1999. 
FERREIRO, E. Uma reflexão sobre a língua oral e a aprendizagem da língua escrita.
Revista Pedagógica Pátio: leitura e escrita em questão, 2004.
MORAIS, A. G. SILVA, A. Consciência Fonológica na Educação Infantil: 
desenvolvimento de habilidades metalingüísticas e aprendizado da escrita alfabética. 
Cap. 04, p. 73-91. In: BRANDÃO, A.C.P., ROSA, E.G.C. (Orgs). Ler e escrever na Educação 
Infantil - Discutindo Práticas Pedagógicas. Autêntica, 2010. 
 
SOARES, M. Alfabetização e Letramento – 5 ed./ São Paulo: Contexto, 2007. 
________. A reinvenção da Alfabetização. Revista Presença Pedagógica. V.9, nº 52. Julho e 
agosto/2003. 
______. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, São 
Paulo, n. 25, p. 5-16, jan./abr. 2004.

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