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CARBOIDRATOS Profa: Juliana dos Santos Vilar 2 Carboidratos - Aldeídos ou cetonas poli-hidroxilados - Compostos que podem ser hidrolisados a aldeídos e cetonas poli-hidroxilados Definição Glicose Poli-hidroxialdeído Frutose Poli-hidroxicetona 3 Origem Fotossíntese xCO2 + yH2O Cx(H2O)y + xO2 clorofila luz 4 Principal componente da dieta Carboidratos 50-60% do VET Proteínas + 40-50% do VET Lipídios Importância 5 Importância Fonte e Armazenamento de energia 1g de CHO 17 KJ ou 4 Kcal Fotossíntese Glicose Polimerização Amido Glicogênio 6 Importância Sabor Preparo de alimentos - Adição de sacarose (açúcar comum) e amido (farinha, amido de milho, etc.) Tabela 1: Teor de umidade e CHO de alguns alimentos Alimento % Umidade % CHO Farinha de trigo 12 74 Arroz 12 80 Feijão preto 12 61 Pão 30 57 Mandioca 62 36 Milho verde 67 28 Batata doce 69 29 Batata inglesa 79 18 7 • Pão • Batata • Ervilha • Carne (em < quantidade) • Ovo • Algodão • Linho • Madeira • Papel Fontes 8 Carboidratos II. Classificação dos Carboidratos A. Número de átomos de carbono por molécula de CHO Triose – 3 átomos de carbono Tetrose – 4 átomos de carbono Pentose – 5 átomos de carbono Hexose – 6 átomos de carbono B. Número de moléculas de CHO no açúcar Monossacarídeos – 1 molécula de açúcar Dissacarídeos – 2 moléculas de açúcar interligadas Oligossacarídeos – 3 - 10 moléculas de açúcar interligadas Polissacarídeos - >10 moléculas de açúcar interligadas 9 Classificação CARBOIDRATOS Monossacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídieos 10 Monossacarídeos Características Aldeídos Cetonas hidroxilas cadeia não-ramificada ligações simples C C C H OH OH H O H H Gliceraldeído C C C H OH O H OHH H Dihidroxiacetona OHC HO C C OH H O H C H H CH OH C OH H H C C C C H O HO H H C C OH OH H OHH OH H H Glicose (aldose) Frutose (cetose) 11 Monossacarídeos Monossacarídeos 1. Triose – 3 carbonos c. Importante intermediário metabólito no metabolismo da glicose 2. Tetrose – monossacarídeo contendo 4 átomos de carbono C C C H OH OH H O H H C C C H OH O H OHH H a. Gliceraldeído b. Diidroxiacetona 12 13 14 Monossacarídeos – Forma Cíclica 5C 4C 3C 2C 1C O 6CH2OH HH OH OH H H OH H OH 5C 4C 3C 2C 1C O 6CH2OH HH OH OH H H OH OH H D-glicose -D-glicopiranose -D-glicopiranose OH4C HO 1C 2C OH H O H 3C H H 5CH OH 6C OH H H 5C 4C 3C 2C 1C OH 6CH2OH HH OH OH H H OH H O 15 Monossacarídeos 3. Pentose a. Monossacarídeos com 5 átomos de carbono b. Não existe em altas concentrações em plantas e animais c. Não é bem metabolizado d. Frutas e. Exemplos: 1. Ribose Componente do ATP, ADP, AMP, RNA 2. 2-deoxi--D-ribose Componente do DNA 16 Monossacarídeos Monossacarídeos f. Exemplos 3. D-xilose a. Parte de madeira de plantas b. Componente da hemicelulose 4. Arabinose a. Gomas b. Componente da hemicelulose o 17 Monossacarídeos 4. Hexoses a. Açúcar com 6 carbonos b. Mais abundante na natureza 1. -D-Glicose a. Principal fonte de energia b. Polímeros de glicose facilmente digeridos = Amidos alfa 18 Monossacarídeos 2. -D-Glicose a. Composição idêntica para -D-Glicose b. Polímero = Celulose beta 19 Monossacarídeos 3. – D– galactose a. Açúcar de 6 carbonos encontrado no leite b. Constituinte do açúcar do leite (lactose) 4. – D- frutose a. Açúcar de 6 carbonos b. Encontrado principalmente no mel e em frutas c. Componente da sacarose d. O mais doce de todos os CHO’s OH 20 Dissacarídeos Formação da Ligação Glicosídica a. Dois monosssacarídeos interligados b. Quando forma a ligação, uma molécula de H2O é liberada I – Dissacarídeos 21 Dissacarídeos II – Dissacarídeos Comuns A. Sacarose 1. -D-glicose + -D-frutose 2. Chamado de açúcar de mesa 3. Rapidamente e facilmente digerido 4. Fonte rápida de energia 5. Encontrado na cana e beterraba 6. Sacarase – enzima hidrolisa 22 Dissacarídeos II – Dissacarídeos Comuns A. Sacarose Quando utilizada na preparação de alimentos ácidos, se torna invertida dentro de algumas horas Açúcar invertido - forma de açúcar utilizado comercialmente porque é mais doce do que concentrações iguais de sacarose Ex: mel (invertase) 23 Dissacarídeos B. Lactose 1. -D-Galactose + -D-Glicose 2. Interligadas por ligação (- 1,4) 3. Chamado de açúcar do leite 4. Leite - dieta básica para animais jovens 5. Lactase – enzima hidrolisa 6.Intolerância a Lactose 24 Dissacarídeos C. Maltose 1. -D-Glicose + -D-Glicose 2. Interligadas por ligação (-1,4) 3. Derivado da digestão do amido 5. Maltase – enzima hidrolisa 25 Dissacarídeos D. Celobiose 1. -D-Glicose + -D-Glicose 2. Interligadas por ligação (-1,4) 3. Nenhuma enzima de mamífero consegue quebrá-la 4. Necessita de enzimas de microrganismos para quebrar a ligação 5. Ligação fundamental da molécula de celulose 26 Carboidratos III - Oligossacarídeos 1. Carboidratos com mais de 2 moléculas de açúcares 2. Fatores de flatulência (Leguminosas – feijão, soja) 3. Intermediários da quebra de polissacarídeos Exemplos: - Rafinose trissacarídeo = galactose + frutose + glicose Leguminosas, beterraba, algodão - Estaquiose tetrassacarídeo = 2 galactoses + 1 frutose + 1 glicose Leguminosas São resistentes à ação das enzimas digestivas: produção de gases intestinais, estufamento, desconforto abdominal - Frutoligossacarídeos (FOS) - Inulina Compostos funcionais - Prebióticos e fonte de fibras Polímeros naturais de frutose com 1 molécula inicial de glicose Adiciona fibra ao alimento sem aumentar a viscosidade Resistente à digestão – utilizado pelas bifidobactérias Fontes: trigo, cebolas, alho, banana, chicória, tomate, cevada, centeio, aspargo, etc. O consumo de 5 a 20g/dia (durante 15 dias) pode produzir alterações benéficas na composição da flora intestinal. Oligossacarídeos 28 Carboidratos IV - Polissacarídeos 1. Peso molecular relativamente alto 2. Moléculas grandes, mais de 1000 monossacarídeos 3. Grande quantidade da dieta de CHO vem dos polissacarídeos 29 Polissacarídeos 1 - Amido * Principal reserva de energia de plantas * Encontrado em grãos, tubérculos * Boa fonte de glicose * Duas formas de amido: 1,6 1,4 Amilopectina Amilose 30 Classificação POLISSACARÍDEOS - GLICOGÊNIO: Reserva animal de CHO - PECTINA: Mistura complexa de polissacarídios (frutas e vegetais) Desejável: formação de gel - geléias de frutas - GOMAS: Produzida por vegetais Espessante, estabilizante e gelificantes (sorvetes, molhos para saladas, etc.) 31 Polissacarídeos 2 - Glicogênio Similar a amilopectina Encontrado no fígado e no músculo 3 - Celulose Principal carboidrato encontrado no reino vegetal Cerca de 50% da matéria seca da planta Mais abundante composto orgânico da natureza Ligação (-1,4) 33 Amido Amilose - Polímero linearde unidades de glicose unidas por ligações (1 4) - Ligações (1 4): Estrutura em hélice ou espiral Interior: átomos de H Exterior: grupos OH 34 Amido Amilopectina - Polímero altamente ramificado, alto peso molecular - Cadeias de glicose unidas em (1 4), que se ligam a (1 6) - Proporção de ligações 1 6 e 1 4 é de 1:20 - Presente em todos os tipos de amido (75% grânulo) - Também forma dupla hélice ordenada 35 Representação esquemática das ramificações da amilopectina Estrutura molecular - Amilopectina 36 Amido 37 Propriedades - Amido Gelatinização Grânulos de amido + Água fria (suspensão) Aquecimento Dilatação dos grânulos Suspensão translúcida e mais viscosa 38 Propriedades - Amido Gelatinização 60º C 80 - 95º C Comportamento dos grânulos de amido frente ao tratamento térmico e excesso de água 39 Propriedades - Amido Gelatinização e Retrogradação Resfriamento rápido Solução de amido aquecida Precipitados microcristalinos Gel Resfriamento lento 40 Propriedades - Amido Retrogradação - Associação de amilose: Ligações intermoleculares - Acelerada por congelamento da solução - Predomina em amido com alto teor de amilose Sinérese Libertação de água anteriormente ligada à amilose 41 Propriedades - Amido Reação de Maillard - Descrita em 1912 por Louis-Camille Maillard Reação química entre um aminoácido ou proteína e um carboidrato redutor, obtendo-se produtos que dão sabor, odor e cor aos alimentos. Ex: Aspecto dourado de alimentos após assado 42 Reação de Maillard Alimento aquecido (cozido) Grupo carbonila ( -C=O ) do carboidrato + Grupo amino ( -NH2 ) do aminoácido ou proteína Diversas reações químicas Melanoidinas (cor e aspecto característicos) 43 Reação de Maillard Classificação Útil: Produtos da reação tornam o alimento mais aceitável, devido a cor e o sabor produzido. Prejudicial: Produtos da reação tornam o alimento com sabor e odor não aceitáveis. 44 Reação de Maillard Fatores que afetam a velocidade da reação - TEMPERATURA Reação lenta em baixas temperaturas Velocidade duplica a cada aumento de 10ºC entre 40 a 70ºC • Alimentos congelados ou resfriados armazenados por curtos períodos POUCO ATINGIDOS 45 Reação de Maillard Fatores que afetam a velocidade da reação - pH Reação é máxima em pH próximo da neutralidade Alcalino - rápida degradação dos CHOs Ácido - retarda reação 46 Reação de Maillard - ATIVIDADE DE ÁGUA (Aa) Aa > 0,9 velocidade de escurecimento Meios concentrados: Dificulta movimentação de íons e moléculas Fatores que afetam a velocidade da reação 47 Reação de Maillard - Natureza do CHO Decresce na ordem - monossacarídios - dissacarídeos - Natureza do Aminoácido Decrescente na ordem - aminoácido básico (lisina) - aminoácido ácido (glutâmico) - aminoácido neutro (glicina) Fatores que afetam a velocidade da reação 48 Reação de Maillard - Catalisadores Acelerada na presença de ânions (fosfato e citrato) < grau: ânions orgânicos (acetato) íons Cu2+ (100 ppm) em pH ácido: efetivo - Inibição da Reação Adição de SO2: estágios iniciais da reação (ácido sulfônico estável) Odor e sabor desagradável, destruição da vitamina B1 Fatores que afetam a velocidade da reação 49 Reação de Maillard Indústria de Alimentos - Formação do aroma e sabor de alguns produtos alimentícios Ex: café, cacau e amendoim- sabor e aroma típico após torrefação - devido Reação de Maillard e Caramelização Pão e carne assada - aroma típico devido Reação de Maillard 50 Reação de Maillard Indústria de Alimentos Patentes: Síntese de aromas sintéticos para carnes, chocolate e outros, baseados na reação de Maillard entre açúcares, aldeídos e aminoácidos 51 Referências Bibliográficas BELITZ, H. D.; GROSCH, W. Quimica de los alimentos. Zaragoza: Acribia. 1988. BOBBIO, P. A.; BOBBIO, F. O. Introdução à química de alimentos. São Paulo: Varela. 1989. BOBBIO, P. A.; BOBBIO, F. O. Química do processamento de alimentos. São Paulo: Varela. 2001. CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análises de alimentos. São Paulo: UNICAMP. 2001. FENNEMA. O.R. Quimica de los alimentos. Zaragoza: Acribia. 2000. MORETTO, E.; FELT, R.; GONZAGA, L. V. Introdução à ciência de alimentos. São Paulo: UFSC.2002. Obrigada!
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