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estudo de caso fundações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU CAMPINA GRANDE
ENGENHARIA CIVIL
ERICK DA SILVA PETRONIO
YGHOR SULPINO FRANÇA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ESTUDO DE CASO DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
Campina Grande
2018
ERICK DA SILVA PETRONIO
YGHOR SULPINO FRANÇA
ESTUDO DE CASO DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito parcial para conclusão do curso de ENGENHARIA
CIVIL da CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU -
UNINASSAU CAMPINA GRANDE
Campina Grande
2018
Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL
F814e
França, Yghor Sulpino. 
 Estudo de Caso das Principais Patologias em Residência
Unifamiliar / Yghor Sulpino França, Erick da Silva Petronio. -
UNINASSAU: Campina Grande - 2018
 38 f. : il
 Artigo Científico (Curso de Engenharia Civil) - Centro
Universitário Maurício de Nassau - Uninassau Campina
Grande - Orientador(es): Esp. Raquel Barros Leal
 1. Engenharia. 2. Patologia. 3. Prevenção. 4. Recorrente.
5. Residência. 6. Engineering. 7. Pathology. 8. Prevention.
9. Recurrent. 10. Residence. 
I.Título 
II.Esp. Raquel Barros Leal
UNINASSAU - CAM CDU - 624
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao curso de 
Engenharia civil da Faculdade Maurício de Nassau como requisito parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
 
Aprovado em: ____ de _______ de _____. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
__________________________________________ 
 Prof.ª MSc. Agda Cristina Tavares Guimarães - UNINASSAU-CG 
Examinadora (I) 
 
 ___________________________________________ 
Prof.ª D.ra. Rosa do Carmo de Oliveira Lima - UNINASSAU-CG 
Examinadora (II) 
 
____________________________________________ 
Prof.ª Raquel Barros Leal – UNINASSAU-CG 
Orientadora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS 
EM RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR 
 
 
Erick da Silva Petronio 
Yghor Sulpino França 
E-mail: erickpetronio013@hotmail.com 
yghorfranca@gmail.com 
 
 
RESUMO 
 
 
Patologia no campo da engenharia pode ser compreendida como o estudo das 
manifestações, técnicas, razões e origens das anomalias encontradas em edificações. 
Nesse sentido, o surgimento das patologias no ramo da construção civil ainda se dá 
fortemente devido aos inúmeros vícios construtivos. O presente artigo tem como 
objetivo analisar as manifestações patológicas mais recorrentes na construção civil 
encontradas em uma residência que tem idade de aproximadamente 5 anos, construída 
em concreto armado e alvenaria convencional e expor um estudo de caso que aborda 
os problemas patológicos, para que, com base nas bibliografias pesquisadas e 
estudadas, seja possível identificar causas, modos de prevenção e por fim propor 
maneiras de reparo para as anomalias existentes. Com o intuito de encontrar exemplos 
de deformidades, optou-se por estudar uma determinada residência e buscar por esses 
problemas patológicos, a fim de identificar e indicar quais métodos preventivos 
poderiam ser usados para que estas falhas fossem reduzidas ou completamente 
eliminadas. Após a identificação e análise das irregularidades observadas na habitação, 
foram traçados os problemas que acarretaram determinadas patologias e foram 
atribuídos métodos de prevenção e reparo. 
 
Palavras-chave: Patologia, Engenharia, Recorrente, Residência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASE STUDY OF MAIN PATHOLOGIES 
IN SINGLE FAMILY RESIDENCE 
 
 
Erick da Silva Petronio 
Yghor Sulpino França 
E-mail: erickpetronio013@hotmail.com 
yghorfranca@gmail.com 
 
ABSTRACT 
 
 
Pathology in the field of engineering can be understood as the study of the 
manifestations, techniques, reasons and origins of the anomalies found in buildings. In 
this sense, the emergence of pathologies in the field of civil construction still occurs 
strongly due to innumerable constructive vices. The objective of this article is to 
analyze the most recurrent pathological manifestations in the civil construction found 
in a residence that is approximately 5 years old, built in reinforced concrete and 
conventional masonry, and to present a case study that addresses the pathological 
problems, so that, with based on the bibliographies researched and studied, it is 
possible to identify causes, ways of prevention and finally propose ways of repair for 
existing anomalies. In order to find examples of deformities, we chose to study a 
particular residence and search for these pathological problems in order to identify and 
indicate what preventive methods could be used to reduce or completely eliminate 
these defects. After the identification and analysis of the irregularities observed in the 
housing, the problems that caused certain pathologies were traced and methods of 
prevention and repair were assigned. 
 
Keywords: Pathology, Engineering, Recurrent, Residence 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Desde a existência da humanidade e do início da civilização que o homem busca a 
melhor maneira de se manter abrigado, protegidos da chuva, do frio, do sol e dos 
animais perigosos. Esses homens eram conhecidos como nômades, pois não tinham 
moradia fixa. Eles moravam em locais onde podiam caçar, pescar, colher frutos e 
raízes, ou seja, dependiam da natureza para sobreviver. 
De início os primeiros homens se abrigavam em cavernas, com o passar do tempo 
sentiram a necessidade de melhoria dos seus abrigos, e isso foi possível com a 
descoberta de novos materiais, por exemplo, o barro (argila), que é utilizado até os 
dias de hoje. 
Assim, com a evolução das técnicas de se construir e o conhecimento sobre novos 
materiais surgiram às primeiras construções, e essas construções foram evoluindo até 
chegar aos padrões normatizados que existem hoje. Diante disso, surgiram os 
problemas, ou seja, as primeiras patologias, que hoje em dia é comum em pequenas e 
grandes obras, se tornando um impasse no ramo da engenharia, onde é preciso fazer 
um estudo mais detalhado sobre elas para prevenir ou tratá-las. 
“A patologia na construção pode ser entendida, analogamente à ciência médica, 
como o ramo da engenharia que estuda os sintomas, formas de manifestação, origens e 
causas das doenças ou defeitos que ocorrem nas edificações” (THOMAZ, 1989, apud 
BARRIQUELO, MORI, RODRIGUES 2012, p. 2). 
“Patologia pode ser entendida como a parte da engenharia que estuda os sintomas, 
os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis, ou seja, é o 
estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema. ” (HELENE, 1992, p. 19) 
Nesse contexto, nas últimas décadas, notou-se uma exigência maior dos 
consumidores em relação às construções. E isso ocorreu devido aos padrões técnicos 
estabelecidos pela norma de desempenho NBR 15575/2013 que fala sobre aspectos 
muito importantes de uma construção e tem como particularidade demonstrar as 
responsabilidades de cada um dos envolvidos: administradores condominiais, 
construtores, fabricantes de materiais, incorporadores, projetistas e os próprios 
usuários. 
Não só a norma de desempenho, mas também teve influência do Código de 
Defesa do Consumidor (CDC) mediante à lei 8078 de 1990, que estabeleceu normas 
de proteção e defesa para assegurar o consumidor, o qual é toda pessoa física ou 
7 
 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final (CDC, 
1990). 
Com isso, o cliente passou a ter mais conhecimentosobre os seus direitos, e as 
empresas de construção civil a ter maior comprometimento com a padronização de 
suas técnicas construtivas. Por consequente, o ramo da construção civil teve que 
reajustar seus métodos para adequar-se às alterações da lei. 
Este artigo tem como objetivo expor um conteúdo de extrema importância, que 
são as patologias frequentes em habitações. Bem como identificar e estudar de forma 
detalhada as patologias de maior ocorrência em uma residência. Além disso, encontrar 
medidas preventivas e de recuperação para os problemas patológicos, verificando suas 
principais causas e as possíveis soluções. 
A justificativa desse artigo está ligada a grande ocorrência de problemas 
patológicos nas habitações devido a inúmeras causas, como, falhas de projetos e na 
execução, má utilização por parte dos usuários e baixa qualidade dos materiais. 
Além disso um fator importante que influencia para esses problemas desde a fase 
de planejamento até a fase de acabamento é a deficiência na formação e no preparo 
dos profissionais que atuam na construção civil. Tudo isso se torna evidente o quão é 
importante esse estudo das patologias para que se tenha a correta execução e evitar tais 
problemas. 
Portanto, o diagnóstico das origens dos problemas além de ter aperfeiçoamento 
nas técnicas de construção, também realizam um avanço na qualidade do serviço, 
assim prevenindo gastos futuros com reparo na edificação. 
 
2. METODOLOGIA 
 
O presente trabalho foi elaborado mediante um estudo de caso, analisando uma 
casa que está localizada no município de Patos no estado da Paraíba. O 
desenvolvimento do assunto discutido foi feito através de revisões bibliográficas, 
pesquisas em artigos científicos, revistas, internet e normas expedidas pela ABNT, 
para dissertar sobre causas e soluções. 
Dessa maneira, para a explicação minuciosa, foram realizadas vistorias no local, 
registros fotográficos, e com auxílio de uma régua foram medidas as trincas, fissuras e 
rachaduras a fim de obter melhor entendimento. Nesse sentido foi realizado um 
8 
 
levantamento de dados para avaliar cada sintoma patológico tendo os padrões 
normativos como referência. 
 
3. INFLUÊNCIA DO DESEMPENHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Neste capítulo serão abordados temas relevantes que fundamentam a pesquisa e 
que abrangem os conceitos de desempenho, durabilidade, manutenção, patologia e 
vida útil. 
 
3.1 Desempenho 
 
Os objetivos da norma são feitos procurando atender as solicitações exigidas pelos 
usuários sob edificações habitacionais, que independem dos tipos de materiais 
utilizados na sua construção. 
Para entender melhor esses objetivos, é de fundamental importância ter o 
conhecimento definidos pelas normas. Falando de desempenho, a NBR 15575-1, 
define os principais conceitos da norma para o entendimento do tema: 
Critérios de Desempenho - especificações quantitativas dos requisitos de 
desempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de que possam 
ser objetivamente determinados. 
Desempenho - comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas. 
Durabilidade - capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar 
suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas. 
NOTA: O termo "durabilidade" é comumente utilizado como qualitativo para 
expressar a condição em que a edificação ou seus sistemas mantém seu desempenho 
requerido durante a vida útil. 
Manutenção - conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da 
edificação para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas 
constituintes de atender às necessidades e segurança dos seus usuários. 
Patologia - não conformidade que se manifesta no produto em função de falhas 
no projeto, na fabricação, na instalação, na execução, na montagem, no uso ou na 
manutenção bem como problemas que não decorram do envelhecimento natural. 
Vida útil (VU) - período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se 
prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos considerando a 
9 
 
7%
18%
2%
3%
6%
13%
51%
INCIDÊNCIA DAS ORIGENS DAS 
PATOLOGIAS NO BRASIL
Materiais Projeto Outros Manutenção Fortuitas Utilização Execução
Figura 1 - Gráfico com a incidência das origens das patologias no Brasil 
Fonte: Adaptado de Gomes (2016) 
periodicidade e a correta execução dos processos de manutenção especificados no 
respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção (a vida útil não pode ser 
confundida com prazo de garantia legal e certificada). 
NOTA: Interferem na vida útil, além da vida útil de projeto, das características 
dos materiais e da qualidade da construção, o correto uso e operação da edificação e de 
suas partes, a constância e efetividade das operações de limpeza e manutenção, 
alterações climáticas e níveis de poluição no local da obra, mudanças no entorno da 
obra ao longo do tempo (trânsito de veículos, obras de infraestrutura, expansão urbana, 
etc.). O valor real de tempo de vida útil será uma composição do valor teórico de Vida 
Útil de Projeto devidamente influenciado pelas ações da manutenção, da utilização, da 
natureza e da sua vizinhança. As negligências no atendimento integral dos programas 
definidos no Manual de Uso, Operação e Manutenção da edificação, bem como ações 
anormais do meio ambiente, irão reduzir o tempo de vida útil, podendo este ficar 
menor que o prazo teórico calculado como Vida Útil de Projeto. (NBR 15575) 
 
4. PATOLOGIAS MAIS RECORRENTES EM HABITAÇÕES 
 
Neste capítulo é desenvolvida a base conceitual da temática, explicando os 
conceitos mais importantes das patologias que mais surgem na construção civil, 
através de revisões bibliográficas, a Figura 1 apresenta as principais patologias nas 
construções brasileiras. 
 
 
 
 
 
10 
 
Conforme visto na figura 1 a principal causa de manifestação patológica decorre 
da qualidade dos materiais, seguido por falhas de projetos e má utilização da 
edificação. 
 
4.1 Fissura 
 
“A fissura é uma manifestação patológica recorrente nas construções e, afeta tanto 
os aspectos estéticos quanto os funcionais de uma obra, o que faz do seu tratamento 
objeto de grande interesse de avaliação e estudo. ” (MUCI, NETTO e SILVA. 2014, p. 
15). 
Eldridge, (1982, apud Lordsleem Junior. 1997, p. 9) define fissura como: “o 
resultado de solicitações maiores do que aquelas que o edifício ou parte dele pode 
suportar. Essas solicitações podem ser externas ou internas ao edifício ou aos seus 
materiais (...). Pode ser uma ou várias solicitações, resultante de uma ou várias 
causas”. 
O engenheiro Albert Joisel (1981, p.14) assegura que “em todas as construções 
em que o cimento intervém existem fissuras, que aparecem geralmente depois de 
alguns anos, muitas vezes depois de algumas semanas e às vezes até depois de 
algumas horas. As causas dessas fissuras são várias e sua avaliação é difícil. ” 
Pode-se ver um exemplo de fissura na Figura 2. 
 
Figura 2 – Fissura em parede 
 
Fonte: Próprio, 2018 
11 
 
Como visto na Figura 2, tal anomalia se classifica como fissura devido a sua 
espessura menor que 1mm. 
 
4.2 Trinca 
 
Segundo a NBR 15575-2 trinca é a expressão coloquial qualitativa aplicável a 
fissuras com abertura maior ou igual a 0,6 mm. 
Conforme Vitório (2003) “Trinca é uma abertura em forma de linha que aparece 
na superfície de qualquer material sólido, proveniente de evidente ruptura de parte de 
sua massa”. 
Como pode ser visto na Figura 3 trincas em uma parede. 
 
Figura 3 – Trincas e fissuras em parede 
 
Fonte: Próprio, 2018 
 
A trincaobservada na Figura 3 foi ocasionada devido à falta da verga na janela. 
 
4.3 Rachadura 
 
Vitório (2003) diz que rachadura “é uma abertura expressiva que aparece na 
superfície de qualquer material sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, 
podendo-se “ver” através dela [...]”. 
De acordo com Santos (2013), o conceito de rachadura é: 
12 
 
 
“Estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta uma abertura de tal 
tamanho que ocasiona interferências indesejáveis. Exemplo: pela rachadura da 
parede entra vento e água da chuva. As rachaduras, por proporcionarem a 
manifestação de diversos tipos de interferências, devem ser analisadas caso a caso 
e serem tratadas antes do seu fechamento. ” 
 
 É capaz de identificar como rachadura a Figura 4 devido a sua espessura, o que 
gera interferências indesejáveis na habitação. 
 
 Figura 4 – Rachadura em muro externo 
 
 Fonte: www.pandita.net 
 
Como visto na Figura acima essas aberturas são inconvenientes por entrar água da 
chuva e vento por elas. 
 
 Tabela 1 – Resumo dos tipos de fissurações 
 
 
 
 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
 
Tipo Espessura 
Fissura até 0,5 mm 
Trinca 0,5 mm a 1,0 mm 
Rachadura 1,0 mm a 1,5 mm 
13 
 
4.4 Problemas devido a umidade 
 
Segundo Perez (1985 apud Souza 2008), a umidade nas construções representa 
um dos problemas mais difíceis de serem corrigidos dentro da construção civil, e é 
responsável por diversas patologias, tais como: eflorescência, saponificação e 
descascamento. 
 
4.4.1 Eflorescência 
 
“ Eflorescência se dá em materiais porosos (como concreto, argamassa, tijolo, 
pedra e cerâmica) e pode ser explicado de maneira simples: quando a água se infiltra, 
ela acaba dissolvendo sais presentes no cimento e na cal – principalmente o hidróxido 
de cálcio. ” (LAFARGEHOLCIM, 2018) 
A eflorescência pode surgir devido ao ambiente quente ou úmido demais, também 
pode ser quando a pintura é feita sobre reboco não curado (úmido) que no mínimo 
deve ser respeitado um intervalo de tempo de 28 dias para fazer a pintura e quando os 
revestimentos cerâmicos são limpos com ácidos em alta concentração sem uma 
lavagem posterior. 
Pode ser mostrada como exemplo de eflorescência em parede a Figura 5. 
 
Figura 5 – Eflorescência em muro 
 
Fonte: www.souzafilho.com.br 
 
14 
 
Como visto na Figura 5, a eflorescência surgiu devido a umidade, nota-se que a 
alvenaria está úmida, o que influência no surgimento da eflorescência. 
 
4.4.2 Saponificação 
 
De acordo com SUVINIL “A saponificação é causada pela alcalinidade natural da 
cal e do cimento que compõe o reboco. Essa alcalinidade, na presença de certo grau de 
umidade, reage com a acidez característica de alguns tipos de resina, resultando na 
saponificação. ” 
Segundo Lisboa (2017), saponificação se trata da “lixiviação (dissolução) dos 
materiais alcalinos, encontrados no cimento Portland ou cal, em contato com a 
umidade. ” 
A Figura 6 mostra o que a saponificação gera na parede. 
 
Figura 6 – Saponificação em parede 
 
Fonte: http://www.movimentodospintores.com.br 
 
A saponificação como observada na Figura 6 é ocasionada quando a parede é 
pintada antes da cura do reboco. 
 
4.4.3 Descascamento 
 
Segundo Casotti (2018) o descascamento 
15 
 
 
“Ocorre devido à contaminação da superfície por óleos, gorduras, partículas 
soltas, sal, pintura sobre umidade ou substrato excessivamente quente. Como 
também uso de tinta inadequada, utilização de diluentes não recomendados ou 
secagem superficial rápida”. 
 
 
Conforme Lisboa (2017) ocorre descascamento “quando há deficiência de 
aderência à base, devido à presença de cal, de superfície pulverulenta, umidade local 
ou umidade relativa do ar elevada”. 
Como pode ser visto na Figura 7 abaixo. 
 
Figura 7 – Descascamento em parede na área externa 
 
Fonte: www.fibersals.com.br 
 
O descascamento visto na Figura 7, teve como possível causa a umidade contida 
na parede. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAÇÕES 
 
Fissuras em alvenarias são segmentadas conforme seu estado de aparição e seu 
formato (desenho). Nesse sentido elas são subdivididas em duas categorias, que são 
fissuras ativas e passivas. 
 
16 
 
a) Fissuras ativas: são aquelas consideradas “vivas” que possuem alterações 
sensíveis a abertura e fechamento. "Se essas variações oscilam em torno de um valor 
médio - oscilantes - e podem ser correlacionadas com a variação de temperatura e 
umidade - sazonais -, então as fissuras, embora ativas, não indicam ocorrência de 
problemas estruturais", (Sahade 2010 apud Corsini 2010.) 
b) Fissuras passivas: “são causadas por solicitações que não apresentam variações 
sensíveis ao longo do tempo. E, por isso, podem ser consideradas estabilizadas. ” 
Corsini (2010) 
 
5.1 Fissuras e trincas causadas por movimentação térmica 
 
“Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos a variações de 
temperatura, sazonais e diárias. Essas variações repercutem numa variação 
dimensional dos materiais de construção (dilatação ou contração) ”. (THOMAZ, 
1989). 
Ainda segundo Thomaz (1989), as fissuras e trincas que são originadas por 
alterações térmica podem aparecer por movimentação diferenciadas entre peças de um 
conjunto de elementos, essas variações ocorrem devido ao diferente valor de 
coeficiente de dilatação dos materiais. Além do mais, elas aparecem entre partes de 
um elemento, entre componentes de um conjunto e entre áreas diferentes de um 
mesmo material. Essas movimentações ocorrem em função de: 
 Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeito às 
mesmas variações de temperatura (por exemplo, movimentações diferenciadas 
entre argamassa de assentamento e componentes de alvenaria); 
 Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais (por 
exemplo, cobertura em relação as paredes de uma edificação); 
 Gradiente de temperatura ao longo de um mesmo componente (por exemplo, 
gradiente entre a face exposta e a face protegida de uma laje de cobertura). 
 
5.2 Fissuras e trincas causadas por movimentações higroscópicas 
 
As mudanças higroscópicas provocam variações dimensionais nos materiais 
porosos que integram os elementos e componentes da construção; o aumento do teor 
de umidade produz uma expansão do material enquanto que a diminuição desse teor 
provoca uma contração. No caso da existência de vínculos que impeçam ou restrinjam 
17 
 
essas movimentações poderão ocorrer fissuras nos elemento e componentes do sistema 
construtivo. 
 
5.3 Fissuras e trincas causadas por sobrecarga 
 
De acordo com Thomaz (1989) podemos definir sobrecarga como: “uma 
solicitação externa, prevista ou não em projeto, capaz de provocar a fissuração de um 
componente com ou sem função estrutural. ” 
As fissurações devidas a sobrecargas podem ser divididas em dois tipos: devido às 
sobrecargas uniformemente distribuídas e devido às sobrecargas localizadas. 
 
a) Devido á sobrecargas uniformemente distribuídas: 
De acordo com Thomaz (1989) esses tipos de fissurações podem ser divididos em 
dois tipos característicos: 
 
i. Fissuras ou trincas verticais – “provenientes da deformação transversal 
da argamassa sob ação das tensões de compressão, ou da flexão local 
dos componentes de alvenaria”. 
ii. Fissuras ou trincas horizontais – “ proveniente da ruptura por 
compressão dos componentes da alvenaria ou a própria argamassa de 
assentamento, ou aindade solicitações de flexocompressão da parede. ” 
 
b) Devido a sobrecargas localizadas: 
 
Thomaz (1989) explica que: 
 
“A atuação de sobrecargas localizadas (concentradas) também pode provocar a 
ruptura dos componentes de alvenaria na região de aplicação da carga e ou o 
aparecimento de fissuras inclinadas a partir do ponto de aplicação. Em função da 
resistência à compressão dos componentes de alvenaria é que poderá predominar 
uma ou outra das anomalias. ” p.64. 
 
5.4 Fissuras e trincas causadas por falta ou insuficiência de vergas e contravergas 
 
18 
 
Figura 8 - Representação de uma abertura sem utilização de verga e contraverga 
Fonte: www.blogdaengenhariacivil.wordpress.com 
Um problema patológico bastante comum nas habitações são as fissuras e trincas 
inclinadas na parte superior e/ou inferior nos vãos das esquadrias (portas e janelas), 
esses problemas podem ser evitados utilizando as vergas e contravergas. 
Esses problemas são devidos aos esforços de cisalhamento que acontecem a 
alvenaria, ao abrirmos um rasgo na alvenaria, os esforços se acumulam nos cantos e 
surgem as fissuras e trincas. 
 
 Vergas: Elementos estruturais localizados na parte superior do vão aberto 
e possuem duas funções básicas que são: 
 
i. Evitar fissuras causadas pelo momento fletor da alvenaria no centro da 
abertura; 
ii. Prevenir fissuras nos cantos ocasionados por causa do esforço cortante. 
 Contravergas: São elementos estruturais localizados na parte inferior da 
abertura, tem como função evitar que os esforços cortantes das alvenarias 
se acumulem nos cantos dessas aberturas. 
A Figura 8 mostra a representação de uma abertura feita na parede sem a 
utilização de vergas e contravergas, mostrando os pontos mais desfavoráveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como visto na Figura 8, a não utilização das vergas e contravergas causam 
fissuras em suas bordas, devido ao momento fletor e os esforços cortantes. 
 
5.5 Fissuras e trincas causadas por recalque de fundação 
 
19 
 
 “De maneira geral, as fissuras provocadas por recalques diferenciados são 
inclinadas, confundindo-se às vezes com fissuras provocadas por deflexão de 
componentes estruturais. ” Thomaz (1989) 
O autor ressaltou ainda outras características de fissuras causadas por recalques: “ 
a presença de esmagamento localizados, em forma de escamas dando indicio das 
tensões de cisalhamento que as provocaram; além disso, quando os recalques são 
acentuados, observa-se nitidamente uma variação na abertura da fissura. ” 
Além do mais os recalques podem surgir de carregamentos desbalanceados 
conforme a Figura 9 abaixo. 
 
 Figura 9 – Exemplo de carregamento desbalanceado em uma parede 
 
 Fonte: Thomaz (1989) 
 
Como visto na Figura acima, ao acontecer o recalque diferencial, um lado da 
parede sede enquanto a outra sobe, causando assim as fissuras, trincas e rachaduras. 
 
Segundo Thomaz, (1989): 
 
“Os solos são constituídos basicamente por partículas sólidas, entremeadas por 
água, ar e não raras vezes material orgânico. Sob efeito de cargas externas todos os 
solos, em maior ou menor proporção, se deformam. No caso em que estas 
deformações sejam diferenciadas ao longo do plano das fundações de uma obra, 
tensões de grande intensidade serão introduzidas na estrutura da mesma, podendo 
gerar o aparecimento de trincas. ” p.83 
20 
 
 A Figura 10, mostra um recalque diferencial em uma estrutura. 
 
 Figura 10 – Recalque diferencial nas estruturas 
 
 Fonte: Fabricio e Rossignolo (2002) 
O recalque gerado na estrutura se deu, ao se ter uma acomodação diferencial do 
solo, causando as fissurações, na viga e parede, como visto na Figura 10. 
 
6. ESTUDO DE CASO 
 
Este capítulo trata do detalhamento das anomalias encontradas na residência em 
estudo, também fala das origens de seu surgimento e suas possíveis soluções, tudo isso 
baseado nos padrões normativos. 
 
6.1. Objeto em analise 
 
A edificação analisada neste estudo de caso foi a uma residência unifamiliar de 
aproximadamente 5 anos de idade, construída sobre um solo predominante na região o 
arenso-argiloso, possui uma área coberta de 107,38 m², e está localizada no bairro 
Jardim Magnólia na cidade de Patos (PB). 
O terreno tem dimensões 6,7 x 33,34 metros, totalizando uma área de 223,38 m². 
A residência possui, 3 quartos, sendo 1 suíte, 1 banheiro social, 1 sala de estar, 1 
cozinha, 1 despensa e 1 área de serviço. 
 
 
 
21 
 
6.2. Localização geográfica 
 
 Figura 11 – Localização da residência 
 
 Fonte: www.google.com.br/maps 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
6.3. Planta baixa da residência em estudo 
 
 Figura 12 – Planta baixa da residência 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
23 
 
6.4. Patologias na residência 
 
 Tabela 2 - Resumo das patologias encontradas na habitação. 
Subsistema 
afetado 
Exposições Patológicos Possíveis Causas 
Quarto 01 – Área Externa 
Alvenaria e 
Esquadria 
(Porta) 
Trinca e rachadura no 
canto superior da porta 
chegando ao forro, porta 
com dificuldade em abrir e 
fechar 
Decorrência dos esforços de 
cisalhamento da alvenaria pela falta de 
vergas e contravergas e recalque de 
fundação 
Quarto 01 – Área interna 
Piso e fundação 
Cerâmica danificada e 
desnivelamento do piso 
Recalque diferencial e execução de um 
aterro mal compactado 
Sala de estar 
Alvenaria 
Fissura a 45° iniciando no 
forro indo até o rodapé 
Acomodação diferencial das fundações, 
variação do teor de umidade do solo e 
heterogeneidade e deficiente 
compactação de aterros 
Forro Sala de estar 
Forro 
Fissura horizontal entre o 
forro 
Movimentação térmica e falta de tabica 
Sala de estar / Circulação 
Piso e fundação 
Cerâmica danificada, 
desplacamento do rodapé 
e desnivelamento do piso 
Acomodação diferencial das fundações, 
variação do teor de umidade do solo e 
heterogeneidade e deficiente 
compactação de aterros 
Quarto 02 – área interna 
Alvenaria e 
forro 
Trinca no canto superior 
da janela chegando ao 
forro 
Falta da verga e recalque de fundação 
Cozinha 
Alvenaria e 
revestimento 
Fissura na cerâmica 
iniciando no canto inferior 
da janela 
Falta da contraverga que são utilizadas 
para resistir às concentrações de 
tensões nas aberturas. 
Muro 
Alvenaria 
Mancha na parede, 
existência de 
eflorescência, mofo e 
saponificação 
Construção da casa vizinha que possui 
um terreno topograficamente irregular, 
onde o mesmo utilizou uma grande 
quantidade de aterro fazendo com que 
ficasse em contato direto com o muro. 
24 
 
Alvenaria 
Fissuras inclinadas na 
alvenaria devido à 
sobrecarga da estrutura do 
telhado 
 
Esmagamento na parede devida a 
ruptura dos componentes da alvenaria 
na região de aplicação da carga, a falta 
da cinta de amarração da alvenaria 
também influenciou no surgimento 
das fissuras inclinadas. 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
6.5. Problemas devido à falta de vergas e contravergas 
 
Trinca e rachadura por falta de verga e contravergas encontradas na janela do 
banheiro da suíte do casal, porta e janela do quarto 01, janela do quarto 02 e a janela 
da cozinha, os problemas podem ser vistos da Figura 14 a 18.Figura 13 - Fissura devido à falta da verga 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 Figura 14- Trinca e fissura devido à falta de verga 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
 
 Figura 15 - Fissura no canto superior da janela por falta da verga 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
26 
 
 Figura 16 - Fissura no canto superior da janela devido à falta de verga 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
 
 Figura 17 - Fissura no canto inferior da janela, por falta da contraverga 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
Com visto nas Figuras 14, 15, 16, 17 e 18, os defeitos tem como causa a ausência 
de verga e contraverga, que tem como função evitar o aparecimento das fissuras e 
trincas causadas pelo momento fletor e esforços cortantes da alvenaria no centro da 
abertura e nas bordas do rasgo respectivamente como visto no item 5.4. 
27 
 
Para evitar tais problemas, se faz necessário executar as vergas e contravergas 
seguindo o correto dimensionamento dos mesmos. No caso das vergas, em uma 
alvenaria convencional, o transpasse é de 1/10 do tamanho do vão, mas nunca menor 
que 30cm. São executadas com concreto convencional, porém com brita um ou zero, e 
preenchidas com dois ferros com bitola 8mm. Quando o vão ultrapassar 1,20 m, 
porém, esses elementos passam a exigir dimensionamento como viga armada. 
Procedimento construtivo idêntico ao das vergas, tanto no material quanto 
especificações. O dimensionamento não deve ser menor que 30 cm, mas em casos de 
grandes vãos, deve atender a proporção de 1/5 do vão pelo menos. No caso de vergas e 
contravergas de duas esquadrias ficarem muito próximas, sugere-se que se faça um 
elemento contínuo, aumentando assim a resistência do conjunto. 
Para suprir a ausência de verga e contraverga, que implicou a formação de fissuras 
sob o vão da janela, pode-se construir a (verga/contraverga) a posteriori (escarificando 
meia espessura da parede e introduzindo a cinta de concreto armado, repetindo a 
operação na outra meia espessura da parede). Alternativamente, pode-se inserir uma 
tala de argamassa armada em cada face da parede, após a remoção do revestimento em 
argamassa (quando existir). A argamassa armada é uma espécie de micro concreto 
armado, mas que ao invés de utilizar agregado graúdo utiliza-se agregado miúdo, ou 
seja, (cimento, areia e água), e também é utilizado uma armadura de aço constituída 
por fios de pequeno diâmetro (telas soldadas). 
Para solucionar os problemas desse caso, deve ser feito como citado anteriormente 
fazendo uma escarificação para introduzir uma cinta de concreto armado, após isso, 
deve-se trocar as peças de cerâmica danificadas no banheiro da suíte e da cozinha, já 
nos quartos 01 e 02, se faz limpeza na parte da fissura e trinca, e faz um 
preenchimento com argamassa, e para finalizar o reparo deve-se aplicar o selador no 
local, emassar lixar e pintar. 
 
6.6. Problema devido ao recalque diferencial 
 
O segundo problema verificado na residência foi o recalque diferencial das 
fundações, que gerou fissuras, trincas e rachaduras encontradas no quarto 01, sala de 
jantar e circulação, tais problemas ainda acarretam dificuldade em abrir e fechar a 
porta do quarto 01, com o desplacamento do rodapé, quebra da cerâmica e 
desnivelamento do piso. Os defeitos podem ser vistos na Figuras 19, 20 e 21. 
28 
 
 
 Figura 18 - Cerâmica danificada devido ao recalque da fundação 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
 Figura 19 - Fissura em 45ª indicando recalque de fundação 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
 
29 
 
 Figura 20 - Desplacamento do rodapé devido ao recalque da fundação 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
 
Como visto nas Figuras 19, 20 e 21, conclui-se que as possíveis causas ocorreram 
devido a acomodação diferencial das fundações, variação do teor de umidade do solo e 
deficiência na compactação de aterros. Conforme o item 4.1.5 que fala sobre recalque 
de fundação, diz que todos os solos sob efeito de cargas externas, em maior ou menor 
proporção, se deformam, no caso em que estas deformações sejam diferenciadas ao 
longo do plano das fundações de uma obra, tensões de grande intensidade serão 
introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento de trincas. 
Embora seja difícil impedir o aparecimento de fissuras, trincas e rachaduras em 
edificações, medidas preventivas adotadas ainda na fase de projeto podem minimizá-
las, dentre tais medidas pode ser citada uma sondagem do solo onde será construída a 
residência ou edifício, outra maneira de prevenir os danos provocados pelos recalques 
é o acompanhamento da acomodação da estrutura, outra medida de prevenção é a 
realização compactação de um aterro de boa qualidade. 
As fissuras e trincas devido ao recalque diferencial só devem ser reparadas após o 
problema de recalque se estabilizar, para essa estabilização existem alguns métodos 
que são utilizados na construção civil, onde conforme Leal (2001). 
 
 Estacas mega: Também conhecido como estacas de reação, esse sistema 
consiste na introdução de cilindros de metal ou concreto sob a fundação 
existente. 
 Estacas-raiz: As estacas-raiz, ou micro estacas, exigem equipamentos de 
pequeno porte, sendo recomendadas para locais de difícil acesso e pequeno 
30 
 
pé-direito, como subsolos de edifícios. Sussumu Niyama explica que "Para 
evitar problemas é possível escorar as fundações antes dos serviços, mas isso 
pode encarecer demais a obra." 
 Alargamento da base: Essa técnica consiste em no aumento da área de apoio 
da fundação. "O uso dessa solução é raro por causa das dificuldades 
operacionais resultantes, como o acesso e a concretagem subterrânea", afirma 
o professor da Poli-USP Cláudio Wolle. 
 Reforço do solo: Essa técnica pode ser aplicada em qualquer solo, no entanto 
amolece o solo durante a execução, aumentando inicialmente a intensidade 
dos recalques. "Além de calcular bem até onde os recalques podem ir, pode 
ser necessário o escoramento da estrutura", alerta Wolle. 
 Enrijecimento da estrutura: Esse método visa apenas diminuir eventuais 
recalques diferenciais. Esse efeito pode ser atingido com a colocação de vigas 
de rigidez interligando as fundações, ou de peças que travem a estrutura. 
 Substituição de fundações: Esse método é muito empregado em edificações 
com estacas de madeira, que se desgastam com mais rapidez devido à 
umidade. 
 
Com isso chega à conclusão que embora sejam eficientes para a estabilização dos 
problemas de recalque, essas técnicas são inviáveis no aspecto de custos e mão de obra 
especializada para sua realização em edificações de pequeno porte. 
Logo, caso o recalque não gere problemas estruturais críticos que levem a 
estrutura ao colapso, deve-se acompanhar a acomodação da fundação e ao observar 
que a mesma está estabilizada pode assim ser feito os reparos das fissuras e trincas. 
Para ser feito o reparo desse caso, a primeira coisa a ser feita no quarto 01 é fazer 
um nivelamento do piso na parte que houve o rebaixamento do solo, feito isso, deve-se 
fazer a substituição da cerâmica danificada, já na área de circulação a parte mais 
crítica devido ao recalque deve-se retirar a cerâmica e o contra piso do corredor para 
ser feito um novo contra piso para deixar nivelado, feito isso assentar novamente a 
cerâmica e substituir o rodapédanificado. Lembrando que tais soluções só têm êxito se 
o problema realmente já estiver sanado. 
 
6.7. Problema devido a movimentação térmica no forro 
 
Outro defeito encontrado na residência de estudo foi causado pela movimentação 
térmica, o qual gerou fissura no forro de gesso, entre o forro e o rodateto, esse 
problema foi encontrado na sala de jantar, e pode ser visto na Figura 22. 
31 
 
 
Figura 21 - Fissura entre o rodateto e o gesso devido a movimentação térmica 
 
Fonte: Próprio, 2018 
 
Tal anomalia detectado na residência tem como possível causa a ausência de 
tabica, o gesso assim como a alvenaria precisa ter amarração, quando não existe a 
amarração, a movimentação térmica do conjunto, alvenaria e forro, ou forro e estrutura 
causam as fissuras ou trincas continuas. 
Pode ser citado alguns métodos preventivos desse problema, um deles é a 
utilização de tabicas fazendo a amarração entre o forro e a alvenaria, outra prevenção 
seria um rebaixamento do forro deixando a livre movimentação do gesso, evitando o 
contato direto do forro com a parede, assim evitando o aparecimento das fissuras, 
devem existir sempre uma junta de movimentação no forro, na residência não existe 
nenhum tipo de junta de dilatação ou de tabica. 
Como solução para o problema desse caso, pode ser feito um rasgo em todo o 
perímetro do gesso, para que seja feita uma amarração entre o forro e a alvenaria, essa 
amarração pode ser feita utilizando a tabica que é uma cantoneira metálica, cuja sua 
função é evitar as trincas, pois a mesma ajusta o forro ao ambiente com relação a 
dilatação. 
 
32 
 
Figura 22 - Demonstração da tabica no forro 
 
Fonte: www.dicasdarq.blogspot.com 
 
6.8. Problema devido à sobrecarga localizada 
 
Outro caso de anomalia identificado na residência foi causado por sobrecarga de 
uma estrutura de madeira para telhado encontrado no muro, o defeito pode ser visto na 
Figura 24. 
 
 Figura 23 - Fissuras causadas devido a sobrecarga da estrutura de madeira. 
 
 Fonte: Próprio, 2018 
33 
 
Como visto na Figura 24, o problema encontrado mostra as extremidades 
esmagadas, na parte dos apoios da estrutura, o que leva o aparecimento das fissuras e 
trincas, com isso comprova-se que a anomalia é causada por sobrecarga localizada. O 
que gerou tal anomalia foi a falta de um elemento estrutural para o suporte de cargas 
(vigas). 
As prevenções para os problemas causados por sobrecargas devem ser previstas 
desde o projeto, que parte do dimensionamento correto da estrutura até a execução. 
Vale também salientar a se fazer uma correta orientação ao proprietário do imóvel 
para que o mesmo não faça nenhuma modificação estrutural sem o acompanhamento 
de profissionais qualificados para realização de tal serviço. 
Para obter uma solução nos problemas das fissuras nesse caso em estudo, deve-se 
primeiro sanar a causa da sobrecarga, essa que pode ser feita desvinculando a estrutura 
de madeira do topo da alvenaria, suspendendo a estrutura por meio de cimbramento e 
em seguida a construção de uma viga. Após o problema está resolvido é feita uma 
limpeza na parte da fissura, e em seguida se faz um preenchimento com argamassa, e 
para finalizar o reparo deve-se aplicar o selador no local, emassar, lixar e pintar. 
 
6.9. Problema devido a umidade 
 
O último problema encontrado na residência foi devido a umidade que gerou 
eflorescência, saponificação e descascamento. Essas anomalias foram encontradas no 
muro em uma parede construída em alvenaria convencional, como mostra a Figura 25. 
 
34 
 
Figura 24 - Problemas encontrado na parede devido a umidade do terreno vizinho 
 
Fonte: Próprio, 2018 
 
 O que provocou essas patologias foi o fato de ter sido construída uma 
residência adjacente ao muro da edificação estudada, a empresa que construiu 
necessitou executar um grande volume de aterro devido a irregularidade do terreno, 
em que esse aterro chegou quase ao topo da parede. Logo, devido a umidade contida 
no aterro ocorreu a infiltração na alvenaria gerando assim os problemas. 
Os problemas mostrados na Figura 25 foram identificados devido a suas 
características. O problema “A” evidência uma patologia referente a eflorescência que 
como explica no tópico 4.4.1 acontece quando a água infiltra na parede e acaba 
dissolvendo os sais, presentes no cimento e na cal. O problema “B” também conhecido 
como saponificação, que ocorre devido a alcalinidade natural da cal e do cimento que 
compõe o reboco como explica no tópico 4.4.2. Já a última patologia encontrada, o 
problema “C”, ocorreu o descascamento da pintura que surge quando a pintura está 
sobre umidade como está explicando no tópico 4.4.3. 
Para que se possa evitar o aparecimento do problema “A” alguns cuidados podem 
ser tomados como, por exemplo, escolher um cimento pouco poroso do tipo CP-IV 
conhecido como Portland Pozolânico, esse tipo de cimento também é indicado para 
obras expostas a ação de água corrente. Outro tipo de cimento indicado é o CP-III 
(Portland de alto forno), que possui baixa concentração de hidróxido de cálcio. 
35 
 
Para que o problema “B” não aconteça deve-se evitar pintar a parede antes do 
reboco curar, pois a cura necessária para o reboco é aproximadamente 28 dias. 
Falando do problema “C” o método preventivo mais adequado baseia-se em 
raspar e lixar toda a superfície que será pintada, retirando os locais descascados e 
retirar o pó que ficou após lixar a parede, depois deve-se aplicar o selador, após a 
secagem do selador deve-se aplicar a massa corrida para áreas internas e a massa 
acrílica para áreas externas, e para finalizar lixar novamente e eliminar o pó. 
Os problemas encontrados podem ser reparados removendo as partes soltas 
eliminando os contaminantes, depois deve lixar e remover o pó utilizando um pano 
umedecido, aplicando depois um aditivo impermeabilizante, emassar com a massa 
acrílica, lixar remover o pó e por fim pintar novamente. 
 
7. CONCLUSÃO 
 
A Figura 25 mostra uma porcentagem dos problemas presentes na habitação. 
 
Figura 25 - Gráfico com a representação das patologias identificadas na residência. 
 
Fonte: Próprio, 2018 
 
Como visto na Figura 25, a porcentagem dos problemas patológico encontradas na 
residência em estudo têm-se os seguintes valores, existem 6 fissuras e trincas com 
dimensões que variam de 0,2 mm até 0,4 mm para as fissuras e 0,7 até 0,9 mm para as 
trincas, existem na habitação 5 rachaduras com dimensões que variam de 1,2 mm até 
1,4 mm, durante as visitas ao local notou-se 3 pilares recalcado devido a cerâmica 
40%
33%
20%
7%
PROBLEMAS PATOLÓGICOS
Fissuras e Trincas Rachadura Recalque de Fundação Problema com umidade
36 
 
danificada ao redor do pilar, e o ultimo problema foi devido a umidade encontrado em 
uma parede no muro da residência. 
Com essa pesquisa conclui que as anomalias em uma habitação podem acontecer 
por inúmeros motivos, entre esses, podem ser citados, falha de projeto, construção sem 
projeto ou sem acompanhamento de um profissional da área, vícios construtivos, a 
escolha dos materiais, entre outros motivos. 
Para solucionar as manifestações patológicas deve ser feito um estudo de forma 
minuciosa para poder tratar o problema, deve ser lembrado também que quanto maior 
a aproximação entre a medida preventiva adotada e o método de solução para reparo 
dá a anomalia será a eficiência do tratamento. 
Deve ser lembrado que a maior parte das ações de recuperação tem custo elevado, 
um custo não correspondente ao poder aquisitivo dos consumidores da construção, o 
que deveria levar aos construtores umcerto receio ao construir algo sem antes fazer 
um estudo breve do empreendimento, elaborar projetos bem detalhados, evitando 
assim custo com reparos. 
No entanto sabe-se que a maioria das patologias em edificações ocorrem pelas 
falhas durante a execução, erros causados por displicência e o desconhecimento, por 
parte dos construtores que nem sempre possuem formação profissional na área da 
construção civil, quanto por parte dos responsáveis técnicos da empresa, tais erros 
acabam encarecendo e até comprometendo as condições de habitação da residência. 
Muitas vezes esses problemas surgem devido à falta de fiscalização dos órgãos 
responsáveis pela execução e financiamento das edificações, que não fiscaliza os 
profissionais e nem exigem projetos mínimos para construção. 
Com isso, ao final desse estudo de caso se tem um bom conhecimento sobre o 
tema que é de extrema importância no ramo da construção civil, no que diz respeito a 
principais manifestações patológicas em uma edificação unifamiliar, e que a solução 
para as diferentes patologias encontradas na residência, são executadas de formas 
diferente para cada caso, podendo citar o caso 02 sendo o mais inviável diante dos 
demais, com isso traz a certeza da sempre trabalhar com profissionais qualificados. 
 
 
 
 
 
37 
 
REFERÊNCIAS 
 
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