Buscar

caso 5.pdf

Prévia do material em texto

XCELENTÍSSI MO SEN HOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUN A L DO JÚRI DA VA RA 
CRIMIN A L DA COMA RCA DO ESTADO ... 
Processo nº.... ... ... .. ... ... ... ... .. 
 
TÍCIO, já devidamente qualificado nos auto s do processo criminal epígrafe que lhe move o 
Ministério Público, por suposta infração com base no Artigo 125 do Código Pen al, por se u 
advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, interpor: 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
nos termos do Artigo 403, § 3 º do Código de Processo Penal pelos motivos de f ato e de direito aduzidos:
I . DO FA TO 
Tício, solidário a gravidez de sua amiga Mari a, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite . Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Mari a para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou - se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do instituto Médico Legal , às fl s. 14 dos autos.
II. DO DIREITO
 O ministério Público Estadual denunciou Tício que ao dar carona a suposta vítima, sob forma imprudente, ao retornar para casa dirigindo seu veículo automotor, imprimiu velocidade excessiva na via, pois queria retornar a sua residência mais cedo, em decorrência do jogo do seu time de coração, quando sem ter a intenção, e m uma curva fechada, perdeu o controle da direção vindo a capotar. Fora constatado pelos bombeiros que os socorreram que a vítima não sofrera qualquer lesão, porém em laudo realizado pelo Instituto Médico Legal viera a sofrer aborto em decorrência do acidente . Conforme o Artigo 125 do Código Penas, versa que será penalizado aquele que provocar, sem o consentimento da vítima. O aborto tem o tipo subjetivo de crime, sendo somente aceito em sua forma DOLOSA e NUNCA em sua forma culposa
Entendendo assim a jurisprudência: 
PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOC ADO - AUSÊN CIA DE DOLO - IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚN ICO PERITO - POSSIBILIDADE. 
 1.Diante dos princípios ""pas de nullité sans grief "" e da instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte prejuízo para a acusação ou para a defesa , bem como o que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa . 
2. De acordo com a jurisprudência sedimenta da nos Tribunais Superiores, bem como n a Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica -se aos casos em que a perícia for realizada por peritos leigos. 
3. Diante da ausência do elemento subjetivo do dolo específico na conduta do agente, denuncia do por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso , não há elemento s para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de provocar o aborto da gestante e a morte do feto , impondo -se, nos termos do art. 409, do CPP, a sua impronúncia . 
Preliminares rejeitadas. Recursos desprovidos.
( TJ- MG 104 70 050 236442001 1 MG 1. 04 70.05.02 36 44-2/00 1( 1) , Relator: A N TÔNI O ARMA NDO DOS ANJOS , Data de Julgamento: 04/ 03/200 8, Data de Publicação: 09/ 04/20 08) Tício não teve objetivo de prejudicar ou interromper a gravidez de Maria. Sua intenção foi somente a de , como amigos que eram, dar uma carona e proporcionar maior conforto no retorno do trabalho . Portanto, não havendo o DOLO DIRETO OU EVENTUA L de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, torna- se a denúncia do Ministério Público A TÍPICA, na forma do Artigo 415, II I DO Código de Processo Penal .
III. DO PEDIDO 
Face ao exposto requer: A absolvição sumária do réu com base no Artigo 415, II do Código de Processo Penal. 
Data. ADV OGADO/OA B nº

Continue navegando