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CONTROLE MICROBIOLÓGICO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL 
LYNDA BARBARA DALMAZIO SELVATICI
CONTROLE MICROBIOLÓGICO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
TRABALHO ACADEMICO 
2014
VITÓRIA 
LYNDA BARBARA DALMAZIO SELVATICI
CONTROLE MICROBIOLÓGICO DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
Trabalho acadêmico apresentado ao Programa de Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parcial para aprovação na matéria Microbiologia.
Orientador: Prof. Dr. Sérvio Túlio Cassini
VITÓRIA
2014
RESUMO
A água é um recuso natural indispensável à vida, sendo cerca de 70% do corpo humano constituído desse composto. Além da importância de ingerir agua diariamente, deve haver um cuidado para que todos consumam água de qualidade. E é dever dos sistemas públicos de abastecimento de água garantirem isso. 
Em questão de saúde pública no brasil, “a cada 15 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e de condições de higiene no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo representantes de outros 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água.
No Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, documento que a ONU-Água divulga a cada três anos, os pesquisadores destacam que quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico. As doenças diarreicas poderiam ser praticamente eliminadas se houvesse esse esforço, principalmente nos países em desenvolvimento, segundo o levantamento. Esse tipo de doença, geralmente relacionada à ingestão de água contaminada, mata 1,5 milhão de pessoas anualmente.” (GONÇALVES, Carolina. Falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos no mundo. Brasília: Agencia Brasil, 2013)
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.....................................................................................................................16
Tabela 2.....................................................................................................................18
Tabela 3.....................................................................................................................18
Tabela 4.....................................................................................................................20
Tabela 5.....................................................................................................................20
Tabela 6.....................................................................................................................21
Tabela 7 (Anexo I) ....................................................................................................31
Tabela 8.....................................................................................................................22
Tabela 9.....................................................................................................................23
Tabela 10...................................................................................................................24
Tabela 11 (Anexo II) .................................................................................................32
Tabela 12 (Anexo II) .................................................................................................32
Tabela 13 (Anexo II) .................................................................................................32
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................5
2. DESINFECÇÃO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO.............................................6
CONCEITUAÇÃO E HISTÓRICO DA DESINFECÇÃO.........................................6
 FATORES DE EFICIÊNCIA NA DESINFECÇÃO.................................................6
 PRINCÍPIOS DA INATIVAÇÃO DOS PATOGÊNICOS........................................7
 TIPOS DE DESINFETANTES...............................................................................8
ORGANISMOS INDICADORES DE CONTAMINAÇÃO........................................8
EMPREGO DE INDICADORES NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO.................................................................................9
MANANCIAIS E FONTES DE ABASTECIMENTO..........................................9
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DA ÁGUA.......................9
ÁGUA DISTRIBUÍDA......................................................................................10
TÉCNICAS DE LABORATÓRIO PARA A DETECÇÃO DE COLIFORMES EM AMOSTRAS DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO........................................11
 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DOS TUBOS MÚLTIPLOS (TM)......................12 
 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE MEMBRANA FILTRANTE (MF)................14
 MÉTODO DO SUBSTRATO CROMOGÊNICO...................................................15
 METODOLOGIA DE ANÁLISE NA VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO...............................................................................15
CRITÉRIOS E PADRÕES DE QUALIDADE DE ÁGUAS PARA CONSUMO HUMANO..............................................................................................................16
 DO PADRÃO DE POTABILIDADE.....................................................................16
 DOS PLANOS DE AMOSTRAGEM....................................................................24
CONCLUSÃO.......................................................................................................28
REFERÊNCIAS....................................................................................................29
ANEXOS...............................................................................................................30
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de mostrar os métodos e os parâmetros para indicação de qualidade da água de abastecimento, visando a importância desse ponto na sociedade em, entre outras questões, a saúde pública. Sabendo que muitas doenças são transmitidas através de água mal tratada, com o controle microbiológico sobre esta, pode se evitar, ou até mesmo cessar, essas transmissões. 
DESINFECÇÃO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO
CONCEITUAÇÃO E HISTÓRICO DA DESINFECÇÃO
A desinfecção constitui a etapa do tratamento cuja função precípua consiste na inativação dos microrganismos patogênicos, realizada por intermédio de agentes físicos e/ou químicos. Ainda que nas demais etapas da potabilização haja redução do número dos microrganismos agregados às partículas coloidais, tal intento não consiste no objetivo principal dos demais processos e operações unitárias usuais no tratamento das águas de abastecimento. A desinfecção deve ser considerada indispensável e prioritária sempre que a água estiver contaminada, ou para o efluente da estação de tratamento minimizar eventuais contaminações na rede de distribuição, a destruição completa de todas as formas vivas presentes nas águas naturais denomina-se esterilização.
Em 1854 foi comprovado a relação entre a água consumida e a transmissão da cólera, e então assim o processo de desinfecção começou a se disseminar
As razões que culminaram com a disseminação do cloro e seus compostos como desinfetantes a partir do início do século XX. Podem ser destacadas, entre outras:
a) inativação em tempo relativamente curto dos microrganismos até então conhecidos, presentes nas águas naturais;
b) nas dosagens usualmente empregadas na desinfecção, o cloro não é tóxico aos seres humanos e não confere odor ou sabor às águas;
c) disponível a custo razoável e de fácil transporte,manuseio, armazenamento e aplicação;
d) produção de residuais relativamente estáveis;
FATORES DE EFICIÊNCIA NA DESINFECÇÃO
A eficiência da desinfecção é governada por um extenso rol de fatores, entre os quais se destacam:
a) características físicas, químicas e biológicas da água;
b) o tipo, a forma – encistada ou não – e a concentração dos microrganismos;
c) o tipo e a concentração do desinfetante e o grau de dispersão na massa líquida;
d) o tempo de contato entre o desinfetante e a massa líquida.
Em relação às características da água, a presença de material em suspensão, referenciada pelos teores de turbidez, reduz a eficiência da desinfecção na inativação dos microrganismos patogênicos. Também a presença de compostos orgânicos e de outros compostos oxidáveis irá comprometer o poder de ação do desinfetante sobre os microrganismos, caso este agente seja um oxidante.
Entre as variáveis mencionadas, que contribuem para a eficiência da desinfecção, o tempo de contato e as características do desinfetante são aquelas mais facilmente sujeitas a controle técnico.
PRINCÍPIOS DA INATIVAÇÃO DOS PATOGÊNICOS
A desinfecção acontece graças à conjunção de um ou mais dos seguintes mecanismos, cuja prevalência é função do tipo de desinfetante empregado:
a) destruição da estrutura celular do microrganismo;
b) interferência no metabolismo, acarretando a inativação de enzimas;
c) interferência na biossíntese e no crescimento celular evitando a síntese de proteínas, ácidos nucleicos e coenzimas.
Para o caso específico de desinfecção por raios ultravioleta, o DNA e o RNA absorvem a luz ultravioleta nos comprimentos de onda 200-260 nm. Essa absorção promove a formação de dímeros que conduzem a uma deficiência na produção de proteínas e na sua replicação, impossibilitando a reprodução celular.
O cloro, com seu poder oxidante, interage com a parede celular bacteriana, desestruturando-a e levando a uma exposição da membrana celular. Posteriormente, sucede a extrusão dos constituintes vitais da célula – DNA, RNA, proteínas, entre outros, o que acarreta alterações nos processos bioquímicos associados à membrana celular, destruição dos componentes intracelulares e consequente morte celular.
TIPOS DE DESINFETANTES
A desinfecção da água pode ser realizada por meio de diferentes processos físicos ou químicos, sendo possível até mesmo uma combinação entre eles.
Os processos físicos consistem na aplicação direta de energia sob a forma de calor ou luz (ultravioleta ou gama). O mais antigo processo de desinfecção consiste na fervura da água, assegurando a inativação da totalidade dos microrganismos após um tempo de ebulição de um minuto (ao nível do mar). Todavia, tal alternativa é praticamente restrita ao consumo doméstico, inviabilizando, sob o ponto de vista econômico, seu emprego mesmo para sistemas de pequeno porte.
Entre outros processos físicos inviáveis. Acha-se a solução nos processos químicos, que consistem na exposição da água à ação de diversos produtos, durante um intervalo de tempo suficiente e em concentrações adequadas, visando à inativação dos microrganismos, usualmente por meio de oxidação. 
Além do cloro e seus compostos, tais produtos químicos podem ser:
Halogêneos: todos os halogêneos são desinfetantes – destacando-se, além do cloro, o iodo e o bromo. 
Ozônio: é um agente oxidante poderoso, pouco solúvel em água, exigindo cuidadosa mistura. 
Prata: processo denominado “katadyn” que se baseia na ação oligodinâmica da prata.
Cal: é um desinfetante em pH bastante elevado (10 ou mais). 
ORGANISMOS INDICADORES DE CONTAMINAÇÃO
A identificação de organismos patogênicos na água é, via de regra, demorada, complexa e cara. Por essa razão, tradicionalmente recorre-se à identificação dos organismos indicadores de contaminação, na interpretação de que sua presença apontaria o contato com matéria de origem fecal (humana ou animal) e, portanto, o risco potencial da presença de organismos patogênicos.
Um organismo indicador “ideal” deveria preencher os seguintes requisitos
(CABELLI, 1978; OMS, 1995):
• ser de origem exclusivamente fecal;
• apresentar maior resistência que os patogênicos aos efeitos adversos do meio ambiente e aos processos de tratamento;
• apresentar-se em maior número que os patogênicos;
• ser de fácil identificação;
• não se reproduzir no meio ambiente.
De fato, não há um único organismo que satisfaça simultaneamente todas essas condições. Assim, segundo Cabelli (1978), na ausência de um indicador ideal, deve-se trabalhar com o melhor indicador, que seria aquele que apresentasse a melhor correlação com os riscos de saúde associados à contaminação de um determinado ambiente. Os usualmente empregados para tal técnicas são: coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli. 
EMPREGO DE INDICADORES NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
MANANCIAIS E FONTES DE ABASTECIMENTO
Na avaliação de fontes de abastecimento, ou seja, da água in natura, a interpretação básica do emprego de organismos indicadores é que sua presença aponta poluição de origem fecal e, portanto, o risco de contaminação, ou seja, a presença de patógenos.
O indicador mais preciso de contaminação fecal é a E. coli. Mesmo em mananciais bem protegidos não se pode desconsiderar a importância sanitária da detecção de E. coli, pois, no mínimo, indicaria contaminação de origem animal silvestre, os quais podem ser vetores de agentes patogênicos ao ser humano.
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DA ÁGUA
Nesse caso, o emprego dos organismos indicadores deve partir do seguinte entendimento: a ausência do organismo indicador na água tratada apontaria a ausência de patógenos, pela destruição e/ou remoção de ambos por meio dos processos de tratamento.
Considerando que a cloração é o processo quase universal de desinfecção da água, vale ressaltar alguns aspectos relativos à sua eficiência.
A inativação dos microrganismos por cloração se dá pela ação de uma certa dose de cloro por um determinado tempo de contato. A eficiência da cloração é medida pelo parâmetro K (dosagem x tempo de contato) necessário para alcançar uma dada remoção dos diversos microrganismos (geralmente 99% ou três unidades logarítmicas):
K = C x t
Em que K= constante para cada microrganismo; função da temperatura e do pH (mg.min/L); C = concentração do desinfetante (mg/L); e t = tempo de contato para uma dada porcentagem de inativação (min).
Em geral, em ordem crescente de resistência à cloração, apresentam-se as bactérias, os vírus, os protozoários e os helmintos, estes praticamente imunes.
Adicionalmente, os cistos de protozoários são bem mais resistentes que as bactérias e os vírus.
ÁGUA DISTRIBUÍDA
Mesmo que o tratamento seja adequado, a água pode muito bem deteriorar-se ao longo da distribuição. O isolamento de E. coli no sistema de distribuição é um sinal evidente de recontaminação fecal e, por medida de segurança, assim também deve ser interpretada a detecção de coliformes termotolerantes.
Já o isolamento de coliformes totais, embora não guarde uma relação exclusiva com recontaminação de origem fecal, serve como indicador da integridade do sistema de distribuição. Águas insuficientemente tratadas, por exemplo, sem a garantia de residual de cloro, ou infiltrações, podem permitir o acúmulo de sedimentos e de matéria orgânica e promover o desenvolvimento de bactérias, incluindo aquelas do grupo coliforme que não E. coli ou termotolerantes.
Por isso, na avaliação da qualidade da água distribuída, em geral, tolera-se a detecção eventual de coliformes totais, mas requer-se a ausência sistemática de E. coli ou de coliformes termotolerantes.
Sendo difícil garantir a estanqueidade absoluta e sistemática do sistema de distribuição, tolera-se também valores de turbidez mais elevados que na entrada do sistema. Os teores de cloro residual mantidos no sistema de distribuição são também, em si, indicadores da qualidade da água e da segurança sanitária do sistema de distribuição, uma vez queos valores usualmente exigidos (0,2 mg/L) são os considerados suficientes para a inativação bacteriana.
Outro indicador comumente empregado é a contagem de bactérias heterotróficas, que assume um papel semelhante e auxiliar ao dos coliformes totais: indicação de possível deterioração da qualidade da água no sistema de distribuição, por infiltração, e o já mencionado desenvolvimento de biofilmes, etc.
TÉCNICAS DE LABORATÓRIO PARA A DETECÇÃO DE COLIFORMES EM AMOSTRAS DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
As técnicas de laboratório desenvolveram-se em paralelo ao conhecimento sobre o grupo coliforme e, hoje, são baseadas na verificação de respostas bioquímicas a partir do crescimento das bactérias em meios de cultura específicos.
Os métodos tradicionais valem-se fundamentalmente das seguintes características básicas para a detecção de coliformes:
• Fermentação da lactose com produção de ácido e gás em 24-48 horas a 35 C – 37 C: coliformes (totais);
• Fermentação da lactose com produção de ácido e gás em 24 horas a 44 C – 45 C: coliformes termotolerantes (fecais);
• Fermentação da lactose com produção de ácido e gás e produção simultânea de indol a partir do triptofano em 24 horas a 44 C – 45 C: Escherichia coli (E. coli).
Vale ressaltar que a partir de tais testes não se pode definitivamente concluir pela presença de coliformes e, principalmente, E. coli. Por exemplo, existem bactérias formadoras de esporos que não pertencem ao grupo coliforme, mas são capazes de fermentar a lactose a 37 C. Por sua vez, o isolamento conclusivo de E. coli é complexo e o teste rápido descrito anteriormente excluirá cepas não-termotolerantes, lactose ou indol-negativas. Em contrapartida, existem espécies de Klebsiella (K. oxytoca) capazes de produzir indol, produzindo resultados falso-positivos para E. coli (BAGLEY, 1985). Entretanto, o teste mantém sua validade com uma margem de segurança aceitável, na medida em que a regra é muito mais frequente que a exceção e uma vez que, de toda maneira, o número de E. coli assim detectado em muito superará o número de patogênicos por ventura presentes (HOFSTRA E HUISIN’T VELD,1988; DHSS, 1982; OMS, 1995).
Como as condições ambientais em águas naturais e tratadas são adversas às bactérias entéricas, estas podem encontrar-se em condições de estresse metabólico e, para se evitar resultados falso-negativos, devem ser oferecidas condições de crescimento o mais possível favoráveis. Por essa razão, as bactérias são sucessivamente incubadas em meios de cultura gradualmente mais seletivos, o que vem a constituir os ensaios presuntivos e confirmativos. Assim sendo, o ensaio presuntivo pode incluir resultados falso-positivos, os quais, dependendo do rigor necessário em um dado programa de monitoramento, devem ser confirmados.
As análises podem também ser qualitativas e quantitativas, quando se pretende, respectivamente, detectar a mera presença de um organismo na água ou determinar sua densidade em número de organismos em um dado volume (usualmente 100 mL).
Os métodos quantitativos mais comumente utilizados são o dos tubos múltiplos (TM) ou método da diluição e a técnica da membrana filtrante (MF).
FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DOS TUBOS MÚLTIPLOS (TM)
Na técnica dos TM, simplificadamente, o procedimento para a determinação de coliformes pode ser descrito como a seguir (DHSS, 1982):
• Inocular alíquotas da amostra (diluições) em séries de tubos contendo meio de cultura à base de lactose, por exemplo, caldo lactosado ou, preferencialmente, caldo lauril triptose e incubar a 35 – 37 ºC.
• Após 24 – 48 horas, repicar o conteúdo de cada tubo positivo (produção de ácido e gás) em dois tubos de ensaio, contendo meio de cultura mais seletivo à base de lactose, por exemplo, caldo verde brilhante ou caldo EC; inocular um terceiro tubo contendo água triptonada.
• Incubar em tubo, preferencialmente caldo verde brilhante, a 35 – 37 ºC; a produção de gás em 24 – 48 horas confirma a presença de coliformes (totais).
• Incubar o outro tubo, preferencialmente, caldo EC, a 44 – 45 ºC; a produção de gás em 24 horas confirma a presença de coliformes termotolerantes (fecais).
• Incubar o tubo contendo água triptonada a 44 – 45 ºC e após 24 horas adicionar
0,2 - 0,3 mL do reagente Kovac's; a produção de indol (aparecimento de um anel avermelhado na superfície) indica a presença de E. coli.
Com os dados obtidos dos testes, estima-se o número mais provável (NMP) de organismos em 100 mL da amostra. Muito embora o método dos TM apresente sensibilidade elevada, permitindo a detecção de baixas densidades de bactérias, o NMP não é um valor preciso, e a precisão do teste depende do número de tubos utilizados e dos volumes de amostra inoculados.
Obviamente, quanto pior a qualidade da água a ser analisada, maiores as diluições necessárias e vice-versa.
O Standard Methods (APHA, 1995) recomenda os seguintes critérios:
• água tratada: dez réplicas de tubos contendo 5 mL da amostra ou cinco réplicas de tubos contendo 20 mL da amostra;
• água não tratada: séries de cinco tubos inoculados com diluições decimais da amostra (múltiplas e submúltiplas de 10 mL), de acordo com a provável densidade bacteriana.
Os tubos positivos no ensaio presuntivo são repicados em outros tubos contendo um meio de cultura mais seletivo para o ensaio confirmativo. Dessa forma, têm-se duas estimativas de NMP, presuntivo e confirmativo. 
FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE MEMBRANA FILTRANTE (MF)
Na técnica de MF, a determinação de coliformes é feita da seguinte maneira: 
• Filtrar volumes predeterminados da amostra, retirar a membrana e colocá-los sobre meios de cultura seletivos, preparados em placas de Petri.
• Incubar as placas por quatro horas a 30 ºC e subsequentemente por 18 – 20 horas a 35 – 37 ºC e/ou a 40 – 44 ºC.
• O número de colônias típicas incubadas a 35 – 37 ºC e 40 – 44 ºC fornecem, respectivamente, os resultados presuntivos para coliformes (totais) e termotolerantes (fecais).
• Repicar as colônias típicas para tubos de ensaio contendo meio de cultura à base de lactose. A produção de ácido e gás em 24 – 48 horas (coliformes totais) ou em 24 horas (coliformes termotolerantes) confirma a presença desses organismos.
• Simultaneamente, repicar as colônias típicas incubadas a 44 – 45 ºC em tubos de ensaio contendo água triptonada e incubá-los a 44 – 45 ºC; após 24 horas, adicionar 0,2 – 0,3 mL de reagente Kovac's; a produção de indol indica a presença de E. coli.
A seletividade do meio de cultura propiciará a identificação de colônias típicas da bactéria procurada, por características morfológicas e de cor. A densidade de bactérias é obtida pela contagem das colônias típicas, e os resultados são expressos em unidades formadoras de colônias (UFC)/100 mL.
O volume da amostra a ser filtrada depende da qualidade presumível da água. Para águas de boa qualidade, por exemplo, águas tratadas, devem-se filtrar 100 mL da amostra; em contrapartida, amostras de águas de pior qualidade exigirão diluições, caso contrário, o número de colônias será tão elevado que dificultará a contagem ou prejudicará o crescimento das bactérias em colônias discretas.
Em geral, recomenda-se que a contagem seja feita em membranas com 20-80 colônias, nunca com mais de 200. Portanto, na análise de água de qualidade desconhecida deve-se filtrar diferentes diluições da amostra, sempre em réplicas.
A densidade de bactérias é calculada como a seguir:
UFC/100 mL = (Nº de colônias / ML da amostra filtrada) x 100
Embora a precisão da contagem de colônias seja maior que o NMP, as UFCs também não são números absolutos. Prova disso é que réplicas da mesma amostra quase sempre fornecem contagens diferentes.
A contagem inicial de colônias típicas representará a contagem presuntiva. O teste confirmativo é realizado pela repicagem das colônias típicas, ou uma porcentagem destas, em tubos de ensaio contendo meios de cultura seletivos. A contagem final deve ser ajustada à porcentagem de colônias testadas e confirmada como a bactéria-teste.
MÉTODO DO SUBSTRATO CROMOGÊNICOMais recentemente desenvolveram-se métodos baseados nas atividades enzimáticas específicas dos coliformes (ß-galactosidade) e de E. coli (ß-glucoronidase).
Os meios de cultura contêm nutrientes indicadores (substrato cromogênico) que, hidrolisados pelas enzimas específicas dos coliformes e/ou E. coli, provocam uma mudança de cor no meio, no caso de coliformes, ou produzem fluorescência quando a amostra é exposta à luz ultravioleta, no caso de E. coli. Estes substratos cromogênicos, quando hidrolisados pelas enzimas dos coliformes e de E. coli, liberam, respectivamente, O-nitrofenol (de cor amarela) e 4-metil-unberliferona (fluorescente).
O método pode ser aplicado tanto em análises qualitativas, como quantitativas. Além da maior precisão, outra grande vantagem é o tempo de resposta, já que a determinação simultânea de coliformes (totais) e de E. coli é efetuada após incubação das amostras a 37C por 24 horas, não havendo necessidade de ensaios confirmativos.
METODOLOGIA DE ANÁLISE NA VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
A escolha do método de determinação de coliformes será, feita antes de mais nada, em função de aspectos práticos, como a infra-estrutura de laboratório disponível, o custo e o tempo de resposta das diferentes técnicas. Além disso, cabe ainda saber qual a precisão necessária na análise da água das diversas partes do sistema.
Na análise de águas in natura (fontes de abastecimento), no mínimo será necessária a confirmação de coliformes termotolerantes e, preferivelmente, E. coli. Já em águas tratadas, na entrada e ao longo do sistema de distribuição, a simples confirmação qualitativa de coliformes (totais) deve ser interpretada como motivo de alerta, não bastando, portanto, o ensaio presuntivo. Confirmada a presença de coliformes, devem-se realizar análises quantitativas.
CRITÉRIOS E PADRÕES DE QUALIDADE DE ÁGUAS PARA CONSUMO HUMANO
Todas as informações deste item (artigos, critérios, métodos, tabelas) tiveram como referência o Portal do Ministério da Saúde, Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
DO PADRÃO DE POTABILIDADE 
Art. 27. A água potável deve estar em conformidade com padrão microbiológico, conforme disposto na Tabela 1 e demais disposições desta Portaria.
Tabela 1 – Padrão microbiológico da agua para consumo humano.
§ 1º No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, ações corretivas devem ser adotadas e novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios.
§ 6º Quando o padrão microbiológico estabelecido na Tabela 1 esta Portaria for violado, os responsáveis pelos sistemas e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano devem informar à autoridade de saúde pública as medidas corretivas tomadas.
§ 7º Quando houver interpretação duvidosa nas reações típicas dos ensaios analíticos na determinação de coliformes totais e Escherichia coli, deve-se fazer a recoleta.
Art. 28. A determinação de bactérias heterotróficas deve ser realizada como um dos parâmetros para avaliar a integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede).
§ 1º A contagem de bactérias heterotróficas deve ser realizada em 20% (vinte por cento) das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição (reservatório e rede).
§ 3º Alterações bruscas ou acima do usual na contagem de bactérias heterotróficas devem ser investigadas para identificação de irregularidade e providências devem ser adotadas para o restabelecimento da integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede), recomendando-se que não se ultrapasse o limite de 500 UFC/mL.
Art. 29. Recomenda-se a inclusão de monitoramento de vírus entéricos no(s) ponto(s) de captação de água proveniente(s) de manancial(is) superficial(is) de abastecimento, com o objetivo de subsidiar estudos de avaliação de risco microbiológico.
Art. 30. Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser atendido o padrão de turbidez expresso na Tabela 2 e devem ser observadas as demais exigências contidas nesta Portaria.
Tabela 2 – Padrão de Turbidez para Água pós-filtração ou pré-desinfecção.
§ 1º Entre os 5% (cinco por cento) dos valores permitidos de turbidez superiores ao VMP estabelecido na Tabela 2 a esta Portaria, para água subterrânea com desinfecção, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 uT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 uT em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede).
§ 2° O valor máximo permitido de 0,5 uT para água filtrada por filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta), assim como o valor máximo permitido de 1,0 uT para água filtrada por filtração lenta, estabelecidos na Tabela 2 desta Portaria, deverão ser atingidos conforme as metas progressivas definidas na Tabela 3 a esta Portaria.
Tabela 3 – Metas Progressivas Para Atendimento ao Valor Máximo Permitido de 0,5 uT Para Filtração Rápida e de 1,0 uT Para Filtração Lenta.
§ 3º O atendimento do percentual de aceitação do limite de turbidez, expresso na Tabela 2 a esta Portaria, deve ser verificado mensalmente com base em amostras, preferencialmente no efluente individual de cada unidade de filtração, no mínimo diariamente para desinfecção ou filtração lenta e no mínimo a cada duas horas para filtração rápida.
Art. 31. Os sistemas de abastecimento e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água que utilizam mananciais superficiais devem realizar monitoramento mensal de Escherichia coli no(s) ponto(s) de captação de água.
§ 1º Quando for identificada média geométrica anual maior ou igual a 1.000 Escherichia coli/100mL deve-se realizar monitoramento de cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium spp. no(s) ponto(s) de captação de água.
§ 2º Quando a média aritmética da concentração de oocistos de Cryptosporidium spp. for maior ou igual a 3,0 oocistos/L no(s) pontos(s) de captação de água, recomenda-se a obtenção de efluente em filtração rápida com valor de turbidez menor ou igual a 0,3 uT em 95% (noventa e cinco por cento) das amostras mensais ou uso de processo de desinfecção que comprovadamente alcance a mesma eficiência de remoção de oocistos de Cryptosporidium spp.
§ 3º Entre os 5% (cinco por cento) das amostras que podem apresentar valores de turbidez superiores ao VMP estabelecido no § 2° do art. 30 desta Portaria, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser menor ou igual a 1,0 uT, para filtração rápida e menor ou igual a 2,0 uT para filtração lenta.
Art. 32. No controle do processo de desinfecção da água por meio da cloração, cloraminação ou da aplicação de dióxido de cloro devem ser observados os tempos de contato e os valores de concentrações residuais de desinfetante na saída do tanque de contato expressos nas Tabelas 4, 5 e 6 a esta Portaria.
Tabela 4 – Tempo De Contato Mínimo(Minutos) a Ser Observado Para a Desinfecção Por Meio da Cloração, de Acordo Com Concentração de Cloro Residual Livre, Com a Temperatura e o pH da Água1.
Tabela 4 – continuação.
Tabela 5 – Tempo de Contato Mínimo (Minutos) a Ser Observado Para a Desinfecção Por Meio de Cloração, de Acordo Com Concentração de Cloro Residual Combinado (Cloraminas) e Com a Temperatura da Água, Para Valores de pH da Água Entre 6 E 91.
Tabela 6 – Tempo de contato mínimo (minutos) a ser observado para a desinfecção com dióxido de cloro, de acordo com concentração de dióxido de cloro e com a temperatura da água, para valores de Ph da água entre 6 e 91.
§ 2º No caso da desinfecção com o uso de ozônio, deve ser observado o produto concentração e tempo de contato (CT) de 0,16 mg.min/L para temperatura média da água igual a 15º C.
§ 3º Para valores de temperaturamédia da água diferentes de 15º C, deve-se proceder aos seguintes cálculos:
I - para valores de temperatura média abaixo de 15ºC: duplicar o valor de CT a cada decréscimo de 10ºC.
II - para valores de temperatura média acima de 15ºC: dividir por dois o valor de CT a cada acréscimo de 10ºC.
§ 4° No caso da desinfecção por radiação ultravioleta, deve ser observada a dose mínima de 1,5 mJ/cm2para 0,5 log de inativação de cisto de Giardia spp.
Art. 33. Os sistemas ou soluções alternativas coletivas de abastecimento de água supridas por manancial subterrâneo com ausência de contaminação por Escherichia coli devem realizar cloração da água mantendo o residual mínimo do sistema de distribuição (reservatório e rede), conforme as disposições contidas no art. 34 a esta Portaria.
§ 1° Quando o manancial subterrâneo apresentar contaminação por Escherichia coli, no controle do processo de desinfecção da água, devem ser observados os valores do produto de concentração residual de desinfetante na saída do tanque de contato e o tempo de contato expressos nas Tabelas 4, 5 e 6 desta Portaria ou a dose mínima de radiação ultravioleta expressa no § 4º do art. 32 a desta Portaria.
Art. 34. É obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de cloro residual livre ou 2 mg/L de cloro residual combinado ou de 0,2 mg/L de dióxido de cloro em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede).
Art. 35. No caso do uso de ozônio ou radiação ultravioleta como desinfetante, deverá ser adicionado cloro ou dióxido de cloro, de forma a manter residual mínimo no sistema de distribuição (reservatório e rede), de acordo com as disposições do art. 34 desta Portaria.
Art. 36. Para a utilização de outro agente desinfetante, além dos citados nesta Portaria, deve-se consultar o Ministério da Saúde, por intermédio da SVS/MS.
Art. 37. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que representam risco à saúde e cianotoxinas, expressos nas Tabelas 7 (no Anexo I) e 8 e demais disposições desta Portaria.
Tabela 8 – Padrão de Cianotoxinas da Água Para Consumo Humano.
§ 1° No caso de adição de flúor (fluoretação), os valores recomendados para concentração de íon fluoreto devem observar a Portaria nº 635/GM/MS, de 30 de janeiro de 1976, não podendo ultrapassar o VMP expresso na Tabela 7 (no Anexo I) a esta Portaria.
§ 3° Em complementação ao previsto na Tabela 8 a esta Portaria, quando for detectada a presença de gêneros potencialmente produtores de cilindrospermopsinas no monitoramento de cianobactérias previsto no § 1° do art. 40 desta Portaria, recomenda-se a análise dessas cianotoxinas, observando o valor máximo aceitável de 1,0 μg/L.
§ 4° Em complementação ao previsto na Tabela 8 a esta Portaria, quando for detectada a presença de gêneros de cianobactérias potencialmente produtores de anatoxina-a(s) no monitoramento de cianobactérias previsto no § 1° do art. 40 a esta Portaria, recomenda-se a análise da presença desta cianotoxina.
Art. 38. Os níveis de triagem que conferem potabilidade da água do ponto de vista radiológico são valores de concentração de atividade que não excedem 0,5 Bq/L para atividade alfa total e 1Bq/L para beta total.
Parágrafo único. Caso os níveis de triagem citados neste artigo sejam superados, deve ser realizada análise específica para os radionuclídeos presentes e o resultado deve ser comparado com os níveis de referência da Tabela 9 desta Portaria.
Tabela 9 – Padrão de Radioatividade da Água Para Consumo Humano.
Art. 39. A água potável deve estar em conformidade com o padrão organoléptico de potabilidade expresso na Tabela 10 a esta Portaria.
Tabela 10 – Padrão Organoléptico de Potabilidade. 
§ 1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5.
§ 2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L.
§ 4º Para os parâmetros ferro e manganês são permitidos valores superiores ao VMPs estabelecidos na Tabela 10 desta Portaria, desde que sejam observados os seguintes critérios:
I - os elementos ferro e manganês estejam complexados com produtos químicos comprovadamente de baixo risco à saúde, conforme preconizado no art. 13 desta Portaria e nas normas da ABNT;
II - os VMPs dos demais parâmetros do padrão de potabilidade não sejam violados; e
III - as concentrações de ferro e manganês não ultrapassem 2,4 e 0,4 mg/L, respectivamente.
DOS PLANOS DE AMOSTRAGEM
Art. 40. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistemas ou soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano, supridos por manancial superficial e subterrâneo, devem coletar amostras semestrais da água bruta, no ponto de captação, para análise de acordo com os parâmetros exigidos nas legislações específicas, com a finalidade de avaliação de risco à saúde humana.
§ 1° Para minimizar os riscos de contaminação da água para consumo humano com cianotoxinas, deve ser realizado o monitoramento de cianobactérias, buscando-se identificar os diferentes gêneros, no ponto de captação do manancial superficial, de acordo com a Tabela 6 a esta Portaria, considerando, para efeito de alteração da frequência de monitoramento, o resultado da última amostragem.
§ 2° Em complementação ao monitoramento da Tabela 9 a esta Portaria, recomenda-se a análise de clorofila-a no manancial, com frequência semanal, como indicador de potencial aumento da densidade de cianobactérias.
§ 3° Quando os resultados da análise prevista no § 2° deste artigo revelarem que a concentração de clorofila-a em duas semanas consecutivas tiver seu valor duplicado ou mais, deve-se proceder nova coleta de amostra para quantificação de cianobactérias no ponto de captação do manancial, para reavaliação da frequência de amostragem de cianobactérias.
§ 4° Quanto a densidade de cianobactérias exceder 20.000 células/ml, deve-se realizar análise de cianotoxinas na água do manancial, no ponto de captação, com frequência semanal.
§ 5° Quando as concentrações de cianotoxinas no manancial forem menores que seus respectivos VMPs para água tratada, será dispensada análise de cianotoxinas na saída do tratamento de que trata a Tabela 7 a esta Portaria.
§ 6° Em função dos riscos à saúde associados às cianotoxinas, é vedado o uso de algicidas para o controle do crescimento de microalgas e cianobactérias no manancial de abastecimento ou qualquer intervenção que provoque a lise das células.
§ 7° As autoridades ambientais e de recursos hídricos definirão a regulamentação das excepcionalidades sobre o uso de algicidas nos cursos d'água superficiais.
Art. 41. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistema e solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano devem elaborar e submeter para análise da autoridade municipal de saúde pública, o plano de amostragem de cada sistema e solução, respeitando os planos mínimos de amostragem expressos nas Tabelas 11, 12 e 13 (Anexo II).
§ 1º A amostragem deve obedecer aos seguintes requisitos:
I - distribuição uniforme das coletas ao longo do período; e
II - representatividade dos pontos de coleta no sistema de distribuição (reservatórios e rede), combinando critérios de abrangência espacial e pontos estratégicos, entendidos como:
a) aqueles próximos a grande circulação de pessoas: terminais rodoviários, terminais ferroviários entre outros;
b) edifícios que alberguem grupos populacionais de risco, tais como hospitais, creches e asilos;
c) aqueles localizados em trechos vulneráveis do sistema de distribuição como pontas de rede, pontos de queda de pressão, locais afetados por manobras, sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios, entre outros; e
d) locais com sistemáticas notificações de agravos à saúde tendo como possíveis causas os agentes de veiculação hídrica.
§ 2º No número mínimo de amostras coletadas na rede de distribuição, previsto na Tabela 7, não se incluem as amostras extras (recoletas).
§ 3º Em todasas amostras coletadas para análises microbiológicas, deve ser efetuada medição de turbidez e de cloro residual livre ou de outro composto residual ativo, caso o agente desinfetante utilizado não seja o cloro.
§ 4º Quando detectada a presença de cianotoxinas na água tratada, na saída do tratamento, será obrigatória a comunicação imediata às clínicas de hemodiálise e às indústrias de injetáveis.
§ 5º O plano de amostragem para os parâmetros de agrotóxicos deverá considerar a avaliação dos seus usos na bacia hidrográfica do manancial de contribuição, bem como a sazonalidade das culturas.
§ 6º Na verificação do atendimento ao padrão de potabilidade expressos nas Tabelas 7, 8, 9 e 10 a esta Portaria, a detecção de eventuais ocorrências de resultados acima do VMP devem ser analisadas em conjunto com o histórico do controle de qualidade da água.
§ 7º Para populações residentes em áreas indígenas, populações tradicionais, dentre outras, o plano de amostragem para o controle da qualidade da água deverá ser elaborado de acordo com as diretrizes específicas aplicáveis a cada situação.
CONCLUSAO
Após analisar todos os termos, técnicas, métodos, dados, fórmulas, critérios e padrões para indicação de água própria para abastecimento e/ou consumo, percebe-se que o Ministério da Saúde tem uma grande preocupação com esse campo. Definindo leis claras e rígidas, visando uma melhoria na situação atual da saúde brasileira. Se todas elas forem corretamente seguidas, acredita-se numa melhora.
Viu-se também a importância do estudo da microbiologia para os inúmeros testes de qualidade da água. Há a presença de milhares de microrganismo em águas não tratadas, alguns deles patogênicos, e ai está o grande risco para saúde. Por isso a importância de cada etapa do processo.
REFERÊNCIAS 
GONÇALVES, Carolina. Falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos no mundo. Brasília: Agencia Brasil, 2013. Disponível no endereço eletrônico <http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-03-22/falta-de-agua-de-qualidade-mata-uma-crianca-cada-15-segundos-no-mundo-revela-unicef>
MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.914. 12 de dezembro de 2011. Disponível no endereço eletrônico <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html> 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância e Controle da Qualidade da Água Para Consumo Humano. Brasilia. 2006 . Disponível no endereço eletrônico <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_controle_qualidade_agua.pd>
Todos as informações de procedimento de testes com organismos indicadores de contaminação, e todos os procedimentos de desinfecção foram tiram do MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.914. 12 de dezembro de 2011.
ANEXOS
ANEXO I
Tabela 7 – Padrão de Potabilidade Para Substâncias Químicas Que Representam Risco à Saúde (composta de 3 partes e uma nota).
ANEXO II
Tabela 11 – Frequência de Monitoramento de Cianobactérias no Manancial de Abastecimento de Água. 
Tabela 12 – Número Mínimo de Amostras Para o Controle da Qualidade da Água de Sistema de Abastecimento, Para Fins de Análises Físicas, Químicas e de Radioatividade, em Função do Ponto de Amostragem, da População Abastecida e do Tipo de Manacial. 
Tabela 13 – Número Mínimo de Amostras Mensais Para o Controle da Qualidade da Água de Sistema de Abastecimento, Para Fins de Análises Microbiológicas, em Função da População Abastecida.

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