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Legais Garantias do Contrato

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Legais Garantias aos Contratantes 
(Aula 06)
EVICÇÃO - (Artigos 447 a 457) = PERDA
Conceito: É um vício de direito, o qual compromete a titularidade jurídica da coisa que foi objeto de alienação, ou seja, é a perda da coisa pelo adquirente em face da reivindicação do verdadeiro titular, de cujos riscos o alienante deve resguardar o credor/adquirente.
Origem do latim evincere = triunfar, a coisa foi reivindicada judicialmente por outro (terceiro) e esse venceu judicialmente a disputa.
Obs:O vencedor chama-se Evictor e o vencido Evicto ( credor/adquirente).
A evicção apenas pode ocorrer em decorrência de contratos onerosos, tendo como objeto transferência de direito real, de posse, ou de uso. Todavia, o CC estendeu a garantia às aquisições oriundas de hasta pública.
Não é possível a aplicação da evicção nos contratos de doação, pois não existe perda patrimonial, mas sim expectativa de acréscimo. Salvo má-fé do doador (bem alheio é doado) e doação com encargo.
Para se caracterizar a evicção, exige-se, via de regra, sentença judicial, mas existe exceção (carro furtado e emplacado indevidamente no DETRAN).
Também existe a evicção expropriatória, a qual é decorrente da perda da coisa, não por disputa judicial, mas sim por penhora judicial, dívidas não pagas pelo alienante.
A garantia da evicção tem a finalidade de assegurar ao credor/adquirente, titular do direito real ou posse, que, se ocorrer a evicção, tem o alienante responsabilidade objetiva, independente de culpa.
Obs: Em contratos de consumo ou Adesão considera abusiva a cláusula que exclua a evicção, pois nessas hipóteses existe a proteção legal dos contratantes vulneráveis, pois o contrato é feito unilateralmente e se presume que não houve negociação consentida.
Haverá isenção de responsabilidade do alienante, apenas se o adquirente tinha ciência dos eventuais riscos da coisa, bem assim se esse tinha ciência que a coisa era alheia ou litigiosa e, mesmo assim, assumiu o risco (comprovação da efetivação do princípio da boa-fé).
O adquirente tem direito á restituição pelas obras necessárias e uteis e não pelas voluptuárias. O valor das benfeitorias será atualizado até a data da evicção.
Para se caracterizar a evicção faz-se necessário que haja processo judicial ou administrativo e que o adquirente promova a denunciação à lide do alienante. (Exceção REsp 255.639)
VÍCIOS REDIBITÓRIOS (ARTIGOS 441 a 446 DO CC)
Instituto usado no antigo Direito Romano (“edis curuis” – magistrados que atuavam em antigos mercados) aplicavam a “actio redhibitoria” nos casos em que os credores de escravos ou animais adquiriam aqueles com defeitos ou doenças, sendo possível a devolução da parte paga a maior, pois se apresentavam impróprios para o fim destinado.
Pressupostos para a ocorrência do vício redibitório: a) Contrato comutativo sobre coisas móveis e imóveis; b) tradição da coisa; c) vício oculto; d) funcionalidade do vício; e) decadência, pelo não exercício do direito; e f) pretensões do adquirente: redibição e abatimento do preço.
Contrato Comutativo: é o todo contrato que supõe prestação e contraprestação determinadas e não sujeitas a risco, e que se contrapõe ao contrato aleatório e unilateral, que conta apenas com a prestação de um das partes; Ex: Compra e Venda, Permuta, Prestação de Serviço.
Obs: Aquisição em hasta pública não é contrato de compra e venda. Logo não tem garantia aos vícios redibitórios (REsp 625.322)
Prazo inicial para exercício da pretensão redibitória = Tradição = entrega da coisa. Tem que ser a tradição real e não a tradição ficta (celebração do contrato). Exceção: Vício detectado apenas posteriormente em face da sua natureza.
O vício (defeito) deve estar oculto no momento da tradição. O vício é na própria coisa, afetando seu uso adequado ou próprio, ou sua utilidade.
O vício é considerado oculto quando não é percebido pela diligência do destinatário comum, não sendo caso de perito ou técnico.
Funcionalidade do vício (artigo 441 do CC). Logo, não é qualquer vício. Impropriedade = adequação; diminuição do valor é dado objetivo.
Decadência pelo não exercício do direito (artigos 445 e 446).
Garantia Convencional x Garantia Legal – No caso de garantia convencional de um ano do objeto móvel fabricado, o prazo total de decadência será de um ano e trinta dias. Se for um vício descoberto mais tarde que a tradição da coisa, esse prazo será ampliado de 180 dias contados da ciência do vício, mesmo que ultrapasse o prazo convencional.
Obs: Se faz necessário a denúncia do vício ao alienante, podendo ser judicial ou extrajudicial.
Pretensões do Adquirente - O adquirente pode requerer a resolução do contrato recebendo de volta o que pagou devidamente atualizado ou o abatimento do preço correspondente a desvalorização provocada pelo vício.
No Código de Defesa do Consumidor (artigos 18, 19 e 20)
EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO (arts. 476 e 477 CC)
Nos contratos bilaterais (prestação e contraprestação) uma parte não pode exigir o adimplemento da obrigação de outra se estiver inadimplente com a sua. É derivado do dever de equivalência.
Exemplo: Artigo 491 do CC - Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
Obs: Também existe a possibilidade nos casos em que quando for cumprida a obrigação, esta não foi completa ou adequadamente satisfeita.
Obs: A exceção somente pode ser oposta se existe contrato bilateral. Não sendo possível em qualquer outro negócio jurídico possível.
Resulta do princípio da boa-fé objetiva e de vedação ao comportamento contraditório (venire contra factum proprium).
Obs: A exceção do contrato não cumprido somente pode ser oposta em razão de inadimplemento de obrigação de mesma importância, não sendo possível quando a outra for secundária. Ex: o locatário não pode deixar de pagar o aluguel em face do locador não ter feito os reparos prometidos.
JURISPRUDÊNCIAS
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO IMPORTADO. FINANCIAMENTO POR INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. APREENSÃO DO VEÍCULO PELA RECEITA FEDERAL. EVICÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. EXCLUSÃO DO PROCESSO.
1. Aquisição por terceiro de automóvel importado (Porsche Carrera, modelo 911), financiado por instituição financeira mediante contrato de alienação fiduciária em garantia.
2. Posterior apreensão do veículo pela Receita Federal por irregularidades no procedimento de importação.
3. Caracterização da ocorrência de evicção por se tratar de apreensão operada por autoridade administrativa com poderes para a prática do ato administrativo. Precedentes do STJ.
4. O dever de garantir os riscos da evicção é restrito ao alienante do veículo, não se estendendo à instituição financeira que apenas concedeu o financiamento sem estar vinculada ao importador (vendedor).
5. Reconhecimento da ilegitimidade passiva da instituição financeira, com sua exclusão do processo. Precedentes do STJ.
6. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(REsp 1342145/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/12/2014, DJe 17/12/2014)
PROCESSO CIVIL. DIREITO CIVIL. EXERCÍCIO DOS DIREITOS ADVINDOS DA EVICÇÃO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. DESNECESSIDADE. TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.
1. Não ocorre violação ao art. 535 do Código de Processo Civil quando o Juízo, embora de forma sucinta, aprecia fundamentadamente todas as questões relevantes ao deslinde do feito, apenas adotando fundamentos divergentes da pretensão do recorrente. Precedentes.
2. A evicção consiste na perda parcial ou integral do bem, via de regra, em virtude de decisão judicial que atribui o uso, a posse ou a propriedade a outrem, em decorrência de motivo jurídico anterior ao contrato de aquisição, podendo ocorrer, ainda, em virtude de ato administrativo do qual também decorra a privação da coisa. Precedentes.
3. A perda do bem por vício anterior ao negócio jurídico oneroso é fator determinante da evicção, tanto quehá situações em que, a despeito da existência de decisão judicial ou de seu trânsito em julgado, os efeitos advindos da privação do bem se consumam, desde que, por óbvio, haja a efetiva ou iminente perda da posse ou da propriedade, e não uma mera cogitação da perda ou limitação desse direito.
4. O trânsito em julgado da decisão que atribui a outrem a posse ou a propriedade da coisa confere o respaldo ideal para o exercício do direito oriundo da evicção. Todavia, o aplicador do direito não pode ignorar a realidade hodierna do trâmite processual nos tribunais que, muitas vezes, faz com que o processo permaneça ativo por longos anos, ocasionando prejuízos consideráveis advindos da constrição imediata dos bens do evicto, que aguarda, impotente, o trânsito em julgado da decisão que já há muito assegurava-lhe o direito.
5. No caso dos autos, notadamente, houve decisão declaratória da ineficácia das alienações dos imóveis litigiosos - assim como seu arresto - em virtude do reconhecimento de fraude nos autos da execução fiscal movida pelo Estado de Goiás contra a empresa Onogás S/A, que transferiu os referidos bens à recorrente, sendo certo que, em consulta ao sítio do Tribunal a quo, verificou-se a improcedência dos embargos à execução fiscal em 14/12/2012, em processo que tramita desde 1998.
6. Dessarte, a despeito de não ter ainda ocorrido o trânsito em julgado da decisão prolatada na execução fiscal, que tornou ineficaz a alienação dos bens imóveis objeto do presente recurso, as circunstâncias fáticas e jurídicas acenam para o robusto direito do adquirente, mormente ante a determinação de arresto, medida que pode implicar no desapossamento dos bens e que promove sua imediata afetação ao procedimento executivo futuro.
7. O exercício do direito oriundo da evicção independe da denunciação da lide ao alienante na ação em que terceiro reivindica a coisa, sendo certo que tal omissão apenas acarretará para o réu a perda da pretensão regressiva, privando-lhe da imediata obtenção do título executivo contra o obrigado regressivamente, restando-lhe, ainda, o ajuizamento de demanda autônoma. Ademais, no caso, o adquirente não integrou a relação jurídico-processual que culminou na decisão de ineficácia da alienação, haja vista se tratar de executivo fiscal, razão pela qual não houve o descumprimento da cláusula contratual que previu o chamamento da recorrente ao processo.
8. Recurso especial não provido.
(REsp 1332112/GO, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 21/03/2013, DJe 17/04/2013)
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO DE ABATIMENTO DE PREÇO POR VÍCIO REDIBITÓRIO - CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL, CUJO PAGAMENTO COMPREENDIA ENTREGA DE VALORES E DE VEÍCULO - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DOS AUTORES.
1. Pretensão voltada ao reconhecimento de violação ao princípio da boa-fé na conclusão de contrato de compra e venda de imóvel, cujo adimplemento se operou pela entrega de valores e de veículo automotor, em virtude de aludido veículo supostamente conter vício redibitório, omitido pela parte ex adversa. Requisitos ensejadores do reconhecimento de mácula no ajuste e de omissão de vício oculto afastados pela Corte de origem, com base no conteúdo fático-probatório dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ.
2. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no AREsp 81.840/PR, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 07/02/2013)
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMÓVEL. INUNDAÇÕES.VÍCIO REDIBITÓRIO. ALEGAÇÃO DE CASO FORTUITO/FORÇA MAIOR. FORTE PRECIPITAÇÃO. ART. 393 DO CC. NÃO-ACOLHIMENTO. RESOLUÇÃO DO CONTRATO E PERDAS E DANOS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
1. O Tribunal a quo - ao concluir que os problemas com alagamentos já ocorriam antes da mencionada chuva forte, o que afasta a tese de danos decorrentes de fenômeno da natureza - decidiu com base nas provas produzidas nos autos, cujo reexame é defeso em sede de recurso especial, em face do óbice da Súmula 7/STJ.
2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no Ag 1421400/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 12/04/2012, DJe 19/04/2012)

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