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Pesquisa Jurisprudencial DIREITOS E DANOS 2020 2

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Pesquisa Jurisprudencial - Princípio da boa-fé – 2020.2 Direito dos Contratos – Atividade 01
HELENA ANDRADE TEIXEIRA AZEVEDO
· SUPRESSIO - JURISPRUDÊNCIA E COMENTÁRIOS 
1. (TJ-MG - AI: 10000190829838001 MG, Relator: Maria das Graças Rocha Santos (JD Convocada), Data de Julgamento: 07/10/0019 Data de Publicação: 09/10/2019) - EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO - LIMINAR DEFERIDA - DESOCUPAÇÃO - APLICAÇÃO FENÔMENOS JURÍDICOS: SUPRESSIO E SURRECTIO - SUSPENSÃO DA LIMINAR - POSSIBILIDADE. Depreende-se no caso concreto a aplicação dos fenômenos jurídicos decorrentes do princípio da boa-fé: supressio e surrectio. Acordando as partes, ainda que verbalmente, que os valores poderiam ser pagos em momento posterior, concordando com a manutenção do contrato até o presente ano, criou-se a expectativa de que aquela obrigação acordada não seria cobrada na sua forma original, surgindo, assim, um direito não pactuado originariamente.
	Neste caso, se a parte acordou, ainda que verbalmente, que os valores poderiam ser pagos em momento posterior, concordando com a manutenção do contrato até o presente ano, criou-se para a agravante a expectativa de que aquela obrigação acordada não seria cobrada na sua forma original, surgindo assim, um direito não pactuado originariamente. Assim, acolheu-se o provimento diante de tais fundamentações determinando-se, por ora, a suspensão da liminar deferida no processo de ação de despejo por falta de pagamento, pois o contexto fático demonstra a aplicação dos fenômenos jurídicos decorrentes da boa fé: Supressio e surrectio. 
2. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL – PROCEDIMENTO COMUM – COBRANÇA - VERBAS ACESSÓRIAS – SUPRESSIO – BOA-FÉ CONTRATUAL. A teoria do supressio consiste na perda ou supressão de um direito pela falta de seu exercício por razoável lapso temporal, estando condicionada à constatação de que o comportamento da parte não mais seria aceitável pelo princípio da boa-fé. Desdobramento da boa-fé objetiva que não se presta a premiar maus pagadores contumazes. Pedido procedente. Sentença mantida. Recurso desprovido. (TJ-SP - AC: 10121390820198260161 SP 1012139-08.2019.8.26.0161, Relator: Décio Notarangeli, Data de Julgamento: 16/09/2014, 9ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 19/03/2020)
	Neste caso, a apelação invoca o princípio do supressio aduzindo que diversos pagamentos foram feitos em atraso, sem exigência de juros e correção monetária. Assim, diante da omissão anterior, o movimento posterior soa incompatível com as legítimas expectativas até então geradas. Assim, invoca-se o supressio com arrimo na boa-fé objetiva (artigo 422 do Código Civil). 
	
3. EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE - LIMINAR - REQUISITOS - PRESENÇA - SUPRESSIO - SURRECTIO. - Pela supressio, perde-se um direito pelo seu não exercício após o decurso de certo tempo. Pela surrectio, nasce-se um direito em favor da parte, se a outra não exerce o que lhe era garantido pelo direito - Constata-se a configuração da supressio do direito do condomínio de reclamar a posse de determinada área comum, utilizada exclusivamente por determinado condômino, após o decurso de prazo superior a 10 anos sem exercício do direito de posse, com indícios suficientes de que este não mais seria exercido - surrectio. (STJ, AgInt nos EDcl no AREsp 1054558/RJ) (TJ-MG - AI: 10000191487446001 MG, Relator: Ramom Tácio, Data de Julgamento: 29/04/2020, Data de Publicação: 30/04/2020)
	Neste caso, estipula-se haver supressio por parte do condomínio a respeito da reclamação de área em utilização das partes, sendo estes ainda resguardados de esbulho. No caso, a supressio e a surrection afetam as partes. As partes utilizaram-se de vaga de garagem por mais de dez anos sem oposição do condomínio. Embora a convenção de condomínio disponha que o número de vagas será distribuído em igualdade entre os condôminos, entende-se que, diante do lapso temporal em que os agravados se utilizam, com exclusividade, do espaço da garagem, onde cabem dois carros, sem oposição do Condomínio, ou de quem quer que seja, em princípio, criou-se uma expectativa de que o uso delas não seria mais impedido. 
4. AGRAVO DE INSTRUMENTO – BUSCA E APREENSÃO – LIMINAR DEFERIDA – INADIMPLEMENTO DE UMA ÚNICA PARCELA – PAGAMENTO REGULAR DAS PRESTAÇÕES POSTERIORES À DEVIDA – SUPRESSIO – MÁ-FÉ DA FINANCEIRA – AGRAVO PROVIDO. A conduta da instituição financeira em receber as parcelas que sucederam à inadimplida, permitindo que o contrato continue a produzir seus efeitos impede a busca e apreensão do veículo em razão do fenômeno da supressio. (TJ-MS - AI: 14019679020208120000 MS 1401967-90.2020.8.12.0000, Relator: Des. Julizar Barbosa Trindade, Data de Julgamento: 31/03/2020, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: 03/04/2020)
	Desta jurisprudência, arguiu-se que não obstante a conduta adotada pela instituição financeira, ora apelante, consistente no recebimento direto das demais parcelas vencidas em momento posterior à mora, resulta na impossibilidade de execução da garantia dada no contrato de financiamento, em razão do fenômeno da supressio. Ademais “quadro fático apresentado nos autos, indubitavelmente, configura adimplemento substancial do contrato de financiamento, fato que impede o exercício do direito deduzido na ação de busca e apreensão”. Assim, ainda que haja direito em exercer a retomada do bem quando do inadimplemento da vigésima parcela, permitiu-se que o contrato continuasse a propalar seus efeitos, aceitando-se o pagamento por parte da financeira dos cinco meses seguidos, mesmo depois do inadimplemento, criando para o agravante a expectativa de que o veículo seria seu se continuasse quitando suas parcelas. 
· SURRECTIO - JURISPRUDÊNCIA E COMENTÁRIOS
1. (TJ-MG - AI: 10000190829838001 MG, Relator: Maria das Graças Rocha Santos (JD Convocada), Data de Julgamento: 07/10/0019, Data de Publicação: 09/10/2019) - EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO - LIMINAR DEFERIDA - DESOCUPAÇÃO - APLICAÇÃO FENÔMENOS JURÍDICOS: SUPRESSIO E SURRECTIO - SUSPENSÃO DA LIMINAR - POSSIBILIDADE. Depreende-se no caso concreto a aplicação dos fenômenos jurídicos decorrentes do princípio da boa-fé: supressio e surrectio. Acordando as partes, ainda que verbalmente, que os valores poderiam ser pagos em momento posterior, concordando com a manutenção do contrato até o presente ano, criou-se a expectativa de que aquela obrigação acordada não seria cobrada na sua forma original, surgindo, assim, um direito não pactuado originariamente.
	Neste caso, se a parte acordou, ainda que verbalmente, que os valores poderiam ser pagos em momento posterior, concordando com a manutenção do contrato até o presente ano, criou-se para a agravante a expectativa de que aquela obrigação acordada não seria cobrada na sua forma original, surgindo assim, um direito não pactuado originariamente. Assim, acolheu-se o provimento diante de tais fundamentações determinando-se, por ora, a suspensão da liminar deferida no processo de ação de despejo por falta de pagamento, pois o contexto fático demonstra a aplicação dos fenômenos jurídicos decorrentes da boa fé: Supressio e surrectio. 
2. EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE - LIMINAR - REQUISITOS - PRESENÇA - SUPRESSIO - SURRECTIO. - Pela supressio, perde-se um direito pelo seu não exercício após o decurso de certo tempo. Pela surrectio, nasce-se um direito em favor da parte, se a outra não exerce o que lhe era garantido pelo direito - Constata-se a configuração da supressio do direito do condomínio de reclamar a posse de determinada área comum, utilizada exclusivamente por determinado condômino, após o decurso de prazo superior a 10 anos sem exercício do direito de posse, com indícios suficientes de que este não mais seria exercido - surrectio. (STJ, AgInt nos EDcl no AREsp 1054558/RJ) (TJ-MG - AI: 10000191487446001 MG, Relator: Ramom Tácio, Data de Julgamento: 29/04/2020, Data de Publicação: 30/04/2020)
	Neste caso, estipula-se haver supressio por partedo condomínio a respeito da reclamação de área em utilização das partes, sendo estes ainda resguardados de esbulho. No caso, a supressio e a surrection afetam as partes. As partes utilizaram-se de vaga de garagem por mais de dez anos sem oposição do condomínio. Embora a convenção de condomínio disponha que o número de vagas será distribuído em igualdade entre os condôminos, entende-se que, diante do lapso temporal em que os agravados se utilizam, com exclusividade, do espaço da garagem, onde cabem dois carros, sem oposição do Condomínio, ou de quem quer que seja, em princípio, criou-se uma expectativa de que o uso delas não seria mais impedido. 
3. EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. SERVIÇO DE TELEFONIA. ALTERAÇÃO UNILATERAL DO PLANO. UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO. PRÁTICA CONSOLIDADA AO LONGO DOS ANOS. INÉRCIA DO USUÁRIO. SURRECTIO. - Sob a ótica da consolidação de estados jurídicos pelo decurso do tempo, não se pode olvidar da figura da surrectio, fundada no princípio ético de respeito às relações definidas ao longo dos anos. Emerge do contexto probatório que o usuário, por longo período de tempo, anuiu com a alteração do plano de telefonia, fazendo uso do serviço. (TJ-MG - AC: 10520100015681001 MG, Relator: Cláudia Maia, Data de Julgamento: 19/11/2015, Data de Publicação: 02/12/2015)
	Neste caso, a autora alega não haver contratado pacote da empresa de telefonia ré, entretanto manteve o pagamento do pacote por dois anos. Nesse caso, o juiz acolheu a implicação de surrectio por parte da ré fundado na boa-fé objetiva uma vez que houve a estabilização de uma situação para o futuro, além de apelarem à teoria do adimplemento substancial das obrigações e a teoria dos atos próprios, como veio de rever a amplitude e o alcance dos deveres contratuais. 
4. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO. GÁS. CONSUMO MÍNIMO. APLICAÇÃO DOS INSTITUTOS DA VENIRE CONTRA FACUTM PRO PRIUM, SURRECTIO E SUPRESSIO. Mostra-se inviável a cobrança feita pela demandada, na medida em que exigir o pagamento de valores relacionados ao "consumo mínimo de gás" atenta contra a boa-fé objetiva, na medida em que ao longo dos anos as partes se comportaram, quanto ao cumprimento do pacto, de uma determinada forma e, posteriormente, repentinamente, a demandada muda a sua conduta. Tal agir da demandada esbarra no limite do exercício de direitos subjetivos, do qual deriva os institutos da venire contra facutm pro prium, surrectio e supressio, os quais se aplicam ao caso dos autos. A demandada ao cobrar os valores decorrentes da cláusula nº. 3.1, que ao longo de seis anos não foi exigida, infringiu o Princípio da boa-fé objetiva, razão pela qual tais quantias não são devidas. Apelação improvida. (Apelação Cível Nº 70070832506, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em 24/11/2016). (TJ-RS - AC: 70070832506 RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Data de Julgamento: 24/11/2016, Décima Nona Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 28/11/2016).
	Em suma, sob o desígnio do artigo 330 do CC, verifica-se que houve o surgimento do direito de acordo com o pagamento reiterado feito em local diferente do acordado e previsto no contrato. 	Assim, se o contrato previu um determinado local para pagamento, mas durante certo período, o credor aceitou que o pagamento fosse realizado em outro local, ele não poderá alegar que o devedor cometeu ato ilícito e sim, haverá surrectio do direito do devedor de pagar em local distinto. 
· VENIRE CONTRA FACTO PROPRIUM - JURISPRUDÊNCIA E COMENTÁRIOS
1. APELAÇÃO - DIREITO DO CONSUMIDOR - SEGURO DE VIDA E ACIDENTES PESSOAIS - COBRANÇA - INDENIZAÇÃO - CONTRATO DE MÚTUO - CONTRATO DE SEGURO DE VIDA E ACIDENTES PESSOAIS -ALEGAÇÃO DA RÉ DE QUE SERIA MERA ESTIPULANTE DO SEGURO -ARGUIÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DE PARTE - RE>EIÇÃO -PERTINÊNCIA SUBJETIVA DA RÉ PARA INTEGRAR O POLO PASSIVO DA RELAÇÃO PROCESSUAL - QUESTÃO QUE NA VERDADE SE CONFUNDE COM O PRÓPRIO MÉRITO - CARÊNCIA DE AÇÃO NÃO CONFIGURADA - CONTRATO DE SEGURO DE VIDA E DE ACIDENTES PESSOAIS EMBUTIDO EM CONTRATO DE PLANO DE SAÚDE -INCAPACIDADE PERMANENTE DO SEGURADO VÍTIMA DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO - FORMA DE PAGAMENTO DO PRÉMIO ESCOLHIDA PELA APELANTE - DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO - ADIMPLEMENTO DO SEGURADO - SINISTRO VERIFICADO ANTES DO DESCONTO EM FOLHA - RECUSA ESCORADA NA ALEGAÇÃO DE QUE O PAGAMENTO FORA FEITO A DESTEMPO -"VENIRE CONTRA FACTO PROPRIUM" - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ -CONFIGURAÇÃO - SENTENÇA - PROCEDÊNCIA - MANUTENÇÃO. A caixa de pecúlios, pensões e montepios, não obstante figurar como estipulante no contrato de seguro de vida inserido no contrato mútuo com caução, responde pelo pagamento da quantia acordada para a hipótese de acidente pessoal do segurado se criou, no segurado e nos beneficiários do seguro, a legítima expectativa de ela, mutuante, ser responsável por esse pagamento.APELAÇÃO DESPROVIDA. (TJ-SP - APL: 9116609692007826 SP 9116609-69.2007.8.26.0000, Relator: Amorim Cantuária, Data de Julgamento: 11/05/2011, 25ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 18/05/2011)
	Nesta jurisprudência, considera-se que o desconto do prêmio do seguro consignado em folha de pagamento do segurado dava à apelante segurança maior de que iria receber as contribuições devidas, e se essa foi a escolha da apelante, porque lhe era mais vantajosa, não pode-se valer agora, sob pena de litigar segundo a locução venire contra facto proprium, negar a indenização com base em cláusula standard que condicionava o pagamento de indenização do prévio pagamento do valor integral do prêmio, quando o sinistro acontece dias antes do desconto feito na folha de pagamento. 
2. Página 1119 da Judicial - 1ª Instância - Capital do Diário de Justiça do Estado de São Paulo (DJSP) de 1 de Julho de 2015 - Processo 2010049-96.2015.8.26.0016 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Obrigação de Fazer / Não Fazer - Amil Seguro Saúde S/A e outro - VISTOS. Relatório dispensado nos termos do artigo 38 da Lei nº 9.099/95.
	Nesta jurisprudência, discutiu-se a cobertura do plano de saúde para tratamento médico pediátrico em regime home care. Pela co-ré Amil já estar prestando serviços em favor da beneficiária do plano anteriormente a negativa da cobertura foi declarada como Venire Contra Facto Proprium. Somou-se ainda questões do CDC (art. 47 e artigos 18 e 25 ambos da lei nº 8.078/90 do CDC). 
3. APELAÇÃO - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - TELEFONIA FIXA -DESATIVAÇÃO DO TERMINAL - INEXISTÊNCIA DE DÉBITO -NEGATIVAÇÃO INDEVIDA DO NOME DO CONSUMIDOR,INCLUÍDO NOS CADASTROS DE INADIMPLENTES - DANOS MORAIS CONFIGURADOS - INDENIZAÇÃO MENSURADA EM R$8.300,00 - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANUTENÇÃO -DANOS MORAIS TIPIFICADOS E INDENIZAÇÃO FIXADA COM RAZOABILIDADE E PROPOCIONALIDADE - APELANTE QUE OFERECEU RESISTÊNCIA FRÍVOLA, INCLUSIVE CONFORME A LOCUÇÃO "VENIRE CONTRA FACTO PROPRIUM" - IMPOSIÇÃO DE OFÍCIO DA PENA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E DA MULTA DE 1% E DE 20% SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO, NOS TERMOS DO ARTIGO 17, INCISO I E II, E 18, CAPUT DO CPC - SENTENÇA MANTIDA. 1. A prática da concessionária de serviços de telefonia de levar o nome de quem não estava inadimplente aos álbuns de maus pagadores configura lesão moral ao cidadão ofendido, prática que não pode absolutamente ser tolerada. A ilícita conduta da operadora telefônica fere o direito a honra e reputação do consumidor, de modo que em vista disto, cabível a reparação a título de dano moral e que foi arbitrada em R$ 8.300,00 segundos os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 2. A empresa de telefonia litigou sem se inteirar sobre a natureza da causa,oferecendo resistência frívola, inclusive conforme a locução "venire contra facto proprium", ensejando, de ofício, a imposição à apelante da pena por litigância de má-fé e da imposição do pagamento de multa. (TJ-SP - APL: 9179006332008826 SP 9179006-33.2008.8.26.0000, Relator: Amorim Cantuária, Data de Julgamento: 03/08/2011, 25ª Câmara de Direito Privado,Data de Publicação: 08/08/2011)
	Neste caso, a empresa de telefonia litigou sem se inteirar sobre a natureza da causa, oferecendo resistência frívola, inclusive conforme a locução “venire contra facto proprium”, ensejando, de ofício, a imposição à apelante da pena por litigância de má-fé e de imposição do pagamento de multa. 
4. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO. GÁS. CONSUMO MÍNIMO. APLICAÇÃO DOS INSTITUTOS DA VENIRE CONTRA FACUTM PRO PRIUM, SURRECTIO E SUPRESSIO. Mostra-se inviável a cobrança feita pela demandada, na medida em que exigir o pagamento de valores relacionados ao "consumo mínimo de gás" atenta contra a boa-fé objetiva, na medida em que ao longo dos anos as partes se comportaram, quanto ao cumprimento do pacto, de uma determinada forma e, posteriormente, repentinamente, a demandada muda a sua conduta. Tal agir da demandada esbarra no limite do exercício de direitos subjetivos, do qual deriva os institutos da venire contra facutm proprium, surrectio e supressio, os quais se aplicam ao caso dos autos. A demandada ao cobrar os valores decorrentes da cláusula nº. 3.1, que ao longo de seis anos não foi exigida, infringiu o Princípio da boa-fé objetiva, razão pela qual tais quantias não são devidas. Apelação improvida. (Apelação Cível Nº 70070832506, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em 24/11/2016). (TJ-RS - AC: 70070832506 RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Data de Julgamento: 24/11/2016, Décima Nona Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 28/11/2016)
	Nesta jurisprudência, observa-se que a cobrança do consumo mínimo previsto contratualmente pela demandada ocorreu em 2011. Assim, durante muitos anos, mesmo que as demandantes não tenham consumido o mínimo de gás exigido contratualmente, a demandada nunca lhes cobrou nada, vindo a exigir essa diferença somente no ano de 2011. Assim, mostra-se inviável a cobrança feita pela demandada, na medida em que exigir o pagamento de valores relacionados ao “consumo mínimo” atenta contra a boa-fé objetiva, na medida em que ao longo dos anos as partes se comportaram, quanto ao cumprimento do pacto, de uma determinada forma e, posteriormente, repentinamente, a demandada muda a sua conduta. Tal agir esbarra no limite do exercício de direitos subjetivos, do qual deriva os institutos da venire contra factum proprium, surrectio e supressio, os quais se aplicam ao caso dos autos. 
· TU QUOQUE - JURISPRUDÊNCIA E COMENTÁRIOS
1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. VÍCIO INEXISTENTE. RECONHECIMENTO DE OBSCURIDADE. LAUDO PERICIAL QUE NÃO COMPROVOU A TESE DA EMPRESA EMBARGANTE. DESNECESSIDADE DE NOVA PERÍCIA. APLICAÇÃO DA TUTELA DE CONFIANÇA “TU QUOQUE” – CARACTERIZAÇÃO DE “VENIRE CONTRA FATUM PROPRIUM”. EMBARGOS ACOLHIDOS SEM EFEITOS MODIFICATIVOS.1. Configurado o vício da obscuridade do acordão embargado, há que se supri-lo pela complementação do julgado e seu devido aclaramento, integrando-se esta decisão àquela embargada.2. No caso dos autos, restou comprovado que o laudo pericial não é apto a comprovar a existência de posse da parte Autora/Apelada, ora Embargante.3. A empresa Embargante/Apelada realizou proposta objetivando adquirir a área que é objeto da lide, o que afasta as suas alegações, pois se tinha a posse da área não haveria necessidade de fazer uma proposta. 4. Não se pode acatar a tese da embargante/apelada para realizar uma nova perícia, isto porque, em suas contrarrazões defendeu a validade do laudo pericial e somente agora a partir do momento em que tem prejuízo, defende que deve ser realizada nova perícia. 5. Aplicação da tutela de confiança, por meio do “tu quoque”. No “tu quoque” a contradição reside na adoção indevida de uma primeira conduta que se mostra incompatível com o comportamento posterior.6. Embargos de declaração acolhidos para sanar a obscuridade, sem atribuir efeitos infringentes ao acórdão. (TJ-MT - AC: 00269092220138110041 MT, Relator: SEBASTIAO BARBOSA FARIAS, Data de Julgamento: 12/05/2020, Vice-Presidência, Data de Publicação: 18/05/2020).
	Neste caso em concreto, é aplicado o princípio da tutela de confiança por meio do “tu quoque”, pois a contradição reside na adoção indevida de uma primeira conduta que se mostra incompatível com o comportamento posterior uma vez que, apenas após o prejuízo por parte da embargante/apelada há acusação da validade do lado pericial enquanto anteriormente, durante contrarrazões o mesmo fora defendido e no momento, deseja a realização de nova perícia. 
2. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. RELAÇÃO TRIANGULARIZADA. EXTINÇÃO POR ABANDONO. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. CUSTAS PELO EXEQUENTE. EMBARGOS À EXECUÇÃO REJEITADOS. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA (INSTITUTO TU QUOQUE). HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA NÃO DEVIDOS. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1 - Consoante o princípio da causalidade, as custas processuais e os honorários advocatícios devem ser suportados pela parte que deu causa à instauração do feito ou à extinção da demanda sem resolução de mérito. 2 - Não acolhidos os embargos opostos à execução, em caso de abandono do processo de execução, pelo exequente, incumbe a ele satisfazer as custas remanescentes. 3 - O precedente julgamento de improcedência dos embargos à execução corrobora a legitimidade da atuação do credor no exercício de sua pretensão executiva. Por outro lado, a conduta da devedora/apelante mostra-se violadora do princípio da boa-fé objetiva (instituto tu quoque), ante ?a situação de abuso que se verifica quando um sujeito viola uma norma jurídica e, posteriormente, tenta tirar proveito da situação em benefício próprio". Exatamente por isso, não são devidos honorários advocatícios ao procurador da executada, ora apelante. Apelação conhecida e provida. (TJ-GO - APL: 02703702820128090178, Relator: DORACI LAMAR ROSA DA SILVA ANDRADE, Data de Julgamento: 19/02/2019, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 19/02/2019)
	Nesta jurisprudência, não acolhidos os embargos opostos à execução, em caso de abandono do processo de execução, pelo exequente, incumbe a ele satisfazer as custas remanescentes. Ademais, o precedente julgamento de improcedência dos embargos à execução corrobora a legitimidade da atuação do credor no exercício de sua pretensão executiva Por outro lado, a conduta da devedora/apelante mostra-se violadora do princípio da boa-fé objetiva, ante a situação de abuso que se verifica quando um sujeito viola uma norma jurídica e, posteriormente, tenta tirar proveito da situação em benefício próprio. Por essa razão, a apelação é reconhecida e provida uma vez que não é devido honorários advocatícios ao procurador da executada, ora apelante. 
3. APELAÇÃO CÍVEL. DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO. INSTRUMENTO PARTICULAR DE CESSÃO DE DIREITOS. VÍCIOS EXISTENTES. CONHECIMENTO. ANUÊNCIA DAS PARTES. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. TU QUOQUE. O princípio da boa-fé objetiva tem por escopo assegurar o comportamento ético, de confiança e lealdade entre os contratantes. Um de seus desdobramentos, o tu quoque, intimamente ligado à proibição de comportamento contraditório (venire contra factum proprium), tem por fim impedir que a conduta abusiva de uma das partes coloque a outra em situação desvantajosa. É vedado à parte que de forma voluntária e consciente celebra contrato com diversos vícios, aduzir posteriormente, em seu favor, a sua ilicitude, porquanto tal atitude caracteriza flagrante abuso de direito. (TJ-DF 07044593320178070003 DF 0704459-33.2017.8.07.0003, Relator: CARMELITA BRASIL; Data de Julgamento: 07/03/2018, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 13/03/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada).
	Desta jurisprudência, observa-se o princípio do tu quoque uma vez que não poderia a parte autora, que voluntária e conscientemente celebrou contrato, aduzir posteriormente em seu favor a ilicitude, o que implicaria em flagrante abuso de direito uma vez que o princípio rege que não pode a agravante buscar a proteção de direitosconstituídos a partir da violação de normas jurídicas, sob pena de caracterização de abuso de direito. 
 
4. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO - TITULAR DE SERVENTIA JUDICIAL SUSPENSO PREVENTIVAMENTE - LEGALIDADE - AUTO-TUTELA DA MORALIDADE E LEGALIDADE - APLICAÇÃO DA TEORIA DOS ATOS PRÓPRIOS (TU QUOQUE) - AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. No caso dos autos, alega o recorrente violação de seu direito líquido e certo, em face do afastamento de suas funções - oficial de registro de imóveis -, pelo Juiz de Direito, com a finalidade de apurar denúncias de diversos crimes que o recorrente supostamente teria cometido contra a Administração Pública, em razão da sua função. 2. Observância do devido processo legal para o afastamento do indiciado. Indícios veementes de perpetração de vários crimes contra a Administração Pública e atos de improbidade pelo oficial de registro. 3. Alegar o recorrente que o afastamento de suas funções, bem como a devida apuração dos fatos em face a fortes indícios de cometimento de crimes contra a administração, inclusive já com a quebra do sigilo bancária decretada, fere direito líquido e certo, é contrariar a lógica jurídica e a razoabilidade. A bem da verdade, essa postura do recorrente equivale ao comportamento contraditório - expressão particular da teoria dos atos próprios -, sintetizado no anexim tu quoque, reconhecido nesta Corte nas relações privadas, mas incidente, também, nos vínculos processuais, seja no âmbito do processo administrativo ou judicial. 4. Ausência do direito líquido e certo. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no entendimento de que nada obsta o afastamento preventivo do titular de serviço notarial e de registro, por prazo indeterminado, a teor do disposto nos artigos 35 e 36 da Lei n. 8.935/94. A suspensão preventiva não tem caráter punitivo, mas sim cautelar. Precedentes. Recurso ordinário improvido (STJ - RMS: 14908 BA 2002/0063237-1, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 06/03/2007, T2 - SEGUNDA TURMA; Data de Publicação: DJ 20.03.2007 p. 256).
	Desta jurisprudência, observa-se a síntese do tu quoque uma vez que alega o recorrente que o afastamento de suas funções bem como a devida apuração dos fatos em face a fortes indícios de cometimento de crimes contra a administração, inclusive já com a quebra do sigilo bancário decretado, fere o direito líquido e certo ao contrariara lógica jurídica e a razoabilidade. A Corte reconhece o tu quoque nas relações privadas, mas incidente também nos vínculos processuais no âmbito do processo administrativo ou judicial.