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Módulo VIII Fases do Processo Disciplinar (Rito Ordinário)

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Módulo VIII - Fases do Processo Disciplinar (Rito Ordinário)
fases do Processo Disciplinar (Rito Ordinário)
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Deveres, Proibições e Responsabilidades do Servidor Público Federal
Livro: Módulo VIII - Fases do Processo Disciplinar (Rito Ordinário)
Impresso por: ELIN CUNHA LUIZ CARDOSO PIAI
Data: Quarta-feira, 31 Out 2018, 16:01
Módulo VIII - Fases do Processo Disciplinar (Rito Ordinário) https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=38726
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Sumário
Objetivos
Contexto
Unidade 1 - 1ª FASE: Instauração e Designação da Comissão
Publicação da Portaria
Unidade 2 - 2ª FASE: Inquérito Administrativo (instrução, defesa e relatório)
Pág. 2
Pág. 3
Descrição Fática, Enquadramento e Proposta de Pena
Pág. 5
Unidade 3 - 3ª FASE: Julgamento
Exercício de Fixação - Módulo VIII
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Objetivos
Ao final do Módulo VIII, o aluno deverá ser capaz de Conhecer as fases do
processo administrativo disciplinar ordinário.
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Contexto
De acordo com o art. 151 da Lei nº 8.112, de 11/12/90, as fases do processo administrativo disciplinar são:
1- instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
2- inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório e o
3- julgamento. 
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Unidade 1 - 1ª FASE: Instauração e Designação da Comissão
Antecipando, muito sinteticamente, tudo o que se verá adiante, na regulamentação infraconstitucional da repercussão dos
princípios da ampla defesa e do contraditório no processo administrativo disciplinar, por um lado, no art. 143, a Lei nº
8.112, de 11/12/90, prevê a garantia do direito à ampla defesa no curso de todo o processo. Mas, por outro lado, o art.
153 da mesma Lei garante o direito ao contraditório apenas na segunda fase do processo, chamada de
inquérito administrativo (que compreende a instrução, defesa e relatório). 
Assim, a primeira fase (da instauração), a cargo da autoridade instauradora, após o exame de admissibilidade, na
verdade, é pontual e não comporta contraditório. A segunda fase (do inquérito) tem vedada a participação da autoridade
instauradora, sendo conduzida autonomamente pela comissão, e, a rigor, é a única fase contraditória, marcada pela
dialética entre a condução imposta pelo colegiado e as contestações do acusado (inovação do atual ordenamento
constitucional e legal, visto que, no antigo regramento, assegurava-se tão-somente ampla defesa, por ocasião da entrega
de defesa escrita). Por fim, na terceira e última fase (do julgamento), já dissolvida a comissão, não há rito contraditório e
atua apenas a autoridade julgadora (que, em regra, é a mesma autoridade que instaurou). 
Parecer-AGU nº GQ-55, vinculante: “6. O comando constitucional para que se observem o contraditório e a ampla defesa, no processo
administrativo, é silente quanto à fase processual em que isto deve ocorrer (cfr. o art. 5º, LV). É tema disciplinado em norma infraconstitucional: a
Lei nº 8.112, de 1990, assegura a ampla defesa no curso do processo disciplinar e, o contraditório, no inquérito administrativo (v. os arts. 143 e
153), que corresponde à 2ª fase do apuratório (art. 151, II).”
Quanto à competência para instaurar, deve-se observar o regramento interno do órgão, de forma que o ato seja realizado
pela autoridade expressamente competente para instauração do processo administrativo disciplinar. Nos casos de
incidentes após o cometimento da infração, tais como remoção para outra unidade, investidura em outro cargo, pena
capital em processo administrativo disciplinar anterior, aposentadoria, exoneração, licenças ou afastamentos
a competência para apreciar a representação ou denúncia e para instaurar reporta-se à autoridade jurisdicionante à época
do cometimento.
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Publicação da Portaria
Após o juízo de admissibilidade, inaugurando a sede disciplinar propriamente dita, a primeira fase do
processo é chamada de instauração.
A autoridade competente, diante de indícios de irregularidade, designa comissão (de sindicância ou de
inquérito), por meio de portaria de instauração. Definindo esta que é a primeira fase do processo, o art.
151, I da Lei nº 8.112, de 11/12/90, diz que a instauração se dá simplesmente com a publicação da
portaria. A instauração, portanto, a rigor, não compreende uma fase processual, mas sim se condensa
em um único ato formal, não comportando contraditório, que se estabelecerá somente na segunda fase,
do inquérito. 
STJ, Mandado de Segurança nº 8.102:
“Ementa: 4. O fato da impetrante encontrar-se em licença para tratamento de saúde, quando da instauração do processo administrativo disciplinar,
por si só, não enseja a sua nulidade, por ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa.”
Embora deva se cuidar para que a instauração emane sempre de ato de autoridade competente, a
instauração por autoridade incompetente pode ser objeto de convalidação. 
A instauração do processo administrativo disciplinar se dá, pontualmente, com a necessária publicação da
portaria no boletim de serviço (ou no boletim de pessoal) do órgão responsável por publicação interna
na jurisdição da unidade instauradora. Recomenda-se juntar aos autos cópia do boletim. Neste rumo, em
atendimento ao Decreto nº 4.520, de 16/12/02, que disciplina a publicação de atos oficiais no DOU, a
Imprensa Nacional editou a Portaria-PR/IN nº 310, de 16/12/02, vedando expressamente a publicação
de portarias de instauração de feitos disciplinares delimitados a apenas um órgão. A publicação da
portaria em DOU somente é exigível nas hipóteses de se ter apuratório transcorrendo fora do órgão
instaurador ou envolvendo servidores de diferentes órgãos ou Ministérios, quando a portaria será
ministerial ou interministerial, nesse último caso como ato conjunto de mais de uma autoridade.
Portaria-PR/IN nº 310, de 16/12/02, Art. 17
Ademais, a eventual falta de publicação da portaria, sequer internamente, não necessariamente inquina
de nulidade o processo se restar comprovado nos autos que a parte interessada, de qualquer outra
forma válida (pela notificação para acompanhar como acusado, por exemplo) teve conhecimento do
feito, de forma a não se configurar prejuízo à defesa.
 Parecer-AGU nº GQ-87 
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Unidade 2 - 2ª FASE: Inquérito Administrativo (instrução,
defesa e relatório)
Após a instauração, dá-se início à segunda fase do processo, chamada inquérito administrativo.
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
III - julgamento.
Em síntese, o inquérito administrativo (ou, simplesmente, inquérito), que é a parte contraditória do
processo, conduzida autonomamente pela comissão, comporta os seguintes atos, na ordem: atos
iniciais do inquérito (instalação da comissão processante; comunicaçãoda instalação; designação do
secretário); atos de instrução (notificação do servidor, depoimentos, perícias, diligências, interrogatório,
indiciação e citação para apresentar defesa escrita); defesa escrita; e relatório.
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com
a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a
coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
Parecer-AGU nº GQ-55, vinculante: “6. O comando constitucional para que se observem o contraditório e a ampla defesa, no processo
administrativo, é silente quanto à fase processual em que isto deve ocorrer (cfr. o art. 5º, LV). É tema disciplinado em norma infraconstitucional: a
Lei nº 8.112, de 1990, assegura a ampla defesa no curso do processo disciplinar e, o contraditório, no inquérito administrativo (v. os arts. 143 e
153), que corresponde à 2ª fase do apuratório (art. 151, II).” 
A indiciação, como último ato da instrução, é o instrumento de acusação formal do servidor inicialmente
notificado para acompanhar o processo administrativo disciplinar, refletindo convicção preliminar da
comissão de que ele cometeu irregularidade. 
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do
servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
Figurativamente, é como se, a partir deste momento, após a instrução contraditória, a comissão
deixasse de se referir à “suposta” irregularidade e “possível” autoria (ou concorrência) para afirmar
estar convicta do cometimento do fato por parte do indiciado (sem prejuízo de tal convicção poder ser
alterada com a defesa). Deve-se sempre atentar que a responsabilização disciplinar pode não atingir
apenas quem comete o ato ilícito, mas, em determinados casos, pode recair sobre quem, embora não o
tenha cometido, tenha propiciado, com sua ação ou omissão, que outro o cometesse, concorrendo para
a ocorrência. Assim, a “autoria” deve ser lida tanto no sentido estrito referente a “autor do ato” quanto
no sentido amplo de “responsável pelo ato, por concorrência”. 
Com a indiciação, o servidor passa da qualidade de acusado para indiciado. Os termos da Lei nº 8.112,
de 11/12/90, são impróprios: no momento em que se chama o servidor aos autos por haver indícios
contra ele, chama-o de “acusado”; no momento em que, após a instrução contraditória, formaliza-se a
acusação contra ele, chama-o de “indiciado”. 
STJ, Mandado de Segurança nº 7.074: “Ementa: (...) 2. Na fase instrutória do inquérito administrativo, o servidor figura como acusado e, nessa
situação, terá o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, produzir contraprovas, reinquirir testemunhas,
devendo, logo após, ser interrogado (artigos 156 a 159 da Lei 8.112/90).
3. Somente depois de concluída a fase instrutória, onde o acusado terá direito à ampla defesa, é que, se for o caso, será tipificada a infração
disciplinar, formulando-se a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos e das respectivas provas, sendo, então, na condição de indiciado,
citado para apresentar defesa (artigo 161 da Lei 8.112/90).”
Idem: STF, Mandado de Segurança nº 21.721; e STJ, Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 11.625.
Esta convicção é momentânea, antes de se analisarem os argumentos da defesa escrita, em relação aos
quais a comissão não deve ser refratária, podendo vir a alterar seu entendimento. A indiciação deve ser
precedida de ata de deliberação, considerando encerrada a busca de elementos de convicção e
decidindo indiciar o acusado. 
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Havendo mais de um servidor a ser indiciado, pode ser redigido um termo de indiciação para
cada quando os servidores têm diferentes situações, enquadramentos, provas (sobretudo
se forem provas sob garantia de inviolabilidade, como sigilos fiscal ou bancário). Por outro
lado, sendo idênticas as condições, também pode-se redigir apenas um termo de indiciação e,
em seu curso, especificar, de forma individualizada, as acusações contra cada um. Decerto é
que não se aceita que, na ausência de prova da autoria de irregularidade (ou da concorrência
para o fato), a comissão dilua a responsabilidade por todos os servidores arrolados no
processo por estarem de alguma forma envolvidos com o fato.
Art. 5º, XLV
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Pág. 2
A indiciação delimita a acusação e dentro deste limite o servidor deverá apresentar
sua defesa escrita. Portanto, o termo de indiciação (além da notificação como
acusado e da intimação para interrogar) é peça essencial no processo em que se
cogita de responsabilização funcional. 
Em seguida à indiciação, a comissão, por meio do presidente, deve elaborar a citação
para que o indiciado apresente defesa escrita. Trata-se de peça extraída em duas
vias, para que seja entregue pessoalmente ao indiciado (a menos que o procurador
tenha poder expresso para receber), coletando-se recibo datado em uma via que fará
parte do processo. Por não haver previsão na Lei n° 8.112, de 11/12/90, e por se
tratar de ato de relevância especial dentro do processo administrativo disciplinar, não
se recomenda o emprego de via postal com Aviso de Recebimento (AR) para citar o
servidor, para intimações e atos de comunicação em geral no curso da instrução. A
interpretação de que a citação deve, a princípio, ser pessoalmente entregue ao
indiciado advém do § 4º do art. 161 da Lei nº 8.112, de 11/12/90, quando expressa
a possibilidade de este recusar a receber.
Lei nº 8.112, de 11/12/90, Art. 161
A citação deve conter: o prazo e local para apresentar a defesa; o registro do direito
à vista do processo na repartição; e o registro de que tem como anexo cópia da
indiciação (convém complementar a cópia integral do processo, deduzindo-se o que
já foi entregue desde a notificação como acusado ou desde o interrogatório, caso este
tenha sido o último momento em que se entregou cópia dos autos,
preferencialmente, digitalizada em mídia eletrônica). Havendo mais de um indiciado,
elaboram-se citações individuais (ainda que o termo de indiciação seja único). 
Após a instrução (que vai desde os atos iniciais da comissão, passando pela busca
de prova e fechando com a indiciação), a segunda fase do processo, chamada
inquérito administrativo, prossegue com a defesa. 
Em função do princípio do formalismo moderado que vigora no processo
administrativo disciplinar, o único requisito de forma que se impõe sobre a defesa é
que seja escrita. A defesa pode ser feita pelo próprio indiciado ou por seu procurador
já devidamente qualificado no curso do processo ou apresentado, com o devido
mandato, apenas para efetuar este ato. Tampouco se exige do próprio servidor ou do
seu procurador que possua formação jurídica e que seja advogado. Mas, em atenção
à tipificação do crime de advocacia administrativa, a defesa não pode ser feita por
outro servidor (a menos da exceção da defesa dativa, em que o servidor designado
formaliza a defesa de outro com a excludente de ilicitude do cumprimento do
dever legal). 
Obviamente, a citação e a defesa (além da notificaçãocomo acusado, da intimação
para interrogar e da indiciação) são peças essenciais no processo em que se cogita
de responsabilização funcional. É inadmissível passar direto da instrução probatória
para a conclusão contrária ao servidor sem formalizar acusação e sem apreciar
defesa. 
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 161.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias,
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. 
Formulação-Dasp nº 47. Direito de defesa
Com base em processo disciplinar, não se pode punir por infração, embora leve, de que o acusado não se tenha defendido.
Pode ocorrer de, no prazo para apresentar defesa, o indiciado solicitar a realização
de algum ato de instrução probatória, seja a seu próprio encargo, seja a encargo da
comissão. Tanto no caso de ato a ser realizado pelo próprio acusado, sem
participação da comissão e para o quê a defesa entende ser necessário prorrogar o
prazo, e sobretudo no caso em que o acusado solicita a realização de ato a ser
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conduzido pela comissão, antes de apreciar o pedido, pode o
colegiado intimar o acusado a justificar a sua pertinência. Com isso, a
comissão adquire maior respaldo para, se for o caso, indeferir ou acatar o
pedido, à luz do art. 156, § 1º da Lei nº 8.112, de 11/12/90. 
Destaque-se que, independentemente de quem tenha partido a realização ou
juntada de provas no prazo de defesa, à vista do princípio do prejuízo,
analogamente ao que se abordou em 4.4.16.6, somente se justificam a
coleta de novo interrogatório (acerca apenas do novo elemento) e, se for
caso, o refazimento da indiciação se esta nova prova tem o condão de
agravar a convicção originalmente esposada pela comissão. Se o fato novo
não altera ou abranda a convicção, não se faz necessário reinterrogar e
reindiciar o servidor. 
Por fim, no caso de prova solicitada pela parte, sendo indeferido o pedido,
convém notificar o requerente da decisão, não postergando a resposta
apenas para a redação do relatório, quando não mais poderá ser
contestada.
STJ, Mandado de Segurança nº 7.464: “Ementa: IV -A comunicação do
indeferimento da prova requerida deve operar-se ainda na frase probatória,
exatamente para oportunizar ao servidor a interposição de eventual recurso
contra a decisão do colegiado disciplinar, sendo defeso à comissão
indeferi-lo quando da prolação do relatório final.”
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Pág. 3
Após a instrução probatória sem indiciação de servidor ou após
análise da defesa escrita apresentada, deve a comissão apresentar
relatório à autoridade instauradora, encerrando a segunda fase do
processo, chamada de inquérito administrativo. Não obstante, não
há impedimento de a comissão, ao longo da instrução probatória,
já ir antecipando trechos iniciais do relatório, tais como resumos
dos fatos antecedentes à instauração do processo e dos atos
de busca de prova realizados -limitando-se à descrição fática dos
atos, sem lhes agregar nenhum juízo de valor ou mérito, como
forma de preservar a vedação de prévia formação e
sobretudo manifestação de convicção por parte do colegiado. 
A Lei nº 8.112, de 11/12/90, dispõe ao servidor a instrução e a
defesa como momentos do processo para que ele exerça seu
direito de intervir a fim de fornecer à comissão e à
autoridade julgadora elementos a seu favor na formação da
convicção acerca dos fatos. Assim, não há previsão legal para que
o indiciado intervenha na fase de elaboração do relatório e
tampouco para que a comissão lhe ofereça a oportunidade de
apresentar alegações finais, entre a defesa e o relatório e muito
menos após estar concluído o relatório.
STJ, Mandado de Segurança nº 7.985
Este relatório deve ser minucioso, detalhando todas as provas em
que se baseia a convicção final, e conclusivo quanto à
responsabilização do indiciado (inclusive se houve falta capitulada
como crime ou dano aos cofres públicos) ou quanto à inocência ou
insuficiência de provas para responsabilizá-lo. O relatório não pode
ser meramente opinativo e muito menos pode apresentar mais de
uma opção de conclusão e deixar a critério da autoridade julgadora
escolher a mais justa. 
Por um lado, não estando convicta da responsabilização do
indiciado, à luz das provas coletadas, recomenda-se que a
comissão altere a postura inicialmente adotada acerca de benefício
da dúvida, passando a adotar a máxima do in dubio pro reo, em
detrimento do in dubio pro societate. Por exemplo, milita a favor da
defesa a dúvida reinante em processo cuja instrução se resume
tão-somente a um testemunho contrário ao acusado e seu
interrogatório não reconhecendo a acusação. Com as cautelas
devidas, pode, delimitadamente, a comissão atentar para o
princípio da insignificância.
Parecer-AGU nº GM-3, não vinculante
Por outro lado, destaque-se que, quando se cogita de imputação
contrária ao servidor, tanto pode se cogitar de o servidor ter sido
efetivamente o executor do fato em si quanto pode se cogitar de
ter sido responsável por sua ocorrência, de ter propiciado com sua
conduta concorrente que o fato ocorresse ou que terceiro o
praticasse. 
Em qualquer caso, havendo divergência de mérito ou de convicção
entre os integrantes da comissão acerca da decisão de absolver o
servidor ou de propor sua responsabilização.
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Descrição Fática,
Enquadramento e Proposta de
Pena
Formalmente, extrai-se da leitura sistemática da
Lei nº 8.112, de 11/12/90, ao amparo
de manifestações da Advocacia-Geral da União
(seus Pareceres-AGU nº GQ-12, GQ-35, GQ-55
e GQ-121) e da jurisprudência, que existe uma
coerente linha evolutiva a se seguir em caso
de responsabilização. Primeiramente, a portaria
instauradora apenas se reporta ao nº do
processo, sem indicar fato irregular,
enquadramento e autor. Em seguida, a
notificação para acompanhar o processo como
acusado é o primeiro momento em que se
identifica o possível autor ou responsável nos
autos, ainda sem descrever a irregularidade e
enquadrá-la. Somente após a instrução
contraditória, com toda a riqueza de verdade que
lhe é inerente, eis então que a comissão, na
indiciação, pela primeira vez ao longo do
processo, tem autorização legal para formalizar
acusação do fato apurado. Todavia, neste
momento, a rigor, a comissão ainda não é
expressamente obrigada na Lei a enquadrar
(embora se defenda a conveniência de já poder
fazê-lo). Por fim, no relatório, seu último ato, é
que a comissão é legalmente obrigada a
enquadrar o fato. 
A indiciação delimita faticamente a acusação,
sendo vedado à comissão acrescentar à
acusação fatos não incluídos naquela peça, pois
sobre eles não terá sido ofertado o contraditório.
A indiciação, a defesa e o relatório reportam-se a
fatos. Assim, não há nulidade pelo simplesfato
de a comissão, motivadamente, alterar, no
relatório, o enquadramento legal acaso incluído
na indiciação. Até porque, a rigor, sequer é
obrigatório que a comissão indique o
enquadramento legal na indiciação (o art. 161 da
Lei nº 8.112, de 11/12/90, exige apenas a
descrição dos fatos). Mas não se pode alterar a
descrição fática, acrescentando novos detalhes
não incluídos na indiciação.
Parecer-AGU nº GQ-121
Quanto à apresentação, por parte da comissão,
de proposta de pena no relatório, é de
se reconhecer que a matéria comporta polêmica.
De um lado, pode-se interpretar que, no art. 165
da Lei nº 8.112, de 11/12/90, o legislador cuidou
de elencar todos os elementos essenciais
ao relatório e não incluiu proposta de pena por
parte da comissão. Essa interpretação vem a
favor da visão estanque de que a segunda fase
do processo, o inquérito administrativo, funda-se
em diálogo entre comissão e acusado acerca
tão-somente do fato, não devendo o colegiado
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se reportar à pena. Nessa corrente, se
entende que a comissão, ao abordar a
pena, antecipa a terceira fase, do
julgamento, invadindo a competência
do julgador e criando-lhe maiores
dificuldades caso este tenha
entendimento diverso. 
Por outro lado, pode-se adotar o
entendimento de que a interpretação
extraída do art. 165 da Lei nº 8.112, de
11/12/90, acima reproduzido, é
meramente literal e não pode prosperar
sobre a interpretação sistemática da
Lei, obtida quando se lê o seu art. 168.
Nessa linha, se compreende que, além
da descrição do fato e de seu
enquadramento, a comissão deve
apresentar a proposta de penalidade a
ser aplicada. O caput do art. 168 do
Estatuto estabelece que o julgamento,
como regra, acata o relatório. Se não se
discute que o ato de julgar inclui a
aplicação da pena, defende-se então
que o relatório, que a priori é de ser
acatado, deve abordar a pena. Além
disso, se o parágrafo único do mesmo
artigo menciona que a autoridade pode
abrandar ou agravar a “pena proposta”,
é porque a Lei prevê que algum agente
proporá pena ao julgador, restando
óbvio, nessa linha, que tal agente só
pode ser a comissão. 
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a
penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
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Diante de duas formas
aceitáveis de se interpretar,
parece mais recomendável a
segunda linha. Afinal, ninguém
mais habilitado que a
comissão para se manifestar
sobre o objeto de apuração e
sobre a conduta do acusado.
Por este fato, é de se defender
que pode a comissão destacar,
para o julgador distanciado do
fato, qual a exata dosimetria
da pena que, na visão
qualificada de quem apurou,
melhor atende às
condicionantes de atenuação
ou de agravamento. Ademais,
a recomendação de proposta
de pena no relatório contribui
para incutir no integrante da
comissão maior senso de
responsabilidade ao indiciar e
enquadrar, ao fazê-lo ver a
repercussão do
enquadramento proposto.
“(...) apresentação, pela Comissão Processante, de um relatório, no qual apreciará, em relação ao indiciado ou indiciados, as irregularidades
apontadas, as provas colhidas, as razões de defesa apresentadas, propondo ou indicando absolvição ou punição, inocência ou responsabilidade,
mencionando, no caso positivo, a pena cabível e sua fundamentação legal.” Edmir Netto de Araújo, “O Ilícito Administrativo e seu Processo”, pg.
148, Editora Revista dos Tribunais, 1ª edição, 1994.
“Apesar da Lei não ser clara, deverá ser sugerida a penalidade a ser aplicada. Porém, a ausência de indicação de pena não é causa de deficiência no
relatório.” Simone Baccarini Nogueira, “Manual de Sindicância Investigatória, Sindicância Punitiva e Processo Administrativo Disciplinar do Servidor
Público Federal”, pg. 46, Universidade Federal de Minas Gerais, 1ª edição, 2004
 “(...) a indicação da penalidade é procedida pela comissão à autoridade superior. De acordo com o apurado no processo, e a gravidade dos fatos
acontecidos segundo ficou demonstrado, irá a comissão indicar uma pena ao indiciado (...).” Ivan Barbosa Rigolin, “Comentários ao Regime Único
dos Servidores Públicos Civis”, pgs. 276 e 277, Editora Saraiva, 4ª edição, 1995.
Mas, a rigor, a discussão parece
ser apenas teórica, diante da
vinculação reinante na
sede disciplinar para a pena
legalmente prevista para cada
infração. Configurado o ato, a
Lei prevê exatamente qual
pena é cabível. A única
margem de relativa
discricionariedade na
matéria disciplinar é entre
aplicação de advertência ou
suspensão. E, nesses casos,
reforça-se a tese de que pode
a comissão, como melhor
conhecedora do fato, opinar ao
julgador qual das duas
penas melhor se aplica
(registrando-se que, caso se
adote a postura de a comissão
propor a pena, na hipótese de
ela entender cabível
suspensão, deve apenas se
manifestar pela pena, sem
adentrar na quantidade de
dias a suspender). Já nas
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hipóteses graves,
puníveis com pena
capital,
tal discricionariedade
não se aplica, sendo
inafastável a
aplicação da pena
expulsiva. 
Por fim, diante da
inconclusividade do
tema, por um lado,
não se configura
qualquer nulidade se
a comissão acatar a
recomendação de
apresentar a
proposta de pena no
relatório (que não
vincula o julgador) e
tampouco caso se
restrinja a descrever
o fato e a
enquadrá-lo,
deixando a matéria
punitiva a cargo
apenas da autoridade
julgadora. 
Decerto, não cabe à
comissão se
manifestar
subjetivamente
acerca da justeza ou
não da penalidade
cabível; todos os
itens que se exige
constar do relatório
são de natureza
objetiva,
para subsidiar a
decisão da autoridade
competente. 
Caso a comissão
tenha, por dúvida, no
momento da
indiciação, optado por
provocar a defesa -
em atitude de in
dubio pro societat
aceitável até aquele
momento -, no
relatório,
após sopesar as teses
de defesa, ela deve
concentrar sua
convicção (se for o
caso
de responsabilização),
em termos de
enquadramentos,
atentando-se para a
necessária inversão
da postura, agora a
favor do in dubio pro
reo. 
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O relatório é
o último ato
da
comissão,
que se
dissolve com
sua entrega,
junto com
todo
o processo,
à autoridade
instauradora,
para
julgamento.
Concluído o
relatório,
nada mais
a comissão
pode apurar
ou aditar,
pois
juridicamente
sequer ela
não mais
existe. 
Lei nº 8.112,de 11/12/90 - Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua
instauração, para julgamento.
STJ, Mandado de Segurança nº 8.259: “Ementa: 6. Inexiste qualquer determinação legal no sentido de que o indiciado seja intimado pessoalmente
do relatório final elaborado pela comissão processante, não havendo falar, assim, em violação do princípio do devido processo legal”.
Convém que
a comissão,
juntamente
com os
autos
originais,
entregue
cópia do
processo
(preferencialmente,
digitalizada
em mídia
eletrônica),
a ser
arquivada
no órgão ou
unidade
onde tramita
o processo. 
Não há
previsão
legal para
que a
comissão
forneça
cópia do
relatório ao
servidor. Por
se inserir na
garantia à
ampla
defesa e ao
contraditório,
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caso
seja
solicitada,
a
cópia
deve
ser
fornecida,
mas
pela
autoridade
instauradora
(até
porque,
juridicamente,
não
mais
existe
comissão
desde
a
entrega
do
relatório). 
STJ, Mandado de Segurança nº 8.249: “Ementa: O procedimento administrativo disciplinar detém norma reguladora específica, qual seja a Lei
8.112/90, que em seu Título V trata exaustivamente da matéria, inexistindo em seu âmbito norma que determine a intimação pessoal do acusado
do conteúdo do relatório final da comissão disciplinar.”
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Unidade
3
-
3ª
FASE:
Julgamento
Após
o
inquérito,
terminada
a
participação
da
comissão,
o
rito
se
encerra
com
a
terceira fase
do
processo,
chamada
julgamento.
É
comum
o
processo
administrativo
disciplinar
chegar
a
esta
fase
bastante
volumoso, podendo
atingir
alguns
milhares
de
folhas,
em
vários
volumes
e
anexos.
Nesses
casos,
como mera
recomendação
prática
para
a
autoridade
iniciar
o
julgamento,
convém
que
se
altere
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a
ordem de
leitura,
começando
do
relatório.
Presume-se
que
um
relatório
bem
feito
contenha
uma
síntese do
fato
concreto
objeto
da
apuração
e
um
resumo
do
rito
processual
(quais
os
atos
de
instrução realizados,
a
indiciação
e
a
defesa).
Prosseguindo,
convém
ler
a
indiciação
e
a
defesa, confrontando
um
com
o
outro
e
cotejando
com
as
conclusões
constantes
do
relatório.
Assim,
ao se
fazer
a
leitura
dos
atos
de
instrução
propriamente
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ditos,
na
seqüência
de
realização
no processo,
a
autoridade
já
possui
uma
relativa
noção
do
todo
e
um
certo
senso
crítico,
tanto
em aspectos
formais
quanto
de
mérito,
que
lhe
permitirão
enfatizar
a
análise
nos
atos
de
instrução mais
relevantes. 
Antes,
porém,
de
se
adentrar
sobre
as
nuances
do
julgamento,
convém
informar
que
essa fase
se
desdobra
em
duas
análises,
consecutivas.
Primeiramente,
a
autoridade
instauradora
(ou qualquer
autoridade
hierarquicamente
superior)
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é
competente
para
analisar
o
processo
sob aspectos
formais,
vícios
e
nulidades.
Superadas
as
questões
formais,
aprecia-se
o
mérito
da questão.
Nessa
análise,
grosso
modo,
pode
haver
proposta
de
arquivamento
ou
de responsabilização
e
aplicação
de
apenação
(abstraindo-se,
por
ora,
da
prescrição). 
Nesse
segundo
momento,
da
análise
de
mérito,
é
de
se
esclarecer
que
o
julgamento
se debruça
sobre
a
análise
se
estão
configuradas
ou
não
no
processo
a
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materialidade
e
a
autoria
do ato
ilícito;
manifesta
como
o
Direito
enxerga
o
fato
configurado
nos
autos,
ou
seja,
aplica
ao
fato concreto
a
legislação
de
regência;
e,
por
fim,
conclui
pela
inocência
do
servidor
ou
por
sua responsabilização.
Nessa
última
hipótese,
quando
o
julgador,
após
ponderar
os
fatos
autuados
e aplicar
a
legislação
de
regência,
decide
pela
responsabilização
do
servidor,
o
julgamento
encerra a
aplicação
da
penalidade
prevista
em
norma,
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já
considerando
os
parâmetros
de
dosimetria
de pena
especificamente
válidos
para
o
caso
concreto
(natureza
e
gravidade
da
infração,
existência de
dano,
agravantes,
atenuantes
e
antecedentes). 
O
que
aqui
se
quer
destacar
é
que,
nesse
caso,
o
julgamento
e
a
aplicação
da
pena
não
são atos
dissociáveis
e
produzidos
em
momentos
distintos
e
muito
menos
por
autoridades
diferentes; ao
contrário,
o
julgamento
contém
a
aplicação
da
penalidade,
sendo
ele
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todo
um
ato
único
da autoridade
que
valorou
os
fatos
autuados
à
luz
do
Direito.
O
que
pode
sofrer
diferimento
no tempo
e
até
ser
atribuída
a
outra
autoridade
é
tão-somente
a
execução
(a
efetividade)
da
pena
 e o
melhor
exemplo
disso
é
a
pena
de
suspensão,
que
pode
ser
executada
em
momento
posterior
à sua
aplicação
(à
publicação
da
portaria
punitiva)
e
a
cargo
da
autoridade
local,
enquanto
que
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a advertência
e
as
penas
expulsivas
têm
a
execução
no
exato
momento
da
aplicação
(que
é
a publicação
da
portaria
punitiva).
Então,
assevera-se
que,
em
um
ato
único
e
indissociável,
a autoridade
julgadora
julga
pela
inocência
(ou
insuficiência
de
provas
acusatórias)
e
decide
pelo arquivamento;
ou
julga
pela
responsabilização
e
aplica
a
pena
vinculada,
exigindo
tal
ato
a publicação
como
elemento
essencial
de
sua
validade.
Quando
se
concretiza
ojulgamento
com sua
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publicação,
a
pena
já
resta
aplicada
(podendo
apenas,
no
caso
de
suspensão,
ter
sua efetividade
postergada),
com
todos
os
seus
efeitos.
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Exercício
de
Fixação
-
Módulo
VIII
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo VIII do curso de Direitos e Deveres do Servidor
Público Federal. Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma
releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota
final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo.
Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas!
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.
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