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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
NICOLE ARAÚJO VITALE
RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM DOCÊNCIA DA CONTEMPORANEIDADE
SÃO PAULO
2018
INTRODUÇÃO
O seguinte relatório tem a proposta de transmitir todo o conteúdo que foi formulado durante o estágio no curso de docência na contemporaneidade. A partir da observação de aulas no Colégio Presbiteriano Mackenzie foi possível a conclusão do projeto em questão, onde o objetivo é colaborar para o desenvolvimento do trabalho de professores para adaptar o método de ensino e aplicá-los em suas aulas. As hipóteses foram formuladas através de uma pesquisa de campo. que estão apresentadas nesse arquivo e foram ratificadas por meio de apuração teórica. O nome de todos os alunos foram trocados para não atingi-los de nenhuma maneira.
 APRESENTAÇÃO DA QUESTÃO DE PESQUISA
Quando se trata da educação é muito mais correto achar uma solução do que um culpado, então partindo desse princípio o objetivo desta pesquisa é apresentar como os alunos de diferentes turmas reagem a didática de um mesmo professor, diversas classes foram analisadas e os resultados serão apresentados posteriormente neste documento. 
“Os alunos, por exemplo, podem ser mais ou menos motivados para estudar e são diferentemente motivados para diferentes cursos.” (VANSTEENKISTE, LENS e MATOS, 2007, pg 18) e isso acontece através dos próprios alunos e sua colaboração para o desenvolvimento da aula, mas é claro como diversos outros motivos que serão mencionados em segundo plano, sempre dando ênfase na docente e seus diferentes estudantes. 
3. APRESENTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 
Para a realização deste trabalho foi necessário levar em consideração alguns métodos de pesquisa utilizado anteriormente por outros pesquisadores. Durante a pesquisa há necessidade de descrever ações que não seriam levadas em consideração no dia a dia, mas que se mostram necessárias para que haja o desenvolvimento do lado pedagógico de um futuro professor (ANDRÉ, 1991, pg 70). 
Encontra-se a necessidade de entender o funcionamento do ambiente escolar e separa os focos de investigação “para que se possa apreender o dinamismo próprio da vida escolar, é preciso estudá-la a partir de pelo menos três dimensões: a institucional/organizacional, a instrucional/pedagógica e a histórica/filosófica/epistemológica” (ANDRÉ, 1991, p 72). O objetivo dessa pesquisa se dará a partir da institucional/pedagógica. 
A essência do estudo apresentando aqui irá girar em torno do professor e o seus métodos de transmissão do conteúdo e maneiras utilizadas para conquistar os alunos, para entender esse processo foi usado o método de observação que será apresentado. 
É primordial que não apenas se absorva o que está sendo estudado, mas que haja o entendimento e reflexão sobre os acontecimentos “a observação (..) utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não apenas consiste em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p 173) 
Ao exercer o trabalho de observador não se deve atuar diretamente na ação, mas precisa estar a par de todos os acontecimentos. (MARCONI; LAKATOS, 2010) assim como é necessário também filtrar as informações que serão absorvidas para poder concluir o objetivo inicial que foi proposto pelo próprio pesquisador, “a assimilação, por sua vez, precisa ser e inteligentemente seletiva (...)” (SEVERINO, 1941, pg 32). 
“A observação tem um papel essencial no estudo de caso. Quando observamos, estamos procurando apreender aparências, eventos e/ou comportamentos.” (GODOY, 1995, pg 22) por este motivo a observação torna-se a principal fonte de material em pesquisas no campo docente. 
Os estagiários não podem ter acesso a todos os espaços da escola, portanto não foi possível observar alguns pontos que gostaria de ter visto, mas pude me manter próxima aos alunos em seus ambientes de convivência como a praça de alimentação, secretária, biblioteca, etc. 
 4. APRESENTAÇÃO DAS ANOTAÇÕES DO DIÁRIO DE CAMPO 
Diário de Bordo 
Dia 22 de agosto de 2018 
Segunda aula- 8:00 
Professora Magali, aula de geografia na turma primeiro ano A
Pergunta norteadora: Como os alunos de diferentes turmas reagem a didática do mesmo professor? 
Apresentação da escola: Ambiente iluminado, boa ventilação, limpo (dependo da turma) e equipamentos em ótimo estado. Grande contato com tecnologia, apresentam uma ferramenta chamada “moodle” onde os jovens podem ter acesso a todo o conteúdo que foi transmitido via slides, também possuem a agenda virtual onde o representante da turma coloca as atividades e todos possuem um iPad para consulta-la e fazer determinadas atividades, mas celular é proibido. 
Características da turma: numerosa (cerca de 30 alunos), agitados, boa relação entre docente e os estudantes sem exceções. 
Relatório de observação: 
Nesta turma a relação entre os alunos e a professora é muito agradável o que torna mais fácil a transmissão de conteúdo, mas eles tendem a usar brincadeiras e piadas infantis, a professora abre um determinado tempo para deixar que eles tenham um “bate papo” com certa descontração, os alunos utilizam do contexto da aula como um pretexto desviar do ambiente formal. 
É possível observar que a professora lida com pequenas avaliações diárias para identificar se seus alunos conseguiram ou não absorver o conteúdo ministrado em sala, ela faz perguntas durante a aula sem direcionar para alguém em especifico e espera a resposta o que dá a abertura de pequenos debates e assim é possível perceber se houve o entendimento. 
A professora faz uma chamada não muito convencional pedindo para ver se os alunos trouxeram seu livro de didático como uma certificação de que eles terão uma motivação maior de não esquecer o material em casa. 
Conversa com uma aluna da classe: 
-Eu esqueci o livro (aluna) ꟷDesabafo da aluna 
-Mas tem algum problema? Todos os professores fazem chamada desse jeito? ꟷPergunto como se não tivesse objetivo. 
-Ela anota meu nome no diário. Não, só ela faz desse jeito, tem professor que “nem” usa o livro. ꟷ Ela responde 
- Mas vocês preferem usar o livro ou só fazer as anotações da aula ? ꟷ questiono 
-Depende, é que alguns professores não funcionam com a apostila, mas outros não funcionam sem ela também, eles simplesmente não funcionam. ꟷresposta da aluna 
Os alunos são um pouco infantis ainda, mas a professora contorna as piadas tentando puxar para encaixar no conteúdo, eles são bem participativos e principalmente quando falam sobre atualidades, coisas que possuem aplicabilidade no cotidiano ou quando eles conseguem relacionar o conteúdo com uma sequência de algo que eles aprenderam nos anos anteriores. 
Com tanta energia que eles possuem a professora precisa trocar os tópicos com frequência para que eles não percam o foco e ela não aceita conversas paralelas durante a aula, sempre para sua fala e espera até ter o silêncio da turma novamente, com o grande respeito que tem perante aos alunos eles rapidamente voltam a se organizar. 
Conversa com a professora: 
-Achei que eles foram muito comportados se levar em conta o número de alunos (Eu) 
-Mas varia de acordo com a turma e o horário, eu acho que eles vêm muito... (ela) 
-Imaturos (eu) 
-Também, mas não vêm com boa educação de casa, sabe? (Ela) 
Foi possível notar durante o período de estagio que o horário realmente é um ponto importante para um bom fluxo da aula; quanto mais cedo está mais silenciosos eles ficam e mais fácil ministrar a aula, conforme as aulas vão se passando eles começam a ficar mais energéticos até os últimos horários quando estão quase impossíveis. 
Terceira aula- 8:50 
Sala segundo ano A
A estrutura das salas do segundo ano se diferem do primeiro ano tanto pelas características físicas quanto pela quantidade inferior de alunos que se encontram nas salas. Mas houve a necessidade de migrarem para as salas de idioma, pois não haviaespaço o suficiente nas salas de cima para comportar todos os alunos. A turma do 2B02 está na sala de inglês, com o tema Londres, possui televisão, lousa de vidro, papel de parede com pontos turísticos famosos da cidade que dão uma sensação de maior modernidade com relação a aula assistida anteriormente. 
Além de não ser uma turma cheia habitualmente nesta data em questão há um passeio acontecendo e a falta é quase coletiva na classe. O pequeno número de alunos os deixa à vontade para conversar de maneira aberta e em voz alta, mas eles demonstram ser uma turma unida. 
Quando a professora inicia a aula há um pequeno tumulto e é difícil fazer a turma engatar no conteúdo, eles se encontram relutantes para prestar atenção e alegam não ter alunos o bastante para seguirem com o conteúdo. Essas reclamações são feitas enquanto a professora escreve os tópicos na lousa, mas assim que se vira para iniciar a explicação os alunos cessam a conversa. 
O conteúdo da aula foi ministrado a partir da apostila, os alunos grifam os textos e fazem assíduas anotações enquanto a professora fala. Comprometidos com a aula, a maior parte, e fazem perguntas para aumentar o conteúdo e a professora não encontra dificuldades para responder as duvidas apresentadas e fala com firmeza e ao mesmo tempo grande leveza e propriedade no que está apresentando. 
 Terceira aula- 10:10 
Sala primeiro ano B 
O mesmo conteúdo da aula que foi ministrado no primeiro ano A foi ministrado nesta turma e a resposta dos alunos foi contraria a primeira turma, apesar de estarem com a mesma professora, em um ambiente muito similar, mesmos matérias e quantidade de alunos parecida. 
A professora questiona qual ponto parou a aula anterior e eles fazem disso um grande tumulto para iniciar a aula. Enquanto tentam seguir o pedido de organização que a professora fez, eles separam o caderno e levam para a professora vistar, não apresentam reclamações sobre isso, mas nem todos têm os cadernos em boas condições de apresentação e eles questionam sobre as notas que recebem. 
Esta turma apresenta um número muito grande de alunos hiperativos, casos pontuais que acabam causando euforia na turma inteira, o que ocasiona em um grande desgaste por parte da professora para mantê-los atentos e evitar a bagunça. 
A docente tenta chamar a atenção dos alunos ao fazer menções ao vestibular, mas não recebe uma resposta positiva e o interesse não é suficiente para fazê-los perceber a importância de executar as tarefas e dizem que não fazem anotações da explicação porquê já têm o slide online e não há necessidade. Em grande maioria, há alunos dispersos no fundo da sala e quase não há participação na aula.
Dia 23 de agosto de 2018
Segunda aula- 8:00 
Sala primeiro ano C
Mesma aula apresentada anteriormente nos outros primeiros anos, em questão de conteúdo, porém a sequência é mais fácil de ser retomada, a maior vantagem de entrar nas turmas nas primeiras aulas é o modo como a aula flui sem grandes alvoroços e interferências. 
Novamente nesta turma há avaliações continuas durante as aulas. Os alunos se apresentam eufóricos com o visto no caderno que precisam mostrar à professora, mas ao ouvir as conversas entre grupos paralelos de alunos é possível notar que eles têm o caderno quase completo, mas não se sentem convencidos por alegarem que a professora pede um trabalho exemplar por parte deles.
Os alunos não criam grupos de conversa na aula, mas se apresentam pouco participativos e ainda sonolentos. Não se mostram tão interessados no tema da aula, mas estão atentos aos slides e grifam o livro quando é pedido, mas elas características que apresentam não cria interrupções na transmissão do conteúdo ministrado na aula, demostram um cansaço físico e não alcançam um alto desempenho. 
Parecem estar no piloto automático e fazem anotações sistemáticas e grifam o livro, quase não fazem perguntas e para aumentar a interação e participação a professora pede para que cada um leia um trecho do livro e eles começam a desenvolver um interesse maior pela aula. O estopim da euforia é quando a professora menciona um passeio de campo, no fim da aula, e eles ficam interessados e fazem planos para esse dia. 
Mesmo com o final da aula eles vão até a professora para falar sobre o passeio, atividades que estão desenvolvendo e sobre a vida pessoal que demonstram gostar muito de falar e ouvir sobre. 
Segunda aula- 8:50 
Sala primeiro ano D
A sala encontra-se muito agitada durante a troca de aula, mas recepcionam bem a professora e apesar de não demonstrarem atenção eles se mantêm em silêncio. Não fazem perguntas e também não respondem quando, durante a explicação, a professora faz perguntas se direcionando a classe e não apenas à um único aluno. Há participações de maneira pontual, sempre pelos mesmos alunos que demonstram maior interesse na aula. 
Tem uma pausa na explicação para que tirem suas dúvidas sobre o trabalho que precisam entregar através da plataforma online(Moodle), além de não gostarem muito da ideia eles apresentam problemas ao lidar com a entrega do vídeo. 
Um grupo de alunos conversam entre eles: 
-Mas como a gente vai entregar se nosso vídeo não carrega no Moodle?
-A gente precisa dar um jeito e se ela não aceitar pen drive igual ao professor de física?
-Tá bom, eu vou tentar de novo e a gente vê, mas podemos pedir para entregar por e-mail.
Os alunos carregam receio de outros anos e professores dentro de si, não chegam a questionar a docente sobre uma segunda opção de entrega do trabalho e já se mostram aflitos.
Nesta turma, principalmente, os alunos apresentam características extremamente distintas se comparados. Há participação sempre dos mesmos estudantes e estes mesmos são os que demonstram a maior preocupação em relação ao conteúdo e atividades. Mas eles têm muita energia e consequentemente a liberam em forma de conversa e pequenos conflitos entre si. 
Intervalo, trocas de aula (primeiro ano):
Os intervalos dos primeiros e segundos anos são separados devido a grande quantidade de alunos que poderiam causar alguma confusão entre eles, mas acontecem quase que em sequência. Durante a troca de aulas, em algumas mesas que ficam pelos corredores, alguns alunos se sentam para colocar em dia as atividades que deixaram de fazer em casa e conversar com os colegas. 
É quase unanime a disposição das mesas: um único aluno que fez os exercícios e todos os outros sentam ao seu redor para copiar o que foi feito sem absorver absolutamente nada do conteúdo, mas parecem ainda não ter essa percepção. 
Eles conversam de modo distraído enquanto apenas fazem a cópia dos exercícios sem levar em conta o que está sendo escrito.
-Eu vou te emprestar os exercícios, mas não é pra copiar igual aos meus, muda algumas palavras.
-Ela nem vai ler, deixa eu copiar direto, assim eu ganho tempo. 
-Claro que ela lê, sempre faz comentários sobre meus exercícios, se for copiar igual eu vou pegar minha folha. 
-Tá bom, vou mudar algumas coisas, mas tá faltando dois exercícios aqui.
-Sim, a Nicole disse que ia me passar antes da aula, vou mandar mensagem pra ela. 
-Vou pular algumas questões, daqui a pouco bate o sinal e não dá tempo de fazer tudo.
No intervalo de aulas do primeiro ano é notório como alguns mantém o desinteresse, outros ainda se importam com o desenvolvimento da atividade, os que não levam em consideração os exercícios apenas o fazem para a obtenção da almejada nota azul. 
Já o intervalo do segundo ano é regado de alunos falando sobre assuntos mais relevantes, muitos deles comentam sobre a chegada das eleições e dizem querer opinião de alguns professores sobre o tema. Mas muitos ainda estão preocupados apenas com festas e encontros após a aula. 
Agora é muito presente entre os estudantes os “studygrams” que são perfis na rede social (instagram) onde eles encontram dicas de estudo, como se organizar para o calendário escolar, os temas mais recorrentes no vestibular, etc. No intervalo do segundo ano pode-se ouvir muitos comentários a respeito desse tema, ondeé possível notar uma preocupação maior com a chegada dos vestibulares. 
-Eu passei o domingo seguindo um milhão de perfis. Mas nada se compara ao medgirl. 
-Você acompanha o bujo dela no fim de semana? Dá até vontade de estudar só de olhar o material de papelaria que ela tem, ‘né’?
-Sim, é muito fofo! Mas comprei aquelas brush pens que ela indicou no story. 
Ouvindo de longe parece até que eles possuem um dialeto particular para aquela idade, mas no último dialogo são apenas duas alunas comentando sobre esses perfis na internet. O que é um ótimo incentivo para os estudantes e demonstra que mesmo quando estão na internet procuram um conteúdo agregador à sua formação. 
Quinta aula- 11:00
Sala- Segundo ano A
A aula foi separada para que os alunos fizessem os exercícios e tirassem dúvidas caso apresentassem alguma, mas a turma ainda está em pouco número graças ao passeio e é difícil conseguir a concentração por parte deles. 
Algumas meninas localizadas na parte central da sala se dispõe a fazer a atividade e discutem entre elas as questões do livro, mas em alguns momentos acabam se deixando levar por uma aluna que causa um grande tumulto e puxa a conversa nas aulas, inclusive a anterior citada neste documento. 
A aluna Marina, responsável por maior parte da conversa durante as aulas, inicia comentários sobre a matéria contida na lousa, que foi deixada pelo professor anterior.
-Ele acha que nós somos autodidatas, deixa a matéria na lousa, não explica nada e já quer resolver exercício (Marina)
-É horrível mesmo, a última prova dele eu tirei 3 (Ricardo) 
-Eu fui mal também, ainda bem que essa matéria de agora é “ridícula de fácil” 
O desempenho deles é motivado a partir da dificuldade da matéria, se acharem muito complicada eles desistem e não estudam ou fazem as atividades, apenas quando precisam melhorar as notas, mas não por entenderem a necessidade dos estudos. 
Eles levantam para tirar dúvidas na mesa da professora e ela pede para que falem a dúvida em tom de voz alto, se sentirem confortáveis para isso, pois os colegas podem estar intrigados com a mesma questão, mas muitas vezes não acham relevante o suficiente para perguntar a docente. 
Ao fim da aula eles corrigem os exercícios juntos e fazem menções as provas que estão se aproximando, querendo saber se é um conteúdo que vai estar presente ou se não há necessidade de estudá-lo. A professora diz que todo conteúdo estudado é relevante para eles e que pode ou não cair nas provas da escola, mas que com certeza vão se deparar com o conteúdo em algum vestibular. 
Dia 24 de agosto de 2018
Segunda aula- 8:00 
Sala primeiro ano D
A sala está extremamente agitada, os alunos voltaram da educação física e isso é notório ao olhar para eles que estão fisicamente esgotados, além de comentários sobre a aula também. Mas não é fácil controlar a turma em um primeiro momento, ainda estão com a adrenalina a flor da pele. 
Mas a aula é iniciada com comentários sobre o trabalho trimestral que a professora deu para eles, mas parecem interessados em realizar a tarefa, eles foram separados em grupos distintos do convívio pessoal que possuem, o que abrange a interação entre eles e converge do habitual. 
Mesmo com a agitação do inicio da aula eles ficaram muito mais silenciosos do que que a aula do dia anterior. Eles estão mais atentos aos slides passados, gostam muito mais do tema de atualidades por sentirem que vivenciam o acontecimento na prática.
A turma gosta de relacionar o que está sendo apresentado em relação com outros conteúdos estudados anteriormente e se podem fazer uma relação de maneira interdisciplinar eles se apresentam ainda mais eufóricos para seus comentários e ficam satisfeitos quando são parabenizados por comentários pertinentes e agregadores a aula. 
Mas ainda têm alguns alunos que, apesar de não interferirem negativamente no andamento da aula, não parecem focados na professora e dão mais atenção ao mirar o “nada”. A ausência de alguns alunos que causam alvoroço na aula trouxe uma maior facilidade para a apresentação da aula se comparado ao dia anterior. 
Eles comentam com os colegas do lado sobre poucas questões que a professora passou, a maioria parece interessada em realmente conhecer mais sobre o conteúdo apresentado e outros, que não estiveram atentos a explicação, fazem os exercícios apenas por fazer. 
Terceira aula- 8:50 
Sala segundo ano B
Uma turma com características infantis, distraídos e imaturos. Interagem muito com a professora, mas sem apresentar falas pertinentes e acabam atrapalhando o desempenho da aula. Diferente do outro segundo ano, onde até mesmo os alunos que causam maior tumulto param em algum momento e se dedicam a matéria. 
Durante os slides eles questionam se não haverá conteúdo na lousa para copiar no caderno ou até mesmo se a professora pode ditar o que acha mais relevante, não demonstram nenhuma proatividade em anotar o que eles próprios acham conveniente. 
Gostam de empurrar as atividades até o último momento, inclusive práticas relacionadas a aula. 
-A professora passou o slide e eu não tinha terminado de copiar, me passa depois?
-‘Eu hein’, vai ‘tá’ no moodle, é só copiar. 
-Beleza, então se anotar alguma coisa a mais aí no caderno me manda foto depois. 
Os alunos se apoiam neles próprios para que não percam seus momentos de conversa, o que parece ser mais relevante que o conteúdo. Está turma tem alunos muito mais preocupados com festas, passeios e conversas e negligenciam as atividades acadêmicas ou as terceirizam, quando copiam os exercícios de seus amigos, por exemplo. 
Na troca de aula é possível conversar com a professora sobre o desempenho dos alunos:
-O Mackenzie exige que a gente use o livro, os pais cobram muito isso no final do ano. (Professora) 
-Mas eles ficam mais atentos a explicação depois do momento de grifar (Eu)
-Mas sabem do que eles gostam mesmo? Escrever no caderno. Os slides eles não gostam muito e acabam dormindo, então só uso se for para um conteúdo mais dinâmico e apresentação de imagens. (Ela) 
Quarta aula- 10:10
Sala primeiro ano B
A aula é norteada a partir da leitura do livro didático e enquanto eles grifam o livro ficam em silencio absoluto e mais atentos a explicação que segue, sem interferências que prejudiquem a aula e apenas questionamentos oportunos ao momento. 
A rigidez da professora em relação ao uso de celulares em sala de aula ajuda muito na atenção deles, ela não permite o uso e eles respeitam sem questionar, não há casos sobre o uso de seus telefones. São poucas conversas paralelas ao conteúdo que se nota durante a aula. 
Nem sempre os alunos mais atentos são os que realmente entenderam o que está sendo explicado, mas os que realmente entendem sobre a necessidade de estudar usam a duvida como um apoio para se dedicarem a estudar ainda mais.
A aula flui como deveria e a professora consegue até adiantar o conteúdo da aula seguinte, os alunos seguem com pequenos momentos de conversa como seria de se esperar em qualquer turma do ensino médio, tendo em vista a grande energia que eles não conseguiram descarregar durante o intervalo.
Quinta aula- 11:00
Sala primeiro ano A
A relação desta turma com a professora é agradável e eles parecem sempre interessados no conteúdo. Eles sentem a necessidade da professora como uma norteadora da aula.
-Professora, você não vai passar nada pra gente copiar no caderno? É bom pra estudar depois. (Felipe)
-Eu vou escrever alguns tópicos na lousa e vocês complementam com a explicação e o que acharem de importante, tá bom? (Professora)
-É pra isso que a gente grifa o livro, depois você vê lá, não quero escrever nada no caderno. (Lorenzo) 
-A gente grifa o livro com as partes mais importantes, mas tem coisas que eu falo na aula e não tem lá, é importante anotar (Professora)
Há, por parte dos alunos, um reconhecimento sobre a importância dos estudos, mas cada um deles têm um viés por onde seguir, mas a maioria da turma sempre prefere ter o conteúdo anotado no caderno, mas precisam que a professora escrevaou fale pausadamente para que eles anotem, porém eles querem que seja opcional ter ou não a matéria anotada. 
Dia 30 de agosto de 2018
Primeira aula- 7:10
Sala segundo ano B
Os alunos demonstram ainda estarem sonolentos devido ao horário e deste modo é mais fácil de iniciar a aula, abrem os cadernos para dizer onde pararam na última aula e escutam enquanto a professora faz a leitura de um trecho no livro. 
Eles respondem as perguntas de modo coletivo, a maioria diz a mesma coisa, porém cada um à sua maneira, apesar de responderem o que é questionado eles não fazem nenhuma pergunta.
Alguns grifam o texto sem que a professora pause a leitura e fazer anotações ao redor do livro com palavras chaves sobre o tema, isso porque há leitura de um parágrafo e após isso eles ouvem uma pequena síntese através da professora. 
Cerca de vinte minutos após o início da aula eles começam a ficar distraídos, mas para a hiperatividade deles há um tempo relativamente longo com o mesmo método de explicação, eles se cansam com facilidade e exigem que a professora tente outras maneiras de prender a atenção dele. 
Mas ela entra em um subtópico da aula e, por ser sobre atualidades, eles novamente começam a querer complementar o que a professora diz com informações que já estudaram, pesquisaram ou ouviram falar, em aulas com esse tema eles procuram informações sem muito esforço.
-Eu vi uma notícia no twitter que falava sobre escravidão, as imagens são muito fortes, tinham muitas crianças. (Rafaela)
 -O pior de tudo é saber que ainda têm muito disso até hoje, mas que ninguém dá atenção, já viu aquele documentário sobre o chocolate? Acho que eu chorei uns três dias. (Lorena)
Segunda aula- 8:00
Sala primeiro ano C
Esta turma possui um aluno que apresenta grande dificuldade em concentração e uma hiperatividade imensa, não se contenta em apenas fazer comentários ou piadas durante a aula, ele sente a necessidade de andar pela sala e fazer brincadeiras com seus colegas, que parecem não gostar do modo como ele influencia na aula.
Inicialmente a professora apenas ignora os seus comentários e pede gentilmente para que se sente e respeite a aula, mas não funciona de imediato, apenas quando os pedidos da professora vêm seguido de comentários dos colegas sobre como ele está atrapalhando a classe. 
Deixando de lado esse episódio está é uma das melhores turmas do primeiro ano em questão de concentração e desejo do conhecimento, eles por vontade própria gostam de saber curiosidades, pedem para que a professora se aprofunde mais nos assuntos que acham interessantes (por mais que saibam que não irá cair na prova).
As pausas durante a aula não são dadas para chamar atenção dos alunos, mas sim para deixar que eles abram pequenos debates entre si e incluem também a docente, parecem levar as colocações dela muito a sério e gostam de analisar e debater sobre os temas que são dados na aula. São uma sala em um número menor de alunos se comparadas as outras.	
Terceira aula-8:50
Sala primeiro ano D
O início da aula é destinado a resolver o problema do vídeo que não carrega no moodle. 
-O vídeo é muito longo, não carrega no moodle (Nádia)
-Mas a plataforma foi disponibilizada para nós e precisa ser usada (Professora)
-Eu sei, mas não é nossa culpa, nosso trabalho está feito. Eu tenho ele em um pen drive, posso deixar com você? (Nádia)
-Eu vou conversar com alguém e ver se ajudam a resolver o problema de vocês, caso contrário ninguém será prejudicado e podem trazer em pen drive, mas nada de mandar no e-mail ou entregar fora de prazo. (Professora)
Esse pequeno conflito ao começo da aula é usado como pretexto para criar vários grupos de conversas onde eles passam a aumentar o tom de voz para se fazerem ouvir por seus colegas e em segundos a aula sai do controle por alguns minutos, mas aos poucos a professora consegue colocar ordem novamente. 
Os alunos questionam sobre a cópia no caderno, acham melhor do que copiar os tópicos do slide que dizer ser “muito longos” e quando a professora dita o conteúdo eles têm anotações mais efetivas para utilizar durante os estudos. 
-Vou ditar os tópicos importantes, prestem atenção, não vou repetir. 
Eles copiam cada palavra do que é dito, após isso voltam a atenção para os slides e copiam tudo que podem, ser dar muita atenção para a explicação. 
As risadas começam em um pequeno grupo de alunos na sala, começam a aumentar o tom e um dos alunos passa a fazer piadas desnecessárias durante a explicação para que pudesse chamar a atenção de seus colegas, ele é mudado de lugar e não tem coragem de fazer comentários sem o apoio de seus amigos.
Quarta aula- 10:10 
Primeiro ano E 
Antes mesmo de dar o horário da aula os alunos saem da sala para conversar com a professora, falam sobre assuntos pessoais e em seguida entram na sala empolgados. Eles adentram a sala demonstrando alegria, continuam fazendo algumas brincadeiras e perguntas sobre a vida pessoal da professora, mas sabem ficar quietos quando é pedido.
Eles são uma turma unida, não é notável separações em “grupinhos”, eles interagem em um grande conjunto, o bom relacionamento entre eles também contribui para um andamento agradável da aula, sem interrupções e sem atrapalhar o desempenho dos amigos. Além de também se respeitarem durante os debates, em algumas das outras salas os alunos passavam por cima dos colegas sem respeitar a vez um do outro. Se tratam bem, todos tem espaço e voz ativa dentro da sala.
Mas não são uma turma robótica, apenas sabem observar os momentos mais oportunos para as conversas, por exemplo, enquanto a professora realiza a chamada ou anota os tópicos norteadores da aula na lousa. 
Uma parte da turma anota o que está escrito na lousa, enquanto outra apenas presta atenção no que está sendo falado.
-Me manda foto depois disso, por favor. (Lucas)
-Tá bom, mas me explica sobre as taxas de desenvolvimento depois, eu anotei aqui mas não entendi direito. Você sabe? (Gabriel)
 -Sim, não anotei, mas entendi a explicação. (Lucas)
Quinta aula- 11:00
Sala segundo ano A 
Por estarem próximos de eventos escolares importantes para eles (competições atléticas) é difícil prender a atenção e querem falar apenas dessas atividades e não estão tão atentos na explicação, mas se mantêm presos na hora de grifar e escrever. 
-Eu vi uma imagem muito parecida com essa em um simulado da FUVEST. 
-Sério? Vou circular a imagem inteira com marca texto. Vai que cai na prova também né. 
Para eles, quando a professora diz que o livro deve ser grifado ou algum conteúdo é essencial de ser anotado eles acreditam que é uma certeza de que terão algo similar na prova e menor trabalho na hora de escrever. 
Durante a explicação a professora sente a necessidade de fazer pequenas revisões sobre os conteúdos aprendidos em anos anteriores para que consiga dar sequência, eles se sentem muito felizes ao conseguir fazer essas relações com lições aprendidas no passado. 
Além da felicidade ao ver uma relação sobre o aprendizado e entender que eles têm uma sequência lógica, eles ficam contentes ao notar como podem aplicar em seu cotidiano ou relacionar de alguma maneira. 
A maturidade deles em relação ao primeiro ano permite que o conteúdo vá fluindo sem maiores dificuldades e sem questionamentos sobre cópias ou provas, está turma leva o vestibular mais a sério se comparada ao Segundo ano B.
Dia 31 de agosto de 2018 
Primeira aula- 7:10 
Sala primeiro ano F
Uma aula dedicada apenas ao vistar o livro de atividades e cadernos dos alunos. Alguns esquecem o livro e se apresentam imensamente preocupados com a nota que podem perder, outros até alegam ter o livro, mas ter deixado no armário, mas o colégio tem a regra de não permitir que saiam durante as aulas para ir aos armários. 
Um por um vai até a mesa da professora para que ela dê as notas enquanto os outros ficam sentados conversando e esperando a sua vez, sem muitos problemas de comportamento, apenas grande número de conversas. 
Segunda aula- 8:00
Sala primeiro ano D
A aula desta turma tambémé direcionada aos vistos no caderno e segue praticamente igual a turma anterior, exceto pela maneira como os alunos se tratam, são desrespeitosos uns com os outros, mas o tratamento com a professora indica admiração e respeito. 
Terceira aula- 8:50
Sala segundo ano B
Têm essa aula com a explicação, em slides, no início e depois um momento para fazer os exercícios, mas alguns não levam a sério. 
-Ela vai vistar isso hoje?
-Não sei, mas eu vou deixar pra fazer em casa, não tô com paciência hoje, é sexta-feira 
Enquanto estão fazendo exercícios conversam muito entre si e é possível notar que eles têm a noção da importância do aprendizado, mas que não gostam de realizar as atividades avaliativas: 
-Têm muita coisa pra ver nessa aula, mas pelo menos ela não faz igual aquele homem que não passa nada. 
-E matemática pode prejudicar muito no vestibular e a gente fica só conversando na aula dele. 
Quarta aula- 10:10 
Sala primeiro ano B
Aula também dedicada ao visto aos cadernos, pois está perto do fim do trimestre e é um dos métodos avaliativos, mas o visto concede apenas um bônus já que é uma prática que deveria ser comum para todos sem exigir um grande esforço. 
Antes da professora entrar na sala é possível ver algumas alunas sentadas juntas na mesa tentando colocar o conteúdo em dia para receber a nota. Entram na sala reclamando sobre o dia de visto alegando que não têm apenas uma matéria para se preocupar. 
O restante da aula se passa como nas outras salas que tiveram o visto no caderno como prática. 
Quinta aula 11:00 
Sala primeiro ano A
Vistos no caderno, a maioria dos alunos se mantêm em pé para conversar com os colegas, mas quase toda a sala apresenta as atividades em dia e a professora pede para que façam exercícios do livro enquanto ela dá as notas, mas eles não parecem tão atentos ao que está sendo dito e continuam sua conversa até o fim da aula. 
Dia 10 de setembro de 2018 
Segunda aula- 8:00
Sala segundo ano C 
Alunos dispersos após as provas, já que acreditam ter todo o trimestre para correr atrás do conteúdo que será dado nas primeiras semanas, conversam demasiadamente e só cessam com o barulho quando são ameaçados de perder nota de comportamento, tal atitude que não se apresentou necessária até então. 
Ficam silenciosos e demoram a tomar coragem para participar da aula, apenas grifando o livro e ouvindo a explicação, mas respondendo as perguntas que a professora faz, até chegarem em um tema que consideram interessante e se abrem novamente ao debate. 
A partir deste momento demonstram dominar o tema e querem fazer perguntas para a professora e se desafiam a responder tudo que é perguntado por ela. 
Terceira aula- 8:50 
Primeiro ano E 
Nesta sala a professora explica mais pausadamente do que as outras turmas por estarem adiantados no conteúdo e conseguem até ir além do que foi estipulado para a aula, eles tomam nota do que está sendo apresentado, mas se dispersam durante a explicação e precisam de um pequeno sermão sobre a importância daquele conteúdo para o vestibular, mas ainda não parecem estar realmente interessados ou preocupados com esse tipo de prova. 
Em questão comportamental ainda são imensamente imaturos, é possível perceber isso pela maneira como se tratam e as brincadeiras que fazem durante as aulas, sem que a professora tome conhecimento do que está acontecendo, o fazem silenciosamente em um tom que não chega a atrapalhar o andamento da aula.
Quarta aula- 10:10 
Sala primeiro ano C
Poucos alunos causam problema para a aula, mas são sempre os mesmos que estão metidos em confusão. Enquanto a professora faz a explicação ela anda pelas carteiras para confirmar se estão atentos ou fazendo atividades de outra matéria, dormindo ou até mesmo conversando.
Em relação ao conteúdo eles se encontram atrasados, acabam atrapalhando o andamento da aula com as brincadeiras que fazem e isso demanda tempo da docente para que se desgaste e os coloque em silêncio novamente. 
Alvoroçados após a volta do intervalo, é difícil fazer com que fiquem quietos, o tempo todo estão retomando acontecimentos que passaram no final de semana ou até mesmo durante o horário do lanche, a aula não flui tão bem como de costume. 
Quinta aula- 11:00
Sala primeiro ano B 
Quando a professora entra na sala é possível ouvir reclamações dos alunos:
-Não vejo a hora de ir embora, tô muito cansada hoje. 
-Podiam liberar a gente mais cedo hoje, né? Humanas nem deveria ser matéria, depois a gente ainda têm português.
A turma inteira parece estar realmente cansada e se deixam deitar na mesa, com o rosto virado para a professora, porém não parecem absorver realmente o conteúdo, mas se mantêm assim durante toda a aula.
Dia 11 de setembro de 2018 
Primeira aula- 7:10 
Sala segundo ano A
Após a volta dos alunos que estavam na semana de passeio (foram visitar outra cidade para atividade extra), a turma se manteve muito mais tímida para fazer comentários abertos e apenas alguns alunos continuavam falando desta maneira. 
Uma das alunas que sempre fazia comentários inoportunos é muito inteligente e agora troca suas brincadeiras por considerações sobre o tema do livro e responde as perguntas da professora, mas sem deixar de conversar com seus colegas ao redor. 
Porém quando se deparam com um conteúdo que não conseguem dominar deixam de lado a vontade de entender e querem conversar o suficiente para sobrepor a voz da docente, mas esse fato acontece apenas faltando alguns minutos para o fim da aula e a professora diz que irá conversar com eles na aula seguinte. 
Segunda aula- 8:00
Sala primeiro ano F
A aula não inclui o uso do livro, apenas os slides, mas a professora deixa anotado na lousa as páginas que eles podem usar como referência na hora de estudar e que foram utilizadas ao montar o conteúdo programático das aulas. Está turma não parece gostar tanto de grifar o livro como foi possível notar nas salas anteriores. 
Eles, além de relembrarem anos anteriores das matérias, eles relacionam o conteúdo com outras matérias. 
-Faz sentido a gente aprender essas contas aí, achei que nunca fosse usar pra vida. 
-Eu queria não usar mesmo, odeio estatística. 
-É mais legal que ficar fazendo bhaskara, que não vamos usar nunca. 
Gostam de responder os exercícios antes que a professora corrija e pedem para que ela dê a resposta apenas ao final da aula para que tenham tempo de resolver todos. 
Terceira aula- 8:50 
Sala primeiro ano B
A maneira como a docente fala é muito fácil de ser compreendida e isso prende a atenção dos alunos, eles sentem satisfeitos ao compreenderem um conteúdo que consideravam difícil e ficam mais confiantes ao decorrer da aula. 
Ficam surpresos com as questões sociais debatidos em sala de aula e alguns até mudam de lugar para que consigam debater e serem ouvidos, se respeitam quando falam e acabam formando uma bagunça na sala, espalhando os livros e mochilas por onde passam. 
Quarta aula- 10:10
Sala segundo ano B
Está sala têm um grande afeto pela professora, mas uma repulsa em relação a matéria que ela ensina, porém a conversa toma conta deles e precisam se reorganizar na sala para que a disciplina seja mantida. 
Os alunos que tiram dúvidas são sempre os mesmos e são considerados inteligentes pelos colegas quando eles respondem as réplicas da professora. Alguns alunos acabam dormindo e a professora fecha o power point para que se concentrem apenas na sua explicação. Esses alunos questionadores são os mais preocupados em relação ao vestibular. 
Quinta aula- 11:00 
Sala primeiro na E 
Tremendamente silenciosos, quase não se escuta conversas durante a aula e também não participam, não tiram dúvida e mal respondem as perguntas que a professora faz. 
Quando a professora muda o slide apresentado, eles se sentem interessados sobre tema. Se trata da sustentabilidade e as atitudes de conservação do planeta que eles têm. 
-Professora, no ano passado eu fiz tudo o que a senhora falou. Diminui o tempo de banho, minha vó começou a lavar a calçada com a água da máquina.(Matheus)
-Isso aí é desculpa pra não tomar banho, Matheus. Tem é que fazer coisa importante. (Arthur)
-Mas tem que partir de algum lugar, parabéns pela consciência, Matheus. (Professora)
DESCRIÇÃO DA ESCOLA
O estágio foi realizado no Colégio Mackenzie, um conceituado colégio na região da Consolação, o bairro da escola é bem visto em São Paulo e está bem localizado no centro expandido da cidade, também é sede de diversos cursos de graduação e pós graduação. O campus possui diversos restaurantes e cafés, bosque, bibliotecas e um metrô quase dentro da instituição o que facilita principalmente o acesso aos universitários que costumam vir diretamente do trabalho. 
Os ambientes externos tem características mais modernas, há muitas árvores e arbustos pelo campus e é um ótimo lugar para concentração e aflorar a criatividade. Em questão estrutural interna, o prédio do ensino médio não é tão moderno, mas atende todas as necessidades que um aluno e professor tem dentro de uma sala de aula. Eles não possuem tecnologia de ponta, nas salas há apenas um data show e um computador para que os professores consigam mostrar seu conteúdo.
Os alunos se sentem em uma grande cidade dentro de sua instituição de ensino, contam com papelarias, gráficas, espaços de convivência, quadras, vestiários, espaço para cuidados de beleza, diversos auditórios e ambulatório. Não tive acesso as informações pedagógicas da instituição.
APRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS DE DESTAQUE OBSERVADOS 
Ao entrar em um ambiente com o objetivo de observar algo é quase impossível não desviar os olhos e se deparar com focos diferentes do que estava como norteador principal, no começo me negava a estuda-los, mas depois passei a nota que poderiam agregar na minha pesquisa, então me permiti desviar um pouco do objetivo por determinados momentos.
O horário influencia o desempenho dos alunos. Eles são mais ou menos participativos em relação ao horário que a aula está se passando, caso seja perto da saída ou do intervalo eles ficam mais alvoroçados e se dispersam com facilidade.
Os alunos gostam de fazer anotações da matéria, em alguns momentos pedem para a professora anotar na lousa o conteúdo que explicou.
Apresentam a necessidade da troca de método de transmissão de conteúdo, a professora precisa alternar slide, cópia e explicação falada
Gostam de trocar comentários com a professora sobre a vida pessoal dela e deles próprios 
Atualidades chamam atenção deles para a aula e principalmente se for de situações que conseguem enxergar em seu cotidiano. 
Apesar das tentativas da professora de desenvolver o caráter auditivo dos alunos eles ainda apresentam resistência e são muito copistas. 
Os alunos demonstram sentir uma afeição pela professora e esse carinho e respeito é determinante para que ela consiga transmitir seu conteúdo proposto pelo material didático. 
Material didático muito denso. 
Notas são a maior motivação para as turmas. 
Mesmo que tenha pouca diferença de idade as turmas do segundo ano se apresentam muito mais responsáveis e dedicadas em relação ao primeiro ano. 
Possuem resistência ao lidar com a plataforma online que é disponibilizada pelo colégio. 
Turmas em que apresentam alunos mais indisciplinados que o comum tendem a repreendê-los de modo coletivo, quando se cansam de suas desordens. 
HIPÓTESES ANALÍTICAS 
Com a falta de apoio educacional por parte dos pais fica cada vez mais difícil que se manter a ordem dentro das salas de aula, os alunos não possuem mais esse respeito ao qual responder em suas casas e não se respeitam ao chegar nas escolas, possuem a ideia de que nada pode para-los. Marli André (1991) trata o espaço escolar como uma convivência social onde é possível desenvolver valores e recriar conhecimentos. Valores que deveriam ser obtidos antes de adentrar ao espaço escolar, mas que são responsabilidades transferidas ao docente. 
Não seria possível entender os alunos como seres idênticos e analisar apenas uma turma, cada uma possui sua peculiaridade e o modo como se manifestam durante as aulas não pode ser apenas responsabilidade do professor, são diversas outras características internas que contribuem para o comportamento em sala de aula. 
Foi possível notar que a maior parte dos alunos estavam presos a aula por respeito e afeto para com a professora, mas não se sentiam atraídos por sua disciplina e mesmo assim ela conseguia manter a ordem de modo quase unanime em suas aulas, “(...) questão da disciplina de forma isolada, pois esta aparecia intimamente associada ao modo de lidar com o conteúdo e as manifestações afetivas da professora, levando, em consequência, a um interesse e a uma vibração dos alunos por aprender” (ANDRÉ, 1991, pg 74) 
Ainda com a imaturidade adolescente que possuem não se dão conta da necessidade e importância do estudo em suas vidas, mas também alegam sobre a falta de aplicabilidade de determinados conteúdos e descartam tudo o que acreditam não agregar em suas vidas pessoais ou na futura profissão e nem sempre são ensinados a respeito do ensino em sua construção pessoal. “Para compreendermos a importância do ensino na formação humana, é preciso considera-lo no conjunto das tarefas educativas exigidas pela vida em sociedade” (LIBÂNEO, 2015, pg 15) 
O professor está com o papel chave de transmissão de conhecimento para seus alunos, porém todo o restante influencia no aprendizado de cada um e a maneira como se comportam em suas aulas, tendem a lidar de maneira similar por lidar com a mesma docente, mas ainda há situações determinantes em seu comportamento: 
A educação não intencional refere-se ás influências do contexto social e do meio ambiente sobre os indivíduos. Tais influências, também denominadas de educação informal, correspondem a processos de aquisição de conhecimentos, experiências, ideias, valores, práticas, que não estão ligados especificamente a uma instituição e nem são intencionais e conscientes. São situações e experiências, por assim dizer, casuais, espontâneas, não organizadas, embora influam na formação humana. (LIBÂNEO, 2015, pg 16-17) 
“Definir a comunicação com o aluno implica o estabelecimento do contexto e da identidade dos participantes: o professor é quem regula o tempo, o espaço e os papéis desta relação” (BOHOSLAVSKY, 1981, pg 320) quanto melhor o professor dosar essa comunicação o resultado será refletido na maneira como os alunos correspondem as atividades que são submetidos, é uma característica determinante para o desenvolvimento em sala de aula; quanto melhor o relacionamento com o professor, mantendo respeito, melhor será a dedicação durante as aulas.
Tunes (1991) afirma que o professor, quando interage com o aluno, tem o papel mediador no complexo processo de criação, não se converte em um treinador de técnicas, mas em um desenvolvimento criativo. Característica que é possível observar ao assistir os debates propostos pelos próprios alunos quando a professora cita algum tema em que eles notam uma relevância social e levam a pauta adiante sem precisar de desgaste da docente, usando desta ferramenta como um modo de aprendizado onde eles participam ativamente. 
Um aluno é mais auditivo e consegue compreender apenas com a explicação sem a necessidade de anotar e pode se recordar depois, enquanto outro é muito mais visual e precisa de fotos, slides e anotações para que compreenda o conteúdo e consiga reproduzir depois, são características muito pessoais de cada aluno. A professora tenta se adaptar em todas essas características e intercala diferentes modos para passar seu conteúdo.
REFERÊNCIAL TEÓRICO
Os autores apresentados foram de suma importância para o desenvolvimento deste trabalho, levando em consideração a experiência que eles possuem no ramo pedagógico e também o conhecimento sobre a relação professor-aluno que foi sustentada por diversas teses. Como sustenta Bohoslavsky (1981) ao falar sobre os três vínculos desenvolvidos em sociedade: dependência, mutualidade e competição, e em uma sala de aula há evidência da ocorrência dos três vínculos,sendo os dois primeiros mais presentes principalmente na relação entre professor e alunos. 
A análise de Tunes (1991) trata dos desdobramentos relacionados ao trabalho pedagógico dos professores agregando valor ao trabalho árduo que por muitas vezes não é reconhecido com o merecimento que deveria, estabelecendo também estratégias que o docente utiliza para driblar a indisciplina e trazer ao seu favor situações onde muitas vezes estão sem saída, usando comentários brincadeiras inapropriadas por parte dos alunos para complementar o conteúdo. 
André (1991) é primordial para fazer a relação entre o universo epistemológico, pedagógica e institucional. Além de colaborar para os focos de atenção durante a observação, método de pesquisa esse que foi estudado e revisado por Lakatos e Marconi (2010) e Severino (2017).
Como complemento do professor como principal motivador do aluno (LENS; VANSTEENKISTE, 2007) que estabelece a boa relação dentro da sala de aula como um inibidor de problemas pedagógicos e desenvolvimento pessoal e pedagógico de cada aluno. 
Libâneo (2015) afirma que não há pratica pedagógica sem sociedade e o contrário também é verídico, promove ao individuo conhecimentos e experiências que são primordiais para o crescimento de cultura e aptidão para atuar no meio social, graças ao convívio e desenvolvimento adquiridos em sala de aula. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRÈ, Marli. E. D. A. Questões da escola no cotidiano do 1º grau. In: Série Idéias, nº 11, p. 69-81, São Paulo: FDE, 1991 
LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia cientifica. São Paulo: Atlas, 2010 
LENS W; Matos, L; VANSTEENKISTE, M. Professores como fontes de motivação dos alunos: O quê e o porquê da aprendizagem do aluno: Lima, 2007
LIBÂNEO, JOSÉ. C. Didática, São Paulo: Cortez, 2017
SEVERINO, J. P. Metodologia do trabalho cientifico. São Paulo: Cortez, 2017 
TUNES, E. A iniciação científica e a pesquisa na graduação. In: Seminário de Pesquisa na graduação, 1991, Brasília

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