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A ESCOLA COMO INSTRUMENTO AO DIREITO A CIDADNIA AOS ALUNOS ESPECIAIS



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A ESCOLA COMO INSTRUMENTO AO DIREITO 
DA CIDADANIA AOS ALUNOS ESPECIAS
RESUMO: É na prática que a cidadania precisa ser trabalhada, no cotidiano em sala de aula, pois assim, o educando perceberá que cada pessoa é única e todos tem o seu valor na sociedade. Portanto, o aluno especial necessita encontrar o professor que encontra espaço perfeito para edificar ao olhar crítico de mundo, com ações simples, porém, com a intenção do pensar crítico e assim, contribuir e criar oportunidades que os alunos reconheçam que podem caminhar para transformar uma nova história. Tem-se como objetivo compreender que a Escola tem papel importante na formação do educando especial em cidadão, onde a Educação e a Cidadania necessitam andar de mãos dadas, contribuindo para o desenvolvimento do educando. A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica, onde foi possível alcançar os objetivos aqui propostos, compreendendo que educação e cidadania não caminham separadas, e sim lado a lado para que haja inclusão na sociedade reconhecendo o quão grande é seu papel como cidadão.
Palavras-chave: Educação, cidadania, pessoas especiais.
ABSTRACT: It is in practice that citizenship needs to be worked out, in the daily classroom, so that the student will realize that each person is unique and everyone has their value in society. Therefore, the special student needs to find the teacher who finds perfect space to edify the critical world view, with simple actions, but with the intention of critical thinking and thus, contribute and create opportunities that the students recognize that they can walk to transform a new history. The objective is to understand that the School has an important role in the formation of the special educator in the citizen, where Education and Citizenship need to go hand in hand, contributing to the development of the student. The methodology used was a bibliographical research, where it was possible to reach the objectives proposed here, understanding that education and citizenship do not walk separately, but side by side for inclusion in society, recognizing how great is their role as citizen.
Key words: Education, citizenship, special people.
1 INTRODUÇÃO
	Educar para a cidadania é escolher o conhecimento dos direitos e deveres, é buscar por justiça como um todo. É provocar na população do país a consciência de que esse é um direito de todos e que para que este objetivo almejado seja realidade, faz-se necessário a escola como espaço para educar na cidadania e não simplesmente ensinar aos educandos o que é cidadania.
	Portanto, a questão norteadora deste artigo foi a seguinte: De que maneira a escola pode ser um instrumento para que o educando especial, bem como sua família possa entender o seu direito a cidadania?
	Através desta questão objetivou-se compreender que a escola e a sociedade tem a obrigação de fazer do educando um cidadão consciente do seu direito a cidadania, reconhecendo que para o educando como cidadão fazer diferença na sociedade é necessário o ajuste favorecendo a cidadania na escola diante da realidade de sua comunidade escolar.
O desafio da educação brasileira é a implantação de uma educação de qualidade e com a organização de escolas que atendam a todos os alunos sem nenhum tipo de discriminação e que reconheçam as diferenças como fator de enriquecimento no processo educacional, contribuindo para a formação digna do educando. 
Portanto, este estudo se justifica pela necessidade que os professores tenham uma visão pedagógica juntamente com a construção da cidadania a fim de proporcionar aos educandos em geral, bem como os especiais, em cidadãos do futuro condições de reconhecer a sua cidadania e exigir que ela seja oferecida como um direito de todos.
	O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica, revistas, jornais, internet, com o intuito de conhecer a melhor forma do professor juntamente com a escola contribuir para formar cidadãos conscientes de seus direitos.
1.1 A ESCOLA COMO INSTRUMENTO AO DIREITO DA CIDADANIA
	A escola é uma instituição que dentre seus outros papéis, tem a função de se formar um cidadão. É importante que os estudantes tenham consciência do papel da escola na formação do cidadão, pois assim eles poderão cobrar esse direito deles.
Segundo Curry (2003, p.142): 
Há muitas escolas que só se preocupam em prepara os alunos para entrar nas melhores faculdades. Elas erram por se focarem apenas neste objetivo. Mesmo que entrem nas melhores escolas, quando saírem, esses alunos poderão ter enormes dificuldades para dar solução a seus desafios profissionais e pessoais.
	Com esta citação o autor está mostrando a necessidade do aluno estar preparado para a vida e não apenas para o futuro, ele precisa estar consciente dos desafios que enfrentará no decorrer de sua trajetória de vida.
	A cidadania deve ser exercida por todos e a escola necessita ser um espaço educativo que promova educandos de bem, ensinado a valorização e o respeito às diferenças.
	“A formação para a cidadania é o ponto mais importante e supõe, evidentemente, uma formação pessoal." (Werneck, 1995 p. 13).
Segundo Arantes (2003, p.157):
A sociedade solicita que a educação assuma funções mais abrangentes que incorporem em seu núcleo de objetivos a formação integral do ser humano. Essa proposta educativa objetiva a formação da cidadania, visando que alunos e alunas desenvolvam competências para lidar de maneira consciente, crítica, democrática e autônoma com a diversidade e o conflito de ideias, com as influências da cultura e com os sentimentos e as emoções presentes nas relações que estabelecem consigo mesmos e com o mundo à sua volta. Afinal, estamos falando de uma educação em valores em que as dimensões cognitiva, afetiva, interpessoal e sociocultural das relações humanas, são considerados no planejamento curricular e nos projetos político-pedagógico das escolas.
	As escolas tem papel indispensável na formação dos educandos como cidadão.
	Nunes (1989, p.36), relata:
Não tenho dúvida de que cabe a escola um lugar de destaque no alargamento das condições de exercício da cidadania e o domínio da 'norma culta' (no plano da linguagem) e dos conhecimentos, hábitos e comportamentos mais valorizados socialmente (dos quais, uma boa parcela é veiculada pela escola).
	Portanto, a escola tem primordial importância no desenvolvimento amplo do educando preparando-os para o exercício da cidadania, bem como, qualificação para enfrentar os desafios do mundo, desenvolvendo valores e virtudes para a convivência em sociedade.
Para Dimenstein (1993, p. 17) “cidadania é uma palavra usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente. Para se ter um cidadão que exerce seu direito de cidadania tem que se ter uma educação voltada para tal objetivo”. 
	Conforme Galvão (2003, p, 01):
A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. A educação escolar além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para a cidadania. Isso exige uma reflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão que vive boa parte da população.
	"A democracia não se refere só à ordem do poder público do Estado, mas devem existir em todas as relações sociais, econômicas, políticas e culturais". Bóbbio (2002)
A escola participa na formação da personalidade do aluno, por isso ela deve estimulá-lo a ter boas atitudes, por isso para Turra é evidente a necessidade de se ter uma educação voltada para o ensino de valores, certamente esse não é o objetivo principal do ensino, mas ambos devem ser trabalhados juntamente, pois não podemos dissociar o pensar do agir e do sentir (TURRA, 1998, p. 86).
Para Marshall (1967, p. 76):
A cidadania é a conquista da ordem legal comum, ou seja, leis iguais que alcançam todos os membros integrais da sociedade. Marshall concebe a cidadania como um “status concedido àquelesque são membros integrais de uma comunidade”. Todos aqueles que possuem o status são iguais com respeito aos direitos e obrigações pertinentes ao status. Não há nenhum princípio universal que determine o que estes direitos e obrigações serão, mas as sociedades nas quais a cidadania é uma instituição em desenvolvimento criam uma imagem de uma cidadania ideal em relação à qual a aspiração pode ser dirigida. A insistência em seguir o caminho assim determinado equivale a uma insistência por uma medida efetiva de igualdade, um enriquecimento da matéria-prima do status. 
Ao analisar a cidadania da criança, vê-se que ela é cidadã, na medida em que ela é um sujeito de direitos, reconhecido e que tem a proteção do Estado. Esse é o status da cidadania da criança. Se o critério para saber se a pessoa tem acesso ao espaço público são os direitos humanos, para a criança ser cidadã é necessário que ela tenha uma escola competente, saúde, alimentação, um ambiente onde possa construir sua personalidade. 
Segundo Freire (1987):
A proposta de uma escola contemporânea é, pois, uma novidade social e cultural. Nesse novo espaço institucional, o desempenho do professor não mais pode ser pensado como uma simples questão de formação teórica de alguém que ensina, como também, o desempenho do aluno não mais pode ser considerado como uma simples questão de motivação e de esforços individuais. A escola de hoje é uma ruptura com a escola do passado, sempre inspirada numa visão promissora da relação pedagógica.
	
	Conforme Brasil (1995, p. 14) afirma que: “observar, estudar e agir, respeitando as diferenças, é o que se espera de cidadãos que acreditam na democracia e, de fato lutam por um mundo mais justo”. 
	A escola precisa tornar real para o aluno a possibilidade de ser um futuro cidadão, comprometido com seus direitos e também deveres.
	Segundo Santos (1997, p. 133) “cidadão é o individuo que tem a capacidade de entender o mundo, a sua situação no mundo e de compreender os seus direitos para poder reivindicá-los”.
	Houaiss (1989, p. 99) comenta: 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
	Portanto, entende-se que é de todos a responsabilidade para formação da criança em futuro cidadão. A escola, a família, o governo, enfim a sociedade num todo, contribuem de alguma forma para que o país possa através dos futuros cidadãos, ser mais justo e fazer ser real o exercício da cidadania.	
	De acordo com Brasil (1994):
A família e a comunidade são agentes importantes na formação do cidadão, porém, nos últimos anos essa tarefa ficou entregue, quase exclusivamente, às escolas. Ultimamente as instituições não tem investido muito na formação do cidadão, portanto a escola tem que exercer mais esse papel. A escola não é o único lugar onde se dá a formação do cidadão, mas parte dessa formação se dá dentro do ambiente escolar, por isso existe a necessidade de se ensinar mais do que conteúdos para os alunos. Sendo assim, caberá às instituições de ensino a missão de ensinar valores para o desenvolvimento da moral dos educandos, através da seleção de conteúdos e metodologias que o favoreça.
	A escola precisa do apoio dos pais, professores, governo, da sociedade para a colaboração de realizar um novo caminho para educação com sucesso
	Para tanto, a instituição escola necessita ter o perfil de uma escola cidadã, oferecendo abertura às diferenças de cada um, bem como contribuir para que todos aprendam quem são os outros. 
	Conforme Marchesi (2001) "diversidade dos alunos é uma fonte de enriquecimento mútuo, de intercâmbio de experiências, que permite conhecer outras maneiras de ser e de viver e que desenvolve atitudes de respeito e de tolerância".
 	Gadotti (1997, p. 38), “cidadania é essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia”. 
	Assim, para educar para a cidadania a escola deve ser consciente desses direitos, saber da seriedade da contribuição de uma sociedade participativa.
	Para tanto, a escola precisa enfatizar essa meta como objetivo político, fazendo da cidadania uma questão interdisciplinar. Assim poderá caminhar para a escola cidadã.
	A escola quando tem o perfil de escola cidadã automaticamente se torna uma escola autônoma, portanto escola de qualidade política. 
	Segundo Gadotti (1997, p. 46):
Quando diz que a ideia de autonomia é intrínseca à ideia de democracia e cidadania. Cidadão é aquele que participa; e só pode participar da tomada de decisões quem tiver poder e tiver liberdade e autonomia para exercê-lo. Isto faz da cidadania e da autonomia duas categorias estratégicas de construção de uma sociedade melhor em torno das quais há frequentemente consenso. 
	Desta forma, a escola conseguirá satisfazer as necessidades do aluno para a formação de cidadão.
	Portanto, o ensinar não deve ser mais aquele com conteúdos que prepararão os alunos para as provas escolares, mas sim também conteúdos que façam absorver o exercício a cidadania.
1.2 COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA
Segundo os PCN’s - temas transversais (BRASIL, 1998, p. 17): 
O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal e coletiva e a afirmação do princípio da participação política.
	Freire (1996) afirma que ao se respeita à natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é substantivamente formar. Deve-se lembrar de que a sala de aula não é apenas um lugar para transmitir conteúdos teóricos, é, também, local de aprendizado de valores e comportamentos, de aquisição de uma mentalidade científica e participativa.
	Conforme Turra (1998, p. 87):
É verdadeiro afirmar que a missão de ensinar tem relação com o aumento de conhecimento, mas, para viver, o aluno precisa ampliar seus interesses, formar atitudes sociais. A escola deve ensinar ao aluno os conteúdos, mas também é seu papel o formar um aluno cidadão, com valores e características positivas, que contribuam para sociedade. Esse sim é o objetivo da escola, que o aluno possa aprender algo que possa contribuir para sua vivência social, buscando formar um cidadão pleno e capaz do exercício de seus direitos.
Conforme Martins (1992, p. 41) “a escola é um locus fundamental de educação para a cidadania, de uma importância cívica fundamental, não como uma ‘antecâmara para a vida em sociedade’ mas constituindo o primeiro degrau de uma caminhada que a família e a comunidade enquadram”.
	Nos relatos do mesmo autor “a escola, agente de mudança e fator de desenvolvimento, tem que se assumir basicamente não só como um potenciador de recursos, mas também como um lugar de abertura e de solidariedade, de justiça e de responsabilização mútua, de tolerância e respeito, de sabedoria e de conhecimento” (MARTINS, 1992, p. 41).
	Morin (2000, p. 104), ao descrever os sete saberes necessários à educação do futuro, enfatiza:
A importância de educar as novas gerações para uma cidadania planetária, afirmando: A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação humana. O planeta necessita, em todos os sentidos, de compressões múltiplas. Dada a importância da educação para a compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades, o desenvolvimento da compreensão necessita da reforma planetária das mentalidades; esta deve ser a tarefa da educação do futuro. 
	Para Freire (1996), motivar e auto motivar-se são de fundamental importância no processo de docência, é a busca não apenas do conhecimento teórico e prático através de capacitação e formação, mas da relação educando/educador, sendo esta peça fundamental para a formação e educação crítica dos cidadãos.
	Segundo Delors (2001, p. 152):
Os professores têm papel determinante na formaçãode atitudes – positivas ou negativas – perante o estudo. Devem despertar a curiosidade, desenvolver a autonomia, estimular o rigor intelectual e criar condições necessárias para o sucesso da educação formal e da educação permanente.
	Como disse Freire (1996, p. 54): “A educação que apenas depositar conhecimentos no aluno é monológica, ou seja, unidirecional, do professor para o aluno. Isto pode conduzir à opressão, porque nelas os estudantes se tornam objetos e não sujeitos da aprendizagem”.
	Portanto, na visão de Freire o ato de ensinar e de aprender é uma constante troca, onde se torna imprescindível que o professor seja, acima de tudo, um educador que enfrente desafios e possa encarar os problemas presentes que dificultem a aprendizagem e as relações interpessoais dos sujeitos que convivem em sala de aula. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1994, p. 41), afirmam que:
A importância dada aos conteúdos revela um compromisso da instituição escolar em garantir o acesso aos saberes elaborados socialmente, pois se constituem como instrumento para o desenvolvimento, a socialização e o exercício da cidadania democrática. Os conteúdos que são ensinados pela escola devem estar em consonância com as questões sociais, voltadas principalmente para a realidade dos alunos. A formação escolar necessita propiciar desenvolvimento de capacidades, de modo a favorecer a compreensão e a intervenção dos alunos na sua própria realidade, que visa favorecer a inserção dos alunos no dia a dia das questões sociais. 
Entende-se que para almejar este objetivo a educação necessita da ajuda de toda equipe pedagógica, em especial dos diretores, pois eles são primordiais na função de comandar a administração e coordenar as diversas questões da escola, na constituição do corpo docente que contribuirá para a realização e desenrolar dos trabalhos educacionais.
Gadotti (2001, p. 45) relata que:
Cidadania não poderá ser vista apenas como um produto da solidariedade individual como prega o estado neoliberal, mas sim como resultados de decisões democráticas, onde haja participação de cidadãos ditos comuns, da sociedade civil organizada, nas tomadas de decisões nos campos educacionais, político-econômicos, social, e que o resultado dessas decisões seja realizado assim de forma coletivo.
Para tanto, é necessário estar capacitados a compartilhar e a refletir nas práticas sociais em que o sujeito deve está integrado, devidamente acoplado ao desenvolvimento e elaboração do saber, o qual será transformado de acordo com o progresso da própria sociedade.
Portanto, o educador precisa usar sua criatividade e perspicácia, a fim de criar oportunidades para encaixar esses temas em suas disciplinas, procurando levar ao aluno conteúdos que os tornem críticos e compreendam a importância da cidadania.
	De acordo com Morais (1998, p. 14) “é na sala de aula que professores e alunos têm a oportunidade de trocar conhecimentos, de construir uma aprendizagem sólida e coletiva, ultrapassando os conteúdos, denunciando a realidade como se apresenta, podendo ser encarada como um dos espaços de resistência”.
             O papel do educador transpassa os limites de sala de aula, pois, o professor além do ensino-aprendizagem necessita contribuir para uma vida de conquistas e vitórias de seus educandos. O educador para transformar esses temas transversais em conteúdos de potencialidade na vida dos alunos, precisa compreender que a sua missão como educador, vai além do ensino-aprendizagem.
	Segundo Moisés (1999):
O professor, por si só, não é capaz de transformar a realidade que ultrapassa a escola e tem suas origens no econômico e sociopolítico, mas sua competência com profissional da educação é, com certeza, um dos fatores de grande peso quando pensamos na melhoria da qualidade do ensino.
	Feracine (1990, p. 62), esclarece que:
Ao professor compete além dos ensinamentos dos conteúdos, usar de sua criatividade para tornar seus alunos capazes de refletir criticamente sobre temáticas de discussão nacional e internacional, relacionando-as com problemas vivenciados pelos mesmos, advindos de tais temáticas, fruto da própria atuação do homem no mundo. Mas para que isso aconteça, é preciso recorrer à criatividade, pois, não educa para a criatividade quem não aprende a ser criativo.
             A atitude interdisciplinar requer uma mudança no pensamento e na prática do professor, visto que os alunos não conseguirão pensar de forma interdisciplinar se o professor oferecer um saber fragmentado e descontextualizado (LIBÂNEO, 2002).
	Segundo Yus (1998):
Os temas transversais são importantes, pois, nessa perspectiva, pretende-se a criação de uma nova escola que busca, na verdade, uma educação para a vida (mesmo que laica no ensino público), voltada para valores humanos. Esses temas são um leque de disciplinas possíveis de trabalho para que o docente realize temáticas fora do corpo das disciplinas atuais presentes em sala de aula. Eles estão ligados ao cotidiano do indivíduo e objetivam sua qualificação, preparando-o para atuarem ou viverem como verdadeiros cidadãos.
	No entanto, ensinar o exercício da cidadania, o educador necessita ser reconhecedor que ele não é o soberano no conhecimento, pois o aluno também é um indivíduo que possui informações e a postura do professor deve ser de proporcionar troca de conhecimentos, e deixar que o educando possa se expressar com suas opiniões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O educando como cidadão do futuro vai moldado a partir do momento que lhe for oferecido uma educação de qualidade, onde possa não só aprender os conteúdos necessários para sua vida profissional, mas também como cidadão crítico, conhecedor de direitos e deveres, aprendendo a colocar em prática o exercício da cidadania, através do interesse da coletividade e às responsabilidades de uma sociedade a todo instante transformada e desafiada pelo mundo contemporâneo.
Na sala de aula o professor encontra espaço perfeito para edificar em seus alunos o olhar crítico de mundo, com ações simples, porém, com a intenção do pensar crítico e assim, contribuir e criar oportunidades que os alunos reconheçam que podem caminhar para transformar uma nova história.
	Para tanto, é primordial que o educador reconheça o seu papel na vida do educando, pois, a educação escolar comprometida em formar cidadãos com pensar crítico, possibilita o sucesso e conquistas a esses educandos. Quando professor – aluno – escola caminham na direção da cidadania, abre-se o leque de oportunidades e condições de criar possibilidades de melhorais e reconhecimento do verdadeiro papel de cada indivíduo na sociedade.
Porém esta participação só se constrói através do conhecimento ancorada no diálogo, de incentivo, na humanização abrindo caminho que busque a construção de uma vida social mais digna livre e justa partindo da realidade do aluno, levando-o a ação/reflexão/ação através de um trabalho de forma consciente e de uma postura dialógica e dialética do professor, permitindo ao aluno, não apenas conhecer as letras, palavras e frases sem sentidos que não os levem a reflexão e sim, um trabalho que contribua para a transformação da sua realidade, portanto, uma didática onde a participação do aluno seja eficaz para a construção do conhecimento rumo a cidadania.
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