Buscar

PSICOPATOLOGIA I 2º bim

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

2º Bim – PSICOPATOLOGIA
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
CRITÉRIO DIAGNOSTICO
Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. 
Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos à outra condição médica.
Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (ex: sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (ex: parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.).
Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 
Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (ex: uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.). 
Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 
Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento). 
Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente). 
Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 
Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. 
Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. 
Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo maior. 
Nota: Respostas a uma perda significativa (ex: luto, ruína financeira, perdas por um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os sentimentos de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observados no Critério A, que podem se assemelhar a um episódio depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados apropriados à perda, a presença de um episódio depressivo maior, além da resposta normal a uma perda significativa, também deve ser cuidadosamente considerada. Essa decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento clínico baseado na história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma perda.
A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. 
Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco.
Nota: Essa exclusão não se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo hipomaníaco são induzidos por substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos de outra condição médica.
CARACTERISTICAS DIAGNOSTICAS
Os sintomas dos critérios para transtorno depressivo maior devem estar presentes quase todos os dias para serem considerados presentes, com exceção de alteração do peso e ideação suicida.
Humor deprimido deve estar presente na maior parte do dia, além de estar presente quase todos os dias.
Insônia ou fadiga frequentemente são a queixa principal apresentada, e a falha em detectar sintomas depressivos associados resultará em subdiagnóstico.
A tristeza pode ser negada inicialmente, mas pode ser revelada por meio de entrevista ou inferida pela expressão facial e por atitudes.
Com os indivíduos que focam em uma queixa somática, os clínicos devem determinar se o sofrimento por essa queixa está associado a sintomas depressivos específicos.
Fadiga e perturbação do sono estão presentes em alta proporção de casos; perturbações psicomotoras são muito menos comuns, mas são indicativas de maior gravidade geral, assim como a presença de culpa delirante ou quase delirante.
PREVALÊNCIA
A prevalência de 12 meses do transtorno depressivo maior nos Estados Unidos é de aproximadamente 7%, com acentuadas diferenças por faixa etária, sendo que a prevalência em indivíduos de 18 a 29 anos é três vezes maior do que a prevalência em indivíduos acima dos 60 anos.
Pessoas do sexo feminino experimentam índices 1,5 a 3 vezes mais altos do que as do masculino, começando no início da adolescência.
DESENVOLVIMENTO E CURSO
O transtorno depressivo maior pode aparecer pela primeira vez em qualquer idade, mas a probabilidade de início aumenta sensivelmente com a puberdade.
Nos Estados Unidos, a incidência parece atingir seu pico na década dos 20 anos; no entanto, o primeiro episódio na idade avançada não é incomum.
O transtorno depressivo maior está associado com alta mortalidade, em boa parte contabilizada pelo suicídio.
Embora o achado mais reproduzível na epidemiologia do transtorno depressivo maior tenha sido uma prevalência maior no sexo feminino, não existem diferenças claras entre os gêneros em sintomas, curso, resposta ao tratamento ou consequências funcionais.
RISCO DE SUICIDIO
A possibilidade de comportamento suicida existe permanentemente durante os episódios depressivos maiores.
O fator de risco descrito com mais consistência é história prévia de tentativas ou ameaças de suicídio, porém deve ser lembrado que a maioria dos suicídios completados não é precedida por tentativas sem sucesso.
Outras características associadas a risco aumentado de suicídio completado incluem sexo masculino, ser solteiro ou viver sozinho e ter sentimentos proeminentes de desesperança. 
A presença de transtorno da personalidade borderline aumenta sensivelmente o risco de tentativas de suicídio futuras.
Em mulheres, o risco de tentativas de suicídio é mais alto, e o risco de suicídio completo, mais baixo.
MONITORAMENTO DO PACIENTE COM RISCO SUICIDA
Marcação “ombro a ombro” permanente, sincronizada, com precisão de horários de supervisão ao paciente.
Ouvir sua desesperança sem tentar encobri-la maniacamente.
Evitar frustações em relação ao cumprimento de horários, tarefas ou encontros, já que são vividos pelo paciente como abandonos intoleráveis.
Assegurar-lhe companhia e estimulá-la ao dialogo.
Lembrar-se de que, ao contrário do que afirma o senso comum, quem fala pode SIM fazer.
TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE (DISTIMIA)
CRITÉRIO DIAGNOSTICO
Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de dois anos. 
Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de um ano.
Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características: 
Apetite diminuído ou alimentação em excesso. 
Insônia ou hipersonia. 
Baixa energia ou fadiga. 
Baixa autoestima. 
Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões. 
Sentimentos de desesperança. 
 Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses. 
Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar continuamente presentes por dois anos. 
Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico. 
A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia,
transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. 
Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (ex: droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (ex: hipotireoidismo).
Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Nota: Como os critérios para um episódio depressivo maior incluem quatro sintomas que estão ausentes da lista de sintomas para transtorno depressivo persistente (distimia), um número muito limitado de indivíduos terá sintomas depressivos que persistiram por mais de dois anos, mas não irá satisfazer os critérios para transtorno depressivo persistente. Caso tenham sido satisfeitos todos os critérios para um episódio depressivo maior em algum momento durante o episódio atual da doença, tais indivíduos devem receber diagnóstico de transtorno depressivo maior. De forma alternativa, um diagnóstico de outro transtorno depressivo especificado ou transtorno depressivo não especificado é justificado.
CARACTERISTICAS DIAGNOSTICAS
A característica essencial do transtorno depressivo persistente (distimia) é um humor depressivo que ocorre na maior parte do dia, na maioria dos dias, por pelo menos dois anos, ou por pelo menos um ano para crianças e adolescentes (Critério A).
Depressão maior pode preceder o transtorno depressivo persistente, e episódios depressivos maiores podem ocorrer durante o transtorno depressivo persistente. 
Os indivíduos cujos sintomas satisfazem os critérios para transtorno depressivo maior por dois anos devem receber diagnóstico de transtorno depressivo persistente, além de transtorno depressivo maior.
Os indivíduos com transtorno depressivo persistente descrevem seu humor como triste ou “na fossa".
Durante os períodos de humor deprimido, pelo menos dois dos seis sintomas do Critério B estão presentes.
Como esses sintomas tornaram-se uma parte tão presente na experiência cotidiana do indivíduo, em particular no caso de início precoce (ex: "Sempre fui desse jeito"), eles podem não ser relatados, a menos que diretamente investigados pelo entrevistador.
Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes), qualquer intervalo livre de sinto- mas dura não mais do que dois meses (Critério C).
O transtorno depressivo persistente com frequência apresenta um início precoce e insidioso (na infância, na adolescência ou no início da idade adulta) e, por definição, um curso crônico. 
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS
Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos cinco sintomas devem estar presentes na semana final antes do início da menstruação, começar a melhorar poucos dias depois do início da menstruação e tornar-se mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual.
Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve estar presente: 
Labilidade afetiva acentuada (ex: mudanças de humor; sentir-se repentinamente triste ou chorosa ou sensibilidade aumentada à rejeição). 
Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais.
Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos. 
Ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no limite. 
Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve adicionalmente estar presente para atingir um total de cinco sintomas quando combinados com os sintomas do Critério B. 
 Interesse diminuído pelas atividades habituais (ex: trabalho, escola, amigos, passatempos).
Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar.
Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada.
Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; ou avidez por alimentos específicos.
Hipersonia ou insônia.
Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle. 
Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso. 
Nota: Os sintomas nos Critérios A-C devem ser satisfeitos para a maioria dos ciclos menstruais que ocorreram no ano precedente. 
Os sintomas estão associados a sofrimento clinicamente significativo ou a interferência no trabalho, na escola, em atividades sociais habituais ou relações com outras pessoas (ex: esquiva de atividades sociais; diminuição da produtividade e eficiência no trabalho, na escola ou em casa). 
A perturbação não é meramente uma exacerbação dos sintomas de outro transtorno, como transtorno depressivo maior, transtorno de pânico, transtorno depressivo persistente (distimia) ou um transtorno da personalidade (embora possa ser concomitante a qualquer um desses transtornos).
O Critério A deve ser confirmado por avaliações prospectivas diárias durante pelo menos dois ciclos sintomáticos. (Nota: O diagnóstico pode ser feito provisoriamente antes dessa confirmação.).
Os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (ex: droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou de outra condição médica (ex: hipertireoidismo).
CARACTERISTICAS DIAGNOSTICAS
As características essenciais do transtorno disfórico pré-menstrual são a expressão de labilidade do humor, irritabilidade, disforia e sintomas de ansiedade que ocorrem repetidamente durante a fase pré-menstrual do ciclo e remitem por volta do início da menstruação ou logo depois. 
Esses sintomas podem ser acompanhados de sintomas comportamentais e físicos. 
Devem ter ocorrido na maioria dos ciclos menstruais durante o último ano e ter um efeito adverso no trabalho ou no funcionamento social.
Em geral, os sintomas atingem seu auge perto do momento de início da menstruação.
Delírios e alucinações foram descritos no fim da fase lútea do ciclo menstruai, mas são raros. 
A fase pré-menstrual foi considerada por alguns como um período de risco de suicídio.
A prevalência de 12 meses do transtorno disfórico pré-menstrual está entre 1,8 e 5,8% das mulheres que menstruam.
TRANSTORNO DISRUPTIVO DA DESREGULAÇÃO DO HUMOR
CRITÉRIOS DIAGNÓTICOS
Explosões de raiva recorrentes e graves manifestadas pela linguagem (ex: violência verbal) e/ ou pelo comportamento (ex: agressão física a pessoas ou propriedade) que são consideravelmente desproporcionais em intensidade ou duração à situação ou provocação.
As explosões de raiva são inconsistentes com o nível de desenvolvimento.
As explosões de raiva ocorrem, em média, três ou mais vezes por semana.
O humor entre as explosões de raiva é persistentemente irritável ou zangado na maior parte do dia, quase todos os dias, e é observável por outras pessoas (ex: pais, professores, pares).
Os Critérios A-D estão presentes por 12 meses ou mais. Durante esse tempo, o indivíduo não teve um período que durou três ou mais meses consecutivos sem todos os sintomas dos Critérios A-D.
Os Critérios A e D estão presentes em pelo menos dois de três ambientes (ex: em casa, na escola, com os pares) e são graves em pelo menos um deles.
O diagnóstico não deve ser feito pela primeira vez antes dos 6 anos ou após os 18 anos de idade. 
Por relato ou observação, a idade de início dos Critérios A-E é antes dos 10 anos.
Nunca houve um período distinto durando mais de um dia durante o qual foram satisfeitos todos os critérios de sintomas, exceto a duração, para um episódio maníaco ou hipomaníaco. 
Nota: Uma elevação do humor apropriada para o desenvolvimento, como a que ocorre no contexto de um evento altamente positivo ou de sua antecipação, não deve ser considerada como um sintoma de mania ou hipomania.
Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante um episódio de transtorno depressivo maior e não são mais bem explicados por outro transtorno mental (ex: transtorno do espectro autista, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade de separação, transtorno depressivo persistente [distimia]). 
Nota: Este diagnóstico não pode coexistir com transtorno de oposição desafiante, transtorno
explosivo intermitente ou transtorno bipolar, embora possa coexistir com outros, incluindo transtorno depressivo maior, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, transtorno da conduta e transtornos por uso de substância de transtorno disruptivo da desregulação do humor não deve ser atribuído. 
Os sintomas não são consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica ou neurológica.
CARACTERISTICAS CLINICAS
A característica central do transtorno disruptivo da desregulação do humor é a irritabilidade crônica grave.
Essa irritabilidade grave apresenta duas manifestações clínicas proeminentes, sendo:
Frequentes explosões de raiva. Essas explosões tipicamente ocorrem em resposta à frustração e podem ser verbais ou comportamentais (estas últimas na forma de agressão contra propriedade, si mesmo ou outros). Elas devem ocorrer com frequência (em média três ou mais vezes por semana) (Critério C) por pelo menos um ano em pelo menos dois ambientes (Critérios E e F), como em casa e na escola, e devem ser inapropriadas para o desenvolvimento (Critério B). 
Manifestação de irritabilidade grave consiste em humor persistentemente irritável ou zangado que está presente entre as explosões de raiva. Esse humor irritável ou zangado deve ser característico da criança, estando presente na maior parte do dia, quase todos os dias, e ser observável por outras pessoas no ambiente da criança (Critério D).
DESENVOLVIMENTO E CURSO
O início do transtorno disruptivo da regulação do humor deve ser antes dos 10 anos, e o diagnóstico não deve ser aplicado a crianças com uma idade desenvolvimental de menos de 6 anos.
Não é sabido se a condição se apresenta somente dessa forma delimitada pela idade.
Como os sintomas do transtorno disruptivo da desregulação do humor provavelmente se modificam à medida que a criança cresce, o uso do diagnóstico deve ser restringido a faixas etárias similares àquelas em que a validade foi estabelecida (7 a 18 anos).
São esperadas taxas mais elevadas em crianças do sexo masculino e em idade escolar do que no sexo feminino e em adolescentes.
As crianças que apresentam na clinica com características de transtorno disruptivo da desregulação do humor são predominantemente do sexo masculino.
TRANSTORNO MENTAIS E COMPORTAMENTOS DEVIDO AO USO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVA (CID-10)
TRANSTORNO RELACIONADOS A SUBSTÂNCIAS E TRANSTORNOS ADITIVOS (DSM-V)
CONCEITO DE DEPENDÊNCIA (O.M.S)
“Um estado psíquico e algumas vezes também físico, resultante da interação entre um organismo vivo e uma substância, caracterizado por um comportamento e outras reações incluem sempre compulsão para administrar a droga, de forma continua ou periódica, com a finalidade de experimentar seus efeitos psíquicos e às vezes para evitar o desconforto de sua abstinência, a tolerância pode existir ou faltar e o individuo pode ser dependente de mais de uma droga”.
Podem existir:
Necessidade de aumento progressivo das doses.
Aparecimento de síndrome de abstinência com a interrupção brusca.
AS DROGAS NA SOCIEDADE
É um fenômeno especificamente humano.
Refere-se a provocação deliberada de uma alteração dos estados de consciência a procura de experiência inédita.
Os sentidos de seu uso:
A droga permite “escapar à consciência de transitoriedade” da existência e a angústia que isto provoca (angústia existencial), “esquecer a nossa transitoriedade e mortalidade” (superar a angústia da existencial).
Procura de transcendência, entrar em contato com forças sobrenaturais, alargar os limites existenciais, assegurar-se da experiência de sobrevivência além da morte biológica (entrar em contato com o sobrenatural).
A busca do prazer.Fatores que interferem no efeito da droga:
A dose;
Método de uso;
Metabolismo;
As condições pessoais e ambientais.
Sobre os padrões de uso:
Experimentação;
Intermitente;
Moderado;
Habitual;
Contumaz.
Na etiologia da dependência de substâncias psicoativas destacam-se basicamente quatro fatores:
As propriedades especificas da substância;
O organismo do usuário;
A personalidade do usuário;
O contexto social do usuário.
TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTOS DEVIDO AO USO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVA (CID-10)
Compreende numerosos transtornos que diferem entre si pela gravidade variável e por sintomatologia diversa, mas que têm em comum o fato de serem todos atribuídos ao uso de uma ou de várias substâncias psicoativas, prescritas ou não por um médico.
O diagnóstico principal deverá ser classificado, se possível, em função da substância tóxica ou da categoria de substâncias tóxicas que é a maior responsável pelo quadro clínico ou que lhe determina as características essenciais.
Diagnósticos suplementares devem ser codificados quando outras drogas ou categorias de drogas foram consumidas em quantidades suficientes para provocar uma intoxicação, efeitos nocivos à saúde, dependência ou outros transtornos.
CARACTERISTICAS UTILIZADAS
F10: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool.
F11: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de opiáceos.
F12: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de canabinóides.
F13: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de sedativos e hipnóticos.
F14: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso da cocaína.
F15: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de outros estimulantes, inclusive a cafeína.
F16: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de alucinógenos.
F17: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo.
F18: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de solventes voláteis.
F19: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas.
AS SUBDIVISÕES SEGUINTES SÃO UTILIZADAS COM AS CATEGORIAS F10-F19
FXX.0 Intoxicação aguda:
Estado consequente ao uso de uma substância psicoativa e compreendendo perturbações da consciência, das faculdades cognitivas, da percepção, do afeto ou do comportamento, ou de outras funções e respostas psicofisiológicas.
As perturbações estão na relação direta dos efeitos farmacológicos agudos da substância consumida, e desaparecem com o tempo, com cura completa, salvo nos casos onde surgiram lesões orgânicas ou outras complicações. Entre as complicações, podem-se citar: traumatismo, aspiração de vômito, delirium, coma, convulsões e outras complicações médicas.
Exemplos: Bebedeira; estados de transe e de possessão na intoxicação por substância psicoativa; intoxicação alcoólica aguda; intoxicação patológica; “Más viagens” (drogas).
FXX.1 Uso nocivo para a saúde:
Modo de consumo de uma substância psicoativa que é prejudicial à saúde. As complicações podem ser físicas (por exemplo, hepatite consequente a injeções de droga pela própria pessoa) ou psíquicas (por exemplo, episódios depressivos secundários a grande consumo de álcool).
Abuso de uma substância psicoativa.
FXX.2 Síndrome de dependência:
Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após repetido consumo de uma substância psicoativa, tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização persistente apesar das suas consequências nefastas, a uma maior prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações, a um aumento da tolerância pela droga e por vezes, a um estado de abstinência física.
A síndrome de dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou o diazepam), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.
Exemplo: Alcoolismo crônico Dipsomania Toxicomania.
FXX.3 Síndrome (estado) de abstinência:
Conjunto de sintomas que se agrupam de diversas maneiras e cuja gravidade é variável, ocorrem quando de uma abstinência absoluta ou relativa de uma substância psicoativa consumida de
modo prolongado.
O início e a evolução da síndrome de abstinência são limitadas no tempo e dependem da categoria e da dose da substância consumida imediatamente antes da parada ou da redução do consumo.
A síndrome de abstinência pode se complicar pela ocorrência de convulsões.
FXX.4 Síndrome de abstinência com delirium:
Estado no qual a síndrome de abstinência tal como definida no quarto caractere .3 se complica com a ocorrência de delirium.
Este estado pode igualmente comportar convulsões.
Exemplo: Delirium tremens (induzido pelo álcool).
FXX.5 Transtorno psicótico:
Conjunto de fenômenos psicóticos que ocorrem durante ou imediatamente após o consumo de uma substância psicoativa, mas que não podem ser explicados inteiramente com base numa intoxicação aguda e que não participam também do quadro de uma síndrome de abstinência.
O estado se caracteriza pela presença de alucinações (tipicamente auditivas, mas frequentemente polissensoriais), de distorção das percepções, de idéias delirantes (frequentemente do tipo paranóide ou persecutório), de perturbações psicomotoras (agitação ou estupor) e de afetos anormais, podendo ir de um medo intenso ao êxtase.
O sensório não está habitualmente comprometido, mas pode existir um certo grau de obnubilação da consciência embora possa estar presente a confusão mas esta não é grave.
FXX.6 Síndrome amnésica:
Síndrome dominada pela presença de transtornos crônicos importantes da memória (fatos recentes e antigos).
A memória imediata está habitualmente preservada e a memória dos fatos recentes está tipicamente mais perturbada que a memória remota.
Habitualmente existem perturbações manifestas da orientação temporal e da cronologia dos acontecimentos, assim como ocorrem dificuldades de aprender informações novas.
A síndrome pode apresentar confabulação intensa, mas esta pode não estar presente em todos os casos. As outras funções cognitivas estão em geral relativamente bem preservadas e os déficits amnésicos são desproporcionais a outros distúrbios.
Exemplos: Psicose ou síndrome de Korsakov, induzida pelo álcool ou por outra substância psicoativa ou não especificada; transtorno amnésico induzido pelo álcool ou por drogas.
FXX.7 Transtorno psicótico residual ou de instalação tardia:
Transtorno no qual as modificações, induzidas pelo álcool ou por substâncias psicoativas, da cognição, do afeto, da personalidade, ou do comportamento persistem além do período durante o qual podem ser considerados como um efeito direto da substância.
A ocorrência da perturbação deve estar diretamente ligada ao consumo de uma substância psicoativa.
TRANSTORNOS RELACIONADOS A SUBSTÂNCIAS E ADIÇÃO (DSM-V)
Além dos transtornos relacionados a substâncias, inclui o transtorno do jogo, o que reflete as evidências de que os comportamentos de jogo ativam sistemas de recompensa semelhantes aos ativados por drogas de abuso e produzem alguns sintomas comportamentais que podem ser comparados aos produzidos pelos transtornos por uso de substância.
Outros padrões comportamentais de excesso, como jogo pela internet, também foram descritos, mas as pesquisas sobre esta e outras síndromes comportamentais são menos claras.
Grupos de comportamentos repetitivos, por vezes denominados adições comportamentais, com subcategorias como "adição sexual", "adição por exercício" ou "adição por compras", não estão inclusos porque, até o momento, não há evidências suficientes revisadas por pares para estabelecer os critérios diagnósticos e as descrições de curso necessários para identificar tais comportamentos como transtornos mentais.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
De modo geral, o diagnóstico de um transtorno por uso de substância baseia-se em um padrão patológico de comportamentos relacionados ao seu uso.
Critério 1: Baixo controle sobre o uso da substância.
O indivíduo pode consumir a substância em quantidades maiores ou ao longo de um período maior de tempo do que pretendido originalmente.
Expressa um desejo persistente de reduzir ou regular o uso da substância e pode relatar vários esforços malsucedidos para diminuir ou descontinuar o uso.
Gastam muito tempo para obter a substância, usá-la ou recuperar-se de seus efeitos. Em alguns casos de transtornos mais graves por uso de substância, praticamente todas as atividades diárias do indivíduo giram em torno da substância.
A fissura se manifesta por meio de um desejo ou necessidade intensos de usar a droga que podem ocorrer a qualquer momento, mas com maior probabilidade quando em um ambiente onde a droga foi obtida ou usada anteriormente.
Critério 2: Deterioração social. 
Afastamento dos outros, deixa de ser uma escolha e toda relação da pessoa é secundária.
Fracasso em cumprir as principais obrigações no trabalho, na escola ou no lar.
O indivíduo pode continuar o uso da substância apesar de apresentar problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por seus efeitos.
Atividades importantes de natureza social, profissional ou recreativa podem ser abandonadas ou reduzidas devido ao uso da substância.
O indivíduo pode afastar-se de atividades em família ou passatempos a fim de usar a substância.
Critério 3: Uso arriscado. 
Consequência física do consumo.
Pode tomar a forma de uso recorrente da substância em situações que envolvem risco à integridade física.
O indivíduo pode continuar o uso apesar de estar ciente de apresentar um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que provavelmente foi causado ou exacerbado pela substância.
A questão fundamental na avaliação desse critério não é a existência do problema, e sim o fracasso do indivíduo em abster-se do uso da substância apesar da dificuldade que ela está causando.
Critério 4: Evidência de tolerância e/ou abstinência (aspectos farmacológicos).
Nem toda droga leva a tolerância, mas aquela que desenvolve tolerância são as mais perigosas.
Quando combina tolerância com abstinência é mais perigoso.
A tolerância é sinalizada quando uma dose acentuadamente maior da substância é necessária para obter o efeito desejado ou quando um efeito acentuadamente reduzido é obtido após o consumo da dose habitual. O grau em que a tolerância se desenvolve apresenta grande variação de um indivíduo para outro, assim como de uma substância para outra, e pode envolver uma variedade de efeitos sobre o sistema nervoso central.
Abstinência é uma síndrome que ocorre quando as concentrações de uma substância no sangue ou nos tecidos diminuem em um indivíduo que manteve uso intenso prolongado. Após desenvolver sintomas de abstinência, o indivíduo tende a consumir a substância para aliviá-los. Os sintomas de abstinência apresentam grande variação de uma classe de substâncias para outra, e conjuntos distintos de critérios para abstinência são fornecidos para as classes de drogas.
GRAVIDADE
Os transtornos por uso de substâncias ocorrem em uma ampla gama de gravidade, desde leve até grave, a qual se baseia na quantidade de critérios de sintomas confirmados.
Em uma estimativa geral de gravidade, um transtorno por uso de substância:
Leve é sugerido pela presença de dois ou três sintomas; 
Moderado, por quatro ou cinco sintomas;
Grave, por seis ou mais sintomas.
TRANSTORNOS NÃO RELACIONADOS À SUBSTÂNCIAS
TRANSTORNO DO JOGO
Jogar envolve arriscar algo valioso na esperança de obter algo ainda mais valioso.
Em diversas culturas, indivíduos apostam em jogos e eventos, e a maioria o faz sem experimentar problemas. Contudo, algumas pessoas desenvolvem um comprometimento considerável com relação ao seu comportamento de jogo.
A característica essencial do transtorno do jogo é o comportamento de jogo desadaptativo persistente e recorrente que perturba os objetivos pessoais, familiares e/ou profissionais. O transtorno do jogo é definido como um grupo de quatro ou mais sintomas, com ocorrência no mesmo período de 12 meses.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Comportamento de jogo problemático persistente e recorrente levando a sofrimento ou comprometimento clinicamente
significativo, conforme indicado pela apresentação de quatro (ou mais) dos seguintes em um período de 12 meses:
Necessidade de apostar quantias de dinheiro cada vez maiores a fim de atingir a excitação desejada. 
Inquietude ou irritabilidade quando tenta reduzir ou interromper o hábito de jogar.
Fez esforços repetidos e malsucedidos nó sentido de controlar, reduzir ou interromper o hábito de jogar. 
Preocupação frequente com o jogo (ex: apresenta pensamentos persistentes sobre experiências de jogo passadas, avalia possibilidades ou planeja a próxima quantia a ser apostada, pensa em modos de obter dinheiro para jogar).
Frequentemente joga quando se sente angustiado (ex: sentimentos de impotência, culpa, ansiedade, depressão). 
Após perder dinheiro no jogo, frequentemente volta outro dia para ficar quite (“recuperar o prejuízo”). 
Mente para esconder a extensão de seu envolvimento com o jogo. 
Prejudicou ou perdeu um relacionamento significativo, o emprego ou uma oportunidade educacional ou profissional em razão do jogo. 
Depende de outras pessoas para obter dinheiro a fim de saldar situações financeiras desesperadoras causadas pelo jogo.
O comportamento de jogo não é mais bem explicado por um episódio maníaco.
CARACTERISTICAS ASSOCIADAS
Distorções do pensamento (ex: negação, superstições, sentimentos de poder e controle sobre o resultado de eventos regulados pelo acaso, excesso de confiança) podem estar presentes em indivíduos com transtorno do jogo.
Muitos com o transtorno acreditam que o dinheiro é tanto a causa quanto a solução para seus problemas.
Algumas pessoas com esse transtorno são impulsivas, competitivas, cheias de energia, inquietas e entediam-se facilmente; podem mostrar-se demasiadamente preocupadas com a aprovação dos outros e ser generosas a ponto da extravagância quando ganham.
Outros indivíduos com o transtorno são deprimidos e solitários e podem jogar quando se sentem impotentes, culpados ou deprimidos.
DESENVOLVIMENTO E CURSO
O início do transtorno do jogo pode ocorrer durante a adolescência ou no início da idade adulta, mas, em outros indivíduos, manifesta-se na meia-idade ou até mesmo na idade adulta avançada.
O transtorno do jogo desenvolve-se ao longo de anos, mas a progressão parece ser mais rápida em pessoas do sexo feminino do que nas do sexo masculino.
A maioria dos indivíduos que desenvolvem um transtorno do jogo demonstra um padrão de jogo com aumento gradual tanto da frequência quanto do valor das apostas.
A frequência do jogo pode estar relacionada mais ao tipo de jogo do que à gravidade do transtorno do jogo geral.
O hábito de jogar pode ficar mais intenso durante períodos de estresse ou depressão e durante períodos de uso de ou abstinência de substâncias.
A manifestação precoce do transtorno do jogo é mais comum no sexo masculino do que no sexo feminino. O desenvolvimento precoce do transtorno do jogo parece estar associado à impulsividade e ao abuso de substâncias.
O início do transtorno na meia-idade ou em idade mais avançada é mais comum em pessoas do sexo feminino do que naquelas do sexo masculino.
IMPULSIVIDADE
Refere-se à passagem desde níveis motivacionais primitivos (pulsões) ao ato, sem a mediatização de sistemas transicionais adequados.
A sequencia normal na realização de um ato parte da tendência de ação ao desejo, deste ao proposito, seguindo-se a decisão e finalmente o ato.
É uma falha da imediação do pensamento.
Age sem pensar.
Fala sem pensar.
COMPULSÃO
A compulsão esta presente em transtornos como bulimia, anorexia, alcoolismo, toxicomania, fenômenos de pânico, TOC e nas disposições melancólicas.
O que esta em questão, nessa figura-tipo, é a esfera do ato.
Com relação às compulsões, talvez fosse melhor falarmos em atos aos quais não se associa um sujeito capaz de por eles se responsabilizarem ou se engajar em suas consequências.
Patologia do ato e caracteriza-se simultaneamente pela impulsividade e pela tendência de repetição.
TRANSTONOS ESPECIFICOS DA PERSONALIDADE (F60)
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE
PERSONALIDADE
A conceituação de personalidade engloba as características que individualizam a pessoa; tais características são evidentes desde a infância e adolescência, sendo imutáveis no decorrer da vida.
A personalidade é formada pelo caráter, que une os aspectos afetivo-conativos, e pelo temperamento, que diz respeito aos aspectos pulsionais.
O termo personalidade é usado para descrever o comportamento de um individuo como também sua experiência interior subjetiva demonstrada.
Características que nos definem e que nos identificam.
TRAÇOS DE PERSONALIDADE
São padrões persistentes de percepção, de relacionamento com e de pensamento sobre o ambiente e si mesmo que são exibidos em uma ampla gama de contextos sociais e pessoais.
Os traços de personalidade constituem transtornos da personalidade somente quando são inflexíveis e mal adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivos significativos.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
DEFINIÇÃO (CID-10)
Trata-se de distúrbios graves da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo, não diretamente imputáveis a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a outro transtorno psiquiátrico.
Estes distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da personalidade, acompanham-se em geral de angústia pessoal e desorganização social.
Aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de modo duradouro na idade adulta.
DEFINIÇÃO (DSM-V)
É um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas das culturas do individuo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no inicio da fase adulta, é estável ao um longe de tempo e leva ao sofrimento ou prejuízo. Para que seja possível o diagnostico do transtorno de personalidade há necessidade que se determine padrões de funcionamento do individuo em longo prazo.
As características de sua personalidade devem ser claras no inicio da fase adulta.
FORMAS CLINÍCAS DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE (DSM-V)
Grupo A: Comportamentos considerados como estranhos ou excêntricos
Transtornos da personalidade paranoide, esquizoide e esquizotípica.
Grupo B: Comportamentos avaliados como dramáticos, erráticos ou emocionais
Transtornos da personalidade antissocial, borderline, histriônica e narcisista.
Grupo C: Comportamentos descritos como ansiosos ou medrosos
Transtornos da personalidade de abstenção ou evitativa, dependente e obsessivo-compulsiva.
Mudança de personalidade devido à outra condição médica
Condição neurológica.
FORMAS CLINÍCAS DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE (CID-10)
F60.0 Personalidade paranoica
F60.1 Personalidade esquizoide
F60.2 Personalidade dissocial
F60.3 Transtorno de personalidade com instabilidade emocional
F60.4 Personalidade histriônica
F60.5 Personalidade anancástica
F60.6 Personalidade ansiosa [esquiva]
F60.7 Personalidade dependente
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (DSM-V)
Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas: 
Cognição (ex: formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos). 
Afetividade (ex: variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional). 
Funcionamento interpessoal. (ex: como se relaciona com outras pessoas)
Controle de impulsos. 
O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais. (não é um estado, é uma forma de ser)
O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta. (é característica da própria personalidade)
O padrão persistente não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência
de outro transtorno mental. (a pessoa não esta assim, ela é assim)
O padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (ex: droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (ex: traumatismo craniencefálico).
DESENVOLVIMENTO E CURSO
As características de um transtorno da personalidade costumam se tomar reconhecíveis durante a adolescência ou no começo da vida adulta.
As categorias dos transtornos da personalidade podem ser aplicadas em crianças ou adolescentes naqueles casos relativamente raros em que os traços mal adaptativos e particulares da personalidade do indivíduo parecem ser difusos, persistentes e pouco prováveis de serem limitados a um determinado estágio do desenvolvimento ou a outro transtorno mental específico.
Deve-se reconhecer que os traços de um transtorno da personalidade que aparecem na infância com frequência não persistem sem mudanças na vida adulta.
Embora, por definição, um transtorno da personalidade exija um surgimento até o começo da vida adulta, as pessoas podem não buscar atendimento clínico até um período relativamente tardio na vida.
Um transtorno da personalidade pode ser exacerbado após a perda de pessoas significativas (ex: cônjuge) ou de situações sociais previamente estabilizantes (ex: um emprego). Entretanto, o desenvolvimento de uma mudança na personalidade no meio da vida adulta ou mais tarde requer uma avaliação completa para determinar a possível presença de uma mudança de personalidade devido à outra condição médica ou a um transtorno por uso de substância não reconhecido.
QUESTÕES DIAGNÓTICAS RELATIVAS AO GÊNERO
Alguns transtornos da personalidade (ex: transtorno da personalidade antissocial) são diagnosticados com maior frequência em indivíduos do sexo masculino.
Outros (ex: transtornos da personalidade borderline, histriônica e dependente) são diagnosticados mais frequentemente em indivíduos do sexo feminino.
Embora essas diferenças na prevalência provavelmente reflitam diferenças reais de gênero quanto à presença de tais padrões, os clínicos devem ter cautela para não superdiagnosticar ou subdiagnosticar alguns transtornos da personalidade em mulheres ou homens devido a estereótipos sociais acerca de papéis e comportamentos típicos de gênero.
CID-10: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANÓIDE (F60)
“É um padrão de desconfiança e de suspeita tamanhas que as motivações dos outros são interpretadas como malévolas.” (DSM-V)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Um padrão de desconfiança e suspeitas invasivas em relação aos outros, de modo que seus motivos são interpretados como malévolos, que começa no início da idade adulta e se apresenta em uma variedade de contextos, como indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios: 
Suspeita, sem fundamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado pelos outros.
Preocupa-se com dúvidas infundadas acerca da lealdade ou confiabilidade de amigos ou colegas.
Reluta em confiar nos outros por um medo infundado de que essas informações possam ser maldosamente usadas contra si.
Interpreta significados ocultos, de caráter humilhante ou ameaçador, em observações ou acontecimentos benignos.
Guarda rancores persistentes, ou seja, são implacáveis com insultos, injúrias ou deslizes.
Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são visíveis pelos outros e reage rapidamente com raiva ou contra-ataque.
Tem suspeitas recorrentes, sem justificativa, quanto à fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual.
CARACTERISTICAS ASSOSCIADAS
Indivíduos com Transtorno da Personalidade Paranóide são, em geral, pessoas de difícil convivência, e com frequência enfrentam problemas com relacionamentos íntimos.
Suas desconfianças e excessiva hostilidade podem ser expressadas em discussões agressivas, queixas recorrentes ou afastamento silencioso e visivelmente hostil.
São hipervigilantes para possíveis ameaças, eles podem comportar-se de maneira reservada, velada ou desviante e parecer "frios" e sem sentimentos de ternura.
Embora possam parecer objetivas, racionais e não-emocionais, estas pessoas exibem, mais frequentemente, uma labilidade afetiva, com predomínio de expressões hostis, obstinadas e sarcásticas.
Sua natureza combativa e desconfiada pode provocar uma resposta hostil dos outros, o que então serve para confirmar suas expectativas originais.
Uma vez que os indivíduos com Transtorno da Personalidade Paranóide não confiam nos outros, eles têm uma necessidade excessiva de auto-suficiência e um forte sentido de autonomia. Eles também precisam ter um alto grau de controle sobre as pessoas à sua volta.
Frequentemente são rígidos, críticos em relação aos outros e incapazes de colaborar, embora tenham grande dificuldade em aceitar críticas a eles mesmos. Eles podem culpar os outros por suas dificuldades.
CID-10: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZÓIDE (F60.1)
“É um padrão de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional” (DSM-V)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Um padrão invasivo de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios:
Não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família.
Quase sempre opta por atividades solitárias.
Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa.
Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma.
Não tem amigos íntimos ou confidentes, que não sejam parentes em primeiro grau.
Mostra-se indiferente a elogios ou críticas de outros.
Demonstra frieza emocional, distanciamento ou afetividade embotada.
CARACTERISTICAS ASSOCIADAS
Indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizóide podem ter uma particular dificuldade para expressar raiva, mesmo em resposta à provocação direta, o que contribui para a impressão de não possuírem emoções.
Suas vidas frequentemente parecem não ter um rumo, parecendo estar “à deriva", em termos de metas. Esses indivíduos muitas vezes reagem passivamente a circunstâncias adversas e têm dificuldade em reagir adequadamente a acontecimentos importantes de suas vidas.
Em vista de sua falta de habilidades sociais e de desejo de ter experiências sexuais, os indivíduos com este transtorno têm poucos amigos, raramente namoram e costumam casar.
O funcionamento profissional pode estar prejudicado, em especial quando há necessidade de envolvimento pessoal, mas os indivíduos com este transtorno podem ser bem sucedidos quando trabalham em condições de isolamento social.
DSM-V: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL
CID-10: PERSONALIDADE DISSOCIAL (F60.2)
“É um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros.” (DSM-V)
CRITÉRIOS DIAGNOTICOS
Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios: 
Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção.
Propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer.
Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas.
Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia.
Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras.
Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.
O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. 
Existem evidências de Transtorno da Conduta com início antes dos 15 anos de idade. 
A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
CARACTERISTICAS ASSOCIADAS
Não possuem empatia e tendem a ser insensíveis e cínicos e a desprezar os sentimentos, direitos e sofrimentos alheios.
Podem ter uma auto-estima enfatuada e arrogante (ex: achar que um trabalho comum não está à sua altura, ou não ter uma preocupação realista com seus problemas atuais ou seu futuro) e podem ser excessivamente opiniáticos, autoconfiantes ou convencidos.
Podem exibir um encanto superficial e não sincero, ser bastante volúveis e ter facilidade com as palavras (ex: usar termos técnicos ou jargão capazes de impressionar alguém não familiarizado com o assunto).
Falta de empatia, auto apreciação inflada e encanto/charme superficial são aspectos habitualmente incluídos nos conceitos tradicionais de psicopatia e podem ser particularmente distintivos do Transtorno da Personalidade Anti-Social em contextos forenses ou penitenciários, onde atos criminosos, delinquentes ou agressivos tendem a ser inespecíficos.
Podem também ser irresponsáveis e exploradores em seus relacionamentos sexuais, como pais podem ser irresponsáveis.
A probabilidade de desenvolver um Transtorno da Personalidade Anti-Social na vida adulta é maior, se o indivíduo teve precocemente um Transtorno da Conduta (antes dos 10 anos de idade) e se houver também déficit de atenção/hiperatividade associada.
Abuso ou negligência dos filhos, cuidados parentais instáveis ou erráticos ou disciplina parental inconsistente podem aumentar a probabilidade de que o Transtorno da Conduta evolua para um Transtorno da Personalidade Anti-Social. 
DSM-V: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE
CID-10: PERSONALIDADE COM INSTABILIDADE EMOCIONAL (F60.3)
“É um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada.” (DSM-V)
CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS
Um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, autoimagem e afetos e acentuada impulsividade, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios: 
Esforços desesperados para evitar um abandono real ou imaginado. (Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante)
Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização.
Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da autoimagem ou do sentimento de self.
Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (ex: gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivamente). ( Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante)
Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante.
Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (ex: episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias).
Sentimentos crônicos de vazio.
Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por ex., demonstrações frequentes de irritação, raiva constante, lutas corporais recorrentes).
Ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou severos sintomas dissociativos.
CARACTERISTICAS ASSOCIADAS
Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline podem ter um padrão de boicotes a si mesmos quando uma meta está prestes a ser alcançada (ex: abandonar a escola justo antes da formatura, regredir severamente após uma discussão acerca do sucesso da terapia até o momento atual, destruir um bom relacionamento justamente quando está claro que este poderia ser duradouro).
Alguns indivíduos desenvolvem sintomas tipo psicóticos (ex: alucinações, distorções da imagem corporal, ideias de referência) durante períodos de estresse.
Os indivíduos com este transtorno podem sentir-se mais seguros com objetos transicionais (isto é, um animal de estimação ou a posse de um objeto inanimado) do que em relacionamentos interpessoais.
Pode ocorrer uma morte prematura por suicídio, m indivíduos com esse transtorno, especialmente naqueles que há ocorrência simultânea de transtornos depressivos ou transtornos por uso de substâncias.
Deficiências físicas podem resultar comportamentos de abuso autoinfligidos ou de tentativas fracassadas de suicídio.
Perdas de empregos recorrentes, interrupções de educação e separação ou divorcio são comuns.
Abuso físico e sexual, negligência, conflito hostil e perda ou separação parental precoce são mais comuns na história da infância dos indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline.
CID-10: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA (F60.4)
“É um padrão de emocionalidade e busca de atenção em excesso.” (DSM-V)
CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS
Um padrão invasivo de excessiva emocionalidade e busca de atenção, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios: 
Sente desconforto em situações nas quais não é o centro das atenções 
A interação com os outros frequentemente se caracteriza por um comportamento inadequado, sexualmente provocante ou sedutor.
Exibe mudança rápida e superficialidade na expressão das emoções.
Usa consistentemente a aparência física para chamar a atenção sobre si própria.
Tem um estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes.
Exibe autodramatização, teatralidade e expressão emocional exagerada.
É sugestionável, ou seja, é facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias.
Considera os relacionamentos mais íntimos do que realmente são.
CARACTERISTICA ASSOCIADA
Podem ter dificuldade em adquirirem intimidade emocional em relacionamentos românticos ou sexuais.
Podem buscar controlar tentar seu parceiro através da manipulação emocional ou sedução, enquanto exibem acentuada dependência em outro nível.
Geralmente têm relacionamentos deficientes com amigos do mesmo sexo, porque seu estilo interpessoal sexualmente provocante pode parecer uma ameaça aos relacionamentos dos amigos. Esses indivíduos também podem afastar os amigos com suas exigências de constante atenção. Eles frequentemente ficam deprimidos e aborrecidos quando não são o centro das atenções.
Podem buscar obstinadamente por novidades, estimulação e excitação e ter uma tendência a entediar-se com sua rotina habitual.
Não costumam tolerar ou se sentem frustrados por situações que envolvem um adiamento da gratificação, sendo que suas ações frequentemente são voltadas à obtenção de satisfação imediata.
Embora muitas vezes iniciem um trabalho ou projeto com grande entusiasmo, seu interesse pode desaparecer rapidamente.
Os relacionamentos em longo prazo podem ser deixados de lado para dar lugar a relacionamentos novos e excitantes.
O risco real de suicídio é desconhecido, mas a experiência clínica sugere que os indivíduos com o transtorno estão em maior risco para gestos ou ameaças de suicídio para chamar a atenção e coagir os outros a um maior envolvimento. 
DSM-V: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSSESSIVO-COMPULSIVO
CID-10: PERSONALIDADE ANANCÁSTICA (F60.5)
“É um padrão de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle” (DSM-V)
CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS
Um padrão invasivo de preocupação com organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, à custa da flexibilidade, abertura e eficiência, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios: 
Preocupação tão extensa, com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o ponto principal da atividade é perdido.
Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (ex: é incapaz de completar um projeto porque não consegue atingir seus próprios padrões demasiadamente rígidos).
Devotamento excessivo ao trabalho e à produtividade, em detrimento de atividades de lazer e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade econômica).
É excessivamente consciencioso, escrupuloso
e inflexível em assuntos de moralidade, ética ou valores (não explicados por identificação cultural ou religiosa).
Incapacidade de desfazer-se de objetos usados ou inúteis, mesmo quando não têm valor sentimental.
Relutância em delegar tarefas ou ao trabalho em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se submetam a seu modo exato de fazer as coisas.
Adota um estilo miserável quanto a gastos pessoais e com outras pessoas; o dinheiro é visto como algo que deve ser reservado para catástrofes futuras.
Exibe rigidez e teimosia.
CARACTERISTICA ASSOCIADA
Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva podem ter tamanha dificuldade em decidir que tarefas assumem prioridade ou qual é o melhor meio de realizar determinada tarefa, que podem jamais sequer iniciar qualquer coisa.
Tendem a ficar aborrecido ou irados em situações nas quais não conseguem manter o controle de seu ambiente físico ou interpessoal, embora a raiva tipicamente não seja expressada de maneira direta, podendo ser expressa por meio de indignação em relação a algum assunto aparentemente insignificante.
Podem dar especial atenção à sua posição nos relacionamentos de domínio-submissão, podendo demonstrar excessiva deferência a uma autoridade que respeitam e excessiva resistência à autoridade que não respeitam.
Expressam afeição de uma forma altamente controlada ou contida e podem sentir grande desconforto na presença de outros com maior expressão emocional.
Seus relacionamentos cotidianos têm uma qualidade formal e séria, podendo mostrar-se rígidos em situações nas quais outras pessoas sorririam e se mostrariam alegres (por ex., ao receber uma pessoa querida no aeroporto).
Tem dificuldade de expressar sentimentos amorosos e raramente fazem elogios.
Podem experimentar sofrimento e dificuldades no trabalho, particularmente quando se defrontam com novas situações que exigem flexibilidade e colaboração.
DSM-V: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE EVITATIVA
CID-10: PERSONALIDADE ANSIOSA (ESQUIVA) (F60.6)
	“É um padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa.” (DSM-V)
Não se trata de um estado. Não se trata de uma pessoa que num determinado momento da vida passa a ter quadros de ansiedade.
Condição de ser.
Tende a ser invisível, não quer ser percebida.
CRITERIOS DIAGNÓSTICO
Um padrão invasivo de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios:
Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de críticas, desaprovação ou rejeição. (característica de evitação/esquiva)
Reluta a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que será recebida de forma positiva. (expectativa sempre negativa)
Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos, em razão do medo de ser envergonhado ou ridicularizado.
Preocupação com críticas ou rejeição em situações sociais.
Inibição em novas situações interpessoais, em virtude de sentimentos de inadequação.
Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferiores a outras pessoas.
Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou envolver-se em quaisquer novas atividades, porque estas poderiam ser embaraçosas.
CARACTERISTICAS ASSOCIADAS
Frequentemente acompanham com atenção os movimentos e expressões das pessoas com quem entram em contato.
Seus modos medrosos e tensos podem provocar o ridículo e deboche, por sua vez confirmando suas inseguranças.
Estas pessoas sentem-se muito ansiosas acerca da possibilidade de reagirem às críticas enrubescendo ou chorando.
Elas são descritas pelos outros como "tímidas", "acanhadas", "solitárias" e "isoladas".
Os principais problemas associados com este transtorno ocorrem nos funcionamentos social e profissional. (dificuldade de se colocar ao outro, de buscar uma promoção, não corre risco)
A baixa autoestima e a excessiva sensibilidade à rejeição estão associadas com a existência de contatos interpessoais restritos. (a pessoa se isola)
Esses indivíduos podem tornar-se relativamente isolados e em geral não dispõem de uma ampla rede de suporte social que possa ajudá-los a amenizar suas crises. 
Eles desejam afeto e aceitação e podem fantasiar acerca de relacionamentos idealizados.
CID-10: PERSONALIDADE DEPENDENTE (F60.7)
	“É um padrão de comportamento submisso e apegado relacionado a uma necessidade excessiva de ser cuidado.” (DSM-V)
CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS
Uma necessidade invasiva e excessiva de ser cuidado, que leva a um comportamento submisso e aderente e a temores de separação, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos cinco dos seguintes critérios:
Dificuldade em tomar decisões do dia-a-dia sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento da parte de outras pessoas.
Necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida.
Dificuldade em expressar discordância de outros, pelo medo de perder o apoio ou aprovação.
Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria (em vista de uma falta de autoconfiança em seu julgamento ou capacidades, não por falta de motivação ou energia).
Vai a extremos para obter carinho e apoio de outros, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas desagradáveis. 
Sente desconforto ou desamparo quando só, em razão de temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si próprio.
Busca urgentemente um novo relacionamento como fonte de carinho e amparo, quando um relacionamento íntimo é rompido.
Preocupação irrealista com temores de ser abandonado à sua própria sorte.
CARACTERISTICAS ASSOCIADAS
Indivíduos com transtorno da personalidade dependente com frequência são caracterizados por pessimismo e autoquestionamentos, tendem a subestimar suas capacidades e seus aspectos positivos e podem constantemente referir a si mesmos como "estúpidos".
Encaram críticas e desaprovação como prova de sua desvalia e perdem a fé em si mesmos.
Podem buscar superproteção e dominação por parte dos outros.
O funcionamento profissional pode ser prejudicado diante da necessidade de iniciativas independentes.
Podem evitar cargos de responsabilidade e ficar ansiosos diante de decisões. 
As relações sociais tendem a ser limitado àquelas poucas pessoas de quem o indivíduo é dependente. 
Pode haver risco aumentado de transtornos depressivos, de ansiedade e de adaptação.
Costuma ser concomitante com outros transtornos da personalidade, especialmente borderline, evitativa e histriônica. 
Doença física crônica ou transtorno de ansiedade de separação na infância ou adolescência podem predispor o indivíduo ao desenvolvimento desse transtorno.
DISFORIA DE GÊNERO (DSM-V)
A necessidade de introduzir o termo gênero surgiu a partir da constatação de que, para indivíduos com indicadores biológicos conflitantes ou ambíguos de sexo, o papel desempenhado na sociedade e/ou a identificação como masculino e feminino não poderiam ser associados de maneira uniforme com/ou ser preditos a partir de indicadores biológicos.
Além disso, alguns indivíduos desenvolvem uma identidade masculina ou feminina em desacordo com seu conjunto uniforme de indicadores biológicos clássicos.
Assim, o termo gênero é utilizado para denotar o papel público desempenhado (em geral juridicamente reconhecido) como menino ou menina, homem ou mulher;
Os fatores biológicos, em interação com fatores sociais e psicológicos, são considerados como contribuindo para o desenvolvimento do gênero.
O DSM-V atualiza essa categoria, e passa a considerar as seguintes denominações:
Designação de gênero: refere-se à designação inicial como homem ou mulher. Geralmente isso ocorre ao nascimento e, por conseguinte, cria o "gênero de nascimento".
Atípicas com o gênero: refere-se a características somáticas ou comportamentais não típicas (estatisticamente falando) de
indivíduos com a mesma designação de gênero em determinada sociedade em determinado momento histórico; não conforme com o gênero é um termo descritivo alternativo para se referir a um comportamento.
Redesignação de gênero: denota uma alteração oficial (e geralmente legal) de gênero.
Transgênero: refere-se ao amplo espectro de indivíduos que, de forma transitória ou persistente, se identificam com um gênero diferente do de nascimento.
Transexual: indica um indivíduo que busca ou que passa por uma transição social de masculino para feminino ou de feminino para masculino, o que, em muitos casos (mas não em todos), envolve também uma transição somática por tratamento hormonal e cirurgia genital (cirurgia de redesignação sexual).
Disforia de gênero, como termo descritivo geral, refere-se ao descontentamento afetivo/cognitivo de um individuo com o gênero designado, embora seja definida mais especificamente quando utilizada como categoria diagnóstica.
Disforia de gênero refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero designado de uma pessoa. Embora essa incongruência não cause desconforto em todos os indivíduos, muitos acabam sofrendo se as intervenções físicas desejadas por meio de hormônios e/ou de cirurgia não estão disponíveis. 
O termo atual é mais descritivo do que o termo anterior transtorno de identidade de gênero, do DSM-IV, e foca a disforia como um problema clínico, e não como identidade por si própria.
É importante se compreender o que é identidade de gênero e como se forma:
A identidade de gênero refere-se a masculinidade e a feminilidade, ou melhor, a convicção que cada um tem sobre si de ser masculino ou feminino. Isso se forma muito precocemente, desde o estagio ultra uterino.
Identidade de gênero é uma categoria de identidade social e refere-se à identificação de um individuo como homem, mulher ou, ocasionalmente, alguma categoria diferente de masculino ou feminino.
DECORRE: da soma de causas genéticas e hormonais (vão determinar os caracteres físicos do bebê, se vai nascer com características de menino ou menina); da atitude dos pais ao aceitar ou não o sexo do bebê, a forma como esse bebê vai ser manuseado e tratado (a menininha ou o garotão); da interpretação do bebê a respeito dessas atitudes paternas; da formação do ego corporal (o bebê vai formando uma ideia a respeito de si a partir de sensações que surgem com a manipulação de seu corpo).
Os três componentes da identidade sexual são:
Identidade de gênero: que vem a ser convicção intima de cada um quanto ao sexo a que pertence (masculino ou feminino), independente da forma do corpo.
Papel de gênero: que é a expressão da feminilidade ou masculinidade de cada um, de acordo com as normas sociais estabelecidas. O papel sexual ou de gênero é um dos atributos sociais que o individuo interioriza no processo de socialização e refere-se ao desempenho do comportamento especifico de acordo com o sexo biológico.
Orientação sexual: que é a preferência da pessoa para estabelecer vínculos eróticos.
Há uma forte e persistente identificação com o gênero oposto, que consiste do desejo de ser, ou a insistência do indivíduo de que ele é do sexo oposto, acompanhado de um desconforto persistente com o próprio sexo ou uma sensação de inadequação no papel de gênero deste sexo. O diagnóstico não é feito se o indivíduo tem uma condição física intersexual concomitante (por ex., síndrome de insensibilidade aos andrógenos, genitália ambígua ou hiperplasia adrenal congênita).
Além disso, deve haver sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional, ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Os sintomas podem iniciar ainda na infância ou na adolescência, mas em alguns casos, apenas na idade adulta. Para indivíduos homens adultos algumas especificações devem ser feitas: Atração Sexual por Homens, Atração Sexual por Mulheres, Atração Sexual por Ambos os Sexos ou Ausência de Atração por Quaisquer dos Sexos. Para mulheres adultas são usados os mesmos especificadores.
Um transexual refere sentir um sofrimento psíquico por acreditar que houve um erro na determinação do sexo anatômico. É devido a esse sentimento que muitos buscam a cirurgia para mudança de sexo, na tentativa de correção do erro que sentem haver lhe acontecido e assim aliviar o sofrimento.
CRITÉRIOS DIAGNÓTICOS
Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado de uma pessoa, com duração de pelo menos seis meses, manifestada por no mínimo dois dos seguintes: 
Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e as características sexuais primárias e/ou secundárias (ou, em adolescentes jovens, as características sexuais secundárias previstas). 
Forte desejo de livrar-se das próprias características sexuais primárias e/ou secundárias em razão de incongruência acentuada com o gênero experimentado/expresso (ou, em adolescentes jovens, desejo de impedir o desenvolvimento das características sexuais secundárias previstas). 
Forte desejo pelas características sexuais primárias e/ou secundárias do outro gênero. 
Forte desejo de pertencer ao outro gênero (ou a algum gênero alternativo diferente do designado).
Forte desejo de ser tratado como o outro gênero (ou como algum gênero alternativo diferente do designado). 
Forte convicção de ter os sentimentos e reações típicos do outro gênero (ou de algum gênero alternativo diferente do designado).
A condição está associada a sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
F64: TRANSTORNO DE IDENTIDADE SEXUAL (CID-10)
Transexualismo 
Trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal estar ou de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico e do desejo de submeter-se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado.
Transexualismo x Travestismo x Homossexualidade
É importante se diferenciar o transexualismo de transvestismo/travestismo e homossexualidade. 
No transvestismo a pessoa não sente que sua identidade de gênero está trocada (por exemplo, homem com corpo de homem sentindo-se homem), mas usa roupas do sexo oposto com objetivo de ter prazer erótico, para se excitar. Apenas em casos em que a pessoa passa a se vestir como mulher a maior parte do tempo e ter dúvidas e sofrimento em relação a sua identidade de gênero é que se deve pensar que possa haver transexualismo latente. 
Já no homossexualismo, a pessoa também se sente adequada quanto à determinação de seu sexo (tem corpo de homem, sente-se homem), porém tem atração afetiva e erótica por outra pessoa do mesmo sexo que ela.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando