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Transtorno de personalidade e dependência química

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Tutoria | Problema 04 Módulo 1 | P6 
Tutor Clemente Tagliari Filho Natalia Alves 
Transtorno de Personalidade e Dependência Química 
1) TRANSTORNO DE PERSONALIDADE (TP): 
❖ a) Conceito: 
• (DSM-5) Padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas 
da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do 
tempo e leva a sofrimento ou prejuízo. 
• Se manifesta em pelos menos 2 das 4 áreas seguintes: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal/controle de 
impulsos. Quando os traços de personalidade são rígidos e mal adaptativos e produzem prejuízo funcional, ou sofrimento 
subjetivo, é possível diagnosticar um TP. 
• Conjunto de padrões de pensamentos, reações afetivas e comportamentos relativamente estáveis que caracterizam um 
indivíduo. Os transtornos da personalidade, por sua vez, acarretam experiências internas e atitudes que acentuadamente 
se desviam das expectativas socioculturais do indivíduo de maneira persistente e inflexível, conduzindo, na maioria das 
vezes, a sofrimento interno e/ou a desadaptação social. 
 
• TP PARANOIDE: padrão de desconfiança e de suspeita tamanhas que as motivações dos outros são interpretadas como 
malévolas. 
• TP ESQUIZOIDE: padrão de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional. 
• TP ESQUIZOTÍPICA: padrão de desconforto agudo nas relações íntimas, distorções cognitivas ou perceptivas e 
excentricidades do comportamento. 
• TP ANTISSOCIAL: padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros. 
• TP BORDELINE: padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade 
acentuada. 
• TP HISRIOÔNICA: padrão de emocionalidade e busca de atenção em excesso. 
• TP NARCISISTA: padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. 
• TP EVITATIVA: padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa. 
• TP DEPENDENTE: é um padrão de comportamento submisso e apegado relacionado a uma necessidade excessiva de ser 
cuidado. 
• TP OBSESSIVO-COMPULSIVO: padrão de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle. 
• MUDANÇA DE PERSONALIDADE DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA: é uma perturbação persistente da personalidade 
entendida como decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica (p. ex., lesão no lobo frontal). 
• OUTRO TRANSTORNO ESPECIFICADO E TP NÃO ESPECIFICADO → (utilizados em 2 situações): 
o 1) O padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um TP, estando presentes traços de vários 
transtornos da personalidade distintos, mas os critérios para qualquer um desses transtornos específicos não são 
preenchidos; 
o 2) O padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um TP, mas considera-se que ele tenha 
um TP que não faz parte da classificação do DSM-5 (ex: TP passivo-agressiva). 
 
❖ b) Classificação: (3 grupos) 
• Grupo A: inclui os TP paranoide, esquizoide e esquizotípica; parecem esquisitos ou excêntricos. 
• Grupo B: inclui os transtornos da TP; parecem dramáticos, emotivos ou erráticos. 
• Grupo C: inclui os TP evitativa, dependente e obsessivo-compulsiva; parecem ansiosos ou medrosos. 
 
❖ c) Epidemiologia + fatores de risco: 
• São comuns e crônicos; ocorrem em 10-20% da população em geral; e duração é expressa em décadas. 
• ≅ 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam um TP, com frequência, comórbido com outras síndromes clínicas. 
• Os do Grupo A (principalmente TP esquizotípica) são mais comuns em parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia 
do que em grupos-controle. 
• A prevalência comunitária de TPs em adultos varia de 4,4-13,4%. 
• (DSM) Predomínio do Grupo C (“ansioso”); prevalência: 2,4-9,4%. 
• O 2º grupo mais prevalente é o A (“excêntrico”) variando de 1,6-6,2%. 
• Menos frequente: Grupo B (“dramático- emocional”) →1,2 a 4,5%. 
• O TP antissocial está associado ao sexo masculino, e o da histriônica, ao feminino. 
• Já o tipo borderline não parece estar associado a um sexo específico. 
• TPs seriam mais frequentes entre pessoas vivendo sem um companheiro, sobretudo entre aquelas que se separaram. 
• Indivíduos de menor nível educacional tendem a apresentar TPs com maior frequência. 
Tutoria | Problema 04 Módulo 1 | P6 
Tutor Clemente Tagliari Filho Natalia Alves 
• As taxas de comorbidade de TPs e outros transtornos mentais, apesar de variarem em diferentes estudos, são 
consistentemente elevadas. 
• O prognóstico e a adesão ao tratamento de outros transtornos mentais são afetados pelos TPs. 
• A co-ocorrência de TPs é frequente. 
• Os TPs estão associados com comprometimento significativo no funcionamento pessoal, social e ocupacional, 
independentemente da co-ocorrência com outros transtornos mentais. 
• A presença de algum TP predisse incapacidade geral e incapacidades específicas na cognição, mobilidade, papel produtivo 
e interações sociais, mas não em autocuidados. 
• Apesar de os TPs resultarem diretamente em comprometimento funcional, os indivíduos com TPs procuram atendimento 
primordialmente para outros transtornos mentais comórbidos. 
 
❖ d) Etiopatogenia: 
• Combinação e interação entre fatores ambientais e predisposição genética. 
• Muitos transtornos ↓ a sua gravidade com o avançar da idade, porém certos traços podem persistir, mesmo após a 
resolução dos sintomas agudos que levaram ao diagnóstico num primeiro momento. 
• Fatores genéticos: 
o A herança da personalidade é tão poligênica e multifatorial como a dos transtornos mentais e mesmo os genes 
principais para uma determinada característica só podem responder por uma pequena fração na variância deste 
traço. 
o Poderia haver uma variação de genes que codificam as proteínas relacionas ao sistema de recompensa como enzimas 
de síntese, de degradação, de transporte ou receptores dos sistemas dopaminérgicos. Isso poderia resultar em certas 
disfunções ou em subfuncionamento do sistema, ocasionando o que denominaram Sd de recompensa deficiente, 
um traço herdável inespecífico que poderia influenciar e direcionar o indivíduo a padrões de comportamento 
compensatórios, como a busca contínua de sensações, ou seja, uma personalidade mais vulnerável à procura de 
recompensadores “não naturais” e, por conseguinte, com maior probabilidade de envolvimento com abuso de 
drogas, mas também com outros padrões de conduta não adaptativos, como o comer e o comprar compulsivos e o 
jogo patológico. 
o Outros estudam descrevem um polimorfismo na região do promotor do gene (sequências específicas do DNA 
importantes para o início da transcrição) que codifica a proteína transportadora de serotonina (5HTT), que consiste 
na presença ou ausência de 44 pares de bases, produzindo um alelo longo (L) e um curto (S). 
o O alelo L está associado a uma atividade transcricional 2x > que o S associação do alelo S (curto) com traços de 
personalidade relacionados à ansiedade, sejam eles definidos como “neuroticismo” como um temperamento 
“evitador de lesões”. 
• Fatores Biológicos: 
o Hormônios (indivíduos que exibem traços impulsivos frequentemente também apresentam níveis elevados de 
testosterona, 17-estradiol e estrona); 
o Baixos níveis plaquetários de monoaminoxidase (MAO); 
o Movimentos oculares de seguimento suave irregulares (indicam o papel da hereditariedade); 
o Neurotransmissores: 
▪ Endorfinas apresentam efeitos semelhantes aos da morfina exógena, como analgesia e a supressão de 
excitação. Níveis elevados de endorfinas endógenas podem estar associados a indivíduos apáticos. 
▪ Estudos de traços de personalidade e sistemas dopaminérgicos e serotonérgicos indicam uma função de 
ativação da excitação para esses neurotransmissores. 
▪ Níveis de ácido 5-hidróxi-indolacético (5-HIAA), um metabólito de serotonina, são baixos em indivíduos que 
tentam suicídio e naqueles que são impulsivos eagressivos); atividade de ondas lentas em EEGs. 
• Fatores psicanalíticos: 
o Considera-se que a marca singular da personalidade de cada ser humano é, em grande parte, determinada por 
seus mecanismos de defesa característicos. 
o Cada TP apresenta um agrupamento de defesas que ajudam clínicos que usam psicodinâmica a identificar o tipo de 
patologia de caráter presente. 
o Pessoas com TP paranoide, por ex, usam projeção, enquanto o TP esquizoide está associado a retraimento. 
o Quando as defesas funcionam, o indivíduo com TP controla os sentimentos de ansiedade, depressão, raiva, vergonha, 
culpa e outros afetos. 
o Seu comportamento é egossintônico; ou seja, não lhe causa sofrimento mesmo que possa afetar outras pessoas de 
forma adversa. Ele pode ficar relutante em se entregar a um processo de tratamento e, como suas defesas são 
importantes para o controle de afetos desagradáveis, não tem interesse em abrir mão delas. 
Tutoria | Problema 04 Módulo 1 | P6 
Tutor Clemente Tagliari Filho Natalia Alves 
o As defesas subjacentes do paciente, os processos mentais inconscientes que o ego usa para resolver conflitos 
entre os 4 princípios-guia da vida interior: instinto (desejo ou necessidade), realidade, pessoas importantes e 
consciência. 
o Em sua eficácia máxima, especialmente entre indivíduos com TP, as defesas podem abolir a ansiedade e a depressão 
no nível consciente. 
o Além das defesas características em TP, outro aspecto fundamental são as relações objetais internas. 
o Durante o desenvolvimento, padrões específicos do self em relação aos outros são internalizados. 
o Por meio de introjeção, a criança internaliza um dos genitores ou outra pessoa significativa como uma presença 
interna que continua a ser sentida como objeto em vez de um self. 
o Pela identificação, a criança internaliza pais e outras pessoas de tal forma que os traços do objeto externo são 
incorporados ao self e a criança “possui” os traços. 
o Essas representações internas de self e de objeto são cruciais para o desenvolvimento da personalidade e, mediante 
exteriorização e identificação projetiva, se desenrolam em cenários interpessoais nos quais os outros são coagidos a 
desempenhar um papel na vida interior do indivíduo. 
o Pessoas com TP também são identificadas por padrões específicos de relacionamentos interpessoais que se originam 
desses padrões internos de relações objetais. 
 
❖ e) Quadro clínico: 
• É um fator predisponente para outros transtornos psiquiátricos (ex: uso de substância, suicídio, transtornos afetivos, do 
controle de impulsos, alimentares e de ansiedade), interferindo nos resultados de tratamento de várias síndromes clínicas 
e ↑ a incapacitação pessoal, a morbidade e a mortalidade desses pacientes. 
• Os sintomas de TP são egossintônicos (aceitáveis ao ego, em contraste com egodistônicos) e aloplásticos (adaptam-se ao 
tentar alterar o ambiente externo em vez de a si mesmos). 
• O comportamento mal adaptativo de pessoas com TP não lhes causa ansiedade. 
• Uma vez que normalmente não identificam dor a partir do que os outros percebem como seus sintomas, eles costumam 
não estar interessados em tratamento e são resistentes a recuperação. 
• Problemas de autoidentidade: podem se manifestar como uma autoimagem instável (ex: as pessoas flutuam entre verem-
se como bondosas/cruéis) ou como inconsistências nos valores, objetivos e aparência (ex: as pessoas são profundamente 
religiosas na igreja, mas profanas e desrespeitosas em outros lugares). 
• Problemas de funcionamento interpessoal: não conseguir estabelecer/manter relacionamentos íntimos e/ou por 
insensibilidade com as outras pessoas (ex: incapaz de criar empatia). 
 
• O grupo A é caracterizado por parecer estranho ou excêntrico: 
o Paranoide: desconfiança e suspeita; 
o Esquizoide: desinteresse em outras pessoas; 
o Esquizotípico: ideias e comportamentos excêntricos. 
 
• O grupo B é caracterizado por parecer dramático, emocional ou errático: 
o Antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e manipulação dos outros para ganho pessoal; 
o Bordeline: intolerância de estar sozinho e desregulação emocional; 
o Histriônico: busca atenção; 
o Narcisista: autoestima desregulada e frágil subjacente e grandiosidade aparente. 
 
• O grupo C é caracterizado por parecer ansioso ou apreensivo: 
o Esquivo: evitar contato interpessoal por causa de sensibilidade à rejeição 
o Dependente: submissão e necessidade de ser cuidado 
o Obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez e obstinação. 
 
❖ f) Diagnóstico: 
• Grupo A → Inclui 3 TPs com características estranhas ou de afastamento: 
o PARANOIDE: 
➔ Epidemiologia: 
▪ Prevalência: 2-4% da população em geral. 
▪ Indivíduos com o transtorno raramente buscam terapia por si mesmos; ao serem encaminhados para 
tratamento por um cônjuge/empregador, conseguem se recompor e demonstrar falta de sofrimento. 
▪ Há evidências que sugerem uma relação familiar mais específica com transtorno delirante do tipo persecutório. 
▪ Maior frequência em homens do que em mulheres. 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-paranoide-tpp
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-esquizoide-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-esquizot%C3%ADpica-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-antissocial-tpas
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-borderline-tpb
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-histri%C3%B4nica-tph
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-narcisista-tpn
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-da-personalidade-esquiva-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-dependente-tpd
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-obsessivo-compulsiva-tpoc
Tutoria | Problema 04 Módulo 1 | P6 
Tutor Clemente Tagliari Filho Natalia Alves 
▪ A prevalência entre indivíduos homossexuais não é mais elevada que o normal, como se pensava, mas acredita-
se que seja mais elevada entre grupos de minorias, imigrantes e surdos do que na população em geral. 
➔ Quadro clínico: 
▪ Suspeita e desconfiança arraigadas em relação a pessoas em geral expressas como uma tendência global de 
interpretar os atos dos outros como deliberadamente aviltantes, malévolos, ameaçadores, exploradores ou 
enganadores. 
▪ Recusa a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribui a outros; costuma ser hostil, irritável e 
irascível; intolerantes, colecionadores de injustiças, cônjuges patologicamente ciumentos e mal-humorados; 
exteriorizam suas próprias emoções e usam o mecanismo de defesa de projeção; atribuem a outros os 
impulsos e pensamentos que não podem aceitar em si mesmos. 
▪ Ideias de referência e ilusões defendidas com argumentos lógicos são comuns; têm afeto restrito e parecem 
frias, sem emoção; orgulham-se de sua racionalidade e objetividade, mas isso não corresponde à realidade; 
demonstram ausência de afeição e impressionam-se e prestam bastante atenção a poder e nível hierárquico; 
expressam desdém em relação a indivíduos que percebam como fracos, doentios, debilitados ou deficientes 
de alguma forma. 
▪ Em situações sociais, essas pessoas podem transmitir uma ideia de profissionalismoe eficiência, mas 
costumam gerar medo e conflito em outras pessoas. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Durante o exame psiquiátrico, podem apresentar modos formais e agir perplexos por terem que buscar ajuda 
psiquiátrica. 
▪ Tensão muscular, incapacidade de relaxar e necessidade de vasculhar o ambiente por pistas podem ser sinais 
evidentes, e seus modos são com frequência sérios e sem humor. 
▪ Embora algumas bases de seus argumentos possam ser falsas, sua fala é dirigida a objetivos e lógica. 
▪ Seu conteúdo de pensamento demonstra evidências de projeção, preconceito e, eventualmente, ideias de 
referência. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP paranoide: 
A. Padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas motivações são interpretadas como 
malévolas, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 4 (ou mais) 
dos seguintes: 
1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por outros. 
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiabilidade de amigos e sócios. 
3. Reluta em confiar nos outros devido a medo de que as informações serão usadas maldosamente contra si. 
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários ou eventos benignos. 
5. Guarda rancores de forma persistente (i.e., não perdoa insultos, injúrias ou desprezo). 
6. Percebe ataques a seu caráter/reputação que não são percebidos pelos outros e reage com raiva/contra-ataca 
rapidamente. 
7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual. 
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, TB ou depressivo com sintomas psicóticos ou outro 
transtorno psicótico e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de outra condição médica. 
Nota: Se os critérios são atendidos antes do surgimento de esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”, isto é, “transtorno da personalidade 
paranoide (pré-mórbido)”. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Normalmente pode ser diferenciado do transtorno delirante devido à ausência de delírios fixos. 
▪ Diferentemente de indivíduos com esquizofrenia paranoide, pessoas com TP não têm alucinações nem um 
transtorno manifesto do pensamento. 
▪ Pode ser distinguido do TP borderline porque pacientes paranoides raramente são capazes de desenvolver um 
envolvimento excessivo ou relacionamentos tumultuosos com outras pessoas. 
▪ Pacientes com paranoia não têm a longa história de comportamento antissocial das pessoas com caráter 
antissocial. 
▪ Indivíduos com TP esquizoide são retraídos e indiferentes e não apresentam ideação paranoide.7 
➔ Tratamento: 
▪ Psicoterapia: 
 Tratar de forma direta, honesta e sem desculpas defensivas devido a confiança e tolerância a intimidade 
serem áreas problemáticas para esses pacientes. 
 Não costumam se adequar as terapias coletivas e nem a intromissão da terapia comportamental). 
▪ Farmacoterapia: agitação e ansiedade (ansiolítico (pimozida)/antipsicóticos em casos mais graves). 
 
Tutoria | Problema 04 Módulo 1 | P6 
Tutor Clemente Tagliari Filho Natalia Alves 
O ESQUIZOIDE: 
➔ Epidemiologia: 
▪ Prevalência: pode afetar 5% da população em geral. 
▪ Proporção: homens para mulheres de 2:1. 
▪ Tendem a se direcionar para trabalhos solitários que envolvam pouco ou nenhum contato com os outros. 
▪ O início em geral ocorre no começo da infância ou na adolescência. 
▪ Também tem longa duração, mas não é necessariamente vitalício. 
➔ Quadro clínico: 
▪ Padrão vitalício de retraimento social, afeto frio, indiferença e introversão. 
▪ Pessoas excêntricas, solitárias, isoladas ou assustadas que tem temor de intimidade e interação humana 
(insociáveis). 
▪ Buscam conforto e satisfação dentro de si mesmas criando vidas imaginárias, especialmente amigos 
imaginários. 
▪ Em sua vasta dependência de fantasia, essas pessoas costumam aparentar indiferença excessiva. 
▪ Apresentam interesses solitários e sucesso em empregos solitários e não competitivos que outras pessoas 
acham difíceis de tolerar. 
▪ A vida sexual pode existir apenas na fantasia, e podem adiar indefinidamente o amadurecimento da 
sexualidade. 
▪ Incapacidade vitalícia de expressar diretamente a raiva. 
▪ Eles podem investir quantidades enormes de energia afetiva a interesses não humanos, como matemática e 
astronomia, e podem ser muito ligados a animais. 
▪ Modismos de saúde e alimentação, correntes filosóficas e esquemas de melhora social, em especial os que 
não exigem envolvimento pessoal, costumam absorver sua atenção. 
▪ Embora pareçam pensar apenas em si mesmas e estar perdidas em devaneios, pessoas com transtorno da 
personalidade esquizoide apresentam capacidade normal de reconhecer a realidade. 
▪ Uma vez que atos agressivos raras vezes são incluídos em seu repertório de reações habituais, elas lidam com 
a maioria das ameaças, reais ou imaginadas, por meio de fantasias de onipotência ou resignação. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Em um exame psiquiátrico inicial, pode parecer pouco à vontade. 
▪ Ele raramente tolera contato visual, seu afeto pode ser constrito, distante ou inadequadamente sério, mas, 
por trás da indiferença, o clínico sensível pode identificar medo. 
▪ Esses indivíduos acham difícil não levar as coisas a sério: seus esforços para serem engraçados podem parecer 
adolescentes e fora de contexto. 
▪ Sua fala é dirigida a objetivos, mas são propensos a fornecer respostas curtas às perguntas e evitar conversas 
espontâneas. 
▪ Algumas vezes, podem usar figuras de linguagem incomuns, como uma metáfora estranha, e podem ficar 
fascinados por objetos inanimados ou construtos metafísicos. 
▪ Seu conteúdo mental pode revelar um senso injustificado de intimidade com pessoas que não conhecem bem 
ou que passaram um longo tempo sem encontrar. 
▪ Seu sensório é intacto, a memória funciona bem, e suas interpretações de provérbios são abstratas. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP esquizoide: 
A. Padrão difuso de distanciamento das relações sociais e faixa restrita de expressão de emoções em contextos 
interpessoais que surgem no início da vida adulta e estão presentes em vários contextos, conforme indicado por quatro 
(ou mais) dos seguintes: 
1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família. 
2. Quase sempre opta por atividades solitárias. 
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa. 
4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma. 
5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de primeiro grau. 
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros. 
7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo. 
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, TB/depressivo com sintomas psicóticos, outro 
transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista e não é atribuível aos efeitos psicológicos de outra condição 
médica. 
Nota: Se os critérios são atendidos antes do surgimento de esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”, isto é, “transtorno da personalidade 
esquizoide (pré-mórbido)”. 
 
Tutoria | Problema 04 Módulo 1 | P6 
Tutor Clemente Tagliari Filho Natalia Alves 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Podem ser distinguido de esquizofrenia, transtorno delirante e transtorno afetivo com características 
psicóticas com base em períodos com sintomas psicóticos positivos, como delírios e alucinações, nestes 
últimos. 
▪ Embora indivíduos com TB paranoide compartilhem diversos traços com os da personalidade esquizoide, os 
primeiros exibem maior envolvimento social, uma história de comportamento verbal agressivo e uma maior 
tendência a projetar seus sentimentos nos outros. 
▪ Mesmo que também apresentem o mesmo grau de constrição emocional, indivíduos com TOC e evitativa 
experimentam a solidão como disfórica, têm uma história mais rica de relações objetais anteriores e não se 
entregam com a mesma frequênciaa devaneios autistas. 
▪ A principal distinção entre um paciente com TP esquizotípica e um com TP esquizoide é que o primeiro se 
assemelha mais a um paciente com esquizofrenia no que se refere a estranhezas de percepção, pensamento, 
comportamento e comunicação. 
▪ Aqueles com TP evitativa são isolados, mas têm um forte desejo de participar de atividades, uma característica 
ausente em indivíduos com TP esquizoide. 
▪ Distingue-se, ainda, do T. autista e da Sd de Asperger por apresentar interações sociais prejudicadas e 
comportamentos e interesses estereotipados com ainda mais gravidade do que nesses 2 transtornos. 
➔ Tratamento: 
▪ Psicoterapia e farmacoterapia com pequenas doses de antipsicóticos antidepressivos e psicoestimulantes 
beneficiam alguns pacientes. 
▪ Agentes serotonérgicos podem deixar o paciente menos sensível a rejeição. 
▪ Benzodiazepínicos podem ajudar a ↓ a ansiedade interpessoal. 
 
O ESQUIZOTÍPICA: 
➔ Epidemiologia: 
▪ Ocorre em ≅ 3% da população. 
▪ A proporção entre gêneros é desconhecida; no entanto, ele é diagnosticado com frequência em mulheres com 
síndrome do X frágil. Ligeiramente mais comum no sexo masculino. 
▪ Existe uma maior associação de casos entre parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia do que entre 
controles e uma incidência maior entre gêmeos monozigóticos do que entre dizigóticos (33% em contrapartida 
a 4%, em um estudo). 
▪ É a personalidade pre-mórbida da esquizofrenia e 10% dos indivíduos com TP esquizotípica acabaram 
cometendo suicídio. 
➔ Quadro Clínico: 
▪ Exibem características estranhas/excêntricas impressionantes, mesmo para leigos. 
▪ Pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e desrealização são parte do mundo 
cotidiano de uma pessoa com o transtorno. 
▪ Exibem perturbação de pensamento e comunicação. 
▪ Embora não haja transtorno do pensamento totalmente manifesto, sua fala pode ser distinta ou peculiar, pode 
fazer sentido apenas para eles mesmos e com frequência necessita de interpretação. 
▪ Assim como ocorre com os afetados por esquizofrenia, o indivíduo com TP esquizotípica pode desconhecer 
seus próprios sentimentos e ainda assim ter extrema sensibilidade e consciência a respeito dos sentimentos 
dos outros, sobretudo os negativos, como de raiva. 
▪ Esses indivíduos podem ser supersticiosos ou alegar poderes de clarividência e acreditar ser dotados de 
poderes especiais de pensamento e insight. 
▪ Seu mundo interior pode estar cheio de relacionamentos imaginários vívidos e temores e fantasias infantis. 
▪ Eles podem admitir ilusões da percepção ou macropsia e confessar que outras pessoas parecem ser feitas de 
madeira e todas iguais. 
▪ Visto terem poucos relacionamentos interpessoais e poderem agir de forma inadequada, indivíduos com 
transtorno da personalidade esquizotípica são isolados e têm poucos ou nenhum amigo. 
▪ O paciente pode exibir características de TP borderline, e, de fato, ambos os diagnósticos podem ser 
estabelecidos. 
▪ Sob estresse, pacientes com TP esquizotípica podem sofrer descompensação e apresentar sintomas psicóticos, 
mas que costumam ser breves. 
▪ Aqueles com casos graves do transtorno podem apresentar anedonia e depressão grave. 
 
 
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➔ Diagnóstico: 
▪ Base nas peculiaridades de pensamento, comportamento e aparência do paciente. 
▪ Obter a história pode ser uma tarefa difícil devido a sua forma incomum de comunicação. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP esquizotípica: 
A. Padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para 
relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que surge no início 
da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 5(ou mais) dos seguintes: 
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência). 
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas 
subculturais (ex: superstições, crença em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, 
fantasias ou preocupações bizarras). 
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais. 
4. Pensamento e discurso estranhos (ex: vago, circunstancial, metafórico, excessivamente elaborado ou 
estereotipado). 
5. Desconfiança ou ideação paranoide. 
6. Afeto inadequado ou constrito. 
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar. 
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de primeiro grau. 
9. Ansiedade social excessiva que não ↓ com o convívio e que tende a estar associada mais a temores paranoides 
do que a julgamentos negativos sobre si mesmo. 
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, TB/depressivo com sintomas psicóticos, outro 
transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista. 
Nota: Se os critérios são atendidos antes do surgimento de esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”, isto é, “transtorno da personalidade 
esquizotípica (pré-mórbido)”. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Teoricamente, pessoas com TP esquizotípica podem ser diferenciadas daquelas com TP esquizoide e evitativa 
devido à presença de excentricidades em seu comportamento e pensamento, sua percepção e comunicação 
e, talvez, por uma história familiar evidente de esquizofrenia. 
▪ Pacientes com o TP esquizotípica podem ser distinguidos daqueles com esquizofrenia em razão da ausência 
de psicose. 
▪ Caso surjam sintomas psicóticos, eles são breves e fragmentados. 
▪ Alguns pacientes satisfazem os critérios para ambos os TP, esquizotípica e borderline. 
▪ Os que apresentam TP paranoide se caracterizam por suspeita, mas não exibem o comportamento estranho 
daqueles com o subtipo esquizotípico. 
➔ Tratamento: Medicamentos antipsicóticos podem ser úteis para lidar com ideias de referência, ilusões e outros 
sintomas do transtorno e ser usados em conjunto com psicoterapia. Antide-pressivos são válidos quando houver 
um componente depressivo da personalidade. 
 
• Grupo B → Inclui 4 transtornos com características dramáticas, impulsivas/erráticas: 
O BORDERLINE: encontram-se no limiar entre neurose e psicose e têm por característica afeto, humor, 
comportamento, relações objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis. Foi chamado de esquizofrenia 
ambulatorial, personalidade “como se”, esquizofrenia pseudoneurótica e transtorno de caráter psicótico. 
➔ Epidemiologia: 
▪ Não há estudos definitivos sobre prevalência, mas acredita-se que o TP borderline esteja presente em 1-2% da 
população e seja 2x mais comum em mulheres do que em homens. 
▪ Um ↑ de prevalência do TDM, de transtornos por uso de álcool e de abuso de substância é encontrado em 
parentes em primeiro grau de indivíduos com transtorno da personalidade borderline. 
➔ Quadro clínico: 
▪ Quase sempre parecem estar em crise; mudanças de humor são comuns. 
▪ A pessoa pode estar inclinada a discussões em um momento, deprimida no momento seguinte e, mais tarde, se 
queixar de não ter sentimentos. 
▪ Pode apresentar episódios psicóticos de curta duração (episódios micropsicóticos) em vez de crises psicóticas 
totalmente manifestas, e seus sintomas psicóticos quase sempre são limitados, fugazes/questionáveis. 
▪ O comportamento é de extrema imprevisibilidade, e é raro suas realizações estarem no mesmo nível de suas 
capacidades. 
▪ A natureza dolorosa de sua vida reflete-se em atos autodestrutivos repetidos. 
▪ São pacientes que podem executar formas de automutilação para obter ajuda dos outros, para exprimir raiva 
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ou para se anestesiar do afeto que o consome. 
▪ Uma vez que se sentem tanto dependentes quanto hostis, as pessoas com esse transtorno têm relacionamentos 
interpessoais tumultuosos. 
▪ Elas podem ser dependentes das pessoascom quem têm intimidade e, quando se frustram, expressar uma 
grande raiva dirigida aos amigos mais íntimos; não conseguem tolerar a ideia de ficar sozinhas e preferem uma 
busca frenética por companhia, sem importar o quanto ela lhe seja insatisfatória. 
▪ Para mitigar a solidão, mesmo que por breves períodos, aceitam um estranho como amigo ou se comportam de 
forma promíscua. 
▪ Costumam se queixar de sentimentos crônicos de vazio e tédio e da falta de um senso de identidade coerente 
(difusão de identidade); quando pressionadas, frequentemente reclamam de como se sentem sempre 
deprimidas, apesar do turbilhão de outros afetos. 
▪ Nesse mecanismo de defesa primitivo, aspectos intoleráveis do self são projetados no outro; a outra pessoa é 
induzida a desempenhar o papel projetado, e as duas pessoas agem em uníssono. 
▪ Do ponto de vista funcional, distorcem seus relacionamentos caracterizando cada pessoa como totalmente boa 
ou totalmente má. 
▪ Eles enxergam as pessoas ou como figuras de ligação afetuosas, ou como figuras sádicas odiosas que os privam 
de suas necessidades de segurança e ameaçam abandoná-los sempre que se sentem dependentes. 
▪ Como resultado dessa cisão, a pessoa boa é idealizada, e a pessoa má, desvalorizada. 
▪ Deslocamentos de fidelidade de uma pessoa ou um grupo para outros são frequentes. Alguns clínicos usam os 
conceitos de panfobia, pan-ansiedade, pan-ambivalência e sexualidade caótica para delinear as características 
desses pacientes. É razoavelmente estável; o paciente sofre pouca mudança ao longo do tempo. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Pode ser estabelecido no início da idade adulta quando o paciente exibe pelo menos cinco dos critérios. 
▪ Estudos biológicos podem auxiliar o diagnóstico, pois alguns pacientes mostram redução da latência REM e 
perturbações na continuidade do sono, resultados anormais no TSD e no teste de hormônio liberador de 
tireotrofina. 
▪ Essas alterações, no entanto, também são observadas em algumas pessoas com transtornos depressivos. 
▪ O diagnóstico costuma ser estabelecido antes dos 40 anos, quando as pessoas tentam fazer escolhas 
profissionais, conjugais, entre outras, e são incapazes de lidar com os estágios normais do ciclo da vida. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP borderline: 
Padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada 
que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 5 (ou mais) dos seguintes: 
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação 
coberto pelo Critério 5.) 
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de 
idealização e desvalorização. 
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo. 
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (ex: gastos, sexo, abuso de substância, 
direção irresponsável, compulsão alimentar). (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo Critério 5.) 
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante. 
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (ex: disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade 
intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias). 
7. Sentimentos crônicos de vazio. 
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (ex: mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas 
físicas recorrentes). 
9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Diferencia-se de esquizofrenia com base no fato de o paciente com personalidade borderline não apresentar 
episódios psicóticos prolongados, transtorno do pensamento e outros sinais clássicos de esquizofrenia. 
▪ Pacientes com TP esquizotípica exibem peculiaridades acentuadas de pensamento, ideação estranha e ideias 
de referência recorrentes. 
▪ Aqueles com TP paranoide caracterizam-se por suspeita extrema. 
▪ Pacientes com TP borderline em geral apresentam sentimentos crônicos de vazio e episódios psicóticos de curta 
duração; agem impulsivamente e buscam relacionamentos extraordinários; podem se mutilar e realizar 
tentativas de suicídio manipulativas. 
 
 
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➔ Tratamento: 
▪ É difícil tanto para o paciente quanto para o terapeuta. 
▪ O paciente regride com facilidade, age por impulso e demonstra transferências positivas ou negativas lábeis ou 
fixas, as quais são difíceis de analisar. 
▪ Identificação projetiva também pode causar problemas de contratransferência quando o terapeuta não tem a 
percepção de que o paciente está inconscientemente tentando coagi-lo a desempenhar um comportamento 
específico. 
▪ O mecanismo de defesa de cisão faz o paciente amar ou odiar o terapeuta de forma alternada, assim como as 
outras pessoas em seu ambiente. 
▪ Uma abordagem voltada para a realidade é mais eficaz do que interpretações profundas do inconsciente. 
▪ Terapeutas usaram terapia comportamental para controlar os impulsos e as explosões de raiva dos pacientes e 
para reduzir sua sensibilidade a críticas e rejeição. 
▪ Costumam se sair bem em instalações hospitalares, onde recebem psicoterapia intensiva tanto individual, 
quanto em grupo. 
▪ Farmacoterapia: 
 Útil para lidar com características específicas da personalidade que interferem no funcionamento geral do 
paciente. 
 Antipsicóticos: controlar raiva, hostilidade e episódios psicóticos breves. 
 Antidepressivos: melhoram o humor deprimido comum em indivíduos com TP borderline. 
 IMAOs: modularam com sucesso o comportamento impulsivo em alguns pacientes. 
 Benzodiazepínicos (Alprazolam): ansiedade e depressão, mas alguns pacientes exibem desinibição com essa 
classe de fármacos. 
 Anticonvulsivantes (Carbamazepina): podem melhorar o funcionamento global de algumas pessoas. 
 Agentes serotonérgico (ISRSs): foram úteis em alguns casos. 
 
O ANTISSOCIAL: incapacidade de se adequar às regras sociais que normalmente governam diversos aspectos do 
comportamento adolescente e adulto de um indivíduo. Embora se caracterize por atos contínuos de natureza 
antissocial ou criminosa, o transtorno não é sinônimo de criminalidade. 
➔ Epidemiologia: 
▪ (DSM) Prevalência: 0,2-3%; mais comum em áreas urbanas pobres. 
▪ A prevalência mais elevada é encontrada entre as amostras mais graves de homens com transtorno por uso de 
álcool (> 70%) e na população carcerária, na qual pode chegar a 75%. 
▪ É muito mais comum em homens do que em mulheres. O início do transtorno ocorre antes dos 15 anos de idade. 
▪ Meninas normalmente apresentam sintomas antes da puberdade, e meninos, ainda mais cedo. 
▪ Um padrão familiar está presente; o transtorno é 5x mais comum entre parentes em 1º grau de homens com o 
transtorno do que entre participantes do grupo-controle. 
➔ Quadro clínico: 
▪ Podem parecer normais e até mesmo simpáticos e lisonjeiro. 
▪ Suas histórias, no entanto, revelam perturbação do funcionamento ou várias áreas da vida. 
▪ Mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, abuso de substância e atividades ilegais são experiências 
típicas que os pacientes relatam ter início já na infância. 
▪ Costumam impressionar clínicos do sexo oposto com os aspectos sedutores e pitorescos de sua personalidade, 
mas clínicos do mesmo sexo podem vê-los como manipuladores e exigentes. 
▪ Não exibem ansiedade nem depressão, uma ausência que pode parecer amplamente incongruente com suas 
situações, embora ameaças de suicídio e preocupações somáticas possam ser comuns. 
▪ Suas próprias explicações para seu comportamento antissocial fazem-no parecer gratuito, mas seu conteúdo 
mental revela a completaausência de delírios e de outros sinais de pensamento irracional. 
▪ Normalmente, têm um senso de realidade aguçado e costumam impressionar observadores com sua boa 
inteligência verbal. 
▪ São extremamente manipuladoras e com frequência podem convencer os outros a participar de esquemas para 
obter dinheiro fácil ou para alcançar fama ou notoriedade (vigaristas). 
▪ Não falam a verdade, e não se pode confiar neles para executar qualquer tipo de tarefa ou aderir a qualquer 
padrão convencional de moralidade e apresentam ausência de remorso por tais atos; ou seja, eles parecem não 
ter uma consciência. 
▪ Quando se desenvolve, segue um curso ininterrupto, sendo que o auge do comportamento antissocial 
normalmente ocorre no fim da adolescência. 
 
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➔ Diagnóstico: 
▪ Podem enganar até o clínico mais experiente. 
▪ Durante a entrevista, podem parecer calmos e confiáveis, mas, sob o verniz (máscara de sanidade), escondem-
se tensão, hostilidade, irritabilidade e fúria. 
▪ Uma entrevista de estresse, na qual o paciente seja confrontado vigorosamente com incoerências em sua 
história, pode ser necessária para revelar a patologia. 
▪ Testes neurológicos, pois costumam demonstrar resultados de EEG anormais e leves sinais neurológicos que 
sugerem dano cerebral mínimo na infância. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP antissocial: 
A. Padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que ocorre desde os 15 anos de idade, 
conforme indicado por 3 (ou mais) dos seguintes: 
1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme indicado pela repetição de 
atos que constituem motivos de detenção. 
2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou de trapaça para ganho 
ou prazer pessoal. 
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro. 
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas corporais ou agressões físicas. 
5. Descaso pela segurança de si ou de outros. 
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em manter uma conduta consistente no 
trabalho ou honrar obrigações financeiras. 
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou racionalização em relação a ter ferido, maltratado 
ou roubado outras pessoas. 
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. 
C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior aos 15 anos de idade. 
D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou transtorno 
bipolar. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Pode ser distinguido de comportamento ilegal no sentido de que o transtorno envolve diversas áreas da vida 
do indivíduo. Quando o primeiro visa apenas a ganhos e não está acompanhado pelos traços de personalidade 
rígidos, mal adaptativos e persistentes de um TP, ele é classificado pelo DSM-5 como comportamento criminoso 
não associado a um TP. 
▪ Tratamento: 
 Psicoterapia: receptivos a intervenções principalmente em grupos de mútua ajuda; perdem a motivação 
terapêutica em duplas; 
 Farmacoterapia: 
✓ Ansiedade, raiva e depressão, mas, como os pacientes com frequência abusam de substâncias, os 
fármacos devem ser usados de forma criteriosa. 
✓ Caso um paciente mostre evidências de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, 
psicoestimulantes como metilfenidato podem ser úteis. 
✓ Foram realizadas tentativas de alterar o metabolismo de catecolamina com fármacos e de controlar o 
comportamento impulsivo com antiepilépticos, como carbamazepina ou valproato, por ex, 
especialmente quando foram identificadas formas de onda anormais no EEG. 
✓ Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos foram usados para reduzir agressividade 
 
O NARCISISTA: senso aguçado de autoimportância, ausência de empatia e sentimentos grandiosos, mas por trás existe 
uma autoestima frágil e vulnerável às menores críticas. 
➔ Epidemiologia: 
▪ (DSM) Prevalência: variam de menos de 1-6% em amostras da comunidade. 
▪ Pessoas afetadas podem transmitir uma ideia irrealista de onipotência, grandiosidade, beleza e talento a seus 
filhos e, assim, os filhos, de pais com essas características podem apresentar um risco acima do normal de 
desenvolver, eles próprios, o transtorno. 
➔ Quadro clínico: 
▪ Têm um sentimento de autoimportância grandioso; consideram-se especiais e esperam tratamento especial. 
Seu sentimento de merecimento é impressionante. 
▪ Elas lidam mal com críticas e podem ficar com raiva quando alguém ousa criticá-las, ou podem parecer 
completamente indiferentes a críticas. 
▪ Querem que as coisas sejam do seu jeito e com frequência têm ambição de obter fama e fortuna. 
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▪ Seus relacionamentos são pouco importantes, e podem deixar os outros furiosos por sua recusa em obedecer 
às regras convencionais de comportamento. A exploração interpessoal é frequente. 
▪ Não conseguem demonstrar empatia e fingem simpatia apenas para atingir seus próprios objetivos egoístas. 
Devido a sua frágil autoestima, são suscetíveis a depressão. 
▪ Dificuldades interpessoais, problemas profissionais, rejeição e perda estão entre os estresses que os narcisistas 
normalmente produzem com seu comportamento → estresses com os quais são as pessoas menos capazes de 
lidar. 
▪ É crônico e difícil de tratar. Indivíduos com o transtorno devem lidar constantemente com golpes em seu 
narcisismo resultantes de seu próprio comportamento ou de sua experiência de vida. 
▪ Eles lidam mal com o processo de envelhecimento, já que valorizam beleza, força e atributos da juventude, à 
qual se apegam de forma inadequada. 
▪ Podem ser mais vulneráveis, portanto, a crises de meia-idade do que outros grupos. 
➔ Diagnóstico: 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP narcisista: 
Padrão difuso de grandiosidade (em fantasia/comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia que surge 
no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 5 (ou mais) dos seguintes: 
1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (ex: exagera conquistas e talentos, espera ser reconhecido como 
superior sem que tenha as conquistas correspondentes). 
2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal. 
3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a, outras pessoas (ou 
instituições) especiais ou com condição elevada. 
4. Demanda admiração excessiva. 
5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (expectativas irracionais de tratamento especialmente favorável ou que 
estejam automaticamente de acordo com as próprias expectativas). 
6. É explorador em relações interpessoais (tira vantagem de outros para atingir os próprios fins). 
7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e as necessidades dos outros. 
8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam. 
9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Os TP borderline, histriônica e antissocial frequentemente acompanham o TP narcisista, de modo que um 
diagnóstico diferencial é difícil. 
▪ Pacientes narcisistas têm menos ansiedade do que aqueles com TP borderline e são menos propensos a uma 
vida caótica e as tentativas de suicídio. 
▪ Pacientes com TP antissocial têm uma história de comportamento impulsivo muitas vezes associado a álcool ou 
a outra substância de abuso, o que gera problemas legais. 
▪ Aqueles com TP histriônica demonstram características de exibicionismo e manipulação interpessoal que se 
assemelham àquelas dos pacientes com transtorno da personalidade narcisista. 
➔ Tratamento: 
▪ Visto que os pacientes precisam renunciar a seu narcisismo para progredir, o tratamentodo TP narcisista é difícil. 
▪ Alguns clínicos defendem terapia de grupo para que seus pacientes aprendam a compartilhar e, sob 
circunstâncias ideais, possam desenvolver uma reação empática com os outros. 
▪ Usou-se lítio em pacientes cujo quadro clínico incluía mudanças de humor. 
▪ Uma vez que os pacientes com TP narcisista têm ↓ tolerância a rejeição e são suscetíveis a depressão, 
antidepressivos, especialmente fármacos serotonérgicos, também podem ser úteis. 
 
o HISTRIÔNICA: 
▪ São excitáveis e emotivas e comportam-se de forma dramática, florida e extrovertida, mas costuma existir uma 
incapacidade de manter ligações profundas e duradouras. 
▪ Dissociação/negação é uma substituição de afetos desagradáveis por agradáveis. 
▪ Pessoas que fazem uso de dissociação com frequência são vistas como dramáticas e emocionalmente 
superficiais. 
▪ Os indivíduos se comportam como adolescentes ansiosos que, para aplacar a ansiedade, se expõem sem 
preocupações a perigos excitantes. Aceitá-los como exuberantes e sedutores é deixar de ver sua ansiedade, mas 
confrontá-los com suas vulnerabilidades e imperfeições os colocam ainda mais na defensiva. Buscam 
reconhecimento de sua coragem e atração. 
 
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➔ Epidemiologia: 
▪ Dados limitados de estudos com a população em geral sugerem uma prevalência do transtorno da personalidade 
histriônica de cerca de 1-3%. 
▪ 10-15% foram relatados em instalações de saúde ambulatoriais e de internação quando se usa uma avaliação 
estruturada. 
▪ O transtorno é diagnosticado com maior frequência em mulheres do que em homens. 
▪ Alguns estudos revelaram uma associação com transtorno de sintomas somáticos e transtornos por uso de 
álcool. 
➔ Quadro clínico: 
▪ Exibem um grau elevado de comportamento de busca por atenção. 
▪ Tendem a exagerar seus pensamentos e sentimentos e fazem tudo soar mais importante do que realmente é. 
▪ Exibem ataques de raiva, choro e acusações quando não são o centro das atenções ou não estão recebendo 
elogios ou aprovação. 
▪ O comportamento sedutor é comum nos dois sexos. 
▪ Fantasias sexuais envolvendo pessoas com as quais o paciente esteja envolvido são comuns, mas ele demonstra 
incoerência ao verbalizar essas fantasias e pode se comportar de forma tímida ou flertar em vez de ser 
sexualmente agressivo. 
▪ Podem apresentar uma disfunção psicossexual; mulheres podem ser anorgásmicas, e homens podem ser 
impotentes. 
▪ Sua necessidade de tranquilização é infinita. 
▪ O paciente pode ceder a seus impulsos sexuais para se sentir seguro de ser atraente ao sexo oposto. 
▪ Contudo, seus relacionamentos têm propensão a ser superficiais, e ele pode ser vaidoso, egocêntrico e volúvel. 
Sua forte necessidade de dependência torna-o crédulo e ingênuo. 
▪ As principais defesas de pacientes com transtorno da personalidade histriônica são repressão e dissociação. 
▪ Em conformidade com essa característica, esses indivíduos não estão cientes de seus verdadeiros sentimentos 
e não conseguem explicar suas motivações. 
▪ Sob estresse, o teste de realidade fica facilmente prejudicado. 
▪ Com a idade mostram-se menos sintomas, mas, como não têm a energia de anos anteriores, a diferença na 
quantidade de sintomas pode ser mais aparente do que real. 
▪ Indivíduos com esse transtorno buscam sensações e podem ter problemas legais, fazer abuso de substâncias e 
agir de forma promíscua. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Em entrevistas, costumam ser cooperativos e ávidos por fornecer uma história detalhada. 
▪ Gesticulações e exclamações dramáticas em seu discurso são comuns; eles cometem deslizes frequentes, e sua 
linguagem é pitoresca. 
▪ Exibição afetiva é comum, mas, quando pressionados a reconhecer determinados sentimentos (ex: raiva, tristeza 
e desejos sexuais), podem reagir com surpresa, indignação ou negação. 
▪ Os resultados do exame cognitivo costumam ser normais, embora uma falta de perseverança possa ser 
evidenciada em tarefas aritméticas ou de concentração, e o esquecimento do paciente de material com carga 
afetiva pode ser impressionante. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP histriônica: 
Padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em excesso que surge no início da vida adulta e está presente em 
vários contextos, conforme indicado por 5 (ou mais) dos seguintes: 
1. Desconforto em situações em que não é o centro das atenções. 
2. A interação com os outros é frequentemente caracterizada por comportamento sexualmente sedutor inadequado 
ou provocativo. 
3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções. 
4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si. 
5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes. 
6. Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções. 
7. É sugestionável (facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias). 
8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ A distinção entre TP histriônica e TP borderline é difícil, mas, neste último, tentativas de suicídio, difusão de 
identidade e episódios psicóticos breves são mais prováveis. Embora ambas as condições possam ser 
diagnosticadas no mesmo paciente, o clínico deve separá-las. 
▪ O transtorno de sintomas somáticos (Sd. de Briquet) pode ocorrer em conjunto com o da personalidade 
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histriônica. Pacientes com transtornos psicótico breve e dissociativos podem justificar um diagnóstico 
coexistente de TP histriônica. 
➔ Tratamento: 
▪ Costumam não estar cientes de seus próprios sentimentos reais. 
▪ Clarificação de seus sentimentos interiores é um processo terapêutico importante. 
▪ Psicoterapia e orientação psicanalítica, em grupo ou individual, provavelmente seja o tratamento mais 
indicado. 
▪ Farmacoterapia: pode funcionar como tratamento adjunto quando direcionada aos sintomas (ex: uso de 
antidepressivos para depressão e queixas somáticas, ansiolíticos para ansiedade, e antipsicóticos para 
desrealização e ilusões). 
 
• Grupo C → Inclui 3 transtornos que compartilham características de ansiedade e medo. 
O EVITATIVA: exibe sensibilidade extrema a rejeição e podem levar vidas socialmente retraídas. Embora sejam tímidos, 
não são associais e demonstram um grande desejo por companhia, mas precisam de garantias muito fortes de 
aceitação não crítica. Em geral são descritas com um complexo de inferioridade. 
➔ Epidemiologia: 
▪ (DSM) Prevalência: ≅ 2-3% da população em geral. 
▪ Não há informações disponíveis sobre a proporção entre sexos ou sobre o padrão familiar. 
▪ Crianças pequenas que foram classificadas com um temperamento tímido podem ser mais suscetíveis ao 
transtorno do que as que recebem uma pontuação elevada em escalas de abordagem de atividades. 
➔ Quadro clínico: 
▪ A hipersensibilidade à rejeição por outros é a característica clínica fundamental do TP evitativa, e o traço 
principal da personalidade é a timidez. 
▪ Desejam o afeto e a segurança da companhia humana, mas justificam sua esquiva a relacionamentos por meio 
de seu suposto medo de rejeição. 
▪ Ao conversar com alguém, expressam incerteza, demonstram falta de autoconfiança e podem falar de modo 
discreto. 
▪ Visto serem hipervigilantes quanto à rejeição, temem falar em público ou fazer pedidos a outras pessoas. 
▪ Têm inclinação a interpretar mal os comentários dos outros como depreciativos ou ridicularizadores. 
▪ A recusa de qualquer pedido as leva ao retraimento e se sentirem magoados. 
▪ Na esfera profissional, costumam assumir empregos que recebem pouca atenção. 
▪ Raramente alcançam muito avanço pessoal ou exercem muita autoridade, mas parecem tímidos e ansiosos por 
agradar. 
▪ Não começam relacionamentos a menos que recebam uma forte garantia de aceitação sem críticas. Costumam 
não ter amigos íntimosnem confidentes e muitos são capazes de funcionar em um ambiente protegido. 
▪ Algumas se casam, têm filhos e vivem suas vidas rodeadas apenas por membros da família. 
▪ Caso seu sistema de apoio falhe, no entanto, ficam sujeitas a depressão, ansiedade e raiva. 
▪ Esquivas fóbicas são comuns, e pacientes com o transtorno podem fornecer histórias de fobia social ou incorrer 
em fobia social durante o curso da doença. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Em entrevistas clínicas, a característica mais evidente do paciente é a ansiedade acerca de falar com um 
entrevistador. 
▪ Seu comportamento tenso e nervoso parece se expandir e se retrair conforme a percepção de ser apreciado ou 
não pelo entrevistador. 
▪ Parece vulnerável aos comentários e às sugestões do entrevistador e pode encarar uma clarificação ou 
interpretação como crítica. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP evitativa: 
Padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa que surge no 
início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 4 (ou mais) dos seguintes: 
1. Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de crítica, desaprovação ou 
rejeição. 
2. Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que será recebido de forma positiva. 
3. Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos devido a medo de passar vergonha ou de ser ridicularizado. 
4. Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais. 
5. Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de sentimentos de inadequação. 
6. Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferior aos outros. 
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7. Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou se envolver em quaisquer novas atividades, pois estas 
podem ser constrangedoras. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Pacientes com transtorno da personalidade evitativa desejam interação social, ao contrário daqueles com 
transtorno da personalidade esquizoide, que desejam ficar sozinhos. 
▪ Os evitativos não são tão exigentes, irritáveis ou imprevisíveis como indivíduos com personalidades borderline 
e histriônica. 
▪ O transtorno da personalidade evitativa e o da personalidade dependente são semelhantes. 
▪ Supõe-se que aqueles com o da personalidade dependente apresentem um temor maior de serem abandonados 
ou não amados do que aqueles com cuja personalidade é evitativa, mas o quadro clínico pode ser indistinguível. 
➔ Tratamento: 
▪ O tratamento psicoterapêutico depende da solidificação de uma aliança com o paciente. 
▪ Com o desenvolvimento da confiança, o terapeuta pode transmitir uma atitude de aceitação dos temores do 
paciente, especialmente o medo de rejeição. 
▪ A terapia de grupo pode ajudar o paciente a compreender como sua sensibilidade a rejeição o afeta e atinge os 
outros. 
▪ Treinamento de assertividade é uma forma de terapia comportamental que pode ensiná-lo a expressar 
abertamente suas necessidades e aumentar sua autoestima. 
▪ Farmacoterapia: 
 Quando associado à ansiedade e à depressão. 
 Antagonistas de receptores β-adrenérgicos (Atenolol): hiperatividade do SNA, propensa a ser elevada em 
indivíduos com TP evitativa, em especial quando lidam com situações que lhes inspiram temor. 
 Agentes serotonérgicos: podem ajudar com a sensibilidade a rejeição. 
 Fármacos dopaminérgicos: podem gerar comportamento de busca por novidades, mas o indivíduo deve 
estar psicologicamente preparado para os possíveis resultados de novas experiências. 
 
O DEPENDENTE: subordinam suas próprias necessidades às necessidades de outros, fazem outra pessoas assumir 
responsabilidade por áreas importantes de suas vidas, não têm autoconfiança e podem experimentar desconforto 
intenso ao ficar sozinhas por mais do que breves períodos. 
➔ Epidemiologia: 
▪ É mais comum em mulheres do que em homens. 
▪ (DSM) Prevalência: ≅ 0,6%. 
▪ Ele é mais comum em crianças pequenas do que nas mais velhas. 
▪ Pessoas com doenças físicas crônicas na infância podem ser mais suscetíveis ao transtorno. 
➔ Quadro clínico: 
▪ Padrão global de comportamento dependente e submisso; não conseguem tomar decisões sem uma 
quantidade excessiva de aconselhamento e tranquilização dos outros. 
▪ Elas evitam posições de responsabilidade e ficam ansiosas se precisam assumir um papel de liderança. 
▪ Preferem ser submissas. Quando deixadas sozinhas, encontram dificuldades de perseverar em tarefas, mas 
podem achar fácil executá-las para outra pessoa. 
▪ Visto que não gostam de ficar sozinhos, indivíduos com esse transtorno buscam outras pessoas de quem 
possam depender; seus relacionamentos, portanto, são distorcidos por sua necessidade de estar apegados à 
outra pessoa. 
▪ Na folie à deux (transtorno psicótico compartilhado), um membro da dupla normalmente tem TP dependente; 
o parceiro submisso assume o sistema delirante do parceiro mais agressivo e com maior autoafirmação, de 
quem depende. 
▪ Pessimismo, insegurança, passividade, temor de expressar sentimentos sexuais e agressivos tipificam o 
comportamento de indivíduos com transtorno da personalidade dependente. 
▪ Um cônjuge abusivo, infiel ou alcoolista pode ser tolerado durante longos períodos de tempo para evitar a 
perturbação da sensação de apego. 
▪ O funcionamento ocupacional tende a ser comprometido porque os indivíduos com o transtorno não 
conseguem agir de modo independente e sem supervisão. 
▪ Relacionamentos sociais são limitados às pessoas de quem dependem, e muitos sofrem abuso físico ou mental 
porque não conseguem se impor. 
▪ Eles correm risco de desenvolver transtorno depressivo se perderem a pessoa de quem dependem, mas, com 
tratamento, o prognóstico é favorável. 
 
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➔ Diagnóstico: Em entrevistas, parece ser complacente: tenta cooperar, é receptivo a perguntas específicas e 
busca orientação. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TP dependente: 
Necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a comportamento de submissão e apego que surge no início da vida 
adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 5 (ou mais) dos seguintes: 
1. Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento de 
outros. 
2. Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das principais áreas de sua vida. 
3. Tem dificuldades em manifestar desacordo com outros devido a medo de perder apoio ou aprovação. (Nota: Não incluir 
os medos reais de retaliação.) 
4. Apresenta dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria (devido mais a falta de autoconfiança em seu 
julgamento ou em suas capacidades do que a falta de motivação ou energia). 
5. Vai a extremos para obter carinho e apoio de outros, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas desagradáveis. 
6. Sente-se desconfortável/desamparado quando sozinho devido a temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si 
mesmo. 
7. Busca com urgência outro relacionamento como fonte de cuidado e amparo logo após o término de um relacionamento 
íntimo. 
8. Tem preocupações irreais com medos de ser abandonado à própria sorte. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Os traços de dependência são encontrados em vários transtornos psiquiátricos, de forma que o diagnóstico 
diferencial é difícil. 
▪ Dependência é um fator proeminente em pacientes com transtornos das personalidades histriônica e 
borderline, mas indivíduos com TP dependente costumam ter um relacionamento duradouro com outra pessoa, 
em vez de uma série de pessoas de quem dependam, e não são propensos a ser abertamente manipuladores. 
▪ Pacientes com TP esquizoide e esquizotípica podem ser indistinguíveis daqueles com TP evitativa. O 
comportamento dependente também pode ocorrer em pessoas com agorafobia, mas estas tendem a 
apresentarum nível ↑ de ansiedade manifesta ou até mesmo pânico. 
➔ Tratamento: 
▪ Costuma ser bem-sucedido: terapias voltadas para o insight possibilitam ao paciente compreender os 
antecedentes de seu comportamento e, com o apoio de um terapeuta, ele pode se tornar mais independente, 
assertivo e autossuficiente. 
▪ Terapia comportamental, treinamento de assertividade, terapia de família e terapia de grupo foram todas 
usadas com resultados bem-sucedidos em diversos casos. 
▪ Farmacoterapia → sintomas específicos, como ansiedade e depressão, que são características comumente 
associadas a esse transtorno. 
 Imipramina: pacientes que experimentam ataques de pânico/níveis ↑ de ansiedade de separação. 
 Benzodiazepínicos e agentes serotonérgicos: também foram úteis. 
 Caso a depressão/sintomas de abstinência reajam a psicoestimulantes, eles podem ser usados. 
 
O OBSESSIVO-COMPULSIVA: 
➔ Isolamento é característico de pessoas controladas e metódicas; pessoas com TOC lembram-se da verdade em 
detalhes, mas sem afeto. 
➔ Em uma crise, o paciente pode demonstrar maior autocontrole, comportamento social excessivamente formal e 
teimosia. 
➔ Reagem bem a explicações precisas, sistemáticas e racionais e valorizam eficiência, limpeza e pontualidade tanto 
quanto valorizam a agilidade de resposta. 
➔ É caracterizado por constrição emocional, organização, perseverança, teimosia e indecisão. 
➔ A característica essencial do transtorno é um padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade. 
 
➔ Epidemiologia: 
▪ (DSM) Prevalência: ≅ 2-8%. 
▪ Mais comum em homens do que em mulheres e é diagnosticado com maior frequência em irmãos mais velhos. 
▪ Também é mais observado em parentes biológicos em 1º grau do que na população em geral. 
▪ Pacientes costumam ter antecedentes caracterizados por disciplina rígida. 
➔ Quadro clínico: 
▪ São obcecadas por regras, regulamentos, método, limpeza, organização, detalhes e desejo de alcançar a 
perfeição. Esses traços explicam a constrição geral de toda a personalidade. 
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▪ Elas insistem em que as regras devem ser seguidas de forma rígida e não conseguem tolerar o que consideram 
infrações. Correspondentemente, não apresentam flexibilidade e são intolerantes. 
▪ São capazes de trabalhar durante muito tempo, contanto que seja um trabalho com rotina e que não exija 
mudanças às quais não possam se adaptar. Têm habilidades interpessoais limitadas. 
▪ São formais e sérios e costumam não ter senso de humor. Isolam pessoas, são incapazes de ceder e insistem 
para que os outros se submetam a suas necessidades. 
▪ Contudo, anseiam por agradar pessoas que consideram mais poderosas que eles mesmos e executam os desejos 
dessas pessoas de forma autoritária. 
▪ Como temem cometer erros, são indecisos e ruminam as tomadas de decisão. Embora um casamento estável e 
adequação profissional sejam comuns, indivíduos com o transtorno têm poucos amigos. 
▪ Qualquer coisa que ameace a estabilidade percebida de sua rotina pode precipitar muita ansiedade que, de 
outra forma, está ligada aos rituais que impõem às suas vidas e tentam impor aos outros. 
▪ Podem prosperar em cargos que exijam trabalho metódico, dedutivo ou detalhado, mas são vulneráveis a 
mudanças inesperadas, e sua vida pessoal pode permanecer estéril. 
▪ Transtornos depressivos, especialmente com início tardio, são comuns. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Em entrevistas, podem ter uma atitude formal, rígida, distante. 
▪ Seu afeto não é embotado nem plano, mas pode ser descrito como constrito. 
▪ Não demonstram espontaneidade, e seu humor costuma ser sério. 
▪ Podem ficar ansiosos por não estarem no controle da entrevista. 
▪ Suas respostas a perguntas apresentam detalhamento incomum. 
▪ Mecanismos de defesa: racionalização, isolamento, intelectualização, formação reativa e anulação. 
→ Critérios diagnósticos do DSM-5 para TOC: 
Padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, 
abertura e eficiência que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por 4 
(ou mais) dos seguintes: 
1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários a ponto de o objetivo principal da 
atividade ser perdido. 
2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (ex: não consegue completar um projeto porque 
seus padrões próprios demasiadamente rígidos não são atingidos). 
3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer e amizades (não 
explicado por uma óbvia necessidade financeira). 
4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores (não 
explicado por identificação cultural/religiosa). 
5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não têm valor sentimental. 
6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam à sua forma exata de fazer 
as coisas. 
7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; o dinheiro é visto como algo a ser acumulado para 
futuras catástrofes. 
8. Exibe rigidez e teimosia. 
➔ Diagnóstico diferencial: 
▪ Presença de obsessões/compulsões recorrentes. 
▪ Distinção mais difícil: pacientes ambulatoriais com alguns traços OC e aqueles com TOC. 
▪ Indivíduos com prejuízos significativos em seu desempenho profissional ou social. 
▪ Em alguns casos, transtorno delirante coexiste com TP deve ser considerado. 
➔ Tratamento: 
▪ Diferentemente de outros, esses costumam estar cientes de seu sofrimento e buscam tratamento sozinhos. 
▪ Com bastante treinamento e socialização, valorizam associação livre e terapia sem diretrizes. 
▪ Terapia de grupo e terapia comportamental eventualmente oferecem certas vantagens: 
 Nos 2 contextos, é fácil interromper os pacientes no meio de suas explicações ou interações mal-
adaptativas. 
 Impedir que seu comportamento habitual se complete ↑ sua ansiedade e os deixa suscetíveis a aprender 
novas estratégias de enfrentamento. 
 Podem receber recompensas diretas para mudanças em terapia de grupo, algo possível com menos 
frequência em psicoterapias individuais. 
▪ Farmacoterapia: 
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 Clonazepam (benzodiazepínico com uso anticonvulsivante): ↓ os sintomas, mas desconhece-se sua 
utilidade para transtornos da personalidade. 
 Clomipramina e agentes serotonérgicos (como fluoxetina, normalmente em dosagens de 60-80mg/dia): podem ser 
úteis se sinais e sintomas OC se manifestarem. 
 Nefazodona: pode beneficiar alguns pacientes. 
 
o OUTRO TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESPECIFICADO: 
➔ (DSM) Categoria reservada para transtornos que não se encaixam em nenhuma das categorias descritas, como 
personalidade passivo-agressiva e personalidade depressiva. 
➔ Um espectro restrito de comportamento/um traço particular (como oposicionismo, sadismo/masoquismo) também 
pode ser incluído nessa categoria. 
➔ Um paciente com características de mais de um TP, mas sem os critérios completos de um transtorno específico, 
pode receber essa classificação. 
➔ Personalidade passivo-agressiva: 
▪ Embora não seja mais um diagnóstico oficial, pessoas com esse tipo de personalidade não são raras. 
▪ Elas se caracterizam por obstrucionismo velado, procrastinação, teimosia e ineficácia. 
▪ Tal comportamento é uma manifestação de agressividade subjacente expressa passivamente. 
▪ Costumam procrastinar, resistir a solicitações para desempenho adequado, encontram desculpas para atrasos 
e defeitos nas pessoas de quem dependem, mas ainda assim se recusam a se desvencilhar dos relacionamentos 
dependentes. 
▪ Eles normalmente não têm assertividade e não são diretos quanto a suas próprias necessidades e seus desejos. 
▪ Deixam de fazer as perguntas necessárias sobre o que se espera delese podem ficar ansiosos quando forçados 
a obter sucesso ou quando sua defesa habitual de voltar sua raiva para si mesmos é removida. 
➔ Personalidade depressiva: 
▪ Caracterizadas por traços vitalícios que se encaixam no espectro depressivo. 
▪ Elas são pessimistas, anedônicas, presas ao dever, inseguras e cronicamente infelizes. 
▪ Sente pouco do prazer normal de viver e tem a inclinação a ser solitário e solene, triste, submisso, pessimista e 
autodepreciativo. 
▪ Ele é propenso a exprimir arrependimentos e sentimentos de inadequação e desesperança. 
▪ Costuma ser meticuloso, perfeccionista, extremamente zeloso e obcecado com o trabalho e ter sentimentos 
agudos de responsabilidade e se desencoraja com facilidade sob novas condições. 
▪ Ele tem medo de desaprovação; tende a sofrer em silêncio e talvez a chorar facilmente, embora em geral não 
na presença dos outros. 
▪ Uma tendência a hesitação, indecisão e cautela revela um sentimento inerente de insegurança. 
 
• O DSM tbm apresenta uma proposta de classificação dimensional dos TPs, ainda a ser pesquisado de modo mais detalhado. 
• Nessa classificação, 2 aspectos são considerados: prejuízos no funcionamento da personalidade e traços patológicos da 
personalidade. 
• O nível dos prejuízos (de si mesmo e interpessoal) varia de ‘0’ (sem prejuízo) a ‘4’ (prejuízo grave). 
• Os traços de personalidade derivam do modelo dos 5 fatores, conhecido como Big Five, incluindo 6 domínios, e estes 
contendo no total 25 facetas específicas. 
• Nesta classificação dimensional, são considerados os TPs: antissocial, evitativa, borderline, narcisista, obsessivo-compulsiva 
e esquizotípica. 
 
➔ Elementos do funcionamento da personalidade: 
• Si mesmo (self): 
o Identidade; 
o Auto direcionamento. 
• Interpessoal: 
o Empatia; 
o Intimidade. 
• Domínios dos traços da personalidade: 
o Afetividade negativa; 
o Distanciamento; 
o Antagonismo; 
o Desinibição; 
o Psicoticismo. 
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RESUMO TRATAMENTO (MANUAL MSD) 
DIAGNÓSTICO PSICOTERAPIA FARMACOTERAPIA 
Antissocial TCC e manejo de contingências 
Antidepressivos (ISRSs) e estabilizadores de 
humor (lítio, valpoatro) 
Esquivo 
Psicoterapia, psicodinâmica, psicoterapia de suporte e 
TCC. 
Antidepressivos (IMAOs e ISRSs) e ansiolíticos 
Borderline 
Psicoterapia de suporte, TCC, tratamento baseado em 
mentalização, psicoterapia focada na transferência, 
terapia focada em esquema, sistemas de treinamento 
para previsibilidade emocional e resolução de problemas. 
Estabilizadores de humor (iamotrigina ou 
topiramato), antipsicóticos atípicos 2ª geração, 
antidepressivos. 
Evitar benzodiazepínicos e estimulantes 
Dependente Psicoterapia, psicodinâmica e TCC. Antidepressivos (IMAOs, ISRSs) 
Histriônico Psicoterapia e psicodinâmica - 
Narcisista 
Psicoterapia, psicodinâmica, tratamento baseado em 
mentalização e psicoterapia focada na transferência. 
- 
Obsessivo-
compulsivo 
Psicoterapia, psicodinâmica e TCC Antidepressivos (ISRSs) 
Paranoide Psicoterapia de suporte e TCC Antidepressivos e antipsicóticos atípicos 
Esquizoide 
Psicoterapia de suporte e treinamento de habilidades 
sociais 
- 
Esquizotípico 
Psicoterapia de suporte, treinamento de habilidades 
sociais, TCC para ansiedade 
Antipsicóticos atípicos 
 
2) DEPENDÊNCIA QUÍMICA: (maconha, crack, cocaína, álcool, cigarro) 
❖ a) Conceito: 
➢ (OMS): “estado psíquico e algumas vezes físico resultante da interação entre um organismo vivo e uma substância, 
caracterizado por modificações de comportamento e outras reações que sempre incluem o impulso a utilizar a 
substância de modo contínuo ou periódico com a finalidade de experimentar seus efeitos psíquicos e, algumas vezes, 
de evitar o desconforto da privação”. 
➢ (DSM): padrão mal adaptativo do uso de substâncias, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, 
caracterizado pela presença de 3 ou mais dos critérios a seguir, pelo período de 1 ano: 
• Tolerância (necessidade de quantidades maiores para obtenção do mesmo efeito ou menor intensidade do efeito 
com a dose habitual); 
• Abstinência (síndrome com sinais e sintomas típicos de cada substância, que são aliviados pelo consumo); 
• Consumo por período de tempo mais prolongado e em quantidades maiores que o planejado; 
• Desejo persistente de uso e incapacidade para controlá-lo; 
• Muito tempo gasto em atividades para obtenção da substância; 
• Redução do círculo social em função do uso da substância; 
• Persistência do uso da substância, apesar de prejuízos clínicos. 
➢ Característica essencial de um transtorno por uso de substâncias: presença de um agrupamento de sintomas 
cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso contínuo pelo indivíduo apesar de problemas 
significativos relacionados à substância. 
 
❖ b) Epidemiologia: 
 
➢ 80% dos alcoolistas e 70% dos dependentes de substâncias ilícitas apresentam comorbidades psiquiátricas, sendo depressão 
e ansiedade as mais comuns. 
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❖ c) Classificação: 
➢ O diagnóstico de um transtorno por uso de substância pode se aplicar a todas as 10 classes, com exceção da cafeína. 
Para determinadas classes, alguns sintomas são menos salientes e, em uns poucos casos, nem todos os sintomas se 
manifestam (ex: não se especificam sintomas de abstinência para transtorno por uso de fenciclidina, transtorno por uso 
de outros alucinógenos nem transtorno por uso de inalantes). 
➢ Os transtornos relacionados a substâncias abrangem 10 classes distintas de drogas: álcool; cafeína; Cannabis; 
alucinógenos (com categorias distintas para fenciclidina [ou arilciclo-hexilaminas de ação similar] e outros 
alucinógenos); inalantes; opioides; sedativos, hipnóticos e ansiolíticos; estimulantes (substâncias tipo anfetamina, 
cocaína e outros estimulantes); tabaco; e outras substâncias (ou substâncias desconhecidas). Essas 10 classes não são 
totalmente distintas. 
➢ Os transtornos relacionados a substâncias dividem-se em 2 grupos: transtornos por uso de substância e transtornos 
induzidos por substância. 
➢ Condições que podem ser classificadas como induzidas por substância: intoxicação, abstinência e outros transtornos 
mentais induzidos por substância/medicamento (transtornos psicóticos, transtorno bipolar e transtornos relacionados, 
transtornos depressivos, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos relacionados, 
transtornos do sono, disfunções sexuais, delirium e transtornos neurocognitivos). 
➢ Categorias diagnósticas mais abrangentes associadas a cada grupo específico de substâncias: 
 
DSM-V 
❖ d) Etiologia/Fatores de risco: 
➢ Efeito fisiopatológico importantes: alteração básica nos circuitos cerebrais que pode persistir após a desintoxicação, 
especialmente em indivíduos com transtornos graves. 
➢ Os efeitos comportamentais dessas alterações cerebrais podem ser exibidos nas recaídas constantes e na fissura intensa 
por drogas quando os indivíduos são expostos a estímulos relacionados a elas. 
➢ Uma abordagem de longo prazo pode ser vantajosa para o tratamento desses efeitos persistentes da droga. 
➢ Todas as drogas que são consumidas em excesso têm em comum a ativação direta do sistema de recompensa do 
cérebro, o qual está envolvido no reforço de comportamentos e na produção de memórias. A ativação do sistema de 
recompensa é intensa a ponto de fazer atividades normais serem negligenciadas. Em vez de atingir a ativação do 
sistema de recompensa por meio de comportamentos adaptativos, as drogas de abuso ativam diretamente as vias de 
recompensa. Os mecanismos farmacológicos pelos quais cada classe de drogas produz recompensa são diferentes, mas 
elas geralmente ativam o sistema e produzem sensações de prazer, frequentemente denominadas de “barato”

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