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Manual de Contabilidade Simplificada

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Manual de Contabilidade SiMplifiCada 
para MiCro e pequenaS eMpreSaS
ITG 1000
6ª edição
Atualizada
EDIVAN MORAIS DA SILVA
Bacharel em Ciências Contábeis e Pós-graduado em Controladoria e Finanças pela Unisuz;
Pós-graduado em Auditoria Contábil pela Fundação Getúlio Vargas – FGV;
Mérito Contábil “Contador Octavio de Almeida” pelo Conselho Regional de Contabilidade do 
Estado de São Paulo (CRC/SP) em 2005;
Membro da ACIN – Associação Científica Internacional Neopatrimonialista;
Autor de vários artigos na área contábil, tributária e societária;
Ex-Professor Universitário da Unisuz, FGV e Senac; 
Coautor do Livro: Manual Prático das Operações Fiscais e Contábeis: (ICMS, IPI, ISS, PIS e 
COFINS);
Ex-Consultor Tributário da IOB, e
Consultor Tributário da Ribeiro Sociedades de Advogados. 
Dedico esta edição, à minha esposa Andréia Penninchs 
e minha querida filha Alexia Penninchs, 
por tantas horas longe, para a realização deste trabalho, 
por todo seu tempo a mim dedicado, a minha eterna gratidão.
A meus amigos, familiares, alunos e 
todos que, de alguma forma, contribuíram 
para a conclusão desse trabalho.
ApresentAção
O panorama da economia brasileira influencia a frágil estabilidade dos 
negócios em geral, principalmente, dos empreendedores de pequenos e médios 
portes. Isto motiva os empresários a desenvolverem um novo modelo de geren-
ciamento das empresas.
Neste novo modelo, os gestores necessitam de informações que lhes 
deem apoio em todas as etapas da gestão. Portanto, é nesse momento que se 
torna importante o papel da contabilidade, como promotora de dados seguros 
para as tomadas de decisão de uma empresa.
O Manual de Contabilidade Simplificada para Micros e Pequenas Empresas: 
ITG 1000 demonstra de forma simples a essência da escrituração contábil, sem 
a omissão de informações valiosas para a gestão das microempresas e empresas 
de pequeno porte, adotando como base a ITG 1000 - Modelo Contábil para 
Microempresas e Empresa de Pequeno Porte aprovado pela Resolução CFC nº 
1.418/2012, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em 5 de 
dezembro de 2012.
Este manual enfoca a obrigatoriedade de todos os empresários e as socie-
dades empresárias manterem sua escrituração contábil regular, conforme exi-
gência expressa em diversas legislações vigentes. O autor também demonstra 
os inúmeros benefícios que a escrituração contábil apresenta para as microem-
presas e empresas de pequeno porte.
Alerta-se para temas de extrema importância para as microempresas 
como participação das micros e pequenas empresas na compra do governo, a 
sociedade de propósito específico formada por microempresas e empresas de 
pequeno porte optantes pelo Simples Nacional, a contabilidade com a implan-
10 edivan MoraiS da Silva
tação do Sped e comentários sobre a contabilidade internacional para peque-
nas e médias empresas sempre demonstrando de forma simplificada a essência 
da informação, com a intenção de demonstrar o conjunto de informações que 
torna a contabilidade simplificada uma excelente ferramenta de gestão.
Simplicidade das informações nunca será esconder informação, mas sim 
demonstrar em formato simples a essência da informação.
Blog
<www.contabilidade-simplificada.com>.
O autor
sumário
1. MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE ........................ 19
1.1. Definição de ME e EPP .................................................................. 19
1.2. Enquadramento como ME ou EPP ................................................ 19
1.2.1. Lei Complementar nº 123/2006 ......................................... 19
1.2.2. ITG 1000 ............................................................................ 20
1.3. O não enquadramento como ME ou EPP ...................................... 21
1.4. Dos sócios ou do titular da ME ou EPP ......................................... 21
1.5. Enquadramento tributário ............................................................. 24
1.6. Microempresas e Empresas de Pequeno Porte nos Estados, Distri-
to Federal e municípios .................................................................. 25
2.REGULAMENTAÇÕES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ....................... 27
2.1. Legislação Comercial e Civil .......................................................... 28
2.1.1. Código Comercial .............................................................. 28
2.1.2. Lei das Sociedades por Ações (S.A.) .................................. 28
2.1.3. Código Civil ....................................................................... 29
2.2. Legislação tributária e previdenciária ............................................ 31
2.2.1. Regulamento do Imposto de Renda (RIR) ......................... 31
2.2.2. Simples Nacional ou Super Simples ................................... 31
2.2.3. Legislação Previdenciária ................................................... 32
2.2.4. Código Tributário Nacional (CTN) .................................... 32
2.3. Recuperação Judicial ...................................................................... 32
2.3.1. Plano de Recuperação Judicial para Microempresas e Em-
presas de Pequeno Porte .................................................... 37
2.4. Perícias contábeis ........................................................................... 38
2.5. As divergências societárias ............................................................. 38
12 edivan MoraiS da Silva
2.6. Legislação do Conselho Federal de Contabilidade ........................ 39
2.6.1. Normatização da Escrituração Contábil............................. 39
2.6.2. Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Peque-
no Porte .............................................................................. 40
3. AS DIFICULDADES DO CONTABILISTA EM DEMONSTRAR A OBRI-
GATORIEDADE DO USO FORMAL DA CONTABILIDADE ................. 41
3.1. Tarefa do contabilista ..................................................................... 41
3.2. Contabilidade, contabilista e Sped ................................................. 43
4. ESCRITURAÇÕES CONTÁBEIS SIMPLIFICADAS ................................ 47
4.1. Formalidades das Escriturações ..................................................... 48
4.1.1. Critérios Gerais de Escrituração ........................................ 48
4.1.1.1. Regime de Competência ....................................... 49
4.1.2. Atribuição e Responsabilidade do Contabilista .................. 49
4.1.2.1. Carta de Responsabilidade .................................... 50
4.1.3. Transcrição das Demonstrações no Livro Diário ................ 51
4.1.4. Diário, Razão e Registros Auxiliares .................................. 51
4.2. Retificação de Lançamentos Contábeis .......................................... 53
4.3. Contas de Compensação ................................................................ 55
4.3.1. Escrituração dos Atos ......................................................... 57
4.3.2. Plano de Contas de Compensação .................................... 58
4.4. Escrituração Contábil das Filiais ................................................... 59
4.5. Balancete de Verificação ................................................................. 59
4.6. Escrituração Contábil Eletrônica ................................................... 60
4.6.1. Escrituração ....................................................................... 60
4.6.2. Conteúdo da Escrituração ................................................. 62
4.6.3. Lançamentos Contábeis ..................................................... 63
4.6.4. Plano de Contas ................................................................. 64
4.6.5. Responsabilidade do Contabilista...................................... 67
4.6.6. Demonstrações Contábeis .................................................. 67
4.6.7. Livros Diário, Razão e Registro Auxiliares ......................... 67
4.7. Escrituração do livro diário por partidas mensais .......................... 68
4.7.1. Procedimentos para Adotar a Escrituração Resumida ....... 69
4.7.2. Registro dos Livros Auxiliares ............................................ 70
5. CONTABILIDADE SIMPLIFICADA ....................................................... 71
5.1. A Importância da escrituração contábil ......................................... 71
5.1.1. Contabilidade Societária .................................................... 71
5.1.2. Contabilidade Gerencial ..................................................... 72
Manual de Contabilidade SiMplifiCada para MiCro e pequenaS eMpreSaS 13
5.1.3. Contabilidade Fiscal ........................................................... 73
5.2. Regulamentação da contabilidade simplificada ............................. 74
5.2.1. Exposição de Motivos sobre a ITG 1000 .............................. 75
5.3. InÍcio da Escrituração Simplificada ............................................... 79
5.3.1. Na Constituição da Empresa .............................................. 79
5.3.1.1. Constituição ou Subscrição do Capital Social ...... 79
5.3.1.2. Realização ou Integralização do Capital Social ..... 80
5.3.2. Empresa com Desconhecimento da Obrigatoriedade ........ 81
5.3.2.1. Procedimentos para a realização do Balanço de 
Abertura para empresa que mantinha apenas o Li-
vro Caixa - Parecer CT/CFC nº 24/1998 .............. 84
5.4. Livros Fiscais e contábeis ............................................................... 88
5.4.1. Livro Diário ........................................................................ 88
5.4.2. Livro Razão ........................................................................ 89
5.4.3. Livros Auxiliares ................................................................ 90
5.4.3.1. Livro Caixa ........................................................... 90
5.4.3.2. Livro Registro de Inventário ................................. 92
5.4.3.3. Livro Registro de Entrada ..................................... 94
5.4.3.4. Livro Registro de Serviços .................................... 96
5.5. Plano de Contas Simplificado ........................................................ 96
5.5.1. Quadro Explicativo das Contas ............................................ 101
5.6. Métodos e processos de escriturações ............................................ 102
5.6.1. Funções e Elementos Essenciais dos Lançamentos (parti-
das) ..................................................................................... 103
5.6.2. Atos Administrativos .......................................................... 104
5.6.3. Fatos Administrativos ........................................................ 104
5.6.4. Principais Fatos Administrativos Possíveis ........................ 106
5.6.4.1. Capital Social ........................................................ 106
5.6.4.2. Juros e Descontos ................................................. 107
5.6.4.3. Compra e Venda de Mercadorias .......................... 108
5.6.4.4. Compra de Imobilizado ........................................ 110
5.6.4.5. Folha de Pagamento ............................................. 112
5.7. Distribuição de lucros aos sócios ................................................... 112
5.7.1. Isenção dos Rendimentos ................................................... 113
5.7.2. Determinação do Valor Isento com Base na Escrituração 
Contábil .............................................................................. 115
5.8. Estoque ........................................................................................... 116
5.8.1. Estoques são ....................................................................... 116
5.8.2. Custo do Estoque ............................................................... 116
14 edivan MoraiS da Silva
5.8.3. Métodos de avaliação do custo ............................................. 119
5.8.3.1. “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai” (Peps) .... 119
5.8.3.2. Método do Custo Médio Ponderado..................... 120
5.8.4. Estoque no Balanço Patrimonial ........................................ 122
5.9. Ativo Imobilizado ........................................................................... 123
5.9.1. Reconhecimento ................................................................. 123
5.9.2. Mensuração do seu custo ................................................... 124
5.9.3. Depreciação ........................................................................ 125
5.9.4. Perda por desvalorização ou por não recuperabilidade (im-
pairment) ............................................................................ 127
5.9.5. Baixa do Ativo Imobilizado ................................................ 134
5.10. Receitas .......................................................................................... 135
6. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA MICRO E PEQUENAS EM-
PRESAS ................................................................................................... 137
6.1. Demonstrações Obrigatórias .......................................................... 138
6.1.1. Balanço Patrimonial ........................................................... 139
6.1.2. Demonstração do Resultado............................................... 144
6.1.3. Notas Explicativas .............................................................. 147
6.2. Demonstrações Facultadas ............................................................. 148
6.2.1. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados .......... 149
6.2.2. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ........ 150
6.2.3. Demonstração de Fluxo de Caixa ...................................... 151
6.2.3.1. Aspectos Introdutórios ......................................... 152
6.2.3.1.1. Demonstração dos Fluxos de Caixa 
(DFC) - Normas Internacionais ......... 152
6.2.3.1.2. Demonstração dos Fluxos de Caixa 
(DFC) no Brasil................................... 154
6.2.3.2. Finalidades da Demonstração (DFC) e seus Bene-
fícios ..................................................................... 156
6.2.3.2.1. Finalidades da Demonstração (DFC) ... 156
6.2.3.2.2. Benefícios das Informações dos Fluxos 
de Caixa .............................................. 158
6.2.3.3. Formato Geral da Apresentação ........................... 159
6.2.3.3.1. Definições ............................................. 159
6.2.3.4. Apresentação de uma Demonstração dos Fluxos 
de Caixa ................................................................ 160
6.2.3.5. Divulgação de Fluxos de Caixa das Atividades 
Operacionais ......................................................... 162
Manual de Contabilidade SiMplifiCada para MiCro e pequenaS eMpreSaS 15
6.2.3.6. Demonstrativos Básicos ........................................ 166
6.2.3.6.1. Fluxo de caixa - Método indireto ......... 167
6.2.3.6.2. Fluxo de caixa - Método direto ............ 169
6.2.4. Demonstração do Resultado Abrangente ............................. 171
6.2.5. Demonstração do Valor Adicionado (DVA) ......................... 173
6.2.5.1. Conceito e Objetivos ............................................ 173
6.2.5.2. Definições ............................................................. 173
6.2.5.3. Características das Informações da DVA .............. 175
6.2.5.4. Formação da Riqueza ........................................... 175
6.2.5.5. Distribuição da Riqueza ........................................177
6.2.5.6. Modelo da Demonstração do Valor Adicionado ... 178
6.3. Demonstrações Gerenciais ............................................................. 180
6.3.1. Demonstração das Receitas ................................................ 180
6.3.2. Demonstração das Despesas ............................................... 181
6.3.3. Demonstração das Receitas por Atividade ......................... 181
7. TOMADAS DE DECISÃO COM BASE NA ANÁLISE DAS DEMONS-
TRAÇÕES FINANCEIRAS ...................................................................... 183
7.1. Análise de liquidez ......................................................................... 183
7.1.1. Capital de Giro - CG .......................................................... 183
7.1.2. Índice de Liquidez Geral .................................................... 184
7.1.3. Índice de Liquidez Seca e Corrente .................................... 184
7.1.4. Índice de Liquidez Imediata ............................................... 184
7.2. Índice de Rotatividade .................................................................... 185
7.2.1. Rotação de Contas a Receber ............................................. 185
7.2.2. Rotação de Pagamentos ...................................................... 185
7.2.3. Rotação do Estoque ............................................................ 185
7.2.4. Rotação do Ativo ................................................................ 186
7.3. Índice de Rentabilidade .................................................................. 186
7.3.1. Margem Líquida de Vendas ................................................ 186
7.3.2. Rentabilidade do Ativo ....................................................... 186
7.3.3. Retorno de Investimento .................................................... 187
8. OBRIGAÇÕES SIMPLIFICADAS PARA AS MICRO E PEQUENAS EM-
PRESAS ................................................................................................... 189
8.1. Livros Fiscais .................................................................................. 189
8.2. Livros Contábeis ............................................................................ 191
8.3. Declarações .................................................................................... 191
8.4. Obrigações trabalhistas .................................................................. 192
8.4.1. Da Segurança e da Medicina do Trabalho .......................... 192
16 edivan MoraiS da Silva
8.4.2. Da Justiça do Trabalho ......................................................... 192
8.5. Da fiscalização ................................................................................ 193
8.6. Assembleias para as microempresas e as empresas de pequeno porte 193
9 . MERCADOS PARA MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO 
PORTE NAS AQUISIÇÕES PÚBLICAS ................................................... 195
9.1. Mercado em Crescimento nas Licitações Públicas para Microem-
presas e Empresas de Pequeno Porte ............................................. 195
9.2. Regulamentação da lei geral nos estados e municípios .................. 202
10. ASSOCIATIVISMO .................................................................................. 205
10.1. Sociedade de Propósito Específico: Ganho de Competitividade No 
Mercado .......................................................................................... 205
11. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PARA MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS .............................................................................................. 213
11.1. Contabilidade Internacional para MPES ........................................ 214
11.2. Conceitos e Princípios Gerais ........................................................ 220
11.2.1 Objetivo das Demonstrações Contábeis de Pequenas e Mé-
dias Empresas (PME) ......................................................... 221
11.2.2 Características Qualitativas de Informação em Demonstra-
ções Contábeis ................................................................... 221
11.2.2.1 Compreensibilidade .............................................. 221
11.2.2.2 Relevância ............................................................. 222
11.2.2.3 Materialidade ........................................................ 223
11.2.2.4. Confiabilidade ...................................................... 223
11.2.2.5 Primazia da essência sobre a forma ...................... 224
11.2.2.6 Prudência .............................................................. 225
11.2.2.7 Integralidade ......................................................... 225
11.2.2.8 Comparabilidade .................................................. 225
11.2.2.9 Tempestividade ..................................................... 227
11.2.2.10 Equilíbrio entre custo e benefício ....................... 227
11.2.3 Balanço Patrimonial ........................................................... 228
11.2.3.1 Ativo.................................................... 229
11.2.3.2 Passivo ................................................ 231
11.2.3.3 Patrimônio Líquido ............................. 232
11.2.4 Desempenho / Resultado ..................................................... 233
11.2.4.1 Receita ................................................. 234
11.2.4.2 Despesa ............................................... 235
11.2.4.3 Reconhecimento de Ativo, Passivo, 
Receita e Despesa ................................ 236
Manual de Contabilidade SiMplifiCada para MiCro e pequenaS eMpreSaS 17
11.2.5 Probabilidade de Benefícios Econômicos Futuros ............. 236
11.2.5.1 Confiabilidade da Mensuração ............................. 236
11.2.5.2 Mensuração de Ativo, Passivo, Receita e Despesa 237
11.2.5.3 Reconhecimento e Princípios Gerais de Mensura-
ção ........................................................................ 238
11.2.5.4 Regime de Competência ....................................... 239
11.2.6 Reconhecimento nas Demonstrações Contábeis ................. 239
11.2.6.1 Ativo ..................................................................... 240
11.2.6.2 Passivo .................................................................. 242
11.2.6.3 Receita .................................................................. 243
11.2.6.4 Despesa ................................................................. 244
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 247
ANEXOS
I. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 ....................... 257
II. Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011 ........................... 347
III. Resolução CGSN nº 28, de 21 de janeiro de 2008 ................................ 457
IV. Capítulo IV da Escrituração (Código Civil — Lei nº 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002) .................................................................................... 459
V. Princípios de Contabilidade — PC (Resolução CFC nº 750/1993) ...... 463
VI. Resolução CFC nº 1.330 de 18 de Março de 2011 — ITG 2000 — 
Escrituração Contábil ........................................................................... 469
VII. Resolução CFC nº 1.418/2012 – ITG 1000 – Modelo Contábil para 
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte ......................................... 475
1
MicroeMpresa e eMpresa de pequeno porte
1.1. DEFINIÇÃO DE ME E EPP
Para os efeitos da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, 
que instituiu o Estatuto Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno 
Porte, e sua regulamentação consideram-se como tais a sociedade empresária, 
as sociedades simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o 
empresário,a que se refere o artigo 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil), devidamente registrados nos Registros de Empresas Mer-
cantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, e a sociedade 
de advogados registrada na forma do art. 15 da Lei nº 8.906/1994 levando em 
conta também os itens a seguir.
1.2. ENQUADRAMENTO COMO ME OU EPP
1.2.1. Lei Complementar nº 123/2006
Para ser considerada microempresa, o empresário, a pessoa jurídica ou a 
ela comparada, terá que obter, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); já para ser considerada 
empresa de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica ou a ela comparada, 
terá que obter, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 
(trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três mi-
lhões e seiscentos mil reais).
20 edivan MoraiS da Silva
Considera-se receita bruta o “produto de venda de bens e serviços nas 
operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas 
operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos 
incondicionais concedidos” (Lei Complementar nº 123/2006, artigo 3º, § 1º).
Conta alheia são os resultados auferidos nas operações obtidos pela ven-
da de produtos ou mercadorias pertencentes a terceiros, mediante o pagamen-
to de uma comissão por exemplo.
1.2.2. ITG 1000
A Interpretação (ITG 1000) publicada pela Resolução CFC nº 1.418/2012, 
dispõe sobre a definição de ME e EPP conforme segue:
“Para fins desta Interpretação, entende-se como “Microempresa e Em-
presa de Pequeno Porte” a sociedade empresária, a sociedade simples, a em-
presa individual de responsabilidade limitada ou o empresário a que se refere o 
art. 966 da Lei nº 10.406/2002, que tenha auferido, no ano calendário anterior, 
receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do art. 3º da Lei 
Complementar nº 123/2006.”
Ou seja, para efeitos da Interpretação ITG 1000, entende-se como “Mi-
croempresa” a sociedade empresária, a sociedade simples, a Empresa Indivi-
dual de Responsabilidade Limitada (Eireli), ou o empresário a que se refere 
o artigo 966 da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), que tenha auferido, no 
ano-calendário anterior, a receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 
(trezentos e sessenta mil reais).
Já para efeitos da Interpretação ITG 1000 entende-se como “Empresa de 
Pequeno Porte” a sociedade empresária, a sociedade simples, a Empresa Indi-
vidual de Responsabilidade Limitada (Eireli), ou o empresário a que se refere o 
artigo 966 da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), que tenha auferido, no ano ca-
lendário anterior, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil 
reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais)”.
A Lei nº 10.406/2002, que institui o Código Civil, assim dispõe no seu 
art. 966, referente ao empresário:
“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente ati-
vidade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços.
Manual de Contabilidade SiMplifiCada para MiCro e pequenaS eMpreSaS 21
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão in-
telectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemen-
to de empresa.”
A Lei Complementar nº 123/2006, que institui o Estatuto Nacional da 
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e, consequentemente, regula-
menta o Simples Nacional, dispõe em seu artigo 3º, I e II sobre o faturamento:
“CAPÍTULO II
DA DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA E 
DE EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se micro-
empresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade 
simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que 
se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Ci-
vil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bru-
ta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calen-
dário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e 
igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).”
1.3. O NÃO ENQUADRAMENTO COMO ME OU EPP
As empresas constituídas sob a forma de sociedades por ações (S.A.) não 
poderão se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado para as microempre-
sas ou empresas de pequeno porte, além das enquadradas no artigo 3º, § 4º da 
Lei Complementar nº 123/2006.
Da mesma forma, estão excluídas do regime de tributação simplificada 
as empresas resultantes de cisão ou outra forma de desmembramento, ou ain-
da, a filial, sucursal, a agência ou a representação, no País, de pessoa jurídica 
com sede no exterior.
1.4. DOS SÓCIOS OU DO TITULAR DA ME OU EPP
Só poderão ser enquadradas no tratamento jurídico diferenciada a mi-
croempresa ou empresa de pequeno porte, o empresário ou sociedade consti-
22 edivan MoraiS da Silva
tuída exclusivamente por sócios pessoas físicas, que tenha sócio domiciliado 
no Brasil, observando-se ainda os seguintes aspectos:
a) de cujo capital não participe pessoa física, que seja inscrita como 
empresário, ou seja, sócia de outra empresa que receba tratamento 
jurídico diferenciado nos termos da Lei Complementar nº 123/2006, 
e desde que a receita bruta global não ultrapasse o limite de R$ 
3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), no ano-calendário 
imediatamente anterior;
b) o titular ou sócio não poderá participar com mais de 10% (dez por 
cento) do capital social de outra empresa, não beneficiada pela Lei 
Complementar nº 123/2006, quando a receita bruta global ultrapas-
sar o limite de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais);
c) o titular ou sócio não poderá ser administrador ou equiparado de 
outra pessoa jurídica com fins lucrativos, quando a receita global 
ultrapassar o limite de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos 
mil reais).
O disposto na alínea “b” acima, ou seja, a vedação ao sócio não se aplica 
à participação no capital de cooperativas de crédito, bem como em centrais de 
compras, bolsas de subcontratação, no consórcio referido na Lei Complemen-
tar e na sociedade de propósito específico prevista no artigo 56 também da Lei 
Complementar, no qual estaremos comentando no decorrer desse trabalho, e 
em associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, sociedades 
de garantia solidária e outros tipos de sociedade, que tenham como objetivo 
social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das microempresas e em-
presas de pequeno porte.
Seguem abaixo perguntas e respostas disponíveis no Portal do Simples 
Nacional(1) sobre a participação de sócio nas empresas com tratamento jurídico 
diferenciado bem como a opção pelo Simples Nacional, que se refere ao trata-
mento tributário, no qual se tratado de forma específica no item 1.5:
“2.15. Sócio de uma ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que 
venha a ser sócio de outra ME ou EPP, ambas as empresas podem ser optantes 
pelo Simples Nacional?
(1) Disponível em: <http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Perguntas/Perguntas.
aspx> Acesso em 20 jun. 2015.
Manual de Contabilidade SiMplifiCada para MiCro e pequenaS eMpreSaS 23
Depende da receita bruta global das duas empresas. A pessoa jurídica de 
cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja, 
sócia de outra empresa beneficiada pela Lei Complementar nº 123, de 2006 
(optanteou não pelo Simples Nacional), não poderá optar pelo Simples Nacio-
nal se a receita bruta global ultrapassar R$ 3.600.000,00 (novo limite a partir de 
1º de janeiro de 2012).
Exemplo: José possui 50% das cotas da empresa José & João Ltda. EPP 
cujo faturamento no ano-calendário de 2011 foi de R$ 2.300.000,00. Em ja-
neiro de 2012 José resolve abrir outra empresa, a José & Maria Ltda. EPP, com 
expectativa de faturamento para o ano-calendário de 2012 de R$ 500.000,00. 
Enquanto a receita bruta global das duas empresas não ultrapassar o limite de 
R$ 3.600.000,00, ambas poderão permanecer como optantes pelo Simples Na-
cional. Porém, caso a receita bruta global das duas empresas ultrapasse o limite 
de R$ 3.600.000,00, ambas serão excluídas do Simples Nacional. O mesmo ra-
ciocínio é válido para mais de duas empresas. Se, no exemplo acima, José for 
sócio de mais uma empresa, a José & Companhia EPP, com faturamento anual 
de R$ 1.000.000,00, as três empresas devem ser excluídas do Simples Nacional. 
(Base legal: artigo 3º, § 4º, III, da Lei Complementar nº 123, de 2006.)
2.16. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional cujo sócio venha 
a participar de outra empresa não optante poderá permanecer no Simples?
Depende da receita bruta global das duas empresas, bem como da parti-
cipação societária dos sócios. A pessoa jurídica cujo titular ou sócio participe 
com mais de 10% do capital de outra empresa não optante pelo Simples Na-
cional e não beneficiada pela Lei Complementar nº 123, de 2006 não poderá 
optar pelo Simples Nacional se a receita bruta global ultrapassar o limite de R$ 
3.600.000,00 (novo limite a partir de 1º de janeiro de 2012).
(Base legal: artigo 3º, § 4º, IV, da Lei Complementar nº 123, de 2006.)
Exemplo 1: Paula possui 25% das cotas da empresa Paula & Carolina 
Ltda. EPP cujo faturamento no ano-calendário de 2011 foi de R$ 2.200.000,00. 
Essa empresária, em março de 2012, decide entrar de sócia na empresa XYZ 
S.A, cujo faturamento no ano-calendário de 2011 foi de R$ 10 milhões. Ela 
adquiriu 1% dessa sociedade anônima. Como a participação em XYZ S.A. é 
menor do que 10%, mesmo com a receita bruta global ultrapassando o limite 
de R$ 3.600.000,00, a empresa Paula & Carolina Ltda. EPP pode permanecer 
no Simples Nacional.
Exemplo 2: Paula possui 25% das cotas da empresa Paula & Carolina 
Ltda. EPP cujo faturamento no ano-calendário de 2011 foi de R$ 2.200.000,00. 
Essa empresária, em março de 2012, decide entrar de sócia na empresa YYY 
S.A., cujo faturamento no ano-calendário de 2011 foi de R$ 1.000.000,00. Ela 
24 edivan MoraiS da Silva
adquiriu 20% dessa sociedade anônima. Como a receita bruta global não ultra-
passa o limite de R$ 3.600.000,00, mesmo com a participação em YYY S.A. sen-
do maior do que 10%, a empresa Paula & Carolina Ltda. EPP pode permanecer 
no Simples Nacional.
Exemplo 3: Paula possui 25% das cotas da empresa Paula & Carolina 
Ltda. EPP cujo faturamento no ano-calendário de 2011 foi de R$ 2.200.000,00. 
Essa empresária, em março de 2012, decide entrar de sócia na empresa WWW 
S.A., cujo faturamento no ano-calendário de 2011 foi de R$ 10 milhões. Ela 
adquiriu 20% dessa sociedade anônima. Como a participação em WWW 
S.A. é maior do que 10% e a receita bruta global ultrapassa o limite de R$ 
3.600.000,00, a empresa Paula & Carolina Ltda. EPP não pode permanecer no 
Simples Nacional.
Nota:
1. Como já foi explicado nas Perguntas 1.2 e 1.11, a Lei Complementar 
nº 123, de 2006, estabelece, para as ME e EPP, dois tipos de benefícios legais: os 
tributários (Simples Nacional) e os não tributários (licitações etc.). Sendo que 
nem toda ME ou EPP que usufrui dos benefícios não tributários é optante pelo 
Simples Nacional. Para facilitar a explanação, os três exemplos acima usam o 
exemplo de uma Sociedade Anônima (S/A), que não pode gozar dos benefícios 
tributários nem dos não tributários.
2.17. Optante pelo Simples Nacional possui um sócio que também é 
administrador (não é sócio) de outra empresa com fins lucrativos não optante. 
A receita bruta global das duas empresas supera o limite de R$ 3.600.000,00. 
Isso pode afetar o enquadramento da empresa optante pelo Simples Nacional?
Sim. A legislação não permite a participação no Simples Nacional de 
pessoa jurídica cujo titular ou um de seus sócios seja administrador ou equipa-
rado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, quando a receita bruta global 
ultrapassa o limite de R$ 3.600.000,00 (novo limite a partir de 1º de janeiro de 
2012). A previsão do artigo 3º, § 4º, V, da Lei Complementar nº 123, de 2006, 
não faz referência à quantidade de cotas de participação na ME ou EPP. Mas 
também não exime da vedação o sócio-administrador. Ou seja, se o administra-
dor também for sócio da outra pessoa jurídica com fins lucrativos, ainda assim 
ele será administrador e a vedação recai sobre a hipótese.”
1.5. ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO
A partir de 2007, com o advento da Lei Complementar nº 123, de 14 
de dezembro de 2006, ficaram estabelecidas as normas gerais relativas ao tra-
tamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno 
porte no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Manual de Contabilidade SiMplifiCada para MiCro e pequenaS eMpreSaS 25
O novo estatuto das microempresas e empresas de pequeno porte veio 
proporcionar a essas empresas um tratamento tributário diferenciado, como 
determina a Constituição Federal de 1988, visando incentivar o seu desenvol-
vimento e simplificação de obrigações trabalhistas, tributárias, previdenciárias, 
e o acesso ao mercado, etc.
De acordo com a referida Lei Complementar nº 123/2006, os enqua-
dramentos dos pequenos empreendimentos dar-se-ão em relação ao montante 
de sua receita no ano-calendário anterior, considerando-se o item 1.2 deste 
manual.
Não poderá recolher os impostos e contribuições na forma do Simples 
Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte, que se encontra 
em umas das vedações do artigo 17 da Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, bem como nas vedações previstas no § 4º do artigo 3º da 
referida Lei.
A opção pelo Simples Nacional é facultativa para os contribuintes ME 
ou EPP, ou seja, o enquadramento tributário: Simples Nacional/Lucro Presu-
mido ou Lucro Real será facultativo para as Microempresas (ME) ou Empresa 
de Pequeno Porte (EPP), assim seja, podemos ter ME ou EPP, optantes pelo 
tributação, lucro presumido ou lucro real. A opção de ME ou EPP será no mo-
mento do registro da empresa na Junca Comercial, mediante apresentação da 
declaração de ME ou EPP.
1.6. MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE NOS 
ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS
Conforme a Constituição Federal de 1988, a Lei Complementar nº 123, 
de 14 de dezembro de 2006, veio definir tratamento diferencial e favorecido 
para as microempresas e para as empresas de pequeno porte como já mencio-
nado anteriormente, inclusive regimes especiais ou simplificados nos seguin-
tes casos:
a) do Imposto de Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermu-
nicipal e de Comunicação (ICMS);
b) das contribuições do empregador, da empresa e da entidade a ela equi-
parada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais 
26 edivan MoraiS da Silva
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pes-
soa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
c) sobre a receita, o faturamento e o lucro;
d) sobre a arrecadação decorrente das contribuições para o PIS, e para o 
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, confor-
me estabelecido no artigo 146 da Constituição Federal de 1988.
O artigo 94 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias dispõe 
que os regimes especiais de tributação para micro e pequenas empresaspró-
prios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cessarão a 
partir da entrada em vigor da Lei Complementar. Para verificar a Lei Comple-
mentar na íntegra, visualize o Anexo I deste manual.
2
regulaMentações da 
escrituração contábil
O recente panorama da economia brasileira influencia a frágil estabili-
dade para os empresários e, principalmente, para empreendedores de pequeno 
e médio porte, ocasionando assim uma nova forma de articular os modelos de 
decisão, acarretando, enfim, um novo modelo de gerenciamento das empresas. 
No novo modelo presente, os gestores necessitam de informações que lhes 
deem apoio em todas as etapas da gestão. Portanto, é neste momento que se 
torna importante o papel da contabilidade, como promotora de informações 
para as tomadas de decisão de uma empresa. Entretanto, não existem dúvidas 
sobre a obrigatoriedade de todos os empresários e as sociedades empresárias 
manterem sua escrituração contábil regular. Esta escrituração completa está 
contida como exigência expressa em diversas legislações vigentes como se evi-
dencia a seguir e ainda temos a contabilidade simplificada que demonstrar de 
forma simples a essência da escrituração contábil, sem a omissão de informa-
ções valiosas para a gestão, além de descrever os procedimentos específicos a 
serem observados pela entidade para a escrituração contábil simplificada dos 
seus atos e fatos administrativos, por meio de processo manual, mecanizado ou 
eletrônico, conforme previsto no artigo 27 da Lei Complementar nº 123/2006 
(Simples Nacional).
28 edivan MoraiS da Silva
2.1. LEGISLAÇÃO COMERCIAL E CIVIL
2.1.1. Código Comercial
A obrigatoriedade da escrituração contábil iniciou-se no Código Comer-
cial (Lei nº 556, de 25 de junho de 1850), que assim estabelecia:
a) todos os comerciantes são obrigados a seguir uma ordem uniforme 
de contabilidade e escrituração e a ter os livros necessários para esse 
fim, e formar anualmente um balanço geral do seu ativo e passivo;
b) a escrituração no Livro Diário deve ser registrada de forma regular, 
alcançando todas as operações, com individualização e clareza, “em 
forma mercantil e seguida a ordem cronológica de dia, mês e ano, 
sem intervalo em branco, nem entrelinhas, borraduras, rasuras ou 
emendas” (artigo 14).
O Código Comercial ainda estabelecia que se algum comerciante não 
concedesse a apresentação dos seus livros, quando fosse judicialmente ordena-
do, seria compelida a sua apresentação debaixo de prisão.
Essa parte do Código Comercial, que trata das obrigações comuns a to-
dos os comerciantes, somente foi revogada em 2002, pela Lei nº 10.406, de 10 
de janeiro de 2002 (Código Civil).
2.1.2. Lei das Sociedades por Ações (S.A.)
A Lei das Sociedades Anônimas nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e 
suas respectivas alterações estabelecem procedimentos contábeis para as em-
presas (S/A.), e para as demais sociedades, que:
a) ao final de cada exercício, a diretoria fará elaborar, com base na escri-
turação mercantil da companhia, as seguintes demonstrações finan-
ceiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio 
da campanha e as mutações ocorridas no exercício:
 I - balanço patrimonial;
 II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou em sua 
substituição à demonstração das mutações do patrimônio líquido;
 III - demonstração do resultado do exercício;
 IV - demonstração dos fluxos de caixa;
 V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

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