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POLPA DE FRUTA • Definição (NTA 21): é o produto obtido pelo esmagamento das partes comestíveis das frutas carnosas, por processos tecnológicos adequados. • Designação: frutas sadias, limpas, isentas de matéria ferrosa, parasitas e detritos animais e vegetais. Não deverá conter fragmentos não comestíveis das frutas, nem substâncias estranhas a composição natural. É tolerada adição de sacarose que deverá ser declarada no rótulo. • Uso: matéria-prima para obtenção de outros produtos (doce em massa, geléia, néctares, iogurtes, alimento infantil, sorvetes) ou consumo direto. • Comercialização: mercado interno (embalagens de 100g), exportação (grandes embalagens, como tambores 200L) FLUXOGRAMA GERAL DO PROCESSAMENTO DE POLPA Recepção das matérias-primas Seleção / Lavagem Desintegração (Aquecimento) Despolpamento Acabamento ou Refinamento Preservação Doce em massa Preservação Química Congelamento Enchimento a quente / Pasteurização Processamento asséptico COLHEITA O ponto de maturação da fruta na colheita, depende do seu destino: Elaboração de frutas em calda: colhidas quase maduras (“de vez”) Elaboração de polpas, sucos, geléias: comumente são frutas maduras. Cuidados extremos devem ser dados a colheita. Deve ser o mais rápido possível algumas frutas devem estar na indústria até 24 horas após terem sido colhidas. TRANSPORTE RECEPÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS Recepção: os produtos são pesados e devem permanecer em local limpo, fresco e ventilado ou refrigerado até o momento do processamento. Descarregamento deve ser feito cuidadosamente, para evitar amassamentos, batidas e ferimentos. Seleção quanto a sua sanidade: separação das frutas com contaminação microbiana ou com doenças advindas do campo, ou excessivamente machucadas e com outros defeitos graves, que poderão comprometer a qualidade do produto final. Seleção quanto ao seu estado de maturação: eliminar os frutos verdes. SELEÇÃO Figura – Mesa para seleção de frutas. LAVAGEM Lavagem por Imersão: mergulho das frutas em água clorada. Lavagem por Aspersão: esborrifamento de água na superfície das frutas, enquanto sobem por um plano inclinado, conduzidas por esteiras ou roletes. Figura – Lavagem de frutas por imersão. Figura – Lavador de frutas por imersão. Figura – Lavador de frutas por imersão e aspersão. De grande importância no processamento de suco de laranja (matéria prima tem tamanho heterogêneo). Após a seleção: classificação em lotes (tamanho pequeno, médio e grande). Vai permitir maior rendimento na operação de extração do suco, uma vez que a extratora possui canecas (receptoras das laranjas) de diferentes tamanhos. CLASSIFICAÇÃO DESINTEGRAÇÃO Descascamento: frutas podem ser descascadas manualmente ou através de equipamentos adequados. Descaroçamento: pode ser realizado ou não, dependendo da fruta o despolpamento será feito sem a retirada do caroço, em equipamento adequado. Ex: manga, pêssego. Desintegração: pode ser realizada à temperatura ambiente ou à quente. Figura – Faca especial com lâmina central para descascamento de frutas. Desintegração: consiste na redução do tamanho do material, sem mudanças nas propriedades químicas. Pode ser realizada à temperatura ambiente ou à quente. Desintegração a temperatura ambiente: utiliza desintegrador de facas rotativas (liquidificador) ou moinho de martelo (grande impacto), munido com peneiras, possui diversas rotações. Desintegração a quente: utiliza tachos (processo descontínuo) ou cozedores contínuos. Figura – Moinho de martelos para desintegração de frutas (RIETZ). DESINTEGRAÇÃO A QUENTE • Desintegração em cozedor contínuo: (“Thermascream”) consiste de um duto transportador com aquecimento indireto, onde o transporte da fruta é feito através de uma rosca sem fim, que é aquecida internamente com vapor. • Tempo de permanência: varia conforme o tipo de fruta. • Temperatura: ao redor de 90 ºC. • Indicação: inativação de enzimas (pectinases e oxidases) e facilitar operação de trituração das frutas. Figura – Cozedor e desintegrador (a quente) contínuo. BRANQUEAMENTO Em Frutas e Hortaliças: o branqueamento é frequentemente utilizado. • Considerado um pré-tratamento térmico. • Finalidade: inativar enzimas, que poderiam causar reações de escurecimen- to e oxidação. MÉTODOS DE BRANQUEAMENTO BRANQUEAMENTO Branqueadores com água quente: tanque contendo água aquecida para imersão das frutas. (Processo descontínuo) • Vantagens: uniformidade de tratamento economia de vapor mais eficaz na eliminação de gases oclusos. • Desvantagens: perigo desenvolver microrganismos no tanque perda de substâncias nutritivas (dissolvem na água) maior perda de qualidade organoléptica. BRANQUEAMENTO Branqueadores com vapor: produto atravessa uma câmara de vapor, através de esteira ou transportador, vapor se distribui mediante tubulação. Equipamentos IQB (Individual Quick Blanching). • Vantagens: reduz as perdas por dissolução conserva melhor as características organolépticas menor risco de contaminação microbiana. • Desvantagens: processo mais caro pode produzir sabor amargo. Resfriamento: através de aspersores de água fria para interromper o tratamento térmico, na saída do equipamento. O produto não deve permanecer quente, poderá contaminar-se por microrganismos termófilos e a textura ficar seriamente comprometida. DESPOLPAMENTO Despolpamento e acabamento: processo utilizado para separar da polpa o material fibroso, que pode prejudicar a consistência do produto final. Realizado em equipamento com pás ou escovas que se movem com grande velocidade, forçando a fruta desintegrada a passar através de peneiras. Pode ser usado diretamente para a separação da polpa da casca, caroço ou sementes. Ex: manga, pêssego, umbu, cajá, mangaba. • Tipos de despolpadores: Despolpador horizontal Despolpador horizontal de rosca Despolpador inclinado com braços de escova DESPOLPAMENTO • Operação de despolpamento: Regula-se a distância do braço do despolpador à peneira. Podem ser usadas escovas de nylon ao invés de pás, para evitar quebras. Realizada em 2 ou 3 estágios. • Primeiro estágio: realizado com peneiras de furos de 1,5 mm, para remoção de cascas e caroços. • Segundo estágio: realizado com peneiras de furos 0,5 mm, para remoção de fragmentos de sementes e cascas. Obtém-se a polpa ou suco integral e refinado. DESPOLPADOR Figura – Despolpador inclinado com braços de escova. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO USADOS PARA POLPA/SUCO • Enchimento à quente/Pasteurização: polpa é submetida a tratamento térmico de pasteurização (T > 90ºC; t=60 seg). • Processamento asséptico: combinação de esterilização a alta temperatura por curto tempo com métodos de acondicionamento asséptico. • Preservação química: adição de conservante químico à polpa. Mais usados: ácido sórbico e benzóico. • Congelamento: uso de temperaturas muito baixas para preservar as propriedades das polpas. Alto custo. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO: ENCHIMENTO A QUENTE (HOT FILL)• Tratamento térmico: pasteurização da polpa em tanques (lenta) ou em trocador de calor (rápida). • Enchimento das embalagens: deve ser feito à quente (T > 90ºC) em enchedeiras apropriadas, logo após a saída do produto do pasteurizador. • Recravação: após o enchimento em recravadeira com sistema “steam- flow”, soltam jato de vapor sobre o espaço livre dos recipientes, eliminando o ar e aumentando vácuo. • Resfriamento: deve ser brusco (com ou sem agitação) até T < 37ºC. Armazenamento em temperatura ambiente. • Recomendação: produto com pH inferior a 4,5 (acidificado). Figura – Recravadeira com sistema a vácuo. Figura – Enchedora e Enchedora/Recravadeira com sistema de injeção de vapor. Figura – Tanque de pasteurização lenta. PASTEURIZAÇÃO LENTA PASTEURIZAÇÃO RÁPIDA • Pasteurização: realizada em sistemas de fluxo contínuo em trocador de calor, tubulares ou de placas. • Empregam-se temperaturas elevadas ( 85 - 94ºC) e tempos curtos (20 - 60 seg), que devem ser obedecidos, caso contrário, poderão ocorrer problemas. PASTEURIZADOR DE PLACAS Após o Tratamento térmico: • Enchimento das embalagens: deve ser feito à quente (T > 90ºC) em enchedeiras apropriadas, logo após a saída do produto do pasteurizador. • Recravação: após o enchimento em recravadeira com sistema “steam-flow”, soltam jato de vapor sobre o espaço livre dos recipientes, eliminando o ar e aumentando vácuo. • Resfriamento: deve ser brusco (com ou sem agitação) até T < 37ºC. • Armazenamento: em temperatura ambiente. • Recomendação: produto com pH inferior a 4,5 (acidificado). MÉTODO DE CONSERVAÇÃO: PASTEURIZAÇÃO Figura – Spin-Cooker/Spin-Cooler. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO: PASTEURIZAÇÃO Figura – Spin-Cooker/Spin-Cooler. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO: PASTEURIZAÇÃO Figura – Pasteurizador contínuo sem agitação. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO: PROCESSAMENTO ASSÉPTICO • Processo: produto é esterilizado ( T e tempo) e resfriado no trocador de calor, sob pressão flui para unidades assépticas onde será acondicionado em embalagens estéreis, sendo recravado. • Esterilização: em temperaturas de 135 a 150ºC por 2-5 seg. Produto tem melhor qualidade (cor, aroma, sabor, consistência) • Embalagens: são esterilizadas com vapor superaquecido, temperatura de 200 a 230ºC, e a seguir são resfriadas. Esterilização química: uso de H2O2 (Tetra Pack). • Enchimento asséptico e recravação: feito em ambiente com atmosfera de vapor superaquecido ou gás inerte. PROCESSAMENTO ASSÉPTICO: UHT • UHT – Ultra High Temperature • Utilizado para produtos líquidos e semi-líquidos. • Consiste no aquecimento muito rápido, quase instantâneo até temperaturas muito altas (135 – 150ºC) que se mantém por tempo muito curto (3 – 5 seg). • O produto é acondicionado nas embalagens (esterilizadas pelo uso de H2O2 - Processo da Tetra Pack), que são fechadas em ambiente estéril – Zona Asséptica. • Depois de selado, o produto pode ser conservado em temperatura ambiente por período prolongado de tempo. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO: PROCESSAMENTO ASSÉPTICO Esquema do sistema de acondicionamento asséptico e a estrutura típica da embalagem laminada PROCESSAMENTO ASSÉPTICO: UHT PROCESSAMENTO ASSÉPTICO: UHT PROCESSAMENTO ASSÉPTICO: UHT PROCESSAMENTO ASSÉPTICO: UHT MÉTODO DE CONSERVAÇÃO: PROCESSAMENTO ASSÉPTICO • Processo: produto é esterilizado ( T e tempo) e resfriado no trocador de calor, sob pressão flui para unidades assépticas onde será acondicionado em embalagens estéreis, sendo recravado. • Esterilização: em temperaturas de 135 a 150ºC por seg. Produto tem melhor qualidade (cor, aroma, sabor, consistência) • Embalagens: são esterilizadas com vapor superaquecido, temperatura de 200 a 230ºC, e a seguir são resfriadas. Esterilização química: uso de H2O2 (Tetra Pack). • Enchimento asséptico e recravação: feito em ambiente com atmosfera de vapor superaquecido ou gás inerte. NÉCTAR DE FRUTA • Néctar de fruta: Produto não fermentado, não gaseificado, destinado ao consumo direto, obtido pela dissolução em água potável da parte comestível da fruta (polpa e suco), adicionado de ácidos e açúcares. Portaria nº 371 - MA • Néctar de fruta: produto obtido pela mistura de 50%, no mínimo, de suco e polpa integrais de frutas maduras, finamente divididas e tamisadas, com água potável, sacarose, ácidos orgânicos e outras substâncias permitidas. Decreto nº 12.486 – MA. • Néctar de fruta: produto que contém não menos de 50% de suco puro, seja simples ou reconstituído de concentrado (Cruess). • Néctar de fruta: mistura de suco ou polpa de frutas com açúcar, podendo conter aromatizante e ácido cítrico, para elaborar um produto pronto para o consumo (Lopes). • Há concordância: é produto líquido oriundo da mistura de polpa ou suco de frutas, adicionado de açúcar e ácidos orgânicos.