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Aula 03 Tecnicas de Pesquisa

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Técnicas de Pesquisa
Coleta e Análise dos dados 
Técnicas de Investigação 
Científica
■ Observação 
■ Entrevista 
■ Questionário
Observação
■ A observação pode ser utilizada na pesquisa conjugada a 
outras técnicas ou de forma exclusiva. 
Segundo os meios utilizados, a observação pode ser : 
■ Estruturada 
■ Não-estruturada 
 O pesquisador pode ir a campo com um roteiro previamente 
estabelecido ou sem ele. 
Segundo o grau de participação do pesquisador, a observação 
pode ser: 
■ Participante 
■ Não Participante
Observação:
 Considerando os meios e o grau de 
participação, tem-se: 
■ A) Observação simples; 
■ B) Observação participante; 
■ C) Observação sistemática.
Observação Simples
■ O pesquisador permanece alheio à 
comunidade, grupo ou situação que 
pretende estudar, observando de 
maneira espontânea os fatos que aí 
ocorrem. Neste procedimento o 
pesquisador é muito mais um 
espectador que um ator.
Vantagens da observação 
simples:
■ Possibilita a obtenção de elementos para a 
definição do problema de pesquisa; 
■ Favorece a construção de hipóteses acerca do 
problema pesquisador; 
■ Facilita a obtenção de dados sem produzir 
discussões ou suspeitas nos membros das 
comunidades, grupos ou instituições que estão 
sendo estudadas.
Limitações da observação 
simples
■ É canalizada pelos gostos e afeições do 
pesquisador. Muitas vezes sua atenção é 
desviada para o lado pitoresco, exótico ou raro 
da situação/fenômeno. 
■ O registro das observações depende, 
freqüentemente, da memória do investigador; 
■ Dá ampla margem à interpretação subjetiva e 
parcial do fenômeno estudado. 
Quando é indicada a 
observação simples?
■ A observação simples é indicada, 
principalmente, para estudos 
qualitativos de caráter exploratório 
(levantamento).
Itens que devem ser considerados para os 
pesquisadores em uma observação simples:
■ A) os sujeitos. Quem são os participantes? Quantos 
são? A que sexo/gênero pertencem? Quais são suas 
idades? Como se vestem? Que acessórios utilizam? O 
que os movimentos de seu corpo expressam? 
■ B) O cenário. Onde as pessoas se situam? Quais são 
as características desse local? Com que sistema social 
pode ser identificado? 
■ C) O comportamento social. O que realmente ocorre 
em termos sociais? Como as pessoas se relacionam? 
De que modo o fazem? Que linguagem utilizam?
Interpretação dos dados da 
observação simples
■ Que significado atribuir aos dados 
coletados por meio da observação 
simples? 
■ Cuidados necessários do pesquisador: 
ele deve estar dotado de conhecimentos 
prévios acerca da cultura do grupo que 
pretende observar.
Observação participante
■ Consiste na participação real do pesquisador 
na vida da comunidade, do grupo ou de uma 
situação determinada. 
■ O observador assume, pelo menos até certo 
ponto, o papel de membro do grupo. 
■ Daí se dizer que por meio da observação 
participante se pode chegar ao conhecimento 
da vida de um grupo a partir do interior dele 
mesmo.
Observação participante
■ Técnica utilizada na pesquisa etnográfica, que foi 
marcada pela obra clássica de Malinowski. 
■ Foi introduzida pelos antropólogos no estudo das 
chamadas “sociedades primitivas”. 
■ Pode ser de duas formas distintas: 
a) Natural (quando o observador é parte do grupo que 
investiga); 
b) Artificial (quando o observador se integra ao grupo 
com o objetivo de realizar a investigação).
Observação participante
■ No caso da observação participante, o 
pesquisador deve decidir se revelará que 
está observando o grupo ou não. Nos 
dois casos o pesquisador terá que ter 
cuidados e atenção para não tornar sua 
pesquisa tendenciosa.
Observação participante: 
vantagens
■ Facilita o rápido acesso a dados sobre 
situações habituais em que os membros das 
comunidades se encontram envolvidos; 
■ Possibilita o acesso a dados que a comunidade 
ou grupo considera de domínio privado; 
■ Possibilita captar as palavras de 
esclarecimento que acompanham o 
comportamento dos observados.
Observação participante: 
desvantagens
■ Restrições. Pode significar uma visão 
parcial do objeto estudado; 
■ Desconfiança do grupo investigado em 
relação ao pesquisador;
Observação sistemática
■ É utilizada em pesquisas que têm como 
objetivo a descrição precisa dos fenômenos ou 
o teste de hipóteses; 
■ Pode ocorrer em situações de campo ou de 
laboratório; 
■ Antes da coleta de dados, o pesquisador 
elabora um plano específico para a 
organização e registro das informações. Isto 
implica em estabelecer, antecipadamente, as 
categorias necessárias à análise da situação.
Observação sistemática
■ Para que as categorias sejam 
estabelecidas adequadamente, é 
conveniente que o pesquisador realize 
um estudo exploratório, ou mesmo 
estudos dirigidos à construção dos 
instrumentos para registro dos dados.
Observação sistemática: 
limitações
■ O pesquisador está impossibilitado de 
ocultar a realização da pesquisa; 
■ Tem que ter tempo e preparação prévia 
das categorias a serem analisadas
Vantagens
■ Facilidade na análise do material 
coletado.
Entrevista
■ Técnica em que o investigador se apresenta 
frente ao investigado e lhe formula perguntas, 
com o objetivo de obtenção de dados que 
interessam à investigação. 
■ A entrevista é uma forma de interação social. 
■ É uma forma de diálogo assimétrico, em que 
uma das parte busca coletar dados e a outra 
constitui fonte de informação.
Entrevista
■ É uma das técnicas de coleta de dados mais 
utilizadas na pesquisa social. 
■ É uma técnica adequada para obter 
informações sobre: o que as pessoas sabem, 
crêem, esperam, sentem, desejam, pretendem 
fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das 
suas explicações ou razões a respeito das 
coisas precedentes.
Entrevista
■ Muitos autores a consideram como a técnica 
de investigação social por excelência, 
comparando sua importância a de um tubo de 
ensaio para o químico ou a de um microscópio 
para a microbiologia. 
■ Por sua flexibilidade é adotada como técnica 
fundamental de investigação nos mais diversos 
campos e pode-se afirmar que parte do legado 
das CS se deve à sua aplicação.
Entrevista: vantagens
■ A) possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos 
aspectos da vida social; 
■ B) é eficiente para a obtenção de dados em profundidade; 
■ C) os dados obtidos são suscetíveis de classificação e 
quantificação; 
■ D) não exige que a pessoa entrevistada saiba ler; 
■ E) possibilita um maior número de respostas, pois é mais fácil se 
negar a responder a um questionário do que a ser entrevistado; 
■ F) oferece maior flexibilidade ao pesquisador; 
■ G) possibilita captar a expressão corporal do entrevistado.
Entrevista: limitações
A) Falta de motivação do entrevistado; 
B) A inadequada compreensão do significado das 
perguntas; 
C) O fornecimento de respostas falsas; 
D) Inabilidade do entrevistado para responder; 
E) Influência exercida pelo aspecto pessoal do 
entrevistador sobre o entrevistado; 
F) Influência das opiniões pessoais do entrevistador 
sobre as respostas do entrevistado; 
G) Custos do treinamento de pessoal e aplicação das 
entrevistas.
Entrevista informal
■ É o menos estruturado possível e só se 
distingue da simples conversa porque 
tem como objetivo a coleta de dados. 
■ O que se pretende neste caso é uma 
visão mais geral do problema 
investigado, bem como a identificação 
de alguns aspectos da personalidade do 
entrevistado.
Entrevista informal
■ Em alguns casos a entrevista informal é também 
chamada de entrevista clínica ou profunda, e, em 
algumas circunstâncias, não dirigida. 
■ A entrevista clínica exigegrande habilidade do 
pesquisador. Piaget a utilizou com crianças e diz: 
■ “O bom entrevistador deve, efetivamente, saber reunir duas 
qualidades muitas vezes incompatíveis: saber observar, ou seja, 
deixar a criança falar, não desviar nada, não esgotar nada e, ao 
mesmo tempo, saber buscar algo de preciso, ter a cada instante 
uma hipótese de trabalho, uma teoria, verdadeira ou falsa, para 
controlar”.
Entrevista focalizada
 É tão livre quanto a informal, todavia enfoca 
um tema bem específico. O entrevistador 
permite ao entrevistado falar livremente sobre 
o assunto, mas, quando este se desvia do tema 
original, esforça-se para a sua retomada. 
 (o entrevistador concebe ampla liberdade para 
que o entrevistado discorra sobre o tema 
proposto)
Entrevista estruturada
■ O entrevistador segue um roteiro fixo de 
perguntas. 
■ São mais rápidas, porque o entrevistado 
deve responder o que lhe foi 
questionado.
Condução da entrevista
■ É essencial prática, isto é, o pesquisador 
precisa treinar com diferentes grupos 
como e deve se comportar durante a 
entrevista. 
■ Não há como se falar na maneira correta 
de conduzir a entrevista, depende das 
circunstâncias e do objetivo que se 
pretende alcançar.
Preparação do roteiro da 
entrevista
■ Definir o tipo de entrevista a ser adotado; 
■ As instruções do observador devem ser elaboradas com clareza. Dentre as principais 
informações estão: como iniciar a entrevista, quanto tempo poderá ser despendido, em 
que local e circunstância poderá ser realizada, como proceder em caso de recusa. 
■ As questões devem ser claras e objetivas. E quando a fala for concluída, reiniciar a 
discussão com questões do tipo: Por favor, diga-me..., Estamos interessados em saber,… 
■ Questões ameaçadoras, devem ser elaboradas de modo que o entrevistado não tenha 
constrangimento para responder. 
■ Questões abertas devem ser evitadas, quando são elaboradas questões deste tipo o 
entrevistado precisa anotar as respostas. 
■ As questões devem obedecer a um ordenamento lógico.
Contato inicial
■ Contato pessoal prévio, informando da 
necessidade da entrevista; 
■ Autorização do grupo a ser entrevistado; 
■ Documento escrito informando sobre a 
pesquisa; 
■ Termo de Participação e Livre 
Consentimento.
Questionário
■ Questões dirigidas por escrito a pessoas, 
com o objetivo de ter conhecimento 
sobre opiniões, crenças, sentimentos, 
interesses, expectativas, situações 
vivenciadas, entre outros. 
■ São, geralmente, auto-aplicados, isto é, 
o próprio informante responde.
Questionário: vantagens
■ Possibilita atingir grande nº de pessoas; 
■ Implica menores custos; 
■ Garante anonimato do informante; 
■ Permite que as pessoas respondam no 
momento em que julgarem mais 
conveniente; 
■ Não expõe os pesquisados à influência 
de opiniões externas.
Questionário: limitações
■ Exclui pessoas que não sabem ler e escrever; 
■ Impede o auxílio ao informante quando este não entende 
corretamente a questão; 
■ Impede o conhecimento das circunstâncias em que foi 
respondido; 
■ Não oferece a garantia de que a maioria das pessoas 
devolvam-no devidamente preenchido; 
■ Envolve, geralmente, nº relativamente pequeno de perguntas, 
porque os muito extensos não são respondidos; 
■ Proporciona resultados bastante críticos em relação à 
objetividade, pois os itens podem ter significado diferente para 
cada sujeito pesquisado.
Construção do questionário
■ Consiste em traduzir os objetivos da pesquisa 
em perguntas claras e objetivas. 
Tipos de questões: 
Em relação à forma: fechadas, abertas e 
relacionadas; 
Em relação ao conteúdo: fatos, atitudes, 
crenças, comportamento, sentimentos, padrões 
de ação, presente e passado, razões 
conscientes.
Em relação à forma:
FECHADA 
Exemplo: Qual é a sua religião? (a) 
católico; (b) protestante; (c) espírita; (d) 
outra religião; (e) sem religião 
ABERTA 
Exemplo: Qual é, na sua opinião, o 
principal problema de transporte público 
na sua cidade? 
Em relação ao conteúdo
■ Fatos: sexo, idade, naturalidade, estado 
civil, número de filhos 
■ Atitudes e crenças: trabalho, atividades 
de lazer, violência e crime 
■ Comportamento: 
Análise de Conteúdo
■ É uma técnica destinada a determinar certas características da 
comunicação verbal, seja esta escrita ou oral. 
■ A análise de conteúdo consiste em desmontar a estrutura e os 
elementos dos conteúdos das entrevistas para esclarecer suas 
diferentes características e extrair sua significação. 
■ Parte do pressuposto que “a escolha dos termos utilizados pelo 
locutor, a sua freqüência e o seu modo de disposição, a construção 
do discurso e o seu desenvolvimento são fontes de informações a 
pa r t i r das qua i s o i nves t i gado r t en ta cons t ru i r um 
conhecimento” (QUIVY; CAMPENHOUDT, 2005, p. 226). 
Análise de Conteúdo
■ O procedimento básico da análise de conteúdo refere-se à definição de categorias pertinentes aos 
propósitos da pesquisa. 
■ Categorias são classes que reúnem um grupo de elementos, sob um título genérico, sendo esse 
agrupamento realizado em razão dos caracteres comuns dos elementos (BARDIN, 1977). 
■ Definem-se as categorias de análise, conforme a grade de análise escolhida - aberta, fechada ou 
mista 
■ Aberta – as categorias de análise vão sendo identificadas conforme vão surgindo ao pesquisador. 
■ Fechada – as categorias são definidas preliminarmente considerando os objetivos da pesquisa e/ou 
a teoria que fundamenta as análises. 
■ Mista – as categorias são definidas preliminarmente, contudo admite-se a inclusão de categorias 
surgidas durante o processo de análise. 
Análise do Discurso
■ É um método que visa não só apreender como uma mensagem é transmitida, como também explorar o seu 
sentido. 
■ Analisar o discurso implica considerar tanto o emissor quanto o destinatário da mensagem, bem como o 
contexto no qual o discurso está inserido. 
■ Seu foco é “a forma como a língua é produzida e interpretada em um dado contexto” (CABRAL, 1999, p.11) 
■ Características principais: 
- Permite reconhecer o significado tanto do que está explícito na mensagem quanto do que está implícito; 
portanto, não só o que se fala, mas como se fala. (para quem se fala / contexto em que se fala) 
- Permite identificar como se dá a interação entre membros de um grupo. 
- A análise do discurso é uma interpretação do discurso produzido por outros, portanto, é preciso 
considerar a subjetividade do pesquisador. 
Construção de Desenhos
■ É um método para obtenção de dados por meio do qual o pesquisador solicita aos sujeitos da 
pesquisa que elaborem um desenho relacionado ao tema proposto. 
■ Trata-se da criação de uma resposta visual à situação sob investigação. 
■ Este método insere-se dentro das chamadas técnicas projetivas. 
Características principais: 
■ Permite a complementação de dados obtidos por meio de informações orais ou escritas. 
■ Permite a manifestação de aspectos de natureza subjetiva, como sentimentos e necessidades. 
■ A utilização de método em tarefa grupal propicia o engajamento pessoal e do grupo na 
construção das imagens e na interpretação dos resultados. 
■ Nos casos em que os sujeitos da pesquisa não participaram da fase de análise dos dados, o 
método exige do pesquisador sensibilidade e conhecimento para a interpretação dos desenhos.

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