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Técnicas de Pesquisa Coleta e Análise dos dados Técnicas de Investigação Científica ■ Observação ■ Entrevista ■ Questionário Observação ■ A observação pode ser utilizada na pesquisa conjugada a outras técnicas ou de forma exclusiva. Segundo os meios utilizados, a observação pode ser : ■ Estruturada ■ Não-estruturada O pesquisador pode ir a campo com um roteiro previamente estabelecido ou sem ele. Segundo o grau de participação do pesquisador, a observação pode ser: ■ Participante ■ Não Participante Observação: Considerando os meios e o grau de participação, tem-se: ■ A) Observação simples; ■ B) Observação participante; ■ C) Observação sistemática. Observação Simples ■ O pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observando de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem. Neste procedimento o pesquisador é muito mais um espectador que um ator. Vantagens da observação simples: ■ Possibilita a obtenção de elementos para a definição do problema de pesquisa; ■ Favorece a construção de hipóteses acerca do problema pesquisador; ■ Facilita a obtenção de dados sem produzir discussões ou suspeitas nos membros das comunidades, grupos ou instituições que estão sendo estudadas. Limitações da observação simples ■ É canalizada pelos gostos e afeições do pesquisador. Muitas vezes sua atenção é desviada para o lado pitoresco, exótico ou raro da situação/fenômeno. ■ O registro das observações depende, freqüentemente, da memória do investigador; ■ Dá ampla margem à interpretação subjetiva e parcial do fenômeno estudado. Quando é indicada a observação simples? ■ A observação simples é indicada, principalmente, para estudos qualitativos de caráter exploratório (levantamento). Itens que devem ser considerados para os pesquisadores em uma observação simples: ■ A) os sujeitos. Quem são os participantes? Quantos são? A que sexo/gênero pertencem? Quais são suas idades? Como se vestem? Que acessórios utilizam? O que os movimentos de seu corpo expressam? ■ B) O cenário. Onde as pessoas se situam? Quais são as características desse local? Com que sistema social pode ser identificado? ■ C) O comportamento social. O que realmente ocorre em termos sociais? Como as pessoas se relacionam? De que modo o fazem? Que linguagem utilizam? Interpretação dos dados da observação simples ■ Que significado atribuir aos dados coletados por meio da observação simples? ■ Cuidados necessários do pesquisador: ele deve estar dotado de conhecimentos prévios acerca da cultura do grupo que pretende observar. Observação participante ■ Consiste na participação real do pesquisador na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. ■ O observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de membro do grupo. ■ Daí se dizer que por meio da observação participante se pode chegar ao conhecimento da vida de um grupo a partir do interior dele mesmo. Observação participante ■ Técnica utilizada na pesquisa etnográfica, que foi marcada pela obra clássica de Malinowski. ■ Foi introduzida pelos antropólogos no estudo das chamadas “sociedades primitivas”. ■ Pode ser de duas formas distintas: a) Natural (quando o observador é parte do grupo que investiga); b) Artificial (quando o observador se integra ao grupo com o objetivo de realizar a investigação). Observação participante ■ No caso da observação participante, o pesquisador deve decidir se revelará que está observando o grupo ou não. Nos dois casos o pesquisador terá que ter cuidados e atenção para não tornar sua pesquisa tendenciosa. Observação participante: vantagens ■ Facilita o rápido acesso a dados sobre situações habituais em que os membros das comunidades se encontram envolvidos; ■ Possibilita o acesso a dados que a comunidade ou grupo considera de domínio privado; ■ Possibilita captar as palavras de esclarecimento que acompanham o comportamento dos observados. Observação participante: desvantagens ■ Restrições. Pode significar uma visão parcial do objeto estudado; ■ Desconfiança do grupo investigado em relação ao pesquisador; Observação sistemática ■ É utilizada em pesquisas que têm como objetivo a descrição precisa dos fenômenos ou o teste de hipóteses; ■ Pode ocorrer em situações de campo ou de laboratório; ■ Antes da coleta de dados, o pesquisador elabora um plano específico para a organização e registro das informações. Isto implica em estabelecer, antecipadamente, as categorias necessárias à análise da situação. Observação sistemática ■ Para que as categorias sejam estabelecidas adequadamente, é conveniente que o pesquisador realize um estudo exploratório, ou mesmo estudos dirigidos à construção dos instrumentos para registro dos dados. Observação sistemática: limitações ■ O pesquisador está impossibilitado de ocultar a realização da pesquisa; ■ Tem que ter tempo e preparação prévia das categorias a serem analisadas Vantagens ■ Facilidade na análise do material coletado. Entrevista ■ Técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção de dados que interessam à investigação. ■ A entrevista é uma forma de interação social. ■ É uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das parte busca coletar dados e a outra constitui fonte de informação. Entrevista ■ É uma das técnicas de coleta de dados mais utilizadas na pesquisa social. ■ É uma técnica adequada para obter informações sobre: o que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem, desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes. Entrevista ■ Muitos autores a consideram como a técnica de investigação social por excelência, comparando sua importância a de um tubo de ensaio para o químico ou a de um microscópio para a microbiologia. ■ Por sua flexibilidade é adotada como técnica fundamental de investigação nos mais diversos campos e pode-se afirmar que parte do legado das CS se deve à sua aplicação. Entrevista: vantagens ■ A) possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social; ■ B) é eficiente para a obtenção de dados em profundidade; ■ C) os dados obtidos são suscetíveis de classificação e quantificação; ■ D) não exige que a pessoa entrevistada saiba ler; ■ E) possibilita um maior número de respostas, pois é mais fácil se negar a responder a um questionário do que a ser entrevistado; ■ F) oferece maior flexibilidade ao pesquisador; ■ G) possibilita captar a expressão corporal do entrevistado. Entrevista: limitações A) Falta de motivação do entrevistado; B) A inadequada compreensão do significado das perguntas; C) O fornecimento de respostas falsas; D) Inabilidade do entrevistado para responder; E) Influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistador sobre o entrevistado; F) Influência das opiniões pessoais do entrevistador sobre as respostas do entrevistado; G) Custos do treinamento de pessoal e aplicação das entrevistas. Entrevista informal ■ É o menos estruturado possível e só se distingue da simples conversa porque tem como objetivo a coleta de dados. ■ O que se pretende neste caso é uma visão mais geral do problema investigado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do entrevistado. Entrevista informal ■ Em alguns casos a entrevista informal é também chamada de entrevista clínica ou profunda, e, em algumas circunstâncias, não dirigida. ■ A entrevista clínica exigegrande habilidade do pesquisador. Piaget a utilizou com crianças e diz: ■ “O bom entrevistador deve, efetivamente, saber reunir duas qualidades muitas vezes incompatíveis: saber observar, ou seja, deixar a criança falar, não desviar nada, não esgotar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria, verdadeira ou falsa, para controlar”. Entrevista focalizada É tão livre quanto a informal, todavia enfoca um tema bem específico. O entrevistador permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas, quando este se desvia do tema original, esforça-se para a sua retomada. (o entrevistador concebe ampla liberdade para que o entrevistado discorra sobre o tema proposto) Entrevista estruturada ■ O entrevistador segue um roteiro fixo de perguntas. ■ São mais rápidas, porque o entrevistado deve responder o que lhe foi questionado. Condução da entrevista ■ É essencial prática, isto é, o pesquisador precisa treinar com diferentes grupos como e deve se comportar durante a entrevista. ■ Não há como se falar na maneira correta de conduzir a entrevista, depende das circunstâncias e do objetivo que se pretende alcançar. Preparação do roteiro da entrevista ■ Definir o tipo de entrevista a ser adotado; ■ As instruções do observador devem ser elaboradas com clareza. Dentre as principais informações estão: como iniciar a entrevista, quanto tempo poderá ser despendido, em que local e circunstância poderá ser realizada, como proceder em caso de recusa. ■ As questões devem ser claras e objetivas. E quando a fala for concluída, reiniciar a discussão com questões do tipo: Por favor, diga-me..., Estamos interessados em saber,… ■ Questões ameaçadoras, devem ser elaboradas de modo que o entrevistado não tenha constrangimento para responder. ■ Questões abertas devem ser evitadas, quando são elaboradas questões deste tipo o entrevistado precisa anotar as respostas. ■ As questões devem obedecer a um ordenamento lógico. Contato inicial ■ Contato pessoal prévio, informando da necessidade da entrevista; ■ Autorização do grupo a ser entrevistado; ■ Documento escrito informando sobre a pesquisa; ■ Termo de Participação e Livre Consentimento. Questionário ■ Questões dirigidas por escrito a pessoas, com o objetivo de ter conhecimento sobre opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, entre outros. ■ São, geralmente, auto-aplicados, isto é, o próprio informante responde. Questionário: vantagens ■ Possibilita atingir grande nº de pessoas; ■ Implica menores custos; ■ Garante anonimato do informante; ■ Permite que as pessoas respondam no momento em que julgarem mais conveniente; ■ Não expõe os pesquisados à influência de opiniões externas. Questionário: limitações ■ Exclui pessoas que não sabem ler e escrever; ■ Impede o auxílio ao informante quando este não entende corretamente a questão; ■ Impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido; ■ Não oferece a garantia de que a maioria das pessoas devolvam-no devidamente preenchido; ■ Envolve, geralmente, nº relativamente pequeno de perguntas, porque os muito extensos não são respondidos; ■ Proporciona resultados bastante críticos em relação à objetividade, pois os itens podem ter significado diferente para cada sujeito pesquisado. Construção do questionário ■ Consiste em traduzir os objetivos da pesquisa em perguntas claras e objetivas. Tipos de questões: Em relação à forma: fechadas, abertas e relacionadas; Em relação ao conteúdo: fatos, atitudes, crenças, comportamento, sentimentos, padrões de ação, presente e passado, razões conscientes. Em relação à forma: FECHADA Exemplo: Qual é a sua religião? (a) católico; (b) protestante; (c) espírita; (d) outra religião; (e) sem religião ABERTA Exemplo: Qual é, na sua opinião, o principal problema de transporte público na sua cidade? Em relação ao conteúdo ■ Fatos: sexo, idade, naturalidade, estado civil, número de filhos ■ Atitudes e crenças: trabalho, atividades de lazer, violência e crime ■ Comportamento: Análise de Conteúdo ■ É uma técnica destinada a determinar certas características da comunicação verbal, seja esta escrita ou oral. ■ A análise de conteúdo consiste em desmontar a estrutura e os elementos dos conteúdos das entrevistas para esclarecer suas diferentes características e extrair sua significação. ■ Parte do pressuposto que “a escolha dos termos utilizados pelo locutor, a sua freqüência e o seu modo de disposição, a construção do discurso e o seu desenvolvimento são fontes de informações a pa r t i r das qua i s o i nves t i gado r t en ta cons t ru i r um conhecimento” (QUIVY; CAMPENHOUDT, 2005, p. 226). Análise de Conteúdo ■ O procedimento básico da análise de conteúdo refere-se à definição de categorias pertinentes aos propósitos da pesquisa. ■ Categorias são classes que reúnem um grupo de elementos, sob um título genérico, sendo esse agrupamento realizado em razão dos caracteres comuns dos elementos (BARDIN, 1977). ■ Definem-se as categorias de análise, conforme a grade de análise escolhida - aberta, fechada ou mista ■ Aberta – as categorias de análise vão sendo identificadas conforme vão surgindo ao pesquisador. ■ Fechada – as categorias são definidas preliminarmente considerando os objetivos da pesquisa e/ou a teoria que fundamenta as análises. ■ Mista – as categorias são definidas preliminarmente, contudo admite-se a inclusão de categorias surgidas durante o processo de análise. Análise do Discurso ■ É um método que visa não só apreender como uma mensagem é transmitida, como também explorar o seu sentido. ■ Analisar o discurso implica considerar tanto o emissor quanto o destinatário da mensagem, bem como o contexto no qual o discurso está inserido. ■ Seu foco é “a forma como a língua é produzida e interpretada em um dado contexto” (CABRAL, 1999, p.11) ■ Características principais: - Permite reconhecer o significado tanto do que está explícito na mensagem quanto do que está implícito; portanto, não só o que se fala, mas como se fala. (para quem se fala / contexto em que se fala) - Permite identificar como se dá a interação entre membros de um grupo. - A análise do discurso é uma interpretação do discurso produzido por outros, portanto, é preciso considerar a subjetividade do pesquisador. Construção de Desenhos ■ É um método para obtenção de dados por meio do qual o pesquisador solicita aos sujeitos da pesquisa que elaborem um desenho relacionado ao tema proposto. ■ Trata-se da criação de uma resposta visual à situação sob investigação. ■ Este método insere-se dentro das chamadas técnicas projetivas. Características principais: ■ Permite a complementação de dados obtidos por meio de informações orais ou escritas. ■ Permite a manifestação de aspectos de natureza subjetiva, como sentimentos e necessidades. ■ A utilização de método em tarefa grupal propicia o engajamento pessoal e do grupo na construção das imagens e na interpretação dos resultados. ■ Nos casos em que os sujeitos da pesquisa não participaram da fase de análise dos dados, o método exige do pesquisador sensibilidade e conhecimento para a interpretação dos desenhos.
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