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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Disciplina: Mecânica dos Fluidos II Escoamento externo Data: 29.10.2012 Professor: Luizildo Pitol Filho ESCOAMENTO EXTERNO: CAMADA LIMITE E ARRASTO Escoamento ao redor de um aerofólio: O aerofólio da Figura 1 é submetido a uma força resultante das forças de cisalhamento e de pressão que atuam em sua superfície. A componente da força paralela ao escoamento uniforme a montante se chama força de arrasto, ao passo que a força perpendicular ao escoamento é conhecida por força de sustentação. Ao longo de toda a superfície existe uma região onde a velocidade do fluido é inferior à velocidade do escoamento uniforme. A esta região costumamos chamar de camada limite, onde as forças viscosas predominam sobre as forças inerciais. Figura 1 – Escoamento viscoso ao redor de um aerofólio. Camada limite: A Figura 2 ilustra o comportamento do fluido com uma velocidade uniforme U∞ ao encontrar uma superfície plana. As forças viscosas começam a atuar a partir da borda da placa, desenvolvendo um escoamento que passa pelas etapas laminar, de transição e finalmente turbulento. Esta região, em que a velocidade do fluido u(y) é diferente da velocidade de corrente U, é denominada de camada limite. Figura 2 – Camada limite sobre uma placa plana. Por causa da presença da placa, na camada limite há um decréscimo da vazão mássica em função das forças viscosas. A espessura de deslocamento δ* é a distância pela qual a fronteira sólida teria de ser deslocada para dar o mesmo déficit de vazão que existe na camada limite. Portanto: (1) (2) Em que: δ: espessura da camada limite; w: largura da placa; Analogamente pode-se definir a espessura da quantidade de movimento Ѳ como a espessura de uma camada de fluido, com velocidade U, para o qual o fluxo de quantidade de movimento é igual ao déficit do fluxo de quantidade de movimento através da camada limite. Portanto: (3) Determina-se a espessura da camada limite através do cálculo da tensão de cisalhamento na parede. Considerando-se a variação de velocidade por eventuais gradientes de pressão, a tensão de cisalhamento fica: (4) Na equação (4), a tensão de cisalhamento deve ser substituída de acordo com o tipo de escoamento. Para escoamento laminar, a tensão pode ser escrita como: Define-se o coeficiente de cisalhamento na parede como: Exercício: Demonstre, para os perfis de velocidade abaixo em escoamento laminar, que a espessura de camada limite e o coeficiente de cisalhamento assumem os valores indicados. 3,46 0,577 5,48 0,730 4,64 0,647 Arrasto: Através de análise dimensional, já determinamos que a força de arrasto FD é uma função de diversos parâmetros: Assim como o coeficiente de cisalhamento, pode-se definir um coeficiente de arrasto CD: Então, para determinar a força de arrasto, é possível usar gráficos do coeficiente de arrasto, como o indicado na figura a seguir: Figura 3 – Coeficiente de arrasto para superfícies planas. Alternativamente, o coeficiente de arrasto pode ser determinado a partir das seguintes relações: Camada limite laminar: Se Se Para escoamentos de transição, usam-se a seguintes relações: A Figura 4 permite obter o coeficiente de arrasto para escoamentos ao redor de cilindros: Figura 4 – Coeficientes de arrasto para escoamento sobre um cilindro liso. Exercícios: 1. Um barco com 7m de comprimento tem uma largura de 5m. Se o barco viaja a 7m/s, estime a força de arrasto exercida pela água, bem como a potência necessária. 2. Uma chaminé cilíndrica com 1m de diâmetro e 25m de altura está exposta a um vento uniforme de 50 km/h nas condições de atmosfera padrão. Sabendo-se que os efeitos de extremidade e de rajadas podem ser desprezados, estime o momento fletor na base da chaminé.
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