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Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC Curso de: ________________________________________ Disciplina de Empreendedorismo Professor: João B. da Silva, Msc Módulo I: Empreendedorismo: Conceito, Histórico, Características Objetivo: o módulo tem como objetivo falar do surgimento do empreendedorismo no mundo e no Brasil, sua importância para a economia e sociedade, e apresentar o conceito de empreendedorismo, e quais as características necessárias ao empreendedor. Tema 01: Conceito Iniciaremos nosso estudo, apresentando a definição de empreendedor e, para este entendimento vamos trabalhar com Dornelas (2005). O mundo tem passado por transformações em curto espaços de tempo, principalmente no século XX, onde foram criadas a maioria das invenções que revolucionaram o modo de vida das pessoas. Essas invenções são resultados de inovação, algo inédito, conseqüência da maneira como alguém viu de forma diferente como utilizar coisas existentes. Estas pessoas são diferentes, pois são motivadas, gostam do que fazem, querem ser diferentes e querem deixar algo para a sociedade. A estas pessoas, nós chamamos de empreendedores. Podemos acrescentar as idéias de Dornelas, que ser empreendedor, significa: Transformar idéias em negócios; Conhecer e compreender as necessidades dos clientes, criando e adaptando produtos e serviços para satisfazê-los; Estar preocupado com sua empresa, buscando sempre a qualidade do seu produto ou serviço, reduzindo custos e melhorando o atendimento ao cliente; Nesse momento, vamos apresentar a origem da palavra empreendedor, que segundo Dornelas (2005, p. 29), é de origem francesa e quer dizer, “aquele que assume riscos e começa algo novo”. Para um melhor entendimento e facilidade de nosso estudo, vamos apresentar alguns conceitos de empreendedor: Primeiro, se faz necessário nesse momento, apresentar a diferença entre empreendedorismo e empreendedor. Empreendedorismo: é o estudo de tudo que se refere ao empreendedor. Empreendedor: “Empreendedor é aquele que busca novos negócios e oportunidades, criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados ao mesmo tempo em que se preocupa em melhorar antigos métodos menos eficientes e mais caros de produção.” (PALETTA, 2001, p. 13). “Empreendedor é aquele que empreende, ativo, arrojado, que se propõe a fazer, que põe em prática, aquele que realiza, são iniciadores de novas ações.” (PALETTA, 2001, p. 13). “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.” (DORNELLAS, 2005, p. 39). “Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas.” (GRECCO, 2008, p. 134). Diga: para melhor compreender o conceito de empreendedor, você pode acessar o site do SEBRAE: Desafio: elabore com suas palavras um conceito para empreendedor. http://www.sebrae-sc.com.br. Você provavelmente tem pessoas no seu grupo de amizade, parentes que foram empreendedores e hoje são empresários. Desafio: relacione abaixo o nome de alguns empreendedores que você conhece e seus negócios. Nome do empreendedor Atividade Empreendedores por oportunidade e necessidade Estes empresários citados acima, quando do inicio de suas carreiras empreendedoras, iniciaram seus negócios por que motivo: Tiveram uma idéia e a viram como uma oportunidade? ou Estavam desempregados e foram forçados a iniciarem seu próprio negócio. Aprendemos, então que podemos ser empreendedores por necessidade, somos forçados a apostar em um negócio, ou tivemos uma idéia e a vimos como uma oportunidade. Desafio: dos empresários que você citou acima, quais foram empreendedores por necessidade e quais foram por oportunidade. Complementado a característica de empreendedor, por oportunidade e por necessidade, Smith (1967 apud CHIAVENATO 2005) classifica o empreendedor em: Empreendedor Artesão; e Empreendedor Oportunista. Empreendedor Artesão é a pessoa que inicia seu negócio, tem habilidades técnicas e poucos conhecimentos em gestão de negócio. Seu conhecimento de gestão se resume a: - visão de curto prazo, pouco planejamento; - dirige o negócio como dirige sua família (paternalismo); - relutam em delegar autoridade (centralizador). São exemplos de empreendedores artesãos, mecânicos de automóveis, cabeleireiras. Desafio: relacione pessoas que você conhece que tiveram como característica o empreendedorismo artesão. Empreendedor Oportunista é a pessoa que tem estudos, teve oportunidade de estudar, procura sempre se atualizar. Estes empreendedores se caracterizam: - são profissionais na condução de seu negócio, não são paternalistas; - delegam autoridade (descentralizador); - planejam o crescimento da empresa, vendas, marketing. Desafio: relacione pessoas que você conhece que tiveram como característica o empreendedorismo por oportunidade. Na literatura, você poderá encontrar várias definições diferentes, derivadas do conceito principal de empreendedor, que para efeito de conhecimento, relacionamos algumas: Empreendedor nato: é a pessoa visionária, otimista, esta à frente do seu tempo. Consegue ver o que a maioria das pessoas não consegue. O Empreendedor que aprende: é a pessoa que, de uma hora para outra, se encontrou com uma oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. O empreendedor de novos negócios: é a pessoa que gosta de criar novos negócios, gosta de desafios. Seu objetivo é criar novos negócios. O empreendedor Corporativo: é o colaborador, funcionário que procurar desenvolver o empreendedorismo dentro de sua organização. É a necessidade que as organizações têm de se inovar, renovar e criar novos negócios. No Módulo II estaremos estudando e entendendo melhor a figura do empreendedor corporativo. Empreendedor social: é a pessoa que se dedica a causas sociais, humanitárias, trabalhando em prol dos necessitados. Diferencia-se dos demais empreendedores por não adquirir patrimônio financeiro para si, mas compartilha com os necessitados. O Empreendedor por necessidade: é a pessoa que por necessidade cria seu próprio negócio. Sem emprego e sem perspectiva vê-se forçada a iniciar um negócio próprio. O empreendedor herdeiro: é a pessoa que herdou o negócio da família e tem como compromisso levar adiante o empreendimento. Diferenças entre o empreendedor e o administrador Para a grande maioria, segundo Dornelas (2005, p. 30), a diferença entre o empreendedor e o administrador, não é clara, tornando-se importante conceituar o administrador, onde este “propõe que o trabalho do administrador ou a arte de administrarconcentre-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar” Administrador, “é aquele que é responsável pelo bom funcionamento de uma empresa, atento as responsabilidades administrativas.” (Dicionário Aurélio). Nota: você poderá se aprofundar no assunto, lendo o livro Empreendedorismo: transformando idéias em negócios de José Carlos de Assis Dornelas, lendo o capítulo 2 Processo Empreendedor. Página 30. Tema 02: Histórico Com o entendimento do que é ser empreendedor, vamos entender de que forma o mundo mostrou preocupação com a figura do empreendedor/empreendedorismo. Para um melhor entendimento da origem do empreendedorismo, vamos compreender um pouco da evolução da sociedade. Primeiro, a Sociedade Industrial, segundo a Sociedade da Informação e, terceiro, a Sociedade do Conhecimento. Sociedade Industrial A Sociedade Industrial tinha como característica principal produzir e distribuir. Significa que era suficiente produzir algo e colocar a disposição do mercado. Nessa época as pessoas precisavam dos produtos. Esse período teve inicio nos anos 1700/1800, com término nos anos 1980/1990. Sociedade da Informação A Sociedade da Informação se destacou pelo uso das novas tecnologias, onde o processo de produção passa a ter um grande aliado, a informação. A sociedade já não é tão consumista a moda antiga, esta passou a ser mais exigente, informando a indústria de suas necessidades: um produto com preço, prazo e qualidade que o cliente esta disposto a adquirir. Nesse momento as coisas começam a mudar, as tecnologias começam a substituir de forma avassaladora as pessoas por processos informatizados, robotizados, mecanizados. As organizações são forçadas a demitir. Nessa mesma época a globalização tem inicio. As organizações precisam ser mais ágeis e flexíveis, para poderem ser tornar mais competitivas. Esse período teve inicio nos 1980/1990, com término no ano de 2000. Esse processo de mudança, impulsionado pelas novas tecnologias, causando demissão, forçou as pessoas a buscarem alternativas de sobrevivência. Nesse momento o mundo em sua totalidade, incluindo o Brasil, através de seus governos, começam a incentivar as pessoas a criarem seus empreendimentos. O empreendedor passa a ser o centro das atenções, este é incentivado a criar novos negócios, a gerar empregos, riqueza e renda. Esta fase caracteriza-se também pela terceirização das atividades meio da empresa. As empresas com a terceirização forçaram muitos ex-funcionários a abertura de seus empreendimentos, prestando seus serviços a empresa de origem e a outras empresas. Para Dolabela (2000), empreender é responder ao desemprego, onde em uma economia, até então, movida pelas grandes organizações, cumpriu sua missão. Esgotou-se. O momento agora é dos pequenos negócios. A sociedade se vê forçada agora a formar empregadores, pessoas com uma nova atitude diante do trabalho e com uma nova visão do mundo. Desafio: qual a importância do empreendedor para a economia. Sociedade do Conhecimento O ponto forte dessa sociedade é o questionamento constante, - o que preciso acrescentar ao meu produto ou serviço que possa agradar o cliente. Conheço o meu cliente, tenho todas as informações sobre o mesmo. O que fazer para agradá-lo. Essa sociedade teve inicio no ano 2000. Para Dornelas (2005), os empreendedores passaram a ser os propulsores da economia, visto que as grandes corporações estão diminuindo de tamanho, gerando desemprego. Cabe aos empreendedores a geração de novos empregos, com isso geram renda e, conseqüentemente riqueza. Desafio: com base na evolução da Sociedade, descritas acima, qual será o modelo da próxima Sociedade. Obs.: pense nas (novas) tecnologias, será que o homem continuará a ter emprego, ou as novas tecnologias continuarão a substituir a mão-de-obra humana. Nesse caso, como vamos viver / sobrevir. Teremos renda? Vamos estudar a evolução do empreendedorismo no mundo, destacando alguns países, sua preocupação com a geração de empregos. A revolução do empreendedorismo - histórico Dornelas (2005, p. 24), fala que o empreendedorismo esta sendo o centro das políticas públicas na maioria dos países. Vamos conhecer o histórico do empreendedorismo no mundo e no Brasil. Empreendedorismo no mundo Reino Unido: no final de 1998, publicou um relatório a respeito do seu futuro competitivo, o qual enfatizava a necessidade de se desenvolver uma série de iniciativas para intensificar o empreendedorismo na região. Alemanha: tem implementado um número crescente de programas que destinam recursos financeiros e apoio para a criação de novas empresas. Para se ter uma idéia, na década de 1990, aproximadamente 200 centros de inovação forma estabelecidos, provendo espaço e outros recursos para empresas start-up (iniciantes). Obs.: o empreendedor pode ser diferenciado por ser de start-up ou corporativo. O empreendedor de start-up é aquele que inicia, começa um negócio. O empreendedor corporativo ou intra-empreendedor é aquele que é funcionário de uma organização e tem atitudes e comportamentos responsáveis pelo bom andamento de sua empresa. Estaremos trabalhando melhor a diferença entre os dois conceitos, ao abordarmos o Módulo 02: Empreendedorismo Corporativo. Em a 1995 o decênio (período de dez anos) do empreendedorismo foi lançado na Finlândia. Coordenado pelo Ministério de Comércio e Indústria, o objetivo era dar suporte às iniciativas de criação de empresas, com ações em três grandes áreas: criar uma sociedade empreendedora, promover o empreendedorismo como fonte de geração de emprego e incentivar a criação de novas empresas. Em Israel como resposta ao desafio de assimilar um número crescente de imigrantes, uma gama de iniciativas tem sido implementada por meio do Programa de Incubadoras Tecnológicas, com o qual mais de quinhentos negócios já se estabeleceram nas 26 incubadoras de projeto. Houve ainda uma avalanche de investimento de capital de risco nas empresas israelenses, sendo que mais de cem empresas criadas em Israel encontram-se com suas ações na Nasdaq (Bolsa de ações de empresas de tecnologia nos Estados Unidos). Na França, há iniciativas para promover o ensino do empreendedorismo nas universidades, particularmente para engajar os estudantes. Incubadoras com sede nas universidades estão sendo criadas. Dica: você poderá conhecer mais sobre Incubadoras, acessando os sites do SENAI e Geranegócio. http://www.sc.senai.br/site/montagem.html?pag=secoes/tecnologia/ incubadoras.html www.gera.negocio.com.br Em 1998 um grupo de pesquisadores criou o projeto GEM – Global Entrepreneurship Monitor, uma iniciativa conjunta do Bobson College, nos Estados Unidos, e da London Business School, na Inglaterra, com o objetivo de medir a atividade empreendedora dos países e se observar seu relacionamento com o crescimento econômico. Dica: você poderá conhecer melhor o trabalho do GEM, acessando os sites: Empreendedorismo no Brasil O empreendedorismo no Brasil teve inicio nos anos 1990, com a criação do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex( Sociedade Brasileira para Exportação de Software). Antes disso, não se falava em empreendedorismo e criação de pequenas empresas. O ambiente político e econômico não eram propícios e o empreendedor não encontra informações para auxiliá-lo. (DORNELAS, 2005). O Sebrae é uma entidade de apoio ao pequeno empresário, oferecendo suporte para que o futuro empreendedor possa iniciar sua empresa e apoio no pós abertura do negócio. Dica: você poderá obter mais informações sobre o Sebrae, acessando o site: O Softex foi criado com o objetivo de levar as empresas de software do país para o mercado externo. Foram criados programas em todo o país, junto a incubadoras de empresas e a universidades nos cursos de ciências da computação, despertando na sociedade brasileira o interesse pelo tema empreendedorismo. O tema Plano de Negócio passa a fazer parte do cotidiano. (DORNELAS, 2005). Dornelas (2005, p. 27), nos fala que a partir desse momento, o Brasil começa a fazer parte do mundo do empreendedorismo, comparando-se aos Estados Unidos, onde ações foram e são desenvolvidas para apoio ao empreendedor. A seguir, Dornelas (2005, p. 26) nos fala das ações desenvolvidas para apoio ao empreendedorismo no Brasil: Os programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviço), criadas na década de 1990, apoiando até pouco tempo atividades de www.gemconsortium.org/ http://ibqp.org.br/empreendedorismo/home/ http://www.sebrae-sc.com.br/segmento/default.asp?produto=4932 www.sebrae-sc.com.br empreendedorismo em Software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de software no Brasil (start-up). Dica: você poderá obter mais informações sobre a Softex acessando o site: O programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, de 1999 até 2002, dirigido à capacitação de mais de seis (6) milhões de empreendedores em todo o país, com recursos financeiros a esses empreendedores, num total de R$ 8 bilhões. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do Sebrae. São programas campeões em procura pelos empreendedores. Dica: você poderá obter mais informações sobre o EMPRETEC no site: Nas universidades, diversos cursos e programas sendo criados para a disciplina do empreendedorismo, destacando-se o programa em Santa Catarina, o programa Engenheiro Empreendedor com o objetivo de capacitar alunos de graduação em todo o país. O programa ensino universitário de Empreendedorismo, da Confederação Nacional das Industrias (CNI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL), de difusão do empreendedorismo nas escolas de ensino superior no país, com presença em mais de duzentas instituições brasileiras, participando mais de 1.000 professores em 22 estados do país. Existem ainda programas específicos sendo criados por escolas de administração de empresas e de tecnologia para formação de empreendedores. Dica: você poderá obter mais informações sobre o IEL e CNI acessando os sites: Houve ainda um evento pontual que depois se dissipou, mas que também contribuiu para a disseminação do empreendedorismo. Trata-se da explosão do movimento de criação de empresas pontocom no país nos anos 1999 e 2000, motivando o surgimento de várias entidades como o Instituto E-cobra, de apoio aos empreendedores, com cursos, palestras e até Empresas iniciantes - novas www.softex.br http://www.sebrae-sc.com.br/Treinamento/treino.asp?indice=5 www.sebrae-sc.com.br http://www.iel.org.br/portal/ www.cni.org.br prêmios aos melhores planos de negócios de empresas de start-up de Internet, desenvolvidos por jovens empreendedores. E o enorme crescimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec) mostram que, em 2004, havia 280 incubadoras de empresas no país, totalizando mais de 1.700 incubadas, que geram mais de 28 mil postos de trabalho. Dica: você poderá obter mais informações sobre a Anprotec no site: Como podemos observar o governo brasileiro ao longo desses anos, vem promovendo ações de incentivo e apoio ao empreendedorismo no Brasil, dessa forma, promovendo a geração de novos negócios. Um estudo elaborado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) – em 2008, com 63 países participantes, mostra o que o Brasil é o terceiro país em número estimado de pessoas desenvolvendo alguma atividade empreendedora, atrás apenas de Índia e Estados Unidos. Um dos destaques da pesquisa GEM 2008, por exemplo, é a melhoria observada entre empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. Em 2008, foram registrados dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade. Outro destaque da pesquisa GEM 2008 é o aumento da atividade empreendedora entre os mais novos. Pela primeira vez, jovens de 18 a 24 anos tiveram a mais alta taxa de empreendedorismo entre as faixas etárias analisadas. O Brasil ocupou a 13ª posição no ranking mundial de empreendedorismo realizado pelo Global Entrepreneurship Monitor em 2008. A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) brasileira foi de 12,02 o que significa que de cada 100 brasileiros 12 realizavam alguma atividade empreendedora até o momento da pesquisa. Essa taxa está relativamente próxima da média histórica brasileira, que é de 12,72. http://www.anprotec.org.br/ Em 1998 um grupo de pesquisadores em parceria com o Babson College, nos Estados Unidos, e da London Bsiness School, na Inglaterra criaram o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), com o objetivo de se medir a atividade empreendedora dos países e se observar seu relacionamento com o crescimento econômico. Tabela 01: Países do G-20 Participantes da Pesquisa Países *TEA 2008 (%) Posição (43 Países) Estimativa de Empreendedores Argentina 16,54 7 4.006.000 México 13,09 11 8.412.000 Brasil 12,02 13 14.644.000 Índia 11,49 15 76.045.000 Estados Unidos 10,76 16 20.546.000 Coréia 9,99 18 3.286.000 Grécia 9,86 19 673.000 África do Sul 7,76 23 2.006.000 Turquia 5,96 33 2.705.000 Reino Unido 5,91 34 2.274.000 França 5,64 35 2.221.000 Japão 5,43 36 4.267.000 Itália 4,62 38 1.703.000 Alemanha 3,77 41 1.950.000 Rússia 3,49 42 3.298.000 Países G-20 8,42 ... 148.036.000 Países GEN (63 países) 10,48 ... 186.202.00 Fonte: GEN 2008 (www.sebrae.com.br) *TEA – Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial Tabela 02: Estimativa da População Empreendedora Países TEA 2008 (%) Posição (43 países) Estimativa de Empreendedores Maiores Estimativas Índia 11,5 15 76.045.000 Estados Unidos 10,8 16 20.546.000 Brasil 12,0 13 14.644.000 México 13,1 11 8.412.000 Colômbia 24,5 3 6.571.000 Total do Grupo 14,4 ... 126.218.000 Menores Estimativas Irlanda 7,6 24 166.000 Dinamarca 4,0 39 138.000 Letônia 6,5 30 96.000 Eslovênia 6,4 32 86.000 Islândia 10,1 17 18.000 Total do Grupo 6,9 ... 504.000 Fonte: GEN 2008 (www.sebrae.com.br) Nota: você poderá obter mais informações sobre o relatório elaborado pelo GEN, acessando os sites: Do passado ao presente Aprendemos que o empreendedor / empreendedorismo,como nos conhecemos hoje, teve sua origem a partir dos anos 1990, quando a sociedade e a economia despertaram pera sua importância na criação de novos empregos, geração de renda e riqueza. Mas, podemos perguntar - O mundo desde os primórdios da humanidade, teve pessoas empreendedoras, que crivam, inovavam, ousavam? Dica: ser empreendedor. Sim. O mundo sempre teve empreendedores, não são conhecidos pela terminologia que usamos hoje, mas conhecidos como aventureiros. Vamos, segundo Hisristh (1986, apud DORNELAS, 2005) destacar alguns aventureiros da época, hoje conhecidos como empreendedores: Marco Pólo, que tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como empreendedor, assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro empreendedor assumia papel ativo, correndo os riscos físicos e emocionais. Na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Esse individuo não assumia grandes riscos, e apenas gerenciava os projetos, utilizando os recursos disponíveis, geralmente proveniente do governo do país. No século XVII, os primeiros indícios de reação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como geralmente os preços eram pré-fixados, qualquer lucro ou prejuízo era exclusivo do empreendedor. Criar, inovar, arriscar, ousar, correr risco, persistente www.gembrasil.org.br http://www.sebrae-sc.com.br/ Para Hisristh (1986, apud Dornelas, 2005, p. 30), foi Richard Cantillon: No século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao inicio da industrialização que ocorria no mundo. Um exemplo foi o caso das pesquisas referentes a eletricidade e química, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o auxilio de investidores que financiaram os experimentos. No final do século XIX e inicio do século XX, os empreendedores foram freqüentemente confundidos com os gerentes e administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista. Nota: sobre diferenças entre Empreendedor e Administrador, rever conteúdo do Tema 01: Conceito, item que trata as diferenças entre o Empreendedor e o Administrador. Importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor – aquele que assumia riscos -, do capitalista – aquele que fornecia o capital. Tema 03: Características do empreendedor Para as pessoas muitos são os motivos que as fazem pensar em ser empreendedoras. Paletta (2001) nos fala que quando pensamos em ser empreendedores, nós queremos: Ser independentes; Ser patrão; Ganhar dinheiro; Dedicar mais tempo a família; Sair da rotina, da mesmice, realizar outras coisas; Provar/ testar sua capacidade; Desenvolver algo novo para si mesmo e para s sociedade. Chiavenato (2005), destaca três características básicas necessárias ao empreendedor: Necessidade de Realização; Disposição para Assumir Riscos; Autoconfiança. Os empreendedores são pessoas que possuem elevada necessidade de realização em relação às pessoas da população geral. Quanto a Disposição para Assumir Riscos, essas pessoas gostam de situações arriscadas até o ponto em que podem exercer determinado controle pessoal sobre o resultado. A Autoconfiança é a demonstração que essas pessoas possuem ao enfrentar os desafios que existem ao seu redor e tem domínio sobre os problemas que enfrentam. Figura 01: As três características básicas do empreendedor Fonte: Chiavenato (2005, p. 7) Para Degen (2009, p 14) e Paletta (2001, p. 16), ser empreendedor tem um custo que muitos não estão preparados e dispostos a pagar: A maioria trabalha de 12 a 15 horas diárias no seu negócio, ao invés das 8 horas como empregado; Raramente tiram férias, e quando isso acontece são poucos dias; Seu sonho de independência torna-se relativo à medida que ele depende de fornecedores, Necessidade de Realização Disposição para Assumir Riscos Autoconfiança bancos, clientes, funcionários, governo etc; Seu patrimônio pessoal fica comprometido com as operações da empresa; Sua vontade de ganhar dinheiro esbarra em uma palavra: competência. A intenção apenas não é suficiente. É necessária capacidade para gerir seu negócio com efetividade. Desafio: você provavelmente esta refletindo sobre sua idéia de ser empreendedor. Escreva nas linhas abaixo quais os motivos que o levam a ser empreendedor. O momento seguinte de nosso estudo é conhecer as características/perfil necessárias ao empreendedor. Para Paletta (2001, p. 18) e o Sebrae (http://empretec.sebrae.com.br/), as características e perfil necessários para sermos empreendedor são: Disposição para assumir riscos (calculados): o empreendedor tem que assumir riscos, conviver com eles e sobreviver a eles, ele tem que enfrentar os desafios, arriscar seu patrimônio e outras coisas em busca da realização de suas idéias. - Avalia alternativas e calcula riscos; - Age para reduzir riscos e controlar resultados; - Coloca-se em situações que implicam desafios e riscos moderados. Dica: Riscos Liderança: usar sua capacidade para conseguir a cooperação voluntária de pessoas em direção a um objetivo. Ajudar seus subordinados na solução de problemas e organização de suas tarefas. Capacidade de expor e ouvir idéias e manter a motivação de seus empregados fazendo com que as pessoas trabalhem satisfeitas. Persistência: definir e manter o direcionamento da empresa rumo ao sucesso, apesar das dificuldades encontradas. É a busca contínua do ideal, superando os obstáculos do caminho. - age diante de obstáculos; Riscos de ordem financeira, psicológicas e familiares - assume responsabilidade pessoal pelo atingimento dos objetivos. Flexibilidade: capacidade de mudar tudo se for necessário. É o famoso “jogo de cintura”, alterando com rapidez produtos / serviços, métodos e processos de trabalho ou o que for necessário. Se o cliente necessitar, o empreendedor é capaz de alterar com rapidez produtos, serviços, métodos de trabalho, processos ou o que for necessário para adaptar sua empresa ao ambiente onde atua. Organização: a maioria dos empreendedores tem pouca experiência administrativa, esquecendo-se dos fundamentos básicos de controle necessários para uma boa administração. Para qualquer negócio a organização é um fator de sucesso. Desta forma o empreendedor deve ser capaz de compreender que os resultados a serem alcançados devem ser obtidos por meio da aplicação lógica e racional de recursos, sabendo aonde se quer chegar e como chegar, definindo claramente quemfaz o que, garantindo e execução do planejamento e corrigindo os desvios quando necessário. Dica: administrar – função do administrador Conhecimento da área: o bom empreendedor é aquele que não tenta fazer tudo sozinho, ele procura orientação e assistência junto a outros especialistas, associações ou sindicatos. Vê a organização como um processo de satisfação das necessidades dos clientes, em permanente interação com o meio em que atua. Tem bom entrosamento com fornecedores e tem uma política de boa vizinhança com a comunidade. Dica: desafio do empreendedor Criatividade: conceber idéias e soluções novas sem temer o fracasso. Todos nós somos criativos, talvez os mais criativos sejam aqueles que exercitam mais a criatividade que os outros, mas todos nós somos ou fomos criativos um dia, basta voltarmos a exercitar noss mente com idéias. Uma boa forma dês fazer isso é conhecer a técnica do brainstorming ou as técnicas de associação de idéias, ambas permitem um salutar exercício para a mente na criação de idéias. “é aquele que é responsável pelo bom funcionamento de uma empresa, atento as responsabilidades administrativas.” (Dicionário Aurélio). Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar Conhecer as necessidades dos clientes e procurar atendê-las Dica: brainstorming Dica: criatividade Atualização (busca de informações): capacidade de aprender mais e mais sobre as coisas relacionadas a organização, seus clientes e fornecedores, parceiros, concorrentes e funcionários. Saber que existirão sempre coisas a aprender sobre o seu negócio. Estar atendo ao que esta acontecendo no mercado, as novas tendências, aos novos caminhos que podem surgir a partir de informações que o empreendedor tenha antes dos outros. Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço. Obs.: esta característica refere-se ao empreendedor corporativo, o funcionário de uma organização. Estaremos tratando desse assunto no Módulo II. Espírito empreendedor: busca oportunidades observando negócios, pesquisando constantemente novos caminhos. A inovação faz parte da criação. Inovar, buscar coisas novas, novas formas de fazer, novos jeitos, tudo isso deve fazer parte do empreendedor. Instinto empresarial: habilidades de identificar oportunidades e aproveitá-las. Ter faro para encontrar uma chance onde outros não enxergam. Poderíamos chamar de “sexto sentido empresarial”, mas não é isso. Instinto empresarial é a capacidade de visualizar o ambiente e raciocinar sobre novas formas de fazer velhas coisas. Necessidade de realizar: ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a necessidade de realizar coisas novas, por em prática idéias próprias, características de personalidade e de comportamento que nem sempre é fácil de se realizar como empregado. Auto-avaliação: avaliar constantemente os pontos fracos e fortes, determinando onde aprimorar e conseguir a capacidade necessária para o sucesso do negócio. Todos nós temos limitações internas que nem sempre estamos dispostos a assumir. Reconhecer que seus pontos sejam trabalhados contribui muito para evitar o fracasso do empreendimento. É uma técnica freqüentemente usada com um pequeno grupo de funcionários (6 a 12 participantes) para gera um grande número de alternativas em um curto período de tempo. (MONTANA, 2005, p. 306). Talvez um dos maiores mitos a respeito de novas idéias é que elas devam ser únicas. O fato de uma idéia ser ou não ser única não importa. O que importa é como as pessoas utilizam uma idéia, inédita ou não, de forma a transformá-la em um produto ou serviço que as faça prosperar. (DORNELAS, 2003). Comprometimento: o empreendedor faz um sacrifício pessoal para completar uma tarefa, colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho e se esmera em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade a longo prazo, acima do lucro a curto prazo Busca de oportunidade e iniciativa: empreendedor faz as coisas antes de solicitado, agindo para expandir seu negócio e aproveitando oportunidades fora do comum para começar um negócio. Qualidade e Eficiência: o empreendedor procurar encontrar maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido e mais barato, agindo de maneira a fazer as coisas que satisfazem ou excedem os padrões de excelência, desenvolvendo ou utilizando procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo. Objetivos: estabelece objetivos e metas que são desafiantes e têm significado pessoal, define objetivos de longo prazo, claros e específicos e estabelece metas de curto prazo mensuráveis. Planejamento: planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos, constantemente revisa planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais e mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. Persuasão e rede de contatos: utiliza-se de estratégias deliberadas para influenciar e persuadir os outros, utiliza-se de pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos e age para desenvolver e manter relações comerciais. Independência e autoconfiança: busca autonomia em relação a normas e controle de outros, mantém seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores e expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar desafios. Desafio: dentre as características necessárias ao empreendedor, quais você considera possuir. Relacione. Nesse momento, você já entendeu e sabe definir o que é ser empreendedor, quais a características necessárias. A pergunta que você deve fazer: posso aprender a ser empreendedor? Você deve responder a seguinte pergunta: a) Quero ser empreendedor? A resposta será a chave para o sucesso. Querendo ser empreendedor, você deverá começar a ser preparar, a se qualificar e a treinar. Relacione as características na tabela abaixo suas características empreendedoras. Desafio: relacione na tabela abaixo, no lado esquerdo as características empreendedoras que você considera possuir, no lado direito as características empreendedoras que você considera não possuir. Características Que você possui Que você não possui Comece fortalecendo as características que você já possui e, depois inicie um trabalho para aprender as características que você ainda não possui. Exercite. Exercite muito. Converse com pessoas que você considera serem empreendedoras. Uma dica: PROBLEMAS devem ser a fonte de inspiração ao futuro empreendedor. No módulo 03 estaremos trabalhando a identificação de oportunidades de negócio. Dica: sugestões a) leia o texto Quatro-A, página 57, do livro Empreendedores Brasileiros: vivendo e aprendendo com grandes nomes de Francisco Brito. Editora Campus, 2003. O texto Quatro A, fala da trajetória de Alexandre Accioly, onde você poderá identificar de forma clara as características necessárias ao empreendedor. b) assista ao filme Piratas do Vale do Silício. Você encontra o filme em vídeo locadoras. O filme mostra a trajetória de Bill Gates, fundador da Microsoft, proprietária do Windows, Word,Excel e Power Point e Steve Jobs fundador da Apple, fabricante de computadores. Você irá identificar no filme as características do empreendedor. A leitura do texto e o filme deixam claros as características necessárias ao empreendedor. Referencias CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2005. DEGEN, Ronaldo Jean. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2005. MONTANA, Patrick J. CHARMOV, Bruce H. Administração. 2ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005. PALETTA, Marco Antônio. Vamos abrir uma pequena empresa. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001. SEBRAE. Perfil Empreendedor. http://empretec.sebrae.com.br/. Acessado em 20/11/2009. GEN / GRECO, Simara M. de S. Silveira et al. Empreendedorismo no Brasil: 2008. Curitiba: IBQP, 2009. SEBRAE. Estatísticas sobre MEP’s. www.sebrae.com.br. Acessado em 21/11/2009. http://www.administradores.com.br/artigos/tipos_de_empreendedorismo_semelhancas_e_dife rencas/10993
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