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CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO OU CICLO DE KREBS PROFª ROSE PARRA REVISANDO: Coenzima A: é um beta aminoácido (β-alanina), encontrado na Vitamina ácido pantotênico, sendo uma parte importante da coenzima enzimática ( ela faz transferência de grupos acila). É complexa, consistindo de vários compostos pequenos, ligados entre si covalentemente. Co-fatores: são substâncias não-proteicas que tomam parte das reações enzimáticas e são regeneradas para serem utilizadas em reações futuras. Coenzimas: são uma mistura de compostos orgânicos, sendo que muitos deles são vitaminas ou estão metabolicamente relacionados a elas. FAD: dinucleotídeo de flavina adenina – é um aceptor de elétrons importante e, a forma oxidada é FADH2 – reconhece explicitamente que prótons; além de elétrons, foram recebidos pelo FAD. NAD+ : dinucleotídeo de nicotinamida adenina – é um aceptor de elétrons importante e, a forma oxidada é NADH + H+ - além dos elétrons prótons também foram recebidos. GDP: difosfato de guanina – é fosforilada à GTP (trifosfato de guanina). Quando envolve o GDP é equivalente à produção de ATP, uma vez que o grupo fosfato do GTP é transferido facilmente para ADP, formando GDP e ATP. O GTP difere-se do ATP somente na substituição de guanina por adenina. O Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs é Anfibólico; ou seja; apresenta função tanto no Catabolismo (quebra, degradação); quanto no Anabolismo (síntese, formação). Uma diferença entre a Glicólise e o Ciclo do Ácido Cítrico, é o local da célula onde tais vias ocorre: • Procariotos – glicólise – no citosol - ácido cítrico – membrana plasmática • Eucariotos – glicólise – no citosol - ácido cítrico – mitocôndria Reações do Ciclo de Krebs Consistem em 8 reações; iniciando com o Acetil-CoA, advindo do Piruvato e tendo como produto final o Oxaloacetato NaDH + H+. - Etapa 1: Formação do Citrato (Reação de Condensação): é a reação do acetil-CoA e o oxaloacetato para formar citrato e CoA-SH. A, catalisada pela citrato sintase. Obs.: a enzima citrato-sintase ( ela é chamada de enzima condensante; onde forma uma nova ligação carbono – carbono) é alostérica; tanto o ATP como o NADH inibem a reação; assim como o succinil – CoA, que será formado mais à frente; e também pelo produto formado o citrato. - Etapa 2: Isomerização: Através da enzima aconitase o citrato passa a isocitrato. Obs.: - O citrato é um composto simétrico (aquiral); enquanto que o isocitrato é um composto assimétrico (quiral); onde pode ocorrer quatro isômeros; mas somente um é produzido nessa reação. - A enzima aconitase requer um co-fator o íon Fe2+; - Ocorre a produção de um intermediário o cis-aconitato; onde permanece ligado à enzima durante o decorrer da reação - Etapa 3: Formação de α – Cetoglutarato e de CO2 – Primeira Oxidação: Ocorre a descarboxilação oxidativa do isocitrato a α-Cetoglutarato e dióxido de carbono; com auxílio da enzima isocitrato- desidrogenase. A reação ocorre em duas etapas: - Primeiro: Isocitrato é oxidado a oxalossuccinato que permanece ligado à enzima ( é um intermediário); - Segundo: O oxalossuccinato é descarboxilado, liberando o dióxido de carbono e o α-Cetoglutarato. Obs.: Essa é a primeira a partir das reações nos quais o NADH é produzida; Cada NADH produzido resultará em 2,5ATPs nas fases posteriores do metabolismo aeróbico; como haverá dois NADH; equivale a cinco ATPs, para cada molécula de glicose original; Essa enzima é alostérica; ela é inibida por ATP e NADH e é ativada por ADP e NAD+; isso é frequentemente encontrado em reações catabólicas. - Etapa 4: Formação de Succinil-CoA e de CO2 – Segunda Oxidação: Ocorre uma nova oxidação, onde partiu-se de α- Cetoglutarato e de CoA; forma-se o dióxido de carbono e succinil-CoA; com auxílio de um sistema multienzimático; chamado complexo α-Cetoglutarato – desidrogenase (semelhante ao complexo da piruvato-desidrogenase). Obs.: - Cada um desses sistemas consiste de três enzimas: - TPP – pirofosfato de tiamina - FAD – ácido lipóico (coenzima) e Mg2+ (co-fator) - O sistema multienzimático é alostérica e é inibida por ATP, NADH e succinil-CoA; - Mais uma molécula de CO2 foi produzida por descarboxilação oxidativa; somando-se um total de duas moléculas de CO2. - Etapa 5: Formação de Succinato: com auxílio da enzima succinil-CoA-sintetase; a ligação tioéster do succinil-CoA é hidrolisada para produzir succinato e CoA-SH; e uma reação acoplada a essa é uma fosforilação de GDP a GTP (essa reação é endergônica). Obs.: - A reação requerida para a fosforilação do GDP a GTP é promovida pela hidrólise do succinil-CoA em succinato-CoA; - A reação é ligeiramente exergônica (ΔGo = -3,3KJ.mol-1 = -0,8Kcal.mol-1 ), e com isso sua contribuição é pequena para a produção geral da energia pela mitocôndria; - A enzima nucleosídeo-difosfato-quinase catalisa a transferência do grupo fosfato do GTP para ADP, gerando GDP e ATP. Reação: GTP + ADP GDP + ATP - Esta reação é chamada de fosforilação em nível de substrato para distingui-la da reação de produção de ATP acoplada à cadeia transportadora de elétrons. - A produção de ATP nessa reação é o único ponto do Ciclo Ácido Cítrico no qual a energia química na forma de ATP é disponibilizada para as células. Exceto para essa reação, a geração de ATP característico do metabolismo aeróbico está associada à cadeia transportadora de elétrons; sendo que estima-se de 30 a 32 moléculas de ATPs; podendo ser obtidas pela oxidação de uma única molécula de glicose. - Etapa 6: Formação do Fumarato – Oxidação ligada ao FAD: com auxílio da enzima succinato-desidrogenase (essa enzima é uma proteína integrante da membrana mitocondrial interna), o succinato é oxidado a fumarato. Como o FAD (em vez de NAD+) está ligado covalentemente à enzima, succinato-desidrogenase; ela é então chamada de flavoproteína, em função da presença do FAD, com a flavina como componente. Obs.: - E – FAD e E – FADH2 indicam que o aceptor de elétron está covalentemente ligado à enzima; - O grupo FADH2, também transfere seus elétrons para a cadeia transportadora de elétrons e, eventualmente, para o oxigênio; resultando 1,5ATPs, em vez de 2,5ATPs, como é o caso do NADH; - A enzima succinato-desidrogenase contém átomos de ferro, ela pode ser referida como proteína ferro-enxofre; - A ligação dupla produzida por essa reação pode ter configurações trans e cis; sendo que trans corresponde o fumarato; enquanto o cis em malato; mas só a configuração trans é de fato produzida. - Etapa 7: Formação de L-malato: a enzima fumarase catalisa a reação; onde ocorre a hidratação e passa de fumarato à malato. Novamente, há uma esterioespecificidade na reação; o malato tem dois enantiômeros , L e D-malato; mas só o L-malato é produzido. - Etapa 8: Regeneração do Oxaloacetato – Passo final da Oxidação: - Nesta etapa o malato é oxidado a oxaloacetato, e outra molécula de NAD+ é reduzida a NADH, sendo catalisada pela enzima malato-desidrogenase. O oxaloacetato formado pde reagir subsequentemente com outra molécula de acetil-CoA, e começar outra volta do Ciclo. Obs.: - A oxidação do piruvato pelo complexo piruvato- desidrogenase e pelo Ciclo do Ácido Cítrico produz três moléculas de CO2; - Através da reações de oxidação, obtêm-se: - 1 molécula de GDP é fosforilada a GTP; - 1 molécula de FAD é reduzida a FADH2; - 4 moléculas de NAD+ são reduzidas a NADH – Note que: das 4 moléculas de NADH produzidas, três são provenientes do Ciclo e uma da reação do complexo piruvato-desidrogenase; - Não ocorre produção direta de ATP partindo-se de ADP no Ciclo, mas muitos surgirão em seguida nareoxidação do NADH e do FADH2. Produtos de Uma volta no Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs Reações: - Complexo piruvato-desidrogenase: Piruvato + CoA – SH + NAD+ acetil-CoA + NADH + CO2 + H+ Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs: Acetil-CoA + 3NAD+ + FAD + GDP + Pi + 2H2O 2CO2 + CoA-SH + 3NADH + FADH2 + GTP Reação Geral: Piruvato + 4NAD+ + FAD + GDP + Pi + 2H2O 3CO2 + 4NADH + FADH2 + GTP + 4H + Eventuais Produções de ATP por Piruvato - 4NADH 10ATPs (2,5ATPs para cada NADH) - 1FADH2 1,5ATPs (1,5ATPs para cada FADH2) - 1GTP 1ATP Total: 12,5 ATPs por piruvato ou 25ATPs por glicose • Na Glicólise: 2ATPs 2NADH 5ATPs 7ATPs • No Ciclo de Krebs: 25ATPs Então no Geral: 7ATPs + 25ATPs = 32ATPs Controle do Ciclo do Ácido Cítrico Obs.: Esse controle é característico no metabolismo, onde reflete o modo pelo qual uma célula pode ajustar-se a um estado de atividade ou a um estado de repouso; ou seja; “desligar” ou “ligar” as enzimas responsáveis por reações oxidativas. O Ciclo do Glioxilato: Uma Via Relacionada - Em plantas e em algumas bactérias, com exceção dos animais, a acetil-CoA pode servir como o material inicial para a biossíntese de carboidratos. - Duas enzimas são responsáveis pela capacidade de plantas e bactérias de produzir glicose a partir de ácidos graxos. A isocitrato-liase e a malato-sintase. - Duas moléculas de acetil-CoA entram no Ciclo do Glioxilato, dando origem a uma molécula de malato e, eventualmente, a uma molécula de oxaloacetato. - A glicose pode ser produzida, por conseguinte, a partir do oxaloacetato, pela gliconeogênese. Obs.: - Nas plantas, as organelas especializadas, chamadas de glioxissomos, são os sítios onde ocorre o Ciclo do Glioxilato; - Essa Via é muito importante para sementes em germinação; pois; os ácidos graxos armazenados, são degradados à acetil-CoA, que pode entrar para o Ciclo do Ácido Cítrico e liberar energia, para o seu crescimento; - O Ciclo do Ácido Cítrico e o Ciclo do Glioxilato, podem operar simultaneamente; - Nas bactérias tem vias metabólicas que podem produzir todas as biomoléculas necessárias a partir da molécula mais simples.
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