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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DE OURINHOS, ESTADO DE SÃO PAULO.
PROCESSO Nº __
 JOÃO, já qualificado nos autos do processo, vem respeitosamente, por seu advogado (procuração em anexo), à presença de Vossa Excelência, oferecer ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fulcro no Art. 403, parágrafo 3º do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e do direito que passa a expor:
DOS FATOS
 No dia 10.05.2018, João, supostamente usando de violência, teria levado Maria, uma dançarina da casa noturna Noites de Prazer, para a sua casa com fins libidinosos, fatos pelo qual está sendo processado. 
 Segundo testemunhas, após a saída de Maria com João, ela foi vista na mesma noite na casa noturna Noites de Prazer.
 João alegou sim que convidou Maria para ir a sua casa e que ela concordou em ir até lá mediante remuneração pecuniária, porém, em determinado momento ambos discutiram sobre o valor a ser pago, tanto que Maria foi embora revoltada e ameaçando que iria se vingar de João. 
 João foi citado no dia 10.08.2018 para apresentar a sua defesa e como não o fez, o magistrado designou audiência de instrução e julgamento. 
É a síntese dos fatos.
MATÉRIA PRELIMINAR
Nulidade Processual
 Pede-se a nulidade dos atos processuais, pois o Magistrado, ao receber a denúncia e devidamente citar o réu, que não apresentou a sua defesa prévia, deu prosseguimento ao processo, analisando a hipótese de absolvição sumária e designando audiência de conciliação e julgamento. No entanto, a apresentação de defesa prévia é obrigatória, conforme o Art. 396-A do CPP, e a falta da mesma acarreta a nulidade dos atos processuais, uma vez que somente com a apresentação da mesma o magistrado poderia analisar se havia ou não a hipótese de absolvição sumária, conforme previsto no Art. 397, caput, “após o cumprimento do disposto no Art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:...”, e dar prosseguimento aos atos processuais, além de que esse ato do Magistrado fere o Princípio do Contraditória e Ampla Defesa, uma vez que é a partir dessa peça que o acusado poderá apresentar toda a sua defesa e, poderia ou não, ser absolvido sumariamente. 
 Devemos observar também que o Magistrado deveria ter nomeado um defensor ao acusado, conforme o Art. 396-A, pará. 2º do CPP, já que o mesmo se encontrava sem um advogado, porém, não o fez, fato que também acarreta a nulidade processual, conforme o Art. 564, III, c do CPP. 
DO MÉRITO
 Conforme consta nos autos, o acusado está sendo processado, por supostamente ter levado a vítima para a sua casa, mediante violência, com fins libidinosos, crime previsto no Art. 148, pará. 1º, V.do CP.
 Porém, os fatos descritos não constitui crime, uma vez que não houve dolo por parte do acusado, uma vez que o mesmo não usou, em momento algum, de violência, já que a vítima concordou, de livre e espontânea vontade, em ir até a casa a sua casa, ou seja, não ocorreu o crime previsto no Art. 148, pará. 1º, V do CP, fato esse que enseja a absolvição do acusado, conforme o Art. 386, III e Art. 397, III do CPP.
 Devemos citar também, que na mesma noite do suposto crime, as testemunhas afirmam com veemência ter visto a vítima na mesma casa noturna, após a sua saída com o acusado, provando mais uma vez que não há provas suficientes que comprovam a existência do crime, devendo o mesmo ser absolvido, conforme o Art. 386, II.
 Deve se levar em conta também que a vítima estava com raiva do acusado, pois após o encontro na casa do mesmo, eles tiveram uma discussão em relação ao valor a ser pago, o que deixou a vítima revoltado com a situação, quando a mesma o ameaçou, dizendo que iria se vingar.
 Sendo assim, diante de todos os fatos apresentados, deve ser declarada a nulidade dos atos praticados após a defesa prévia, uma vez que o Magistrado não poderia ter dado prosseguimento ao processo sem a apresentação da mesma, e também pelo fato de que não foi nomeado defensor ao acusado, sem falar que o fato narrado não constitui crime, o que acarreta a absolvição do acusado.
PEDIDO
Diante de todo o exposto, postula -se a nulidade dos atos praticados, conforme o Art. 564, III, c, e a absolvição do réu, com fundamento no art. 386, III e/ou VII do Código de Processo Penal. 
Termos em que, 
Pede Deferimento 
Ourinhos, __ de ___ de 2018. 
Advogado – OAB/____

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