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alegações finais por memoriais

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EXCLENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SANTARÉM DO ESTADO DO PARÁ.
Processo nº 000000000000
EDGAR, já qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de sua advogada e bastante procurado infra assinado e com procuração em anexo, com escritório profissional situado à Rua xxx, onde recebe notificações e intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
Com embasamento no artigo 403, §3º c/c artigo 404, ambos do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I – DOS FATOS
A autora resolveu voltar sozinha de uma festa a duas quadras de sua casa. Com medo de que suas amigas adentrassem a madrugada, resolveu voltar para casa caminhando sozinha. Percebeu que estava sendo seguida e apressou os passos, todavia, como estava de salto alto, rapidamente dois homens a abordaram, com as mãos dentro da camisa, afirmando que queriam dinheiro e telefone. Assustada, Bia entregou seus pertences, momento este em que os homens caminharam em direção oposta. Minutos depois do ocorrido, passou uma viatura policial e Bia conseguiu informar aos policiais que acabara de ser assaltada por dois rapazes de porte médio, pele clara e cabelos curtos. Os policiais, cerca de 500 metros adiante, encontraram dois rapazes nas mesmas características e os prendem.
Destarte, os policiais os conduziram à Delegacia, onde foi lavrado o auto de flagrante. João Marcos e Edgar são denunciados como incursos na prática do crime previsto no art. 157, § 2.º, I e II, c/c art. 29, todos do Código Penal. A denúncia foi recebida. Ambos, primários, com residência fixa e com bons antecedentes, foram liberados pelo juiz. Constituíram advogados distintos. Já em audiência de instrução e julgamento conforme o art. 400 do CPP, João Marcos em interrogatório, com a presença de seu advogado, relatou que o autor do crime é Edgar, que não fora intimado para o ato.
No dia seguinte, em seu interrogatório, Edgar, na presença de seu advogado e de João Marcos, nega que tenha realizado o roubo. Bia é ouvida em seguida aos interrogatórios e não sabe afirmar se eram João Marcos e Edgar os autores do crime. 
Configurada a complexidade, o Ministério Público apresentou tese pela condenação de João Marcos e Edgar pela prática do crime previsto no art. 157, § 2.º, I e II, c/c art. 29, todos do Código Penal.
II – DO DIREITO
II.I - PRELIMINARMENTE
Há, no processo, a equívoca aplicação no que dispõe no artigo 440 do Código de Processo Penal, não tendo sido o acusado, ao final da instrução, configurado aqui, cerceamento da defesa. Por conta disso, há de requerer a nulidade do ato, com fulcro no artigo 564, IV do CPP.
II.II - MÉRITO
Não há de se falar em roubo qualificado, nem da acusação para que o acusado seja arrolado e condenado a esse crime, pois a vítima não tinha certeza da participação dos acusados, tão pouco os conheceu, não sabendo realmente por não ter visto o rosto dos que subtraíram seus presentes. Destarte, no percurso da instrução, não foram apresentadas nem levantadas provas materiais que indiquem indícios da autoria, tornando a acusação baseada em tão somente suposições. Diante disso, o acusado não poderá ser condenado, firmando ao princípio constitucional da presunção de inocência, com fulcro no inciso LVII, do artigo 5º de Nossa Carta Magna.
Ademais, é inadmissível a aceitação de qualificadoras, devendo ser desprezadas, não tendo comprovação e nem tem indícios que o acusado suspostamente tenha usando emprego de arma de fogo, como fora narrado, nem encontrado posse de arma frente aos dois, como relatado pela vítima aos policiais, arguindo que foi abordada por dois homens com as mãos dentro da camisa.
Objetivando também, já que não há certeza da veracidade da autoria do acusado, que seja aplicado o princípio importantíssimo no ordenamento jurídico brasileiro, o in dúbio pro reo.
Onde esse princípio, também conhecido como princípio do favor rei, implica que a dúvida milita em favor do acusado, uma vez que a garantia da liberdade deve prevalecer sobre a pretensão punitiva do Estado. Onde, não havendo provas suficientes da materialidade e autoria do crime, o juiz deverá absolver o acusado, encontrando-se embasamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.
III – DOS PEDIDOS
Conforme todo o exposto, requer de Vossa Excelência
a) a nulidade processual pela configuração de cerceamento de defesa na instrução processual, com fulcro no artigo 564, inciso IV, do Código de Processo Penal;
b) A absolvição do acusado pela completa ausência de provas de que este concorreu para a prática do crime, nos termos do inciso V, do artigo 386 do CPP;
c) Caso assim Vossa Excelência não entenda, requer o afastamento das qualificadoras, desclassificando a tipificação para crime roubo. Bem como opte pela condenação, que fixe pena no mínimo legal e que o acusado possa apelar em liberdade nos termos do artigo 283 do CPP, por preencher os requisitos objetivos para tal benefício.
Termos em que,
Pede e espera Deferimento

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