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Recurso de Apelação em Processo Criminal

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Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de __________.
TÍCIO, já qualificado nos autos do Processo número ___, que lhe move o Ministério Público, por seu procurador abaixo assinado vem à presença de Vossa Excelência para, inconformado com a sentença condenatória proferida, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO,
o que faz tempestivamente, com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal. 
Requer, assim, que após recebida, com as razões anexas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do____, onde deverá ser processado o presente recurso e, ao final, provido. 
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Comarca, data.
_______________
Advogado
OAB/___
RAZÕES DE APELAÇÃO
Processo Nº ______
Origem: __ª Vara Criminal da Comarca de ____
Apelante: Tício
Apelado: Ministério Público do Estado de ____
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ___.
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Magistrado "a quo", impõe-se a reforma de respeitável sentença que condenou o apelante, pelas seguintes razões de fatos e fundamentos a seguir expostas:
SENTENÇA
Tício foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da Comarca do Município X, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de fogo. Ainda durante a fase de inquérito policial, Tício foi reconhecido pela vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. Já em sede de instrução criminal, nem vítima nem testemunhas afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o assaltante portava uma. Não houve perícia, pois os policiais que prenderam o réu em flagrante não lograram êxito em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de "pega ladrão!", viram o réu correndo e foram em seu encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu, bem como que este jogou um objeto no córrego que passava próximo ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada. O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. Ao fim da instrução, o apelante foi condenado como incurso nas sanções do artigo 157, parágrafo segundo, inciso I do Código Penal – roubo majorado pelo emprego de arma – à pena de reclusão de oito anos e seis meses, a ser cumprida, inicialmente, no regime fechado. 
INOBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO DE RECONHECIMENTO
De acordo com o art. 226, inciso II do CPP, o reconhecimento deve ser feito colocando o acusado juntamente com outras pessoas semelhantes a ele, na mesma sala para que a vítima aponte ao réu, fato que não observado nesse caso, sendo o procedimento desrespeitado pelas autoridades policiais. Assim, há nulidade, já que o acusado deveria ter sido colocado em sala própria, ao lado de outras pessoas, a fim de que pudesse ser, verdadeiramente, identificado pela vítima. 
A prova a respeito do reconhecimento do acusado foi feito de forma irregular de maneira que deverá ocorrer a nulidade desta, conforme Art. 564, IV do CPP. 
MÉRITO
Merece o apelante ser absolvido da imputação que lhe é feita através da denúncia, pelo que consta dos autos, uma vez que não há qualquer prova de ter o apelante concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não comprovada a autoria. As provas existentes nos autos não serve para apontar autoria. 
A vítima reconheceu o apelante em procedimento totalmente impróprio e inadequado, já que não foi seguido o rito correto previsto em lei para esse tipo de reconhecimento, uma vez que a vítima espiou o apelante por um pequeno orifício de porta da sala onde se encontrava o réu. Assim procedendo, não observou a autoridade as condições impostas pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas, dispostas no artigo 226, II do Código de Processo Penal. Assim, procedendo, incorreu, inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o contido no artigo 157 do CPP. Assim, a prova coletada é irregular e ilícita, sendo imprestável para sustentar a condenação do apelante.
Assim, não há como se sustentar esteja provada a autoria, impondo-se, não reconhecida a nulidade, a absolvição, por ausência de prova da autoria.
Há de se apontar também para a ausência de comprovação da utilização de arma – se por hipótese, aceitar-se tenha o agente sido o autor do delito. A esse respeito, deve-se notar no art. 158 do CPP, é imprescindível que seja feito exame de corpo de delito no objeto do crime, pois deixou vestígios, mas de acordo com os autos a arma usada para prática do delito não foi localizada.
A arma é um meio de prova que justifica a qualificadora empregada ao delito e sem ela está ausente a potencialidade lesiva do ocorrido, de modo que, deverá ser afastada tal agravante. Assim, se tivesse sido o apelante autor do delito, esse não poderia ser de roubo majorado pelo emprego de arma, não podendo, sequer, ser considerado crime de roubo, pelo simples fato que não há prova, nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa. Assim, se o apelante tenha que ser condenado, que seja pela prática do de furto, mas não de roubo. 
Assim sendo, podemos observar que as provas apresentadas não merecem prosperar por serem inadequadas e irregulares, contrariando dispositivos legais, de forma que, por inexistirem provas suficientes deve ser o réu absolvido sumariamente com previsão no art. 386, V e VII do CPP.
PEDIDO
Diante de todo o exposto requer o apelante que seja o presente recurso recebido e a sentença seja reformada absolvendo o réu sumariamente por insuficiência de provas, já que as que foram apresentadas se mantém irregulares a previsão legal com fulcro no art. 386, V e VII do CPP.
No caso de não ser decretada absolvição, seja declarada nula a decisão condenatória, eis que não observadas as condições impostas para o reconhecimento de pessoas, de acordo com o previsto no artigo 226, II do CPP e artigo 564, IV do CPP
E se não houver o convencimento sobre a absolvição do acusado, que seja afastada a agravante da arma de fogo por não ter sido esta encontrada e não haver prova de sua existência. Requer desta forma que seja a pena reduzida diante de todo alegado e o acusado possa ingressar no regime semi aberto e não no fechado como medida de justiça.
Nestes termos,
Pede Deferimento
Comarca, data.
_______________
Advogado
OAB/___

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