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Caso concreto 11 - Prática Penal - Luiza Castagnaro Bocorni

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DO MUNICÍPIO X – XX
Processo nº xxx
		BRAD NORONHA, já devidamente qualificado nos autos do presente feito que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO, vem, com base no art 598 CPP interpor
APELAÇÃO
		Pelos fatos e fundamentos que passa a expor
I – DOS FATOS
		O apelante, foi condenado pela prática de roubo qualificado em decorrência de emprego de arma de fogo.
		Durante a fase do inquérito policial, o mesmo foi reconhecido pela vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. 
		Já em sede de instrução criminal, nem vítima, nem testemunhas, afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o assaltante portava uma. 
		Não houve perícia, pois os policiais que prenderam o réu em flagrante não lograram êxito em apreender a arma.
		Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de “pega ladrão!”, viram o réu correndo e foram ao seu encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu, bem como este jogou um objeto no córrego que passava próxima ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada.
		O réu, ora apelante, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. Ao cabo da instrução criminal, BRAD NORONHA foi condenado a dez anos e seis meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime inicial fechado para cumprimento da pena. 
		O magistrado, para fins de condenação e fixação da pena, levou em conta os depoimentos testemunhais colhidos em juízo e o reconhecimento da vítima em sede policial, bem como o fato de o réu ser reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias provadas no curso do processo.
		A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos.
II – DAS PRELIMINARES
		Preliminarmente, a referida sentença deverá ser anulada, devido o descumprimento do procedimento descrito no artigo 226 CPP, pois, além da vítima não ter realizado a descrição da pessoa a ser reconhecida, o acusado não foi colocado ao lado de outras pessoas, tão pouco próximo a pessoas parecidas.
		Portanto, com base no artigo 564, IV, deverá ser anulada a sentença que condenou o réu.
III – DO DIREITO
		Analisando os autos, é notório que o apelante deve ser absolvido da condenação que lhe foi apenada.
		Inicialmente, foi ferido o procedimento de reconhecimento de pessoas elencado no artigo 226 CPP, tendo sido totalmente nulo procedimento ocorrido no caso em tela, por ter sido tendencioso, no sentido de, a vítima ter visto o acusado, ora apelante, através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu e ainda, não ter feito a descrição do mesmo anterior ao reconhecimento.
		Posteriormente, não foi encontrada arma de fogo com o acusado, nem tampouco, nenhuma vítima ou testemunha viu no momento do suposto crime, ou ouviu, o mesmo portando a arma ou efetuando disparos, portanto, baseando-se a condenação em prova meramente especulativa.
		Nesse sentido, mesmo que os policiais que prenderam o réu em flagrante tenham dito que viram o mesmo jogando um objeto em um córrego, não restou comprovado que o objeto era uma arma de fogo.
		Não restou comprovando também, que o suposto crime ocorreu mediante grave ameaça ou violência.
		Portanto, diante dos fatos narrados, se de fato ocorreu algum fato criminoso, certamente não foi o tipificado no artigo 157 §2º, mas sim, o crime de furto.
III – DO PEDIDO
Diante o exposto, requer:
a)o  recebimento  do  pedido  com  a  consequente  reforma  da  decisão  anterior para decretar a absolvição do Apelante, com base no artigo 386, V do Código de Processo Penal, uma vez que não está provada tenha o acusado cometido a infração penal.
b)na  impossibilidade  da  decretação  da   absolvição,  que  seja  declarada  nula  a  decisão  condenatória,  eis  que não  observadas  as  condições  impostas  para  o  reconhecimento  de  pessoas,  existindo  omissão  quanto  a formalidade  essencial  do  ato,  de  acordo  com  o  previsto  no  artigo  226,  I I  e  artigo  564,  IV   do  Código  de Processo Penal;
c) no entanto, se não for esse o entendimento, requer seja,  no  máximo,  condenado  por  crime  de  furto,  com  causa  de diminuição de pena e  consequente modificação do regime de cumprimento de pena.  Requer ainda o Autor a fixação de justa indenização com fulcro no artigo 630 do Código de Processo Penal.      
Nesses termos,
Pede deferimento.
Data,
Advogado
OAB - UF

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