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SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL

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SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
RESPONSANBILIDADE CIVIL 
 
0 que é Direito? 
Como pretendemos tratar da aplicação do Direito no nosso dia-a-dia: parece-nos 
conveniente relembrarmos a conceito desse instituto. 
Podemos dizer que Direito a um conjunto de normas de comportamento que visam 
à harmonia e a paz social, ou, um conjunto de normas gerais a positivas 
destinadas a regulação da convivência em sociedade. 
No referido conceito estão inseridos dois grandes aspectos, um referente à fonte 
do Direito a outro atinente a sua finalidade, 
Quanto à fonte do Direito, sem dúvida podemos afirmar sê-lo o fato social 
juridicamente relevante. No que consiste isso? 
A vida nos oferece uma infinidade de fatos sociais, a vida, alias, é um fato social. 0 
nascimento, a morte, a formação acadêmica, o casamento, um cumprimento 
realizado através de um aceno, um beijo ou um simples aperto de mão, são 
exemplos de fatos sociais. Entretanto, são objetos de interesse do Direito somente 
os fatos que mereçam regulamentação, que exijam disciplinamento, tudo em busca 
do seu fim maior, consistente na busca e na manutenção da harmonia e da paz 
social. 
Assim, enquanto o casamento se constitui num instituto jurídico de grande 
importância para a sociedade contemporânea, ante seu relevante papel familiar e 
social e, portanto, requer normatização jurídica, o simples aperto de mão há pouco 
referido, embora não deixe de ser um fato social e cultural, por certo não 
recomenda nem prescinde de regramento jurídico pare ser realizado. 
Logo, levando-se em conta que o Direito é produzido a partir de fatos sociais que 
lhe servem de fonte, e que a sua finalidade e a de procurar a garantia da paz 
social, podemos concluir que fato social juridicamente relevante é todo aquele fato 
cujo regramento se exige para propiciar equilíbrio, harmonia e paz à sociedade. 
Nesse sentido, são mostras inequívocas dessa busca pela paz social as 
promulgações de diversas leis, tais como a lei do Divorcio, o Código de Proteção e 
Defesa do Consumidor, o Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como o 
Código Civil que em artigos específicos fundamenta a responsabilidade civil em 
sentido amplo. 
Resumo Histórico da Responsabilidade Civil 
No início da nossa civilização, a ocorrência de um dano gerava na vítima uma idéia 
de vingança para com o agressor, ou seja, a justiça era feita pelas próprias mãos. 
 3 
Limitava-se a retribuição do mal pelo mal, como pregava a pena de talião, olho por 
olho, dente por dente. 
Esta prática, na realidade, apresentava resultados extremamente negativos, pois 
acarretava a produção de um outro dano, uma nova lesão, isto é, o dano suportado 
pelo seu agressor, após sua punição. 
Posteriormente, surge o período da composição a critério da vítima, ainda sem se 
discutir a culpa do agente causador do dano. 
Num estágio mais avançado, o Estado toma as rédeas, e proíbe a vítima de fazer 
justiça pelas próprias mãos, estabelecendo a obrigatoriedade da composição, a 
partir de uma indenização pecuniária. Durante esse período, cria-se uma espécie 
de tabela que estabelece o quantum equivalente a um membro amputado, à morte 
etc. 
No ano 572 da fundação de Roma, um tribuno do povo, chamado Lúcio Aquílio, 
propôs e obteve a aprovação e sanção de uma lei de ordem penal, que veio a ficar 
conhecida como Lei Aquília, que possuía dois objetivos: 
a. assegurar o castigo à pessoa que causasse um dano a outrem, obrigando-a 
a ressarcir os prejuízos dele decorrentes; 
b. punir o escravo que causasse algum dano ao cidadão, ou ao gado de 
outrem, fazendo-o reparar o mal causado. 
 
O Direito francês aperfeiçoou as idéias românicas e, a partir dele, foram 
estabelecidos certos princípios que exerceram sensível influência nos outros 
povos, tais como: 
a. direito à reparação, sempre que houvesse culpa, ainda que leve, separando-
se a responsabilidade civil (perante a vítima) da responsabilidade penal 
(perante o Estado); 
b. a existência de uma culpa contratual (a das pessoas que descumprem as 
obrigações), e que não se liga nem a crime nem a delito, mas se origina da 
imperícia, negligência ou imprudência. 
Surge o Código de Napoleão, e com ele a distinção entre culpa delitual e 
contratual. A partir daí, a definição de que a responsabilidade civil se funda na 
culpa, propagou-se nas legislações de todo o mundo. 
Com o advento da Revolução Industrial, multiplicaram-se os danos, e surgiram 
novas teorias inclinadas sempre a oferecer maior proteção às vítimas. 
Conceito de Responsabilidade Civil 
A palavra "responsabilidade", segundo o vocabulário jurídico origina-se do 
vocábulo responsável, do verbo responder, do latim respondere, que tem o 
significado de responsabilizar-se, vir garantindo, assegurar, assumir o pagamento 
do que se obrigou, ou do ato que praticou. 
O termo "civil" refere-se ao cidadão, assim considerado nas suas relações com os 
demais membros da sociedade, das quais resultam direitos a exigir e obrigações a 
cumprir. 
 4 
Diante da etimologia das duas palavras acima, bem como das tendências atuais a 
respeito da responsabilidade civil, vejamos uma conceituação para o assunto: 
 "A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma 
pessoa a reparar o dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão 
de ato por ele mesmo praticado, por pessoa por quem ela responde, por 
alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal." 
Portanto, verifica-se a existência de requisitos essenciais para a apuração da 
responsabilidade civil, como a ação ou omissão, a culpa ou dolo do agente 
causador do dano e o nexo de causalidade existente entre ato praticado e o 
prejuízo dele decorrente. 
A Responsabilidade Civil como categoria jurídica que é, tem por escopo a análise 
da obrigação de alguém reparar o dano que causou a outrem, com fundamento em 
normas de Direito Civil. 
Os alicerces jurídicos em que se sustenta a responsabilidade civil, para efeito de 
determinar a reparação do dano injustamente causado, são oriundos da velha 
máxima romana neminem laedere (não lesar a ninguém). 
O uso da expressão responsabilidade civil ganhou o mundo, não só porque a 
diferencia da responsabilidade criminal, mas também em razão de ser apurada no 
juízo cível. É, portanto, na esfera do Direito Civil, que se indaga, tramita, litiga e 
decide para que se exija a reparação civil, que vem a ser a sanção imposta ao 
agente ou responsável pelo dano. 
Introdução ao Seguro de Responsabilidade Civil 
O Seguro de Responsabilidade Civil Geral – RCG, difere e muito dos seguros 
tradicionais da área de danos, onde o objeto de cobertura, na maioria dos casos, é 
bastante simples ou quase óbvio. 
Isto acontece porque as situações que o RCG apresenta ao técnico-operador 
constituem-se, muitas vezes, num desafio. 
Quando falamos de um seguro de automóveis, pensamos imediatamente em 
colisão, em roubo ou incêndio de veículos. Todavia, quando a matéria é seguro 
RCG –Produtos (por exemplo) uma das diversas modalidades do RCG, deve-se 
pensar não só na possibilidade de danos corporais e materiaissofridos pelo 
consumidor do produto, como também em uma série de questões correlatas: 
-O que é o produto? 
-Qual a lei que determina a responsabilidade do distribuidor do produto? 
-Qual o prazo para reclamação do dano sofrido? 
-O produto exportado tem cobertura? 
-Houve erro de formulação/projeto? 
-O que é um produto defeituoso? 
Para dominar a técnica do seguro RCG não basta conhecer as bases de 
subscrição e precificação, pois elas se constituem numa referência. É essencial o 
estudo e o conhecimento de matérias periféricas, porque o seguro de RCG 
 5 
abrange as mais diversas atividades do homem, não apresentando limites para o 
conhecimento. Intimamente ligado às ciências jurídicas, requer do operador o 
conhecimento de expressões técnicas e o domínio dos conceitos básicos das 
figuras de direito, que sustentam o seguro de RCG. 
Lembrando que a figura da reparação existe desde a mais remota história da 
civilização e sofreu diversos tratamentos, desde a lei de Talião (olho por olho, 
dente por dente; quem com ferro fere com ferro será ferido). 
Atualmente, a reparação tem o objetivo de restabelecer o status quo ante da 
vitima, mediante o ressarcimento pecuniário feito pelo causador do dano. 
 
Bases Legais para Caracterização da Responsabilidade Civil. 
A Lei 10.406, de 10/01/2002, vigente a partir de 11/01/2003, define, nos artigos 
927, 186, 187, 188, 942 e 932 a responsabilidade civil dos cidadãos: 
Art. 927: "Aquele que, par ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Parágrafo Único: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade, normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano, implicar; por sua natureza, risco para os direitos 
de outrem." 
Art. 186 – "Aquele que, par ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito." 
Art. 187 – "Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou pela boa-fé 
ou pelos bons costumes. 
Art. 188 - Não constituem atos ilícitos: 
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legitimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
Art. 942 - "Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem 
ficam sujeitos a reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, 
todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único:São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e 
as pessoas designadas no art. 932." 
Art. 932 - "São também responsáveis pela reparação civil: 
 6 
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
III- o empregador ou comitente, por seus empregados, cerviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue 
por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e 
educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia." 
O Código Civil trata de forma específica do Seguro de Responsabilidade Civil 
em seu artigo 787. 
Art. 787. 
No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e 
danos devidos pelo segurado a terceiro. 
§ 1º Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, suscetível de lhe 
acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o fato ao segurador. 
 
-Este parágrafo reforça a importância de o segurado efetuar o aviso de sinistro que, 
no caso, consistirá em comunicar a seguradora a ocorrência de qualquer evento do 
qual possa resultar a sua responsabilidade civil perante terceiro. 
 
§ 2º É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a ação, 
bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo diretamente, sem 
anuência expressa do segurador. 
 
-Este parágrafo deixa claro que é vedado ao segurado praticar determinados atos 
sem a anuência prévia e expressa da seguradora. Esses atos consistem em 
reconhecer sua responsabilidade (admitir sua culpa extrajudicialmente), confessar 
a ação (reconhecer a procedência do pedido formulado em ação judicial pelo 
terceiro em face do segurado), transigir com o terceiro ou indenizá-lo diretamente 
(fazer acordo judicial ou extrajudicial com o terceiro). 
 
 
§ 3º Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide ao segurador. 
 
Desta forma se estabelece que, quando o terceiro ajuizar ação de responsabilidade 
civil contra o segurado, e este for citado para se defender, deverá dar 
conhecimento à seguradora da existência do processo judicial. 
 
 
 7 
§ 4º Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, se o segurador 
for insolvente. 
 
E por último, deixa claro que se a seguradora se tornar insolvente, caberá ao 
segurado pagar ao terceiro, com recursos próprios, a totalidade da indenização 
 
 
Dados Estatísticos 
Ramo Prêmio Direto (R$) Sinistro Direto (R$)
0351 - RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL 348.613.013 125.467.237
Totais 348.613.013 125.467.237
Empresas selecionadas Todas
Ramos selecionados 351
UF's selecionadas Todas
Período de 200901
Período até 200909
 
Elementos Configuradores da Responsabilidade Civil 
Ação ou Omissão 
A ação ou omissão são representadas por atos do indivíduo, os quais refletem em 
um dano ou prejuízo causados a uma terceira pessoa. Na análise da conduta deste 
individuo, ou seja, na busca da identificação do ato/efeito, desponta a relação de 
causalidade ou nexo de causalidade. 
Portanto fazer algo contra alguém (ação) ou deixar de fazer (omissão) são 
situações que podem ser configuradas como de responsabilidade civil. 
A ação (ou omissão) tanto pode ser dolosa quanto culposa. 0 que distingue uma 
da outra é a intenção, do agente que pratica a ação (ou omissão), de prejudicar ou 
não a terceiros. 
Uma ação (ou omissão) que tem intenção deliberada de causar danos a outrem e 
dolosa. 
O dolo, por ser um ato consciente, que alguém induz, mantém ou confirma outrem 
em erro, é punido no campo do Direito Penal. Por isso, o Seguro de 
Responsabilidade Civil Geral não cobre os danos resultantes de atos dolosos. 
Dolo: é, portanto, a intenção deliberada de causar dano ou prejuízo a outrem. É 
crime. 
Na ação ou omissão culposa, o causador do dano age com negligência, imperícia 
ou imprudência. Não existe vontade dirigida à produção do dano. 
 
 
 
 
Obs. 
O seguro de RCG não cobre os danos resultantes de atos dolosos 
praticados pelo próprio segurado, até porque seria antijurídico o contrato 
de seguro que se filiasse a tal objeto de cobertura. Os atos dolosos 
praticados pelo segurado geram, evidentemente, responsabilidade civil 
para o mesmo, porém não encontramamparo nas coberturas concedidas 
por apólice de RCG. 
 
 8 
ATO DOLOSO 
Um dos princípios típicos do contrato de seguro é o Princípio do Absenteísmo, 
segundo o qual o segurado, o beneficiário e representantes de ambos, devem se 
portar, em relação ao interesse segurado, como se seguro não houvesse. Isto 
significa que sua conduta deve ser no sentido de não querer, de não aumentar e de 
não provocar o risco. 
Os atos do segurado, do beneficiário ou de seus representantes, que decorrem de 
dolo direto (dolo puro) ou de dolo indireto (dolo eventual) irão gerar nulidade do 
contrato. 
-Dolo puro ou direto: o agente tem a intenção de alcançar o resultado danoso. 
Ex. Seguros de Pessoas, o beneficiário recomenda a terceiro na morte do 
segurado, com o propósito de receber o capital segurado por morte acidental. 
- Dolo eventual ou indireto: o agente não tem a intenção de alcançar o resultado 
danoso, mas este é mencionado e, apesar disso, a pessoa se porta de maneira 
indiferente, ou seja, assume o risco da produção desse resultado. 
EX. No seguro de Automóveis, quando o segurado, apenas com o objetivo de 
cortar caminho, decide seguir pela contramão e provoca uma colisão. 
 
Culpa 
Culpa é o desvio de uma norma de conduta. 
No campo do direito penal está a função de punir o causador voluntário do dano. 
 
No campo do direito civil está a função de reparar o dano causado à vitima, 
submetendo para tanto, o patrimônio do responsável pelos prejuízos. 
A culpa em determinadas situações previstas em leis especiais, é um elemento 
prescindível para configurar a responsabilidade civil, ou seja, a responsabilidade 
existe ou é presumida em detrimento da ação/omissão culposa de determinada 
pessoa. É o caso típico de Lei que regula a produção de energia nuclear, segundo 
a qual o produtor responde sempre em relação a danos causados a terceiros 
independentemente de culpa. 
 
A ação (ou omissão) culposa caracteriza-se pela ausência do desejo de prejudicar, 
embora provoque prejuízos. Por ser a culpa a violação de um dever preexistente, a 
inobservância de uma norma de conduta ou conduta negligente pode lesar o direito 
alheio. 
Assim sendo, a culpa, no campo do Direito Civil, obriga a reparação do dano e o 
prejuízo é coberto pelo Seguro de Responsabilidade Civil. 
A culpa decorre da prática ou ausência de ação caracterizadas por negligência, 
imprudência ou imperícia. 
 9 
 A negligência evidencia-se, usualmente, pela omissão. É a ação necessária 
que se deixou de praticar, como por exemplo, consertar uma marquise que está 
em mau estado de conservação. 
 A imprudência é a ação que não deveria ser praticada, como, por exemplo, 
colocar objetos soltos no parapeito da janela de um apartamento; e 
 A imperícia é a ação praticada sem a habilidade ou competência necessária 
para fazê-lo, como no caso de instalação elétrica realizada por quem não tem 
conhecimento de eletricidade. 
 
Dano 
A palavra dano advém do latim damnum no sentido de nocivo. É ação ou omissão 
ilícita com repercussão na esfera jurídica de outra pessoa. 
Quando discutimos de dano propriamente dito, devemos avaliá-lo tendo como base 
a diminuição patrimonial experimentada, de modo que a questão relativa ao dano 
prenda-se à da indenização, dando-se destaque, pois ao dano indenizável. Não 
pode haver responsabilidade sem a observância de um dano efetivo. 
O dano é, portanto, o elemento fundamental para a configuração do da 
responsabilidade civil. Não existe, no Direito Civil, repercussão do ato ilícito, se não 
houver a produção de um dano. 
0 dano pode ser classificado como: 
 Pessoal – quando se refere a lesão corpórea ou a doença sofrida por pessoa 
física (inclusive morte ou invalidez) em decorrência de ação ou omissão de 
outra pessoa. 
Toda ofensa causada à normalidade funcional do corpo humano, dos pontos de vista 
anatômico e/ou fisiológico, incluídas as doenças, a invalidez, temporária ou 
permanente, e a morte; não estão abrangidos por esta definição os danos morais, os 
danos estéticos, os danos mentais, e os danos materiais, embora, em geral, tais danos 
possam ocorrer em conjunto com os danos físicos à pessoa, ou em consequência destes. 
 Material – quando se refere a dano físico a propriedade, a animais, 
deterioração do objetos tangíveis, destruição de substâncias etc., ou seja, 
qualquer dano físico à propriedade tangível. 
 
Toda alteração de um bem tangível ou corpóreo que reduza ou anule seu valor 
econômico, como, por exemplo, deterioração, estrago, inutilização, destruição, 
extravio, furto ou roubo do mesmo; não se enquadram neste conceito a redução ou a 
eliminação de disponibilidades financeiras já existentes, tais como dinheiro, créditos, 
e/ou valores mobiliários, que são consideradas "prejuízo financeiro"; a redução ou a 
eliminação da expectativa de lucros ou ganhos de dinheiro e/ou valores mobiliários 
também não se enquadra na definição de dano material, mas sim na de "perdas 
 10 
financeiras". 
 
 Imaterial – quando se refere a dano resultante da privação de um direito, da 
interrupção de uma atividade ou da perda de um benefício. Nos casos de 
interrupção de uma atividade, existem os danos de natureza pecuniária, como 
os lucros cessantes e/ou esperados. 
As apólices de RCG, regra geral, determinam que a cobertura para os danos 
imateriais somente se dê quando os mesmos forem DIRETAMENTE 
conseqüentes dos danos corporais e/ou materiais cobertos pelas mesmas. 
 
 Dano Moral: lesão, praticada por outrem, ao patrimônio psíquico ou à 
dignidade da pessoa, ou, mais amplamente, aos direitos da personalidade, 
causando sofrimento psíquico, constrangimento, desconforto, e/ou 
humilhação, independente da ocorrência conjunta de danos materiais, 
corporais, ou estéticos; para as pessoas jurídicas, o dano moral está 
associado a ofensas ao seu nome ou à sua imagem, normalmente gerando 
perdas financeiras indiretas, não contabilizáveis, independente da 
ocorrência de outros danos; 
Relação de Causalidade – ( Nexo Causal). 
Nexo Causal é o quarto elemento que caracteriza a responsabilidade civil. E a 
relação de causalidade (nexo causal), ou seja, a relação de causa e efeito entre a 
ação ou omissão praticada pelo agente e o dano resultante. Através da relação de 
causalidade se identificam responsabilidades. 
Portanto entre o fato danoso e a ação ou omissão do individuo é necessária a 
existência de um nexo causal. 
 
Excludentes da Responsabilidade Civil 
Em alguns casos, quando o nexo causal é apurado, a responsabilidade do 
suposto causador do dano é extinta, cessando qualquer tipo de responsabilidade 
sobre ele. Essas situações poderão ser causadas por culpa da vitima ou de 
eventos decorrentes de caso fortuito ou de força maior, que representam os 
danos causados por atos da natureza, como terremoto, furacão etc., ou, também, 
os da natureza humana, como a morte por causas naturais. 
Se a vitima é culpada pelos danos que sofreu, a Justiça não responsabiliza 
outrem. Um supermercado não pode ser responsabilizado pelo acidente com uma 
 11 
pessoa que, pela própria imprudência, cai e se machuca numa de suas lojas. 
Porém, é precisoque fique provado que a culpa foi exclusiva do consumidor e que 
o supermercado em nada contribuiu para que o prejuízo ocorresse. 
Se a vitima sofreu danos por causa de caso fortuito ou de forca major, a Justiça 
também não responsabiliza outrem. Um supermercado não poderá ser 
responsabilizado se houver vitimas por causa de um furacão repentino que 
derrubou todo o seu teto. 
Responsabilidade por Ato de Outrem 
A responsabilidade pela reparação de um dano pode decorrer de ato próprio ou 
de ato de uma pessoa que esteja sob sua responsabilidade. 
Ato Próprio 
Ocorre quando o dano é causado por ato do próprio responsável. Como exemplo, 
podemos citar o caso de um professor de natação que, por estar distraído 
(negligência), não promove socorro a um aluno (omissão), deixando-o morrer 
afogado. 
Ato de uma Pessoa que Esteja sob sua Responsabilidade 
Quando a ação ou omissão de uma pessoa que esteja sob a responsabilidade de 
outra provoca danos, a culpa pode ser caracterizada de duas maneiras: culpa in 
vigilando ou culpa in eligendo. 
 A culpa in vigilando, decorre da falta de atenção do responsável pelo 
procedimento da pessoa que está sob sua responsabilidade, devendo, por essa 
razão, responder pelos prejuízos causados por ela. 
Exemplos 
A: Um filho menor de idade quebra a vidraça do vizinho. Nesse caso, o 
responsável pela reparação do dano é o pai. 
Assim, um pai é responsável civilmente pelos atos de filhos menores de idade que 
ocasionarem prejuízos a terceiros; portanto, cabe aos pais ou responsáveis a 
reparação dos danos causados. 
B: Um cão solto no quintal de uma casa morde o carteiro. Nesse caso, o 
responsável pela reparação é o chefe da família (dono do cão). 
Também com base na culpa in vigilando é que o dono de um animal responde 
civilmente pelos prejuízos que este provocar a terceiros. 
 A culpa in eligendo advém da má escolha daquele a quem se confia a pratica 
de um ato, tarefa, cumprimento de uma obrigação. Nesse caso, encontra-se o 
empregador que admite, ou mantém a seu serviço, empregado não habilitado 
 12 
legalmente ou sem as aptidões requeridas para a função. 
Exemplo: 
A- O dono de um restaurante responde civilmente pelos danos causados por 
imperícia do garçom que, inadvertidamente, deixa cair café quente em cima de um 
cliente, causando danos corporais no mesmo. 
B: Um acidente provocado por defeito nos dispositivos de segurança de um veículo 
acarreta responsabilidades civis para a montadora, uma vez que foi dela a escolha 
do fornecedor do referido equipamento. 
Assim, a culpa in eligendo pode decorrer não só da má escolha de um 
empregado, como também da má escolha de um fornecedor. 
 
 
 
 
 
Elementos caracterizadores do Seguro de Responsabilidade Civil Geral: 
 
 
 
 
 
 13 
Teorias da Responsabilidade Civil 
Com base na análise da conduta do causador do dano, ou seja, no elemento 
culpa, surgiram as teorias: 
Teoria Subjetiva – implica a existência do elemento culpa, isto é, a vítima precisa 
provar que quem causou o dano é culpado e, ainda tem que justificar o valor 
pedido a titulo de indenização. 
Teoria Objetiva – não necessita da existência do elemento culpa, pois a culpa é 
presumida. Compete ao acusado provar que não causou o dano reclamado. 
 
TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
SUBJETIVA OBJETIVA 
-Estrita necessidade do elemento culpa. 
-Investigação do nexo causal (causa 
/efeito). 
-Expressa no Código Civil. 
-Prescinde de existência do elemento 
culpa. 
-Filiada ao principio da causalidade. 
-Expressa em leis específicas 
 
 
São exemplos de áreas em que se aplica a teoria objetiva por jurisprudência e leis 
especiais: acidentes do trabalho, acidentes aeroviários e ferroviários, poluição 
ambiental e outras. Isso significa que, tanto o empregador quanto o transportador, 
aeroviário ou ferroviário, ou o agente causador da poluição ambiental (seja pessoa 
física ou jurídica) deverão responder pelos danos que causarem, 
independentemente da existência de culpa. 
No caso da responsabilidade objetiva, o prejudicado deve provar apenas o dano, a 
conduta do agente e o nexo causal entre a conduta e o dano. Não se questiona, 
assim, a culpa ou tido do causador do dano, pois, havendo prejuízo, ha obrigação 
de indenizar. 
São exemplos de responsabilidade objetiva encontrados em nosso Código Civil: 
 o dono de um edifício ou de uma construção responde pelos danos que 
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos cuja necessidade 
seja manifesta (art. 937 do Código Civil); 
 aquele que habitar um prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente 
das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido (art. 938 do 
Código Civil); e 
 acidentes de trabalho, em estradas de ferro e com aeronaves (contemplados 
em leis específicas). 
 14 
Nos casos dos exemplos acima, os causadores dos prejuízos deverão indenizar os 
prejudicados apenas pela ocorrência do dano sem questionar se foram culpados 
ou não por ele. 
 
Responsabilidade Civil Contratual e Extracontratual 
A Responsabilidade Civil Contratual é a existência de um vínculo jurídico de 
convenção entre as partes (contrato) antes mesmo de surgir a obrigação de 
indenização, por parte do inadimplente. 
Implica a existência de um contrato que caracterize o vinculo jurídico entre as 
partes. 
Não existe cobertura para a Responsabilidade Civil Contratual no Ramo RCG. 
Esse risco é alocado em ramo de seguro especifico chamado Garantia de 
Obrigações Contratuais. 
Exemplo: um empreiteiro não entrega a obra no prazo determinado no contrato de 
empreitada. Por este motivo, ficará o empreiteiro sujeito à indenização das perdas 
sofridas pelo contratante da obra (risco previsto no seguro de Garantia de 
Obrigações Contratuais). 
Na Responsabilidade Civil Extracontratual não existe qualquer vinculo 
jurídico entre o causador do dano e a vitima, até que uma ação ou omissão 
cause o dano, obrigando a reparação. Em outras palavras, quando o 
prejuízo é causado, a pessoa que causou o dano tem o dever de repará-lo. 
Assim, o Ramo de RCG, no Brasil, atua no campo da Responsabilidade Civil 
Extracontratual, no que se refere ao segurado e aos terceiros reclamantes. 
Na responsabilidade Civil Contratual, antes mesmo de surgir a obrigação de 
indenizar por parte do inadimplente, existe um contrato, um vínculo jurídico de 
convenção entre as partes envolvidas. Na Extracontratual não existe qualquer 
vínculo jurídico entre o causador do dano e a vitima, até que a ação ou omissão do 
causador do dano desperte o mecanismo reparatório obrigacional. Esta é a 
característica básica da Responsabilidade Civil Extracontratual = inexistência de 
vínculo entre as partes. 
O contrato de seguro RCG, no Brasil, atua basicamente no campo da 
responsabilidade civil extracontratual em relação ao Segurado e aos terceiros 
reclamantes. 
Exemplo: caldeira de indústria que explode, causando danos materiais e corporais 
aos vizinhos, ficando tal indústria sujeita à indenização das perdas sofridas pelos 
terceiros. 
 
Terceiros 
Para o Seguro de Responsabilidade Civil, o terceiro é um elemento de aparição 
incidental e que sofre o dano. Pode ser qualquer pessoa, desde que não seja o 
própriosegurado, seus ascendentes, seus descendentes, seu cônjuge, pessoas 
 15 
que dependam economicamente ou que residam, ou que tenham sociedade 
econômica, ou emprego com o segurado. 
Com a exclusão dessas pessoas das coberturas das apólices de RCG, por não se 
enquadrarem na definição de terceiro, evita-se que o segurado seja tentado a 
agravar o risco, prejudicando o segurador. Evita-se, também, que o causador do 
dano se beneficie do ato ilícito que cometeu. 
Prescrição 
A prescrição é a perda de um direito ou obrigação não exigida dentro de 
determinado prazo, ou seja, é a perda do direito a ação judicial e acontece quando 
alguém que detém esse direito deixa de exercê-lo durante um determinado tempo 
previsto na lei. 
O tempo é o fator primordial da figura jurídica da prescrição. A prescrição atua 
como uma medida de segurança para a sociedade e suas relações, de forma que 
não se perpetuem, no tempo, certas pendências. 
A prescrição se interrompe pela citação pessoal feita ao devedor ou por qualquer 
ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe no reconhecimento do direito 
pelo devedor, entre outras causas. 
A prescrição pode ser interrompida, começando a correr um novo prazo a partir da 
data da interrupção. No que diz respeito ao seguro, a interrupção se dá através de 
protesto judicial 
O prazo prescricional tem início, quando, pela primeira vez, o terceiro tem ciência 
do dano. A prescrição é interrompida quando é feita a citação da ação movida por 
quem sofreu o dano, em face de quem o causou ou por qualquer ato que não deixe 
dúvidas no reconhecimento, por parte do devedor, do direito reclamado. 
Dessa forma, nos casos de Seguros de Responsabilidade Civil, o Código Civil 
estabelece que o prazo prescricional começa a fluir a partir do momento em que o 
segurado é citado em ação, promovida pelo terceiro a quem prejudicou, ou a partir 
do momento em que o próprio segurado indeniza o terceiro com anuência do 
segurador. 0 reembolso é uma peculiaridade deste tipo de seguro. Assim, 
necessita da manifestação da pretensão do terceiro prejudicado. 
No quadro a seguir estão especificadas as condições e a fundamentação legal 
para efeito de prescrição: 
 
PRAZOS PRESCRICIONAIS 
AÇÕES TEMPO 
Ações pessoais de terceiros contra o segurado (PF ou PJ) 3 anos 
Ações do segurado contra o segurador ou do segurador contra o 
segurado (fato ocorrido no País) 
1 ano 
Ações do segurado contra o segurador ou do segurador contra o 
segurado (fato ocorrido no Exterior) 
 
Ações do consumidor contra Segurado (Produtos/Serviço) - CDC 5 anos 
 
 16 
Exemplos de destaques do Código Civil: 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela 
prescrição, nos prazos a que aludem os artigos 205 e 206. 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
 
Art. 206. Prescreve: 
§ Em um ano: 
II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo: 
a- para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em 
que e citado para responder a ação de indenização proposta pelo terceiro 
prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b- quanto aos demais seguros, da ciência do fator gerador da pretensão, 
 
§ 3° Em três anos: 
V – a pretensão de reparação civil; 
IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no 
caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
 
 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SEGURO DE RC 
O princípio básico do seguro de Responsabilidade Civil é reembolsar o segurado 
pela soma que lhe foi exigida a título de responsabilidade civil. Desta forma, o 
patrimônio desfalcado com a indenização paga a terceiros será reintegrado. 
Consta do principio de reembolso que o segurado terá que indenizar o terceiro 
reclamante para, só então, ter assegurado o seu direito ao reembolso junto ao 
Segurador. Porém as seguradoras, na maioria dos casos, indenizam o terceiro 
reclamante diretamente ao invés de reembolsarem o segurado. 
 
Beneficiário 
 
Nas apólices de RCG, apenas o próprio segurado pode ser o beneficiário, pois, por 
ser um seguro patrimonial, não pode ser estipulado em favor de terceiros. 
O cunho contratual prevalece entre as partes contratantes, segurado e segurador, 
não cabendo ação direta da vitima contra o Segurador. 
 17 
A pessoa ofendida, embora beneficiária indireta, não é parte legítima no contrato 
de seguro. 
Os Seguros de Responsabilidade Civil são considerados patrimoniais, porque seu 
objetivo é a proteção do patrimônio do segurado. 
Quando um segurado causa um dano a um terceiro, a lei o obriga a reparar esse 
dano com os seus próprios bens, sendo assim, o objetivo do Seguro de RCG é 
proteger o patrimônio, pois, ao reembolsar o segurado no valor do sinistro, a 
apólice restabelece o patrimônio do segurado no mesmo patamar em que estava 
antes do sinistro. 
Tipos de Apólices 
Na operação de seguro de RCG, existem dois tipos de apólices no Brasil. 
As apólices são classificadas como: 
 
 Apólice a base de ocorrência (occurrence basis). 
 
 Apólice a base de reclamação (claims made). 
 
Apólice a Base de ocorrência 
É o modelo padrão de apólice de RCG no Brasil. 
Na apólice a base de ocorrência, é imprescindível que o dano ocorra durante a 
vigência da apólice e que a reclamação pelo terceiro reclamante seja apresentada 
até o fim do prazo prescricional legal. 0 prazo prescricional começa a partir da data 
da ciência do dano. 
 
 
Apólice a Base de Reclamação 
 
Nessa apólice, o dano deve ocorrer durante a sua vigência e a reclamação ser 
também apresentada durante a sua vigência. 
A partir da primeira renovação, aplica-se a retroatividade de cobertura para as 
apólices anteriores, ou seja, se ocorre um sinistro no primeiro ano de vigência, 
essa ocorrência só pode ser reclamada durante essa vigência. 
Quando a apólice é renovada, aquela ocorrência da primeira apólice poderá ser 
reclamada ate o final da nova apólice, e assim por diante, desde que não haja 
interrupção de cobertura. 
Somente a partir da primeira renovação do seguro é que a retroatividade de 
cobertura é aplicada nas apólices de reclamações. 
 18 
Este modelo é recomendável para os seguros de RC Produtos, Profissional e 
Riscos Ambientais. 
 
 
 na primeira vigência, não é permitido ao segurado estipular retroatividade; 
 a partir da primeira renovação e em todas as outras subseqüentes, 
desde que não haja interrupção de cobertura, será aplicada a 
retroatividade, sempre a partir da data de inicio de vigência da primeira 
apólice. 
Prazos complementares 
Os prazos complementares são automáticos, estão expressos na apólice e não 
existe cobrança de prêmio adicional. 
Exemplo: 
Um segurado não irá renovar sua apólice de RCG. A apólice que está por terminar, 
tem o seu fim de vigência em 30/10, um sinistro ocorrido durante a vigência pode 
ser reclamado até 1 ano após a data de 30/10 para ser reembolsado. 
No exemplo, o prazo complementar é iniciado após o término da vigência da 
apólice ou após o seu cancelamento. 
 
 
Prazo Suplementar 
Seo segurado desejar, pode dilatar o prazo automático, contratando o Prazo 
Suplementar desde que, para isso, pague um prêmio adicional. 
Nas apólices de reclamações, o prazo suplementar é adotado, 
independentemente do número de renovações, quando: 
 a apólice de reclamações não é renovada na mesma seguradora, pois o 
segurador da nova apólice pode não aceitar o período de retroatividade da 
apólice vencida; 
 o segurado decide não renovar o seguro. 
 19 
 
 
Exemplo: 
Um segurado, que manteve suas apólices a base de reclamação por cinco anos, 
resolve encerrar suas atividades no país. Assim, para se proteger de qualquer 
reclamação feita contra ele por danos causados no período de retroatividade da 
apólice (cinco anos), ele contrata essa suplementação do prazo automático pelo 
período estabelecido entre o segurado e a seguradora. 
0 prazo suplementar se inicia logo após o término do prazo complementar e pode 
ser concedido por um período de até 3 anos. 
 
Critérios para a Contratação de Apólices a Base de Reclamação 
 As apólices deverão, necessariamente, conter cláusula garantindo ao 
segurado prazo complementar mínimo de um ano, contado a partir do 
termino de vigência da apólice ou de seu cancelamento, com vistas a 
amparar sinistros ocorridos na vigência da apólice e no período de 
retroatividade de cobertura. 
 Obrigatória a inclusão, nas condições contratuais do seguro (quer se trate de 
apólice inicial, quer de renovação), de cláusula garantindo, ao segurado, o 
direito a obtenção de prazo suplementar. As seguradoras poderão cobrar 
prêmio adicional para o prazo suplementar. 
 0 direito do segurado a obtenção de prazo suplementar não e aplicável aos 
casos de cancelamento do seguro por determinação legal ou por falta de 
pagamento do prêmio ou, ainda, por ter sido atingido o limite agregado. 
 Deverá ficar expressamente indicado, nas condições contratuais do seguro, 
que a concessão de prazo suplementar somente poderá prevalecer: 
I. se o seguro for renovado em outra sociedade seguradora e esta não 
admitir, na cobertura contratada, o período de retroatividade da apólice 
anterior; e 
II. se o segurado não renovar o seguro ou se o renovar sob a forma de 
apólice a base de ocorrências, seja na mesma sociedade seguradora ou 
em outra. 
 Nas renovações sucessivas em uma mesma sociedade seguradora, é 
obrigatória a concessão do período de retroatividade da cobertura e do prazo 
complementar, bem como a previsão quanto à possibilidade de obtenção de 
prazo suplementar. 
 Renovada a apólice à base de reclamações, em outra sociedade seguradora 
que não aquela da apólice vencida, a nova sociedade seguradora poderá, 
mediante cobrança de prêmio adicional e desde que não tenha havido 
solução de continuidade do seguro, admitir o período de retroatividade de 
cobertura considerado na apólice anterior. 
 A apólice a base de reclamações deverá indicar, expressamente, em destaque, 
 20 
além de sua vigência, o período de retroatividade de cobertura ou a data 
retroativa de cobertura. 
Estarão cobertos os sinistros ocorridos entre a data retroativa de cobertura e o 
termino de vigência da apólice, desde que reclamados durante seu periodo de 
vigência ou no prazo complementar previsto ou ainda, durante o prazo 
suplementar para a apresentação de reclamações, no caso de ter sido ele 
adotado. 
 Deverá ser incluída cláusula, nas condições contratuais do seguro, 
estabelecendo qual dos critérios a seguir indicados serão adotado, na hipótese 
de aceitação, pela sociedade seguradora, de aumento do limite máximo de 
garantia da apólice, durante sua vigência ou mesmo na renovação: 
- o novo limite prevalecerá, integralmente, durante a vigência da apólice e a 
respectiva data retroativa, se houver, inclusive para as reclamações relativas 
a sinistros já ocorridos e que não sejam de conhecimento do segurado; 
-será determinado que o novo limite aplicar-se-á, apenas, a sinistros 
efetivamente ocorridos a partir da data de sua implementação, prevalecendo 
o limite anterior para os sinistros já ocorridos, sejam eles de conhecimento ou 
não do segurado. 
 Não é permitida a utilização de apólices a base de reclamações para Seguros 
de Responsabilidade Civil, contratados por período inferior a 12 meses, salvo 
se, for para fins de unificação de vigência com outras apólices de seguro 
pertencentes ao segurado ou, ainda, para aquelas modalidades não sujeitas ao 
risco de latência prolongada ou sinistros tardios. 
 
Apólice a Base de Reclamação, com cláusula de notificações. 
 
Tipo especial de contrato celebrado com apólice à base de reclamações, que 
faculta, ao segurado, exclusivamente durante a vigência da apólice, a possibilidade 
de registrar, formalmente, junto à seguradora, fatos ou circunstâncias 
potencialmente danosos, cobertos pelo seguro, mas ainda não reclamados, 
vinculando a apólice então vigente a reclamações futuras que vierem a ser 
apresentadas por terceiros prejudicados (se o segurado não tiver registrado, na 
seguradora, o evento potencialmente danoso, e este vier a ser reclamado, no 
futuro, por terceiros prejudicados, será acionada a apólice que estiver em vigor por 
ocasião da apresentação da reclamação). 
Objeto do Seguro 
Uma apólice de RCG tem por objetivo cobrir o risco da responsabilidade civil do 
segurado perante terceiros. 
Nas Condições Gerais da apólice, define-se o que está sendo segurado, ou seja, o 
objeto do seguro. 
 
“0 presente seguro tem por objetivo reembolsar o segurado, ate o limite 
máximo da importância segurada (LMG), das quantias pelas quais vier a ser 
responsável civilmente, em sentença judicial transitada em julgado ou em 
acordo autorizado de modo expresso pela seguradora, relativas a reparações 
por danos involuntários, corporais e/ou materiais causados a terceiros, 
 21 
ocorridos durante a vigência deste contrato e que decorram de riscos 
cobertos nele previstos”. 
Riscos Não Operados 
 
Os Seguros de Responsabilidade Civil decorrem de diferentes atividades humanas 
e da incidência de sistemas legais que progressivamente, pretendem disciplinar as 
conseqüências dessas atividades. Mas, por diversos motivos, alguns Seguros de 
Responsabilidade Civil não são operados pelo Ramo RCG, como por exemplo, os 
vinculados a circulação de veículos, salvo exceções. 
Portanto podemos citar alguns riscos de Responsabilidade Civil que não se 
enquadram nos Limites de atuação do ramo RCG, por estarem amparados em 
outros ramos de seguro, mais específicos: 
-proprietários de veículos – RCF-V; 
-transportador rodoviário – carga – RCTR-C; 
-transportador rodoviário – internacional – RCTV-I; 
-transportador aéreo – RETA; 
-transportador aéreo – carga RETA-C; 
-armador – carga RCA-C; 
-operador de usinas nucleares – riscos nucleares; 
-prestador de serviços, técnicos de prospecção e exploração de petróleo – riscos 
de petróleo; 
-prestador de serviços que envolvem danos a aeronaves – aeronáuticos; 
-construtor de imóveis financiados pelo SFH – habitacional; 
-promotor de provas desportivas com veículos motorizados RCF-V; 
-construtor naval – cascos. 
 
Riscos Excluídos 
As exclusões de riscos fazem parte das apólices de qualquer ramo e servem para 
delimitar a amplitude das coberturas concedidas. Para se adaptar a realidade do 
mercado, as seguradoras podem alteraressas exclusões (reduzindo ou 
ampliando), na medida em que isso se torne necessário. 
Citamos como riscos excluídos: 
a) danos decorrentes de atos de hostilidade ou de guerra, tumultos, greve, lockout, 
rebelião, insurreição, revolução, confisco, nacionalização, destruição au requisição, 
decorrentes de qualquer ato de autoridade de fato ou de direito, civil ou militar e, 
em geral, todo e qualquer ato ou conseqüência dessas ocorrências; 
b) danos decorrentes de atos praticados por qualquer pessoa, agindo por parte de, 
ou em ligação com qualquer organização cujas atividades visem a derrubar, pela 
 22 
força, o governo ou instigar a sua queda, pela perturbação da ordem política e 
social do país, por meio de atos de terrorismo, guerra revolucionaria, subversão e 
guerrilhas, saque ou pilhagem; 
c) danos a bens em poder do segurado, para guarda ou custódia, transporte, uso 
ou manipulação ou execução de quaisquer trabalhos; 
d) responsabilidades assumidas pelo segurado, por contratos ou convenções, que 
não sejam decorrentes de obrigações civis legais; 
e) danos conseqüentes do inadimplemento de obrigações por força exclusiva de 
contratos elou convenções; 
f) danos resultantes de dolo ou culpa grave do segurado, bem como os decorrentes 
de atos por ele praticados em estado de insanidade mental, de alcoolismo ou sob 
efeito de substâncias tóxicas. Se o segurado for pessoa jurídica, esta exclusão 
aplica-se apenas aos atos praticados pelos sócios controladores da empresa 
segurada, seus diretores ou administradores; 
g) multas impostas ao segurado, bem como as despesas de qualquer natureza, 
relativas a ações ou processos criminais; 
 h) radiações ionizantes ou quaisquer outras emanações ocorridas na produção, 
transporte, utilização ou neutralização de materiais físseis (nucleares) e seus 
resíduos; e quaisquer eventos decorrentes de energia nuclear, com fins pacíficos 
ou bélicos; 
i) qualquer perda, destruição, dano ou responsabilidade legal, direta ou 
indiretamente causados por, resultante de, ou para os quais tenha contribuído 
material de armas nucleares; 
j) danos causados pela ação paulatina de temperatura, umidade, infiltração 
vibração, bem como por poluição, contaminação e vazamento; 
I) perdas financeiras, inclusive lucros cessantes, não decorrentes de dano corporal 
e/ou dano material, sofridos pelo reclamante e cobertos pelo presente contrato; 
m) danos decorrentes da circulação de veículos terrestres fora dos locais de 
propriedade, alugados controlados pelo segurado e, ainda, os danos relacionados 
a existência, ao uso e a conservação de aeronaves e aeroportos; 
n) extravio, furto ou roubo; 
o) danos causados ao segurado, seus ascendentes, descendentes e cônjuge, bem 
como a quaisquer parentes que com ele residam ou dele dependam 
economicamente e, ainda, os causados aos sócios controladores da empresa 
segurada, seus diretores ou administradores; 
p) danos genéticos, bem como causados por asbestos, talcos asbestiforme, 
diethilstibestrol, dioxina, uréia. formaldeído, vacina para gripe suína, dispositivo 
intra-uterino (DIU), contraceptivo oral, fumo ou derivados, danos resultantes de 
hepatite B ou Sindrome de Deficiência Imunológica Adquirida (AIDS). 
 23 
Obs.: 
Não caberá qualquer indenização por este seguro quando, entre o segurado e o 
terceiro reclamante, existir participação acionária ou por cota, até o nível de 
pessoas físicas que, isoladamente ou em conjunto, exerçam ou tenham 
possibilidade de exercer controle comum da empresa segurada e da empresa 
reclamante. 
O Seguro de RCG, salvo estipulação em contrário, não cobre também os 
seguintes danos: 
a) danos causados a empregados ou prepostos do segurado quando a serviço; 
b) danos a veículos sob guarda do segurado; 
c) danos causados pela circulação de veículos eventualmente a serviço do 
segurado; 
d) danos causados pelo manuseio, use ou por imperfeição de produtos fabricados, 
vendidos, negociados ou distribuídos pelo segurado, depois de entregues a 
terceiros, definitiva ou provisoriamente, e fora dos locais ocupados ou 
controlados pelo segurado; 
e) danos relacionados a prestação de serviços profissionais a terceiros, tais como 
serviço medico, odontológico, de enfermagem, advocacia, engenharia, 
arquitetura, auditoria, contabilidade, processamento de dados e similares; 
f) danos morais. 
 
Em hipótese nenhuma, estarão cobertas as indenizações a titulo de punição 
(punitive damage - punição por decorrência dos danos, por causa dos danos) ou a 
títuIo exemplar (exemplary damage)." 
“A cartilha da doutrina do "punitive damage" é simples e bastante eficaz. Segundo 
suas letras, o causador do injusto, dos danos materiais e especialmente morais, 
tem de ser efetivamente punido. A título de punição ou a título exemplar, a 
"exemplary damage", o fato é que o causador do dano não pode passar impune 
por sua conduta ilícita.” 
Das exclusões apresentadas, as abaixo informadas devem ser entendidas 
com mais detalhes: 
 Danos a Bens de Terceiros sob a Responsabilidade do Segurado 
0 segurado que tem a posse direta de bens de terceiros deve por lei, preservá-los 
como se fossem seus. A cobertura para esses riscos encontra-se nos seguros mais 
específicos, como de incêndio, de roubo etc, com cláusula beneficiária a favor do 
proprietário do bem. 
Essa exclusão faz com que o segurado assuma o risco do seu próprio negócio pois 
é função do seguro de RCG transferir para a seguradora riscos ligados ao 
 24 
interesse do próprio segurado com terceiros, embora em algumas modalidades do 
seguro de RCG isso seja admitido, como nos casos de RC - Guarda de Veículos, 
RC - Guarda de Embarcações e RC - Armazéns Gerais. 
 
 Responsabilidades Assumidas pelos Segurados 
“As responsabilidades assumidas pelo segurado por contratos ou 
convenções que não sejam decorrentes de obrigações civis legais.” 
0 objetivo dessa exclusão é evitar que o segurador tenha que acatar alguma 
obrigação civil, além do ordenamento jurídico, assumida pelo segurado, uma vez 
que não pode previamente dimensioná-la. 
Exemplo: se um segurado garantir na propaganda, que se responsabilizara pelo 
pagamento em dobro por algum tipo de dano corporal que seu produto cause ao 
cliente, a seguradora só terá que reembolsar (caso haja cobertura) o valor do dano, 
enquanto o valor prometido em dobro tem que ser assumido pelo segurado. 
 
 Inadimplemento de Obrigações Contratuais 
 
“Danos conseqüentes do inadimplemento de obrigações por força exclusiva 
de contrato e/ou convenções.” 
As apólices de RCG atuam, basicamente, na esfera da Responsabilidade Civil 
Extracontratual. As responsabilidades civis contratuais podem ser cobertas através 
do ramo Garantia de Obrigações Contratuais. 
 
 Perdas Financeiras 
“Riscos provenientes de perdas financeiras, inclusive lucros cessantes, não 
decorrentes de dano corporal ou material, sofridos pelo reclamante e 
cobertos pelo presente contrato.” 
Esta exclusão tem por objetivo adequar a mensuração do risco, pelo segurador. 
Só existe cobertura para perdas financeiras e lucros cessantes quando esses 
riscos são diretamente decorrentes de danos corporais e/ou materiais cobertos 
pelo contrato de seguro. 
Exemplo: uma fábrica explode e danifica uma fábrica vizinha, que fica semproduzir 
por um mês. Aquele vizinho atingido teve um lucro cessante, decorrente da 
explosão da fábrica do segurado. Nesse caso, haverá cobertura, pois o lucro 
cessante foi conseqüência de um risco coberto (explosão). 
Limites de Responsabilidade 
São dois os limites de responsabilidade das seguradoras nos Seguros de 
 25 
Responsabilidade Civil: 
 Limite de responsabilidade por sinistro; e 
 Limite agregado ou teto. 
Limite de Responsabilidade por Sinistro 
E o limite máximo de responsabilidade da seguradora por sinistro ou série de 
sinistros decorrentes de um mesmo evento, independentemente do número de 
reclamações. Esse limite é fixado em valor equivalente ao Limite Máximo de 
Garantia (LMG) constante da apólice. 
 
 
Limite Agregado ou Teto 
É o total máximo indenizável pela apólice durante a sua vigência. Determina-se, no 
agregado, quantas vezes o limite por sinistro poderá ser utilizado. 
 
Responsabilidade por Sinistro Agregado ou teto 
-É fixado em valor equivalente à 
importância segurada. 
-Representa o limite máximo de 
responsabilidade da Seguradora por 
sinistro ou série de sinistros decorrentes 
de um mesmo evento, e independe do 
número de reclamações. 
-É fixado em valor superior ao da 
Importância Segurada. 
-Representa o total máximo indenizável 
pelo contrato de seguro, ocorridos 
durante a sua vigência. 
 
Exemplo: 
 
Em uma apólice de RCG, temos a seguinte situação: 
LMG: R$ 100.000 
Limite Agregado: 3 vezes (R$ 100.000 x 3 = R$ 300.000) Teto = R$ 300.000 
 
1º sinistro: R$ 50.000,00 – Reembolso no valor de R$ 50.000,00 
2º sinistro: R$ 150.000,00 – Reembolso no valor de R$ 100.000,00 
3º sinistro: R$ 100.000,00 – Reembolso no valor de R$ 100.000,00 
4º sinistro: R$ 200.000,00 – Reembolso no valor de R$ 50.000,00 
Total R$500.000,00 R$ 300.000,00 
Observe que, no segundo sinistro, o limite máximo indenizável foi o LMG e que, no 
quarto sinistro, foi reembolsado o saldo final do limite agregado, que nesta apólice 
era de R$ 300.000. 
Em qualquer situação, o Limite Máximo de Garantia sempre será o limite máximo 
indenizável por sinistro ou evento. 
 26 
 
Reintegração do Limite Máximo de Garantia (LMG) 
Não existe reintegração automática do Limite Máximo de Garantia. Dessa forma, 
em caso de sinistro, nos Seguros de RCG, o valor do Limite Máximo de Garantia 
não voltará ao seu valor original de forma automática. No entanto, a reintegração 
do Limite Maximo de Garantia pode ser concedida, pelo segurador, após uma 
analise detalhada do risco e dos sinistros que geraram a necessidade da 
reintegração. 
Garantia de Reembolso 
O Seguro de RCG pode reconhecer a obrigação da seguradora de reembolsar o 
segurado de duas maneiras: 
a- através de sentença judicial, transitada em julgado. 
b- através de acordos extrajudiciais celebrados com o terceiro reclamante, com a 
anuência da seguradora. 
Em qualquer um dos casos, as Condições Gerais da apólice condicionam a 
apuração e a liquidação do sinistro à concordância do segurador, já que é ele 
quem arca com o montante dos prejuízos. Assim, evita-se que o segurado faça 
acordos, nem sempre justos ou adequados, para se livrar rapidamente da 
reclamação do terceiro. 
 
 
DISPOSIÇÕES TARIFÁRIAS 
As disposições tarifárias gerais abrangem definições relativas à proposta, aos 
questionários, as garantias, aos prazos, às modalidades de cobertura, aos critérios 
para taxação de riscos, as franquias e as participações do segurado nos prejuízos. 
 
Proposta e Questionário 
A proposta de seguro deve ser apresentada à Seguradora com a necessária 
antecedência em relação ao início da cobertura. 
Cabe lembrar, que este princípio, deve ser adotado, principalmente, quando o risco 
não dispuser de cobertura automática de resseguro, cabendo consulta prévia ao 
ressegurador. 
A proposta é encaminhada pelo interessado (ou seu representante) a seguradora, 
para que esta possa fazer uma avaliação criteriosa e, se necessária, uma inspeção 
do risco no local a ser segurado. 
0 questionário a ser utilizado no Seguro de Responsabilidade Civil contem 
subsídios importantes para que a seguradora analise o risco a ser segurado e 
calcule o prêmio do seguro. Tendo em vista o valor destas informações, o 
questionário deve ser datado, assinado (pelo segurado ou corretor) e, 
obrigatoriamente, anexado a proposta. 
 
 27 
Garantia - LMG 
O mercado brasileiro trabalha hoje, basicamente, com a Garantia Única. Isso 
significa que um único capital segurado abrange a reembolso por Danos Corporais 
e/ou materiais causados a terceiros. 
Exemplo: 
Seja um evento no qual o segurado no exercício de suas atividades, provoca 
o desabamento de uma construção civil a qual ao cair provoca danos 
corporais em uma pessoa. Observe então que os danos causados pelo 
segurado foram materiais (edificação) e corporais (pessoa atingida). Nesse 
caso, a importância segurada pagará os dois tipos de danos, 
independentemente dos valores individuais de cada um, obviamente 
limitados a própria importância segurada. 
 
A determinação do limite de garantia da apólice é matéria polêmica, tendo em vista 
a ausência de parâmetros. 
Isto se justifica porque, no Brasil e demais países, a responsabilidade civil, com 
raras exceções, é de natureza ilimitada, tendo em vista o objeto do possível dano, 
ser indeterminado. 
 
Prazo do Seguro 
As apólices, dos Seguros de RCG são normalmente emitidas pelo prazo de um 
ano, salvo algumas exceções. 
Para prazos inferiores a um ano, são utilizados os percentuais da Tabela de Prazo 
Curto e, para prazos superiores a um ano, os percentuais da Tabela de Prazo 
Longo. 
 
Pluralidade de Coberturas 
O seguro de RCG admite a contratação de várias modalidades, em uma única 
apólice, para um mesmo Segurado, com o objetivo de massificar e até mesmo 
facilitar as operações administrativas. 
Na contratação de várias modalidades, além de anexar, no contrato, os textos de 
coberturas, é necessário indicar, isoladamente, os respectivos limites de garantias, 
por modalidade, franquia, limite agregado, etc. Quando se esgotar a garantia de 
uma das modalidades, ela estará automaticamente cancelada (desde que não haja 
solicitação expressa para reintegração, e se houver a mesma será processada 
mediante uma reanálise do risco, e não de forma automática), sem influenciar, na 
cobertura das outras modalidades previstas na apólice. 
Critérios Adotados para o Cálculo dos Prêmios 
De modo geral, em quase todos os ramos de seguro, o prêmio e calculado 
através da multiplicação de uma taxa pelo valor segurado. 
No caso de RCG, o prêmio é calculado através de parâmetros (informações) 
diferenciados para cada risco de responsabilidade civil, já que, usualmente, não 
são aplicadas taxas. 
 
Esses parâmetros são definidos com base nas informações do questionário 
preenchido pelo segurado, entregue com a proposta. Essas informações, 
necessárias ao cálculo do prêmio de seguro, servem, também, para análise de 
 28 
subscrição do risco junto à seguradora. 
Considerando as informações obtidas, aplicam-se, de acordo com o risco, algumasfórmulas para o cálculo de prêmio, sendo a mais comum a seguinte: 
PRÊMIO TARIFA = PRÊMIO BÁSICO x COEFICIENTE DE AGRAVAÇÃO 
A Tabela de Coeficiente de Agravação é determinada pela Tarifa do IRB na ordem 
crescente por garantia. 
Para determinação do prêmio básico, para cada modalidade, levam-se em conta 
vários parâmetros, conforme exemplificado abaixo: 
-Para RC - Operações e Produtos: Faturamento Anual. 
-Para RC – Clube: Número de sócios. 
-Para RC – Instalações e/ou Montagem: parte relativa a mão de obra. 
 
Exemplo: 
Para exemplificarmos um critério de cálculo de um risco de Responsabilidade Civil 
Geral, vamos simular a cotação de um Seguro de RC - Estabelecimentos 
Comerciais e/ou Industriais (RC Operações). 
A primeira informação que deve ser retirada do questionário é a atividade principal 
desenvolvida pelo proponente, que, no nosso exemplo, será uma Usina de Álcool. 
Com essa informação, consultamos a tabela de atividades, constante da tarifa do 
IRB, que nos indicará a Classe de Risco: 
 Tabela de Classes de Risco 
CÓDIGO ESPECIFICAÇÃO CLASSE DE RISCO 
OPERAÇÕES PRODUTOS 
01 Academia de ginástica, danças e lutas I - 
02 Açougues, aviários, peixarias e abatedouros I II 
03 Acrílicos, artigos de II II 
04 Açúcar, Álcool (Usinas e Destilarias) II I 
05 Aditivos para tintas e similares III II 
 
Portanto apuramos na Tabela de Classes de Risco, que para a atividade de Usina 
de Álcool, a classe de Risco para Operações é a II. 
No questionário iremos apurar qual é o faturamento anual do proponente, que para 
fins de exemplo, estamos fixando em R$ 45.000.000,00. Estamos também fixando 
o LMG em R$ 1.800.000,00. 
Portanto, consultamos agora a Tabela que irá nos indicar o Prêmio Básico. 
 29 
FATURAMENTO ANUAL CLASSE I CLASSE II CLASSE III
9.000.000 58,70 88,10 117,40
13.500.000 65,90 98,90 131,80
18.000.000 71,80 107,70 143,60
22.500.000 76,70 115,00 153,40
27.000.000 81,60 122,40 163,20
31.500.000 86.50 129.70 173,00
36.000.000 90,80 136,10 181,60
40.500.000 94,60 142,00 189,20
45.000.000 97,90 146,90 195.80
Tabela de Prêmios Básicos (Valores em UT)
 
Apuramos então, pela Tabela de Prêmios Básicos, o valor de 146,90. 
Em função do LMG, apuramos o coeficiente de agravação do Prêmio Básico: 
Tabela de Coeficientes de Agravação
LMG (UT) COEFICIENTE
1.000.000 61,96
1.100.000 65,06
1.200.000 67,96
1.400.000 73,26
1.600.000 78,00
1.800.000 82,29
2.000.000 86,21
 
Obs.: UT, ou Unidade Tarifária, é a "moeda" utilizada pela Tarifa do IRB. Hoje em 
dia, 1 UT equivale a 1 dólar. 
Cálculo do Prêmio: 
Prêmio Tarifa = Prêmio Básico x Coeficiente de Agravação 
Prêmio Tarifa = R$ 146,90 x 82,29 
Prêmio Tarifa = R$ 12.088,40 
 Essa metodologia de cálculo pode variar de acordo com a modalidade 
contratada. 
 
Desconto por Experiência 
Para os riscos, que apresentarem boa experiência, ao longo das sucessivas 
renovações anuais dos contratos de seguros de RCG, é admitida a concessão de 
descontos percentuais sobre os prêmios, conforme tabela abaixo: 
 
 30 
Período de Cobertura Anterior S/P = ou SIP = ou S/P = ou S/P = ou S/P = ou
(Anos Completos e Sucessivos) <10% <20% <30% <40% <50%
1 10 — — — — — 
2 17 10 — — — — 
3 23 17 10 — — — 
4 28 23 17 10 — — 
5 32 28 23 17 10 —
6 36 32 28 23 17 10
7 37 35 32 28 23 17
8 38 37 35 32 28 23
9 39 38 37 35 32 28
10 40 39 38 37 35 32
S/P = 0
TABELA DE DESCONTO (%)
(S/P) — Relacão SINISTRO/PRÊMIO.
 
Se o seguro for uma renovação, após calcularmos o prêmio tarifário (prêmio básico 
x coeficiente de agravação), verificamos qual a sinistralidade do risco (S/P) no 
período segurado (abrange os seguros anteriores do segurado) e aplicamos a 
desconto de experiência sobre o prêmio tarifário. 
 
Franquias 
A franquia, ou seja, o valor monetário, fixado em apólice, correspondente à parte 
do sinistro assumida pelo segurado, é aplicada nos Seguros de Responsabilidade 
Civil de acordo com a natureza do risco. 
Nesse ramo, as franquias são dedutíveis por sinistro, e aplicadas sobre os 
prejuízos apurados. Aplicam-se, inclusive, nos casos de perda total de bens 
materiais, uma vez que se trata de um seguro de responsabilidade, e não de bens. 
Podem ser utilizadas franquias facultativas em RCG para se obter descontos no 
premio tarifário. 
Exemplos Práticos: 
1-LMG = R$ 30.000 
Franquia = R$ 5.000 
Prejuízo = R$ 40.000 
Valor do reembolso R$ 40.000 - R$ 5.000 = R$ 35.000 (como o LMG e o valor 
máximo indenizável, neste caso, o valor do reembolso será igual a R$ 30.000) 
Valor do reembolso = R$ 30.000 
 
2-LMG = R$ 500.000 
Franquia = R$ 2.000 
Prejuízo = R$ 27.000 
Valor do reembolso = R$ 27.000 - R$ 2.000 = R$ 25.000 
Valor do reembolso R$ 25.000 
 
 31 
Participação do Segurado no Prejuízo – PSP (POS) 
O segurado participa, compulsoriamente, com um percentual da responsabilidade 
do risco (normalmente entre 5% a 20%) sobre os prejuízos apurados em cada 
sinistro. Geralmente, os limites monetários mínimos c/ou máximos são 
preestabelecidos na apólice de RCG. 
Exemplos Práticos: 
1 - LMG = R$ 30.000,00 
 PSP = 15% 
 Mínimo = R$ 500,00 
 Máximo = R$ 2.000,00 
 Prejuízo = R$ 15.000,00 
 Valor da PSP = R$ 15.000,00 x 15% = R$ 2.250,00 (como o valor máximo é 
 igual a R$ 2.000,00 a PSP será de R$ 2.000,00). 
 Valor do reembolso = R$ 15.000,00 - R$ 2.000,00 = R$ 13.000,00 
2 – LMG =$ 500.000 e PSP = 10% 
 Mínimo = R$ 1.000,00 e Máximo = R$ 4.000,00 
 Prejuízo = R$ 7.000,00 
 Valor da PSP = R$ 7.000,00 x 10% = R$700,00 (como o valor mínimo é igual a 
 R$ 1.000,00, a PSP será de R$ 1.000,00). 
 Valor do reembolso = R$ 7.000,00 - R$ 1.000,00 = R$ 6.000,00 
 
Modalidades de Responsabilidade Civil. 
Para o Ramo de Responsabilidade Civil Geral encontramos um grande número de 
modalidades, com condições e cláusulas próprias, que as particularizam em razão 
de suas peculiaridades e propensões a riscos determinados. 
Podemos então citar as seguintes modalidades de seguro de RC, praticadas pelo 
mercado segurador: 
Relação de Modalidades do Seguro de Responsabilidade Civil: 
• Anúncios e Antenas. 
• Armazéns Gerais e Similares. 
• Auditórios. 
• Clubes, Agremiações e Associações Recreativas. 
• Condomínios, Proprietários e Locatários de Imóveis. 
 32 
• Concessionárias ou não de Serviços de Produção e Distribuição de Gás. 
• Concessionárias ou não de Serviços de Produção e Distribuição de Eletricidade. 
• Concessionárias ou não de Serviços de Abastecimento de Água e/ou 
Saneamento Básico. 
• Concessionárias ou não de Pontes e/ou Rodovias. 
• Concessionárias ou não de Ferrovias. 
• Empregador. 
• Estabelecimentos Comerciais e/ou Industriais. 
• Estabelecimentos de Ensino. 
• Estabelecimentos de Hospedagem, Restaurantes, Bares e Similares. 
• Exposições e Feiras de Amostras. 
• Familiar. 
• Farmácias e Drogarias. 
• Guarda de Embarcações de Terceiros. 
• Guarda de Veículos de Terceiros. 
• Obras Civis e/ou Instalação e/ou Montagemde Equipamentos. 
• Operações de Carga e Descarga. 
• Operações de Vigilância. 
• Parques de Diversões, Zoológicos e Circos. 
• Prestações de Serviços em Locais de Terceiros. 
• Produtos no Exterior. 
• Produtos no Território Nacional. 
• Promoção de Eventos Artísticos, Esportivos. 
• Riscos Contingentes – Veículos Terrestres Motorizados. 
• Shopping Centers. 
 33 
• Teleféricos e Similares. 
• Transporte de Passageiros em Embarcações. 
 
Comentaremos as seguintes modalidades: 
1-RC – Estabelecimentos Comerciais e/ou Industriais 
Essa modalidade é mais conhecida no mercado brasileiro como RC – Operações e 
é o principal seguro para riscos comerciais e industriais do RCG. Para tanto, as 
coberturas oferecidas devem ser as mais abrangentes, visando dar cobertura a 
diversas atividades. 
Riscos Cobertos 
Considera-se risco coberto a responsabilidade civil do segurado decorrente de: 
 
• existência, uso e conservação dos imóveis especificados em contrato. 
Garantir a “existência, uso e conservação dos imóveis especificados em contrato”, 
englobando uma infinidade de situações, fatos, atos e ocorrências de 
responsabilidade, como: incêndios; explosões; quedas de objetos; demonstração 
de produtos em pontos de venda e/ou em locais de clientes; operações de 
vigilância; participação em feiras e exposições, desde que o evento não tenha sido 
promovido pelo segurado; e outras; 
• operações comerciais e/ou industriais do segurado, inclusive operações de carga 
e descarga em local de terceiros; 
• existência e conservação de painéis de propaganda, letreiros e anúncios 
pertencentes ao segurado; 
• eventos programados pelo segurado sem cobrança de ingressos, limitados aos 
seus empregados, familiares e pessoas comprovadamente convidadas; e 
• danos causados por mercadorias transportadas pelo segurado ou a seu mando, 
em local de terceiros ou em via pública, excluídos, todavia, os danos decorrentes 
de acidente com o veículo transportador. 
Riscos Excluídos 
Em RC – Estabelecimentos Comerciais e/ou Industriais, não estão cobertas 
reclamações decorrentes de: 
 34 
• danos causados por construção, demolição, reconstrução ou alteração estrutural 
do imóvel, bem como qualquer tipo de obra, inclusive instalações e montagens, 
admitidos, porém, pequenos trabalhos de reparos destinados à manutenção do 
imóvel; 
• danos causados a/ou por embarcações de qualquer espécie; 
• competições e jogos de qualquer natureza, salvo convenção em contrário; e 
• instalações e montagens, bem como de qualquer prestação de serviço em locais 
ou recinto de propriedade de terceiros ou por estes controlados ou utilizados. 
 
Coberturas adicionais 
Temos as seguintes coberturas adicionais que podem ser aplicadas de acordo com 
a necessidade de cada segurado: 
– Circulação de equipamentos nas adjacências dos estabelecimentos; 
– Competição e jogos esportivos; 
– Objetos pessoais de empregados sob a guarda do segurado; 
– Danos causados por profissionais da área médica; e outras. 
– Poluição Súbita (é aqui admitida por se tratar de uma forma de poluição com 
características próprias). 
 
Para fins da cobertura de Poluição Súbita, os parâmetros adotados para limitar a 
cobertura desse risco são: 
– A ocorrência do sinistro deve acontecer durante a vigência da apólice e em data 
claramente identificada; 
– O término do sinistro não pode exceder 72 horas, contadas do início do fato 
gerador. Caso exceda esse prazo, é considerado evento contínuo e caracterizado 
como poluição gradual; e 
– O sinistro não pode ter se originado em depósitos, dutos e tubulações 
subterrâneas ou submersas e, consequentemente, expostos aos efeitos da 
corrosão ou qualquer outra causa externa. 
 
2- RC – Empregador. 
 35 
Tem por objetivo garantir o pagamento das indenizações devidas, pelo segurado 
aos seus empregados, em decorrência de danos corporais sofridos por eles 
durante o exercício de suas funções. Os danos materiais não estão cobertos. 
Garante a indenização correspondente à responsabilidade do segurado no evento, 
independentemente de pagamento pela Previdência Social e pelas prestações por 
acidente de trabalho previstas na Lei 8.213, de 24/07/91. 
O Seguro de RC – Empregador está totalmente dissociado das prestações 
previdenciárias relativas ao Seguro Obrigatório de Acidentes do Trabalho, do qual 
o empregado é beneficiário no caso de acidente. Portanto, o trabalhador, nesta 
situação, além de fazer jus aos benefícios da Previdência Social, tem direito à 
indenização do empregador sem que este benefício venha a complementar o outro. 
Riscos Cobertos 
 
Considera-se risco coberto a responsabilidade civil do segurado, relativa a danos 
corporais sofridos por seus empregados ou prepostos, quando a serviço do 
segurado ou durante o percurso de ida e volta do trabalho, sempre que a viagem 
for realizada por veículo contratado pelo segurado. 
Os danos corporais cobertos se restringem a danos que resultem em morte ou 
invalidez permanente do empregado, provenientes de acidente súbito e/ou 
inesperado que ocorra durante o exercício de suas funções ou durante o percurso 
de ida e de volta do trabalho (residência/trabalho ou trabalho/residência), desde 
que a viagem seja realizada por veículo contratado pelo segurado. 
Riscos Excluídos 
Em RC – Empregador, não estão cobertas, as reclamações decorrentes de: 
• Descumprimento de obrigações trabalhistas relativas à seguridade social, seguros 
de acidentes do trabalho, pagamento de salários e similares; 
• Danos resultantes de dolo ou culpa grave do segurado, de seus diretores, 
administradores e/ou sócios; 
• Danos relacionados à circulação de veículos licenciados, de propriedade do 
segurado, fora dos locais ocupados por ele; 
• Doença profissional, doença do trabalho ou similar (as doenças profissionais são 
de natureza gradual; portanto, não se enquadram na exigência do risco desta 
modalidade, cuja natureza é súbita); 
• Danos relacionados a radiações ionizantes ou energia nuclear, salvo convenção 
em contrário; e 
 36 
• Ações de regresso contra o segurado, promovidas pela Previdência Social. 
 
OBS,: Não é permitida a contratação da cobertura de RC – Empregador de forma 
isolada. Ela deve ser complementar a outras, como, por exemplo, RC – Operações, 
RC – Obras Civis. 
 
3- RC – Riscos Contingentes – Veículos Terrestres Motorizados 
 
Essa modalidade tem como objetivo proteger o segurado do risco de danos 
causados a terceiros por veículo que esteja eventualmente a seu serviço, mas que 
não seja de sua propriedade. 
É aplicada apenas para a proteção dos interesses do segurado, ou seja, o 
proprietário do veículo não pode se beneficiar desse seguro. 
 
Riscos Cobertos 
Considera-se risco coberto a responsabilidade civil do segurado decorrente de: 
• acidentes relacionados à circulação de veículos quando, comprovadamente, a 
serviço eventual do segurado, só se aplicando na proteção dos interesses deste e, 
em nenhuma hipótese, em benefício dos proprietários dos veículos em questão. 
Para que haja cobertura nesta modalidade, o veículo deve: 
• Estar a serviço eventual do

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