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CCE 1 Produção de Materiais e Sistemas de Ensino Aula 1 Profa. Adriana Benigno dos Santos Luz CCE 2 Conversa Inicial Olá! Seja bem-vindo! Esta é a primeira aula da disciplina Produção de materiais e sistemas de ensino para professores do curso de Matemática. Neste encontro, estudaremos os seguintes assuntos: A evolução da matemática. As tendências no ensino de matemática neste século. O uso de materiais e recursos didáticos no ensino de matemática. Contextualizando Desde o início dos tempos, a matemática vem sendo estudada a partir de observações da natureza. Muitos relacionam seu surgimento com a necessidade do homem de dividir suas terras em áreas equivalentes e contar seus rebanhos. Teoria e prática, refletir e observar. Para usá-la a nosso favor, só precisamos olhar ao redor e veremos, a cada passo, a construção e a aplicação da matemática no nosso dia a dia. Formas, números, cálculos, máquinas, tudo nos servindo. Resolver e solucionar vêm proporcionando ao homem, através dos tempos, a elaboração de ideias criativas e inventivas, mostrando seu papel inovador e social. Entretanto, estamos falando de história nesta aula, então pensem como o homem vem utilizando recursos e materiais diversos, no decorrer do tempo, para aprimorar seus conhecimentos. Nos primórdios da criação humana, o ser humano explorou amplamente os recursos naturais. Galhos de árvores, penas de animais, madeira, sementes de frutas, pedras, tudo usado em prol da aprendizagem. Com o passar do tempo, novos recursos e tecnologias, típicos de cada época, foram sendo acrescentados na busca pela aprendizagem. Você sabia que utilizar pedras para realizar cálculos é considerado a primeira demonstração de uma calculadora, antes mesmo do ábaco, que foi a primeira tentativa de se criar uma “máquina” de contar? Passaram os anos e podemos considerar que alguns brinquedos foram utilizados para se aprender de forma CCE 3 lúdica, ou seja, aprender brincando. Pesquise Tema 1: A Evolução da Matemática A história da matemática remonta a tempos muito antigos. Dos fenícios e sumérios aos gregos e romanos. Das mais simples formas de contagem, usando os dedos, aos ábacos, calculadoras e computadores nos dias atuais. E o homem calculou, calculou e calculou... Na construção da sua evolução, encontramos paralelamente a evolução da matemática. Uma verdadeira aventura através do conhecimento. Nessa aventura, o homem contou ovelhas e usou os dedos; aprendeu a fazer contas e usou sementes secas; espalhou os números arábicos pelo mundo; observou a natureza para estudar suas formas criando muitos teoremas e geometrizou o universo; alimentou dados; criou unidades de memória; criou sistemas operacionais e criou o Bug capaz de destruí-lo. Agora leia mais e aprofunde seus conhecimentos sobre “O homem que calculou...”. Disponível em: <http://super.abril.com.br/tecnologia/o-homem-que- calculou>. Aproveite e veja um pouco mais sobre a matemática. Assista ao filme Donald no país da matemágica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wbftu093Yqk Tema 2: E Assim Se Fez a Matemática... Continuando um pouco mais sobre a história da matemática, sua evolução através dos tempos e as grandes realizações do homem, assista ao vídeo História, curiosidade e evolução da matemática, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_5Md-qs4in0. CCE 4 Tema 3: As Tendências no Ensino de Matemática Para o Século XXI A educação matemática surgiu no século XIX, graças às preocupações de matemáticos da época em tornar o conhecimento matemático mais acessível aos alunos, renovando assim a forma com que era ensinada. No Brasil, essas discussões só chegaram nos anos 1950 (Flemming; Luz; Mello, 2005). Entretanto, em 1988, com a fundação da Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM, teve sua consolidação. Você conhece a SBEM? Conheça mais em: <http://www.sbembrasil.org.br/sbembrasil/>. As tendências na educação matemática vêm acompanhando, no decorrer dos anos, as da área da educação, conforme nos mostra Fiorentini (1995). São elas: Formalista clássica; empírico-ativista; formalista moderna; tecnicista e suas variações; construtivista; socioetnoculturalista. Leia mais em http://ojs.fe.unicamp.br/ged/zetetike/article/view/2561/2305 . Tendências atuais em educação matemática Nesta seção, apresento algumas tendências consideradas atuais em educação matemática. Em aula, o professor pode utilizar tendências variadas durante uma mesma atividade. Os recursos e materiais didáticos estão diretamente relacionados a cada uma delas. A criatividade é um fator relevante para mesclar as tendências durante as aulas. Tudo é possível. Conheça algumas delas (Flemming; Luz; Mello, 2005): etnomatemática; educação matemática crítica; CCE 5 modelagem matemática; informática e educação matemática; literatura e matemática; escrita na matemática; história da matemática; resolução de problemas; jogos e recreações; compreensão de textos. Leia mais em http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/viewFile/303/563 e http://busca.unisul.br/pdf/89279_Diva.pdf . Assista também https://www.youtube.com/watch?v=g9F2sDz5Lh8 . Tema 4: Discussões Sobre o Uso de Materiais Manipuláveis no Ensino de Matemática. Autores como Cavalcanti et al (2007), Lorenzato (2006), Fagundes (1977), Pires e Oliveira (2006), dentre outros adotam termos distintos para se referir ao mesmo recurso. Os mais utilizados são: material didático, materiais manipuláveis, materiais instrucionais, materiais concretos. O uso de objetos para o auxílio das aulas de matemática é muito comum, principalmente na Educação Infantil e fases iniciais da educação básica. Esses recursos metodológicos utilizados por muitos professores com o objetivo de auxiliar os alunos na compreensão dos conteúdos trabalhados em aula vêm sendo discutidos por educadores matemáticos por longos anos. O debate sobre as diversas possibilidades geradas pelo uso desses materiais se aprofundou com o movimento de educação matemática na década de 1980 (Flemming; Luz; Mello, 2005). CCE 6 D’Ambrósio (1989) nos diz que a prática pedagógica auxiliada pelos recursos e materiais didáticos é utilizada por professores que procuram conceber o ensino da Matemática dentro de tendências conhecida por jogos matemáticos, resolução de problemas, modelagem, etnomatemática, história da matemática e o uso de computadores. Assim, o uso de recursos e materiais didáticos se torna mediador da relação “professor-aluno-saber”. Fonte: JANUARIO, G. Materiais Manipuláveis: mediadores na (re)construção de significados matemáticos. Guarulhos: [s.n.], 2008. p. 31. Leia mais em http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MAT CCE 7 EMATICA/Monografia_Januario(1).pdf e http://ojs.fe.unicamp.br/ged/cef/article/download/4561/3566 . Trocando Ideias Crie uma wiki com temas abordados nesta aula, mostrando a evolução do ensino da Matemática, suas principais tendências e quais materiais e recursos podemos utilizar em cada uma delas. Na Prática Você viu no decorrer da nossa aula como o homem, desde os primórdios da humanidade, foi utilizando recursos disponíveis no seu dia a dia para auxiliar em sua aprendizagem. Para entender como esse processo acontece nos dias atuais, no que concerneao ensino da Matemática, faz-se necessário situá-lo dentro de um contexto histórico. Só assim podemos compreender sua origem e abrangência, ao longo dos tempos. Como se tornaram critérios preponderantes que influenciaram, e ainda influenciam, a estrutura e o funcionamento escolar. Consequentemente, influem diretamente na escolha dos recursos e materiais didáticos e no acesso a eles. Esses critérios devem estar inseridos no contexto da aula e interagir com a dinâmica do professor. Por exemplo, não adianta levar os alunos para o jardim e deixá-los sozinhos brincando na terra. Se a função é construir uma horta escolar, deve haver a intervenção do professor a cada passo do processo. Desde o “desenho” do canteiro da horta, sua forma, o comprimento de seus lados, a disposição das mudas no canteiro etc. A palavra de ordem é integração, entre teoria e prática, materiais e métodos. Agora é a sua vez! Problema Sua função junto com seus alunos é construir uma horta escolar. Levando em consideração todo o conteúdo exposto no decorrer da nossa aula, você deverá escolher três tendências para o ensino da Matemática a fim de CCE 8 trabalhar os conteúdos matemáticos envolvidos na construção da horta. Estabeleça esses conteúdos antecipadamente. Feito isso, determine, de acordo com cada tendência que irá trabalhar, os materiais e recursos didáticos mais adequados para a aprendizagem dos alunos. Em função desses conhecimentos, pede-se que você descreva, para cada uma das etapas, no mínimo duas ações efetivas que correspondam aos conteúdos trabalhados. Síntese Agora que já estudamos todo o conteúdo e realizamos a atividade prática, vamos revisar os principais pontos da aula nossa aula! Principais pontos estudados: Os recursos utilizados pelo homem, através do tempo, para sua aprendizagem; A evolução da Matemática e como ela veio se desenvolvendo até os dias atuais; As principais tendências no ensino da Matemática até os dias atuais; O uso de materiais manipuláveis no ensino de Matemática. Referências CAVALCANTI, L. B. et al. Materiais didáticos e aula de Matemática. In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 9, 2007, Belo Horizonte. Anais do IX ENEM: SBEM / SBEM-MG, 2007, p. 1-13. D’AMBROSIO, B. Como ensinar matemática hoje. Temas & Debates. 2. ed. Sociedade Brasileira de Educação Matemática, ano II, n. 2, p. 15-19, 1989. FAGUNDES, L. C. Materiais manipulativos no ensino da matemática a crianças de 7 a 14 anos: período das operações concretas. In: SEMINÁRIO CCE 9 NACIONAL SOBRE RECURSOS AUDIOVISUAIS NO ENSINO DE 1° GRAU. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 1977. Disponível em: <http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo4/matematica/livros/leituras/0 1_materias_manipulativos.htm>. Acesso em: 15 maio 2016. FIORENTINI, D. Alguns modos de ver e conceber o ensino da matemática no Brasil. Revista Zetetiké, Campinas, ano 3, n. 4, 1995, p. 1-37. FLEMMING, D. M.; LUZ, E. F.; MELLO, A. C. C. Tendências em educação matemática. Palhoça: UnisulVirtual, 2005. JANUARIO, G. Materiais manipuláveis: mediadores na (re)construção de significados matemáticos. Guarulhos: [s.n.], 2008. LORENZATO, S. A. Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos manipuláveis. In: LORENZATO, S. A. (Org.). O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. p. 3-37. PIRES, A. M. M; OLIVEIRA, C. C. Algoritmo: buscando significados em uma abordagem lúdico-histórica. In: ENCONTRO PAULISTA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 8, São Paulo. Anais do VII EPEM: SBEM / SBEM-SP, 2006, p. 1-5.
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