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Pneumofuncional Avaliacao de desordens respiratorias

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Avaliação de 
desordens respiratórias
IBMR Laureate International
Curso de Fisioterapia
Disciplina Fisioterapia Respiratória e Cardiovascular
Avaliação de desordens respiratórias
Avaliação respiratória é baseada em entrevista e exame do paciente 
para verificar sinais e sintomas da doença e os efeitos do tratamento
Fornece evidências de que algo está errado e frequentemente ajuda a 
estabelecer a gravidade do problema
Na entrevista, apresente-se, aproxime-se, mantenha contato visual, 
questione sintomas e suas características
Sintomas pulmonares comuns
Dispnéia
Tosse
Produção de escarro
Febre
Sintomas pulmonares comuns
Sintoma relatado pelo paciente, quando 
percebe excessivo trabalho respiratório para 
seu nível de atividade
Preocupante quando há taquipnéia (aumento do 
drive) ou aumento do trabalho respiratório 
Taquipnéia: hipoxemia, acidose, febre, 
exercício ou ansiedade
Aumento do trabalho respiratório: vias aéreas 
estreitadas (asma, bronquite) ou dificuldade 
de expansão pulmonar (pneumonia, edema, 
anormalidades na parece torácica)
Registrar fatores desencadeantes e a 
gravidade: escala de Borg modificada
Egan 15.1
Dispnéia
Um dos sintomas mais comuns em pacientes com doenças pulmonares
Tossir é manobra expiratória forçada 
=> Eficácia da tosse depende: da habilidade para inspiração 
profunda, da retração do pulmão e da força de músculos 
respiratórios 
Receptores de tosse estimulados por: inflamação, muco, corpo 
estranho ou gases nocivos
Características para determinar a causa: produtiva x não produtiva; 
aguda x crônica; dia x noite 
Podemos ainda classificar como: eficaz x não eficaz
Tosse seca = estágios iniciais de insuficiência cardíaca esquerda, processos 
inflamatórios, câncer, asma
Tosse
Sintomas pulmonares comuns
Tosse e Produção de escarro
Sintomas pulmonares comuns
Vias aéreas saudáveis produzem muco diariamente, porém em quantidades 
normalmente não suficientes para estimular os receptores da tosse
Muco pulmonar = 90% água e 10% lipídeos e proteínas. Regula tônus da 
musculatura brônquica, proteção, hidratação da mucosa e ativa função 
mucociliar
Doenças das vias aéreas podem fazer com que as glândulas mucosas 
produzam maiores quantidades de muco => estímulo aos receptores da tosse
Em tosse produtiva, definir:
Aspecto: fluido, espesso, viscoso, amarelada, purulenta, sanguinolenta, 
mucóide; 
(Coloração esverdeada ou amarelada =infecções bacterianas, coloração 
clara = relacionada à distúrbios alérgicos, fumo,…)
Quantidade: grande, médio ou pequeno volume => traqueítes, 
bronquites, pneumonias, tuberculose…
Queixa comum em pacientes com infecção de vias aéreas ou pulmões
Provoca aumento da taxa metabólica => consumo aumentado de O2 e 
produção de CO2 => possível taquipnéia
Demanda ventilatória aumentada por febre em doenças pulmonares graves 
=> principais causas de insuficiência respiratória aguda
Febre
Sintomas pulmonares comuns
Anamnese das disfunções 
respiratórias
História clínica
Exame físico
Anamnese nas disfunções respiratórias
História clínica: familiarizar os profissionais com os sinais e sintomas 
apresentados pelo paciente na admissão
Queixa principal, história da doença atual, história patológica 
pregressa, história familiar e socioambiental (genético e 
ocupacional)
Exame físico: avaliar possíveis doenças e determinar os efeitos da 
terapia aplicada
Impressão inicial
Sinais Vitais
Exame da cabeça, pescoço, tórax, abdome e extremidades
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Estado geral: rever a gravidade do problema atual
Nível de consciência, expressão facial (dor, ansiedade, estado de 
alerta), nível de ansiedade e sofrimento, higiene pessoal 
(comprometimento da doença nas atividades diárias), magreza, 
sudorese excessiva (dor, febre, estresse, metabolismo aumentado…)
Nível de consciência: nível de alerta e orientação 
Déficits de consciência podem ocorrer com fluxo sanguíneo 
cerebral deficiente (ex: hipotensão arterial) ou em oxigenação 
cerebral deficiente
Escalas Glasgow, RASS
Impressão inicial
Idade, altura, peso, estado geral
Confuso
Ligeira diminuição de consciência, resposta mental lenta, percepção 
diminuída, pensamentos incoerentes
Delírio É facilmente agitado, irritado, apresenta alucinações
Obnubilado
Desperta com dificuldade, responde apropriadamente quando 
desperto
Letárgico
Não acorda completamente, atividade mental e física diminuída, 
responde a dor e reflexos profundos, responde lentamente à 
estímulos verbais
Comatoso
Está incosciente, não responde ao estímulo, não se move 
voluntariamente, ausência de reflexos em coma profundo ou 
prolongado
Níveis de Consciência
Escala de Sedação e Agitação RASS (Richmond Agitation Sedation Scale)
+4 = Combativo, violento, perigo imediato para a equipe
+3 = Muito agitado, puxa ou remove tubos e cateteres, agressivo
+2 = Agitado, movimentos não desejados frequentemente, briga com o ventilador
+1 = Inquieto, ansioso, movimentos vigorosos não agressivos
0 = Alerta e calmo
-1 = Sonolento, não totalmente alerta, mas mantém vigília (AO/contato ocular ao 
estímulo verbal ,10s)
-2 = Sedação leve, acorda brevemente, com contato visual à voz, >10s
-3 = Sedação moderada, movimento ou AO à voz, sem contato ocular
-4 = Sedação profunda, sem resposta à voz, mas movimento ou AO ao estímulo 
físico
-5 = Sem resposta à voz ou ao estímulo físico
Escala de coma de Glasgow
Sarmento 1.1
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Temperatura: normal ~37oC (variação 0,5oC). Regulação pelo hipotálamo 
e controle da sudorese. 
Febre aumenta o metabolismo corporal, provocando maior consumo 
de O2 e produção de CO2 => aumento de circulação sanguínea e 
ventilação para manter homeostase => insuficiência respiratória em 
pacientes comprometidos
Hipotermia: mais comum em exposição ao frio ou em distúrbios do 
hipotálamo e infecções graves. Redução de consumo de O2 e 
produção de CO2 => respiração lenta e superficial
Medição possível em boca, axila ou reto
Sinais Vitais
Temperatura, FC, FR, pressão arterial
Frequência cardíaca: normal 60-100bpm em adultos. 
Se >100bpm = taquicardia => exercícios, anemia, febre, redução de 
O2 arterial, medicamentos
Se <60bpm = bradicardia => hipotermia, medicamentos
Oferta de O2 para os tecidos depende da capacidade do coração em 
bombear o sangue e da quantidade de O2 circulante no sangue. 
Quando o O2 cai por doença ou aumento de consumo, o coração 
tenta manter a oferta, principalmente por aumento da FC
Medição em: artéria radial, carótidas, braquial, poplítea, tibial posterior 
e pediosa
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Sinais Vitais
http://www.phschool.com/science/biology_place/labbench/lab10/conce
pts1.html
Frequência cardíaca
Frequência respiratória: normal 12 a 18irpm, em repouso
Se >18 = taquipnéia => esforço, febre, hipoxemia arterial, acidose 
metabólica, ansiedade, atelectasia e dor
Se <12 = bradipnéia => trauma de crânio, hipotermia, efeito de 
medicamentos como narcóticos
Contagem a partir da observação ou posicionamento da mão sobre o 
abdome ou a parede torácica: ideal que o paciente não tome 
conhecimento da avaliação enquanto é realizada. 
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Sinais Vitais
Pressão arterial: força exercida contra a parede das artérias à medida que o 
sangue se move através delas
Interação entre força de contração do ventrículo esquerdo, resistência 
vascular e volume de sangue
Pressão sistólica: pico de força exercido nas maiores artérias durantea 
contração do ventrículo esquerdo. Normal 90-140mmHg no adulto
Pressão diastólica: força nas maiores artérias que permanece após o 
relaxamento dos ventrículos. Normal 60-90mmHg no adulto
Hipertensão: >140x90mmHg. Complicações: insuficiência renal, ICC e 
hemorragia cerebral
Hipotensão: <90x60mmHg. Complicações: redução da oferta de O2 e 
hipóxia, hipotensão postural em hipovolemia
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Sinais Vitais
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Presença de sinais anormais na face que indiquem problemas respiratórios: 
batimento da asa do nariz (trabalho repiratório aumentado), cianose 
(redução de hemoglobina oxigenada) e freno labial (pressão positiva 
expiratória aumentada para evitar colapso alveolar e permitir seu 
esvaziamento)
Presença de nódulos linfáticos aumentados: podem indicar infecção ou 
malignidade
Exame da cabeça e do pescoço
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Configuração torácica: tonel (diâmetro AP anormalmente aumentado), 
cariniforme/carinatum (protusão esternal), infundibuliforme/excavatum 
(depressão do esterno), cifose, escoliose, cifoescoliose
Exame do tórax
Avaliação da configuração torácica, padrão e esforço respiratório e ausculta pulmonar
Egan 15.4
Padrão respiratório: considera basicamente: VC e FR/VM
Uso de musculatura acessória? = aumento do trabalho ventilatório
Padrões patológicos?
Cheyne-Stokes (ICC, neurológicos)
Biot (atáxica, irregular, lesão bulbar, PIC alta, meningite...)
Kussmaul (anárquica, amplitude e FR elevadas, acidoses)
Apneuse (inspiração longa, lesão pontina, traumatismo craniano, 
redução fluxo sanguíneo cerebral, hipóxia grave)
Gasping (lesão bulbar, mau prognóstico)
Ventilação paradoxal (aumento da carga, fadiga, obstrução, lesão 
frênica)
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Exame do tórax
1: Cheyne Stokes
2: Biot
3: Apneuse
4: Gasping
5: Kussmaul
Padrões respiratórios:
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Exame do tórax
Ausculta pulmonar: identificar sons 
normais e anormais
Auscultar = escutar sons corporais
Sino: sons de baixo tom como os 
cardíacos, sons pulmonares em 
protusão de costelas => pressionar 
levemente sobre a pele
Diafragma: sons pulmonares e 
cardíacos => pressionar firmemente 
sobre a pele
Egan 15.6
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Exame do tórax
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Exame do tórax
Paciente preferencialmente sentado
Diafragma posicionado sobre a parede 
torácica
Pedir que o paciente inspire mais 
profundamente do que de costume, com 
expiração passiva
Iniciar a ausculta pela base, já que 
inspirações profundas sucessivas podem 
alterar sons anormais que ocorrem nesta 
região
Avaliar pelo menos um ciclo ventilatório em 
cada posição
Ausculta pulmonar - Técnica:
Egan 15.7
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Exame do tórax
Som respiratório broncovesicular: sons brônquicos normais ouvidos em vias de 
maior calibre
Ausculta em porção superior do esterno e entre escápulas 
Som vesicular ou murmúrio vesicular: ausculta do parênquima pulmonar 
saudável, sons suaves, maior intensidade na inspiração
Diminuídos, reduzidos 
Sons pulmonares adventícios ou ruídos adventícios: sons em vias aéreas 
anormais
Ausculta pulmonar - Terminologia:
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Exame do tórax
Sibilos: Redução de calibre de VAs por secreção, edema, tumores e 
broncoespasmo. Tosse modifica o ruído por presença de secreção. 
Expiratório>inspiratório. Quando presente em ins e expiração, indica obstrução 
fixa
Crepitações: colapso e reabertura de VAs pequenas em reduzido volume 
pulmonar (atelectasia, pneumonia, edema e fibrose pulmonar) => ao final da 
inspiração; e colapso e reabertura de brônquios proximais => ao início da 
inspiração
Roncos: presença de secreção em VAs, ruído modifica com a tosse
Estridor: maior intesidade na inspiração, causado por redução da luz traqueal 
ou das VA superiores (tumores, estenose traqueal pós extubação) 
Atrito pleural: ruído mais rude do que crepitações, causado pelo atrito entre as 
pleuras, pode indicar pleurite
Ausculta pulmonar - Sons Pulmonares adventícios:
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Exame do tórax
Egan tab 15.3
Anamnese nas disfunções respiratórias: Exame físico
Abdome: inspeção e palpação para detectar distensão e dor => dificultam o 
movimento do diafragma (causa de insuficiência respiratória ) e podem inibir 
tosse e respiração profunda (importância no pós operatório)
Extremidades: cianose (baixo O2 arterial ou má perfusão periférica), edema 
dos pés (indicação de ICC)
Exame do abdome e extremidades
Exames de imagem para 
avaliação pulmonar
Exames por imagem na avaliação pneumológica: 
Estudo radiológico simples (RX)
Tomografia computadorizada (TC)
Ultrassonografia (US)
Ressonância magnética (RNM)
Exames de imagem para avaliação pulmonar
Radiografia de tórax
Incidências mais utilizadas: 
póstero-anterior (PA) 
ântero-posterior (AP)
perfil
Campo anatômico: desde as vértebras C3 ou C4 até a 11a ou 12a costela, 
inclui mediastino e bases pulmonares
Póstero-anterior Perfil
Sarmento 5.1-5
Radiografia de tórax
Radiografia de tórax
Sarmento 5.1
1. Traquéia
2. Clavícula
3. Arco aórtico
4. Espinha da escápula
5. Primeira costela
6. Costela posterior
7. Artéria pulmonar direita
8. Artéria pulmonar 
esquerda
9-10. Ângulo costofrênico 
direiro
11. Cúpula diafragmática 
esquerda
Radiografia de tórax
Terminologia para descrição das alterações em radiografia de tórax:
Opacidade ou consolidação: aumento da densidade
Hipertransparência: diminição da densidade
Velamento ou obliteração: termo usado para descrever estrutura que 
desapareceu
Nódulo pulmonar: opacidade bem delimitada e normalmente redonda, 
de até 3cm
Massa pulmonar: lesão bem circunscrita, maior que 3cm
Cisto ou cavidade: presença de ar no interior da lesão
Radiografia de tórax
Alterações radiológicas: ósseas
Escoliose grave
Restrição torácica
Hiperinsuflação pulmonar
Costelas horizontalizadas, cúpulas 
diafragmáticas retificadas e hipertransparência
Sarmento 5.20, 17
Radiografia de tórax
Alterações radiológicas: pleura, parênquima e diafragma
Pneumonia
Opacificação heterogênea em 1/3 médio de hemitórax direito + 
abcesso pulmonar - PA e perfil
Imagem normal: pré pneumonia + 
abcesso pulmonar 
Radiografia de tórax
Alterações radiológicas: pleura, parênquima e diafragma
Pnumotórax
Opacificação homogênea e velamento de cúpula 
disfragmática esquerda
Imagem pós toracocentese para drenagem de 
~600ml de derrame pleural
Radiografia de tórax
Alterações radiológicas: pleura, parênquima e diafragma
Derrame Pleural
Redução de volume pulmonar à direita, desvio da área cardíaca e da traquéia
Sarmento 5.38
Radiografia de tórax
Alterações radiológicas: mediastino
Atelectasia
Atelectasia revertida
Radiografia de tórax
Referências bibliográficas
O ABC da Fisioterapia Respiratória. Sarmento, GJV. 
(capítulos 1, 2 e 5)
Egan - Fundamentos da Terapia Respiratória. Wilkins, R.; 
Stoller, J.; Kacmarek, R. (capítulo 15)

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