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Jurisdição e competência

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Jurisdição e competência
Conceito de jurisdicao
A jurisdição pode ser entendida como uma atividade do Estado que tem como finalidade resolver os conflitos que acontecem na sociedade, substituindo os interessados na decisão, para que possa enfim promover a pacificação da lide.
A jurisdição, como instituto jurídico, possui vários princípios que visam delimitar sua amplitude, ou até mesmo sua aplicabilidade, disciplinando-a com completude:
 O princípio da indeclinabilidade implica na proibição que tem o magistrado de não se desobrigar da ação penal; uma vez provocado pela inicial acusatória, dela não pode se recusar, deixando que outra pessoa a julgue. 
Indelegabilidade - este princípio é consequência do juiz natural, impedindo que venha um juiz a delegar sua jurisdição a órgão distinto
 O princípio do juiz-natural implica no direito que tem a sociedade de saber quem será o julgador de suas lides, é o direito consistente de ser o acusado julgado por um juiz natural, que é o competente para tanto de acordo com os critérios processuais da competência.
Imparcialidade significa que o magistrado não pode julgar com interesse na lide posta em juízo, beneficiando qualquer das partes. No âmbito processual, deve existir a isonomia processual entre acusação e defesa.
São três as características fundamentais que devem estar presentes na jurisdição para que possa cumprir sua finalidade de aplicação do direito objetivo ao caso concreto. São elas a existência de órgão adequado, o contraditório e o procedimento.
A característica do órgão adequado diz que a jurisdição deve ser exercida pelo juiz, autoridade estatal, mas que é distinta dos órgãos que exercem as funções estatais de legislar e administrar, de modo absolutamente imparcial em face dos interesses das partes.
O contraditório permite às partes a defesa de seus interesses em igualdade de condições, facultando-se a cada um dos litigantes se insurgirem aos argumentos do outro.
E o procedimento se refere a observância do modelo ou rito previsto em lei para a prática de atos processuais.
Competencia
A competência é uma delimitação da jurisdição, é o espaço no qual determinada autoridade judiciária poderá aplicar o direito aos litígios que lhe forem apresentados, ou seja, a jurisdição é um poder que todo magistrado possuirá, porém a competência será diferenciada concedida através de permissão legal.
A regra geral será garantir a punição do autor do delito no lugar onde ele se realizou, do lugar onde a ordem jurídica foi efetivamente lesada, visto que matem seu caráter intimidatório geral, ou seja pune-se o criminoso para mostrar à sociedade o mal que se pode advir com a prática de um delito.
Competencia material e funcional
	No que se refere à matéria classifica-se quanto a natureza da causa a ser julgada, podendo ser pena, civil, eleitoral, trabalho etc.
Quanto à função divide-se a jurisdição em ordinária ou comum, integrada pelos órgãos da Justiça Comum; e especial ou extraordinária, na hipótese de, por exceção, estar investido no poder de julgar um outro órgão, como, por exemplo, o Senado, quando se trata do julgamento dos crimes de responsabilidade contra o presidente da república.
Prorrogação de competência:
            Normalmente, o processo penal é julgado no foro de onde foi cometido o delito. Porém, essa regra pode ser alterada, como na prorrogação de foro, na delegação e no desaforamento.
            Na prorrogação do foro competente para o ato, ocorre quando aquele juiz não é competente para o julgamento daquele delito, sendo esta prorrogação realizada pelas partes, e assim outro juiz seria nomeado para dar continuidade ao processo.
            A prorrogação pode ser de duas maneiras:
a) Necessária: a primeira ocorre quando a prorrogação de competência está prevista em lei. Num exemplo fatídico, numa comarca da capital, e que João foi denunciado pelo crime de homicídio, e ao longo do processo, já finalizado a instrução processual, quando o juiz fora pronunciar João, acaba proferindo uma decisão desclassificando o crime de homicídio para lesões corporais, pois foi verificada a ausência do animus necandi por parte de João no momento do crime. Neste caso, verifica-se que a competência para julgar aquele delito, que antes era do juízo do Tribunal do Júri, agora é do juízo Comum.
b) Voluntária: a competência voluntária é dita nas doutrinas que ocorre de forma tácita, ou seja, ocorre através da manifestação da vontade das partes. Mas, mesmo que ocorra a manifestação das partes, esse tipo de prorrogação tem que está previsto em lei. Mirabete coloca o exemplo do querelante, que pode escolher que a competência para julgar os crimes de iniciativa privada pode ocorrer no domicílio ou residência do réu.
O lugar da infração penal como regra geral 
Em regra, o lugar da infração é o foro competente para ser julgada a causa. No caso da tentativa, verifica-se o foro competente no local onde se deu o último ato executório. Assim, será competente para julgar uma infração penal o foro onde se deu a consumação do delito, observado a teoria do resultado adotado por nosso código.
Trata-se de competência territorial e caso não seja arguida a tempo, poderá haver prorrogação, visto que é competência relativa.
Sendo assim, em regras gerais, utilizamos a teoria da ubiquidade, podendo ser tanto o lugar da ação ou omissão quanto o lugar do resultado.
COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
A fixação de competência em razão da prevenção é apenas residual, ela se apresenta como uma possibilidade dentro dos critérios de local, domicílio/residência do réu e conexão ou continência por exemplo.
A palavra prevenção tem sua origem em prevenire que significa chegar antes, antecipar (MIRABETE, 2004), é exatamente nesse sentido que caminha tal critério, tornar-se-á prevento o juízo que preceder aos demais em alguma pratica processual ou de medidas ao processo relacionadas.
Ocorre em casos onde há mais de um juiz igualmente competente, Mougenot (2012), coloca que por “igualmente competente” compreende-se os juízes com a mesma competência ratione materiae e ratione loci. Tal competência é relativa
 Prerrogativa de função
A prerrogativa por função é um privilégio que algumas autoridades gozam em relação as atribuições exercidas por elas, como por exemplo, o Presidente da República. Não quebra o princípio da igualdade, tendo em vista que a prerrogativa é da função e não da pessoa. Quando findada a função, cessa a prerrogativa. Exemplificativamente, no STF serão julgados o Presidente da República, o Vice-presidente, os deputados federais, seus próprios ministros, o procurador-geral da República, o advogado-geral da União, ministros de Estado, comandantes das forças armadas, ministros dos Tribunais Superiores, membros do Tribunal de Contasda União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente.
Todas as prerrogativas devem constar expressamente da Constituição Federal, como faz com a competência acima trazida (art. 102, I, a, b e c). No que tange a interação entre a conexão e a prerrogativa de função, Alry lembra uma regra importante: se uma pessoa que goza da prerrogativa de função, comete um crime de competência do Tribunal do Júri, prevalece a prerrogativa de função prevista na Constituição Federal. Se, entretanto, a prerrogativa é prevista em Constituição Estadual, será julgado pelo Júri, por ser este de competência da Lei Maior, o qual deve observância a Constituição Estadual.
Conexão e continência
A conexão e a continência são duas causas modificadoras da competência. A conexão opera-se quando há um vínculo estreito entre os delitos, exigindo-se a prática de dois ou mais crimes. Ela pode ser: intersubjetiva ocasional (quando dois ou mais crimes forem praticados ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas), intersubjetiva concursal (quando dois ou mais crimes forem praticados por várias pessoas em concurso, ainda que diversos o tempo e o lugar) ou intersubjetiva por reciprocidade (quando duas ou mais infrações forem praticadas por várias pessoas, umas contraas outras).
A continência, por sua vez, opera-se sempre que duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração, tendo elas cometido um mesmo, que por razões de garantis processuais, serão julgadas simultaneamente, evitando o julgamento diferenciado.
Alguns exemplos de regras importantes quando da interação dos critérios de competência e conexão: se um crime eleitoral é conexo a um crime comum, os dois serão julgados na esfera eleitoral; a infração cometida entre pessoas imputáveis e inimputáveis não serão julgados num mesmo processo. Opera-se a cisão dos processos (separação obrigatória).
Referencias:
http://conteudojuridico.com.br/artigo,a-competencia-no-processo-penal,27364.html
Manual de Processo Penal. 7ª ed. p. 133.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 21ª. Ed.

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