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SEMINÁRIO DE SOCIOLOGIA & ANTROPOLOGIA “Cor e dor moral: sobre o racismo na ralé”, Por Emerson Rocha. Grupo: Feliphe de Brito, Júlia Oliveira, Keyla Karynne, Maria Clara Galego, Matheus da Paixão e Wellerson de Paula. Professora: Daniela Rezende O Brasil transmite para o mundo a igualdade de raças, entretanto ao nos depararmos com a ínfima quantidade de negros nas universidades, e nos níveis superiores do mercado de trabalho, a desvantagem destes no acesso à educação formal, e o difícil acesso à educação de boa qualidade, percebemos que essa igualdade não existe. O racismo à brasileira – que é uma forma mais sutil, indireta, não declarada de discriminação e preconceito é real, e fazem-se necessárias medidas concretas para abandonarmos este estigma. A superação do racismo além de ser uma questão de justiça é também um fator de modernização e de maior competitividade no mercado de trabalho. Todo brasileiro parece se sentir como “numa ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados”. À mesma conclusão chegou outra pesquisa realizada em 1995 pelo jornal Folha de S.Paulo. Embora 89% dos entrevistados disseram haver preconceito de cor contra negros no Brasil, somente 10% admitiram tê-lo. Porém, de maneira indireta, 87% dos entrevistados revelaram algum preconceito ao concordar com frases e ditos de conteúdo racista, ou ao enunciá-los. Um mascaramento da realidade também ocorreu quando outra pesquisa entrevistou frequentadores de bailes negros em São Paulo. A maioria dos entrevistados disse que nunca foi vítima de discriminação, ao mesmo tempo que apontou casos de racismo envolvendo familiares ou conhecidos próximos. No Brasil, portanto, ninguém nega que exista racismo, porém, tanto o racista como a vítima do racismo são sempre “o outro”, e não as próprias pessoas. O preconceito no Brasil é sempre atribuído ao “outro”. É isso que constatou uma pesquisa realizada em 1988, em São Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% (dos mesmos entrevistados) disseram conhecer outras pessoas que tinham preconceito. Sobre o grau de relação que mantinham com aquelas pessoas que consideravam racistas, frequentemente eram apontados parentes próximos, namorados ou amigos íntimos. Tipos de Preconceito Preconceito de Marca Preconceito de Origem O preconceito de marca é aquele baseado no preconceito de cor: quando é exercido em relação à somente a aparência física dos indivíduos descriminados. Segundo o autor, há uma tendência já no espírito de uma criança branca que os traços negróides “enfeiam” o seu portador. O preconceito radical estadunidense diz estritamente a uma norma abstrata referente à origem étnica. Quando acontece por dedução de que o discriminado tem uma ascendência de certo grupo étnico, diz que o preconceito é de origem. Tende a ser mais emocional, assumindo caráter de ódio e segregar intencionalmente. Há muito a fazer para a superação do racismo no Brasil. Algo, porém, já tem sido feito. É importante, contudo, que as medidas de combate a esse problema continuem multiplicando-se e tendo seguimento, e que a sociedade e os meios de comunicação reflitam com veracidade e orgulho que realmente somos uma nação multiétnica e multicultural capaz de assumir essa realidade e de transformá-la num fator de construção da identidade mestiça brasileira nacional e internacionalmente, se promova um relacionamento institucional, econômico, político, social e interpessoal coerente. A interculturalidade é uma batalha a ganhar gradualmente e vários são os campos onde podem ser levadas a cabo ações decisivas. A Educação é, sem dúvida, uma das áreas onde numerosas vitórias podem ser conseguidas. Não é, na verdade, uma tarefa fácil mas é certamente uma das vias a seguir dada a sua influência estrutural na preparação dos cidadãos de amanhã.