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Transição DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA CICLO DE VIDA - I “O tempo concebido como progressão cronológica rumo à finitude”. (Simões, 2004) Fonte :SIMÕES, Júlio Assis. Homossexualidade masculina e curso da vida: pensando idades e identidades sexuais. In: PISCITELLI, A.; GREGORI, M. F.; CARRARA, S. (orgs.) Sexualidade e saberes: convenções e fronteiras. Rio de Janeiro, Garamond, 2004. Conceito Ciclo de vida compreende o processo de transformação do ser humano desde seu início até o fim da vida que pode ser subdividido em ciclos específicos. Esses ciclos são as expressões das interações do biológico com o sócio-ambiental, interações essas que condicionam o processo saúde e doença. Conceito CICLO DE VIDA - I M o r t e Ciclo de vida Ciclos específicos ou fases c r i a n ça i d o s o adoles cente jovem adulto climatério con- cepto recém- nas- cido CICLO DE VIDA - I 5 Transição demográfica, epidemiológica e nutricional De 1960 e 2000 população + dobrou 1960- 2 bilhões 2000- 4,5 bilhões Em 2010 estima-se 7 bilhões Em 2050 estima-se 9 bilhões 2050 estabilização Declínio CRESCIMENTO POPULACIONAL As estatísticas mostram que a população mundial tem crescido de modo contínuo ao longo do tempo, porém com intensidades e proporções diferentes. 7 Transição demográfica, epidemiológica e nutricional A transição demográfica, de modo geral, começa com a queda das taxas de mortalidade e, depois de um certo tempo, prossegue com a queda das taxas de natalidade, que é resultado da queda da taxa de fecundidade, o que provoca uma forte mudança na estrutura etária da pirâmide populacional. (José Eustáquio Diniz Alves) Etapas da transição demográfica Considerando-se a fecundidade e a mortalidade: Quando as taxas de fecundidade e mortalidade, principalmente infantil, são elevadas, a população é jovem e estável Com a redução da mortalidade, principalmente por doenças infecciosas, não acompanhada da redução da fecundidade (permanece elevada), há ganho de vidas em todas as idades, o ritmo de crescimento populacional aumenta e a população permanece jovem. Quando a fecundidade começa a diminuir, mantido o decréscimo da mortalidade, é que efetivamente a população inicia o seu processo de envelhecimento, diminuindo o ritmo de crescimento populacional. 8 Transição demográfica a composição de uma população é reflexo de sua dinâmica ao longo do tempo. Este processo, refere-se aos efeitos que as mudanças nos níveis de Fecundidade (relaciona o no de nascidos vivos em dado tempo com o no de mulheres em idade fértil -15 a 49 anos), Natalidade (relaciona no de nascidos vivos com população total) e Mortalidade provocam sobre o ritmo de crescimento populacional e sobre a estrutura por sexo e idade. 9 Transição demográfica a composição de uma população é reflexo de sua dinâmica ao longo do tempo. Este processo, refere-se aos efeitos que as mudanças nos níveis de Fecundidade (relaciona o no de nascidos vivos em dado tempo com o no de mulheres em idade fértil -15 a 49 anos), Natalidade (relaciona no de nascidos vivos com população total) e Mortalidade provocam sobre o ritmo de crescimento populacional e sobre a estrutura por sexo e idade. O fator decisivo para o envelhecimento da população é a queda da fecundidade, isto é a diminuição relativa de contingentes populacionais nas faixas etárias mais jovens, e ampliação da população nas faixas mais idosas. 10 11 12 Padrão de envelhecimento Brasil e Japão Transição demográfica, epidemiológica e nutricional Primeira Fase Segunda Fase Ou fase de crescimento lento Ou fase de crescimento rápido País Taxa de Natalidade (%o) Taxa de Mortalidade (%o) Crescimento Vegetativo (%o) Alemanha (1871) 39,0 27,2 1,1 Inglaterra (1871) 35,0 21,4 1,3 Butão (1965) 43,0 31,0 1,2 Serra Leoa (1965) 48,0 33,0 1,5 Embora, no início dos tempos até o final do século XVIII, a taxa de natalidade tenha sido elevada , a taxa de mortalidade também era elevada, justificando o baixo índice de crescimento demográfico do período. A expectativa de vida era baixa; e a a alta mortalidade devia-se, primordialmente, às precárias condições de higiene, às guerras e à fome. Esta fase caracteriza-se por elevadas taxas de natalidade, baixas taxas de mortalidade e grande crescimento populacional. É válido salientar, que tantos nos países desenvolvidos quantos nos subdesenvolvidos, o crescimento demográfico resultou, principalmente, da redução da mortalidade. Terceira Fase Ou fase de baixíssimo crescimento ou estagnação Os países desenvolvidos já se encontram nessa fase com taxas de crescimento próximas de zero, algumas sendo até negativas. Caracterizada pela ocorrência de baixas taxas de natalidade, de fecundidade (em torno de 1,5 filho por mulher) e de mortalidade, resultando em níveis muito baixos e até mesmo estagnação do crescimento demográfico. As causas são diversas como: a urbanização, o aumento da escolarização e a incorporação da mulher ao mercado de trabalho. Esta fase caracteriza o fim da transição demográfica. 15 Taxa de fecundidade no mundo Transição Demográfica Tendência mundial Diminuição da taxa de natalidade e fecundidade Melhora indicadores de mortalidade (infantil e global) Aumento progressivo da expectativa de vida Aumento da proporção de idosos MUDANÇA NO PADRÃO DE DOENÇAS 16 16 Em conclusão, a transição demográfica altera a composição etária da população e consequentemente, leva à mudança no padrão de doenças Transição Demográfica no Brasil A partir de 1960, a natalidade diminui encurtando as diferenças entre mortalidade e natalidade e diminuindo a taxa de crescimento. A partir de 1970 há uma aceleração do processo de envelhecimento populacional. 17 Contribuição da Mortalidade infantil 18 18 Aqui explorar o impacto da contribuição da mortalidade infantil no aumento da expectativa de vida e as diferenças regionais. Comparar as regiões nordeste e sul e perguntar como isso vai afetar a pirâmide etária nessas regiões. 19 “Transição epidemiológica”, pode ser definida como a mudanças no perfil das causas de morte. Na antiguidade, imperava os óbitos causados pelas doenças infecciosas e parasitárias e pelas guerra. Transição demográfica, epidemiológica e nutricional . Transição Epidemiológica Modificações dos padrões de morbidade, invalidez e morte Engloba três mudanças básicas: Substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas; Deslocamento da maior carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos; Mudança de predomínio de mortalidade para morbidade 20 20 Como vimos, houve uma mudança na composição da população, com envelhecimento, menor taxa de fecundidade, mudança de hábitos e consequente mudança no padrão de morbidade. 21 Transição demográfica, epidemiológica e nutricional As tendências atuais, caracterizadas pela diminuição da mortalidade infantil, deslocam o óbito para as idades mais avançadas, aumentando as causas de óbito relacionadas às doenças crônico-degenerativas (aparelho circulatório e neoplasias) [GOLDANI, 1999:28]. Doenças infecciosa ainda importantes no século 21 Malária - 800.000 mortes anuais no mundo Febre amarela – surto Brasil 2007-2009 Tuberculose – 1,3 milhões de mortes anuais no mundo Infecção puerperal- 3 causa de óbito materno no país HIV/AIDS- epidemia a partir dos anos 1980 Transição nutricional Definição: É um processo de mudança do padrão alimentar e hábitos de vida que, somado a outros fatores socioambientais, resulta numa mudança da epidemiologia dos problemas nutricionais da população. Essas mudanças vem acompanhando, embora não obrigatoriamente de maneira simultânea, as Transições Demográfica e Epidemiológica Transição demográfica, epidemiológica e nutricional 23 Transição demográfica, epidemiológicae nutricional Evolução do sobrepeso e da obesidade no Brasil- 1974-2009 IBGE Como resultado observa-se uma progressiva elevação da prevalência de sobrepeso e da obesidade, às vezes acompanhadas de deficiências mais específicas (como as de micronutrientes e vitaminas), que se instalou de maneira mais nítida no mundo a partir da segunda metade do século 20. Transição Nutricional Evolução temporal da prevalência de obesidade (IMC ³ 30kg/m2) no Nordeste e no Sudeste do Brasil (1975, 1989 e 1996) Filho et. al; 2003 24 24 Pedir para observarem e interpretarem o gráfico. Ele mostra a evolução temporal da prevalência de obesidade por região. Houve um aumento geral na prevalência de obesos, mas isso parece ter sido de forma mais pronunciada na região nordeste. Perguntar por quê. Nas duas últimas décadas do século 20 a transição nutricional se inicia também nas populações de países não industrializados, ou em vias de, como é o caso dos emergentes (BRICS). Transição demográfica, epidemiológica e nutricional Ela se instala inicialmente no hemisfério norte, nos países industrializados, nas populações adultas de maior nível socioeconômico. Nesses países, vai paulatinamente afetando também as camadas populacionais de menor poder aquisitivo, além de se instalar em indivíduos cada vez mais jovens e, inclusive, afetando cada vez mais as crianças. A característica específica que se observa nesses países é que a velocidade com que a Transição Nutricional se instala e evolui é muito maior, afetando muito mais rapidamente grande parte da população. Transição Nutricional Nos últimos 25 anos: Desnutrição em crianças declínio de 72% praticamente desapareceu em maiores de 18 anos. Em contraposição: Obesidade em adultos triplicou no Nordeste e duplicou no Sudeste Há evidências de que começa a se reduzir nos estratos de renda mais elevada Obesidade = Fator de risco para DCV e DM 26 26 TRANSIÇÃO NUTRICIONAL Neste processo ocorrem importantes mudanças na composição da dieta: Ocorre uma melhoria no acesso à alimentação que evolui de maneira progressiva para a maioria das populações (urbanas) Eleva-se o consumo de alimentos já preparados, processados industrialmente, com consequentes: aumento no consumo de gorduras saturadas; aumento na ingestão de sal; aumento de alimentos refinados (açúcar); redução no consumo de fibras; maior consumo de carnes e derivados; alimentos de maior densidade calórica; Transição demográfica, epidemiológica e nutricional 28 Quanto aos hábitos de vida, a principal mudança é no sentido de um maior sedentarismo por redução de atividade física tanto no trabalho quanto nas atividades de lazer. Transição demográfica, epidemiológica e nutricional Epidemia de sobrepeso e obesidade (acúmulo excessivo de gordura) Surgimento das Doenças crônicas não transmissíveis: . hipertensão . diabetes tipo 2 . alterações no perfil lipídico; . síndrome metabólica (alterações no metabolismo da glicose/insulina); . aumento na incidência de doenças cardiovasculares e de acidentes vasculares cerebrais; Envelhecimento com piora da qualidade de vida e redução da longevidade. CONSEQUÊNCIAS: Transição demográfica, epidemiológica e nutricional Popkin (1993) descreve 5 fases nesta transição, ao longo da evolução da espécie humana: 1. A fase de predador – o homem ainda é nômade e depende da caça e da procura de alimentos vegetais na natureza – os sobreviventes são altos, magros e fortes; 2. O homem se fixa à terra, deixa de ser nômade e inicia cultivos (no início monocultivos), etapa em que surgem os períodos de carestias, verdadeiras “epidemias” de fome - há desnutrição e a estatura se reduz; 3. Melhora o cultivo, surge a industrialização, a fome e a desnutrição diminuem progressivamente – persiste a baixa estatura; 4. Há redução das doenças infecciosas, a desnutrição se reduz muito, praticamente não há mais baixa estatura, surgem o sobrepeso e a obesidade e posteriormente a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), redução da esperança de vida; 5. Mudança de comportamento (provável?): mudança de hábitos alimentares (utilização de alimentos mais saudáveis) e de vida (redução do sedentarismo) – redução das DCNT volta a aumentar a longevidade. Transição demográfica, epidemiológica e nutricional 31 Modos de nascer, viver e adoecer Risco e vulnerabilidade - Magnitude Brasil década de 1970 - 75% da população Materno-Infantil década de 2010- 56,7% da população materno infantil - 7,4% da população tem 60 anos ou mais - Risco e Vulnerabilidade Risco perigo, emergência Probabilidade de ocorrência de eventos - Vulnerabilidade é a susceptibilidades de indivíduos ou populações envolve pessoais, institucionais , aspectos sociais. Para minimizar o impacto do envelhecimento Alternativas para minimizar o impacto do envelhecimento populacional sobre o sistema de saúde e assistência social: aumentar a capacidade dos sistemas de o apoio formal e informal aos idosos e compressão da morbidade possibilidade de adiar o surgimento de doenças e seqüelas, mantendo fixa a expectativa de vida, e reduzindo assim o tempo vivido entre o início das doenças ou incapacidades e a morte. 32 Gráf1 44.9 20 23 43 13 28 37 9.9 27 32 9 25 25 9 20 Natalidade Mortalidade Geral Crescimento taxas por mil Transição Demográfica Brasileira - 1940 a 1991 Plan1 Natalidade Mortalidade Geral Crescimento 40-50 44.9 20 23 50-60 43 13 28 60-70 37 9.9 27 70-80 32 9 25 80-91 25 9 20 Plan1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Natalidade Mortalidade Geral Crescimento taxas por mil Transição Demográfica Brasileira - 1940 a 1991 Plan2 Plan3
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