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Dificuldades de Aprendizagem no Nível Superior - estudo de caso com graduandos de licenciatura em Química (2)

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1 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
Dificuldades de Aprendizagem no Nível Superior: estudo de caso com graduandos 
de licenciatura em química 
 
¹FERNANDES, Dhion Meyg da Silva; ¹SALDANHA, Gabriela Clemente Brito. 
¹Graduando de Licenciatura em Química, IFCE campus Quixadá/Bolsista Pibid Química. 
Emails: dhionmeyg@hotmail.com; gabrielabsaldanha@gmail.com. 
 
RESUMO
A química é uma ciência que apresenta alto nível de 
importância social, pois está intrinsecamente presente em 
diversas áreas, como: médica, industrial, científico-
tecnológica. Um ensino de química de qualidade 
proporciona aos cidadãos conhecimentos que podem ser 
vastamente utilizados para o bem-comum, proporciona à 
sociedade uma conscientização sobre suas ações no 
ambiente em que vive, oferecendo saberes, métodos e 
teorias para investigação do mundo em busca de 
melhorias gerais. Nesta vertente, percebe-se a 
importância de uma educação em química eficaz para a 
manutenção e avanço da sociedade e do caráter 
intelectual humano. A área do Ensino de Química tem 
sido amplamente pesquisada por diversos estudiosos, os 
quais defendem que o processo de ensino-aprendizagem 
em química sofre diversas dificuldades em função de 
metodologias docentes, caráter abstrato e complexidade 
dos conteúdos, dentre outros, sendo ainda mais 
acentuadas no ensino superior pelo aprofundamento dos 
conteúdos. Esta pesquisa almeja observar em quais 
disciplinas os licenciandos apresentam maiores 
dificuldades, analisar quais as dificuldades mais 
frequentes e prejudiciais ao processo de ensino-
aprendizagem em química e metodologias para saná-las. 
Tratou-se de uma pesquisa de campo com a utilização de 
questionários dotados de 12 questões, sendo 05 objetivas, 
04 subjetivas e 03 mistas, aplicados a 30 alunos do curso 
de Licenciatura em Química do Instituto Federal do 
Ceará (IFCE) campus Quixadá. Observou-se que 93,34% 
dos participantes sentem dificuldades de aprendizagem 
no curso, 6,66% afirmaram não sentir dificuldades. As 
principais dificuldades apresentadas foram as aplicações 
de cálculos matemáticos em diferentes disciplinas 
específicas (67,8%) e o caráter abstrato dos conteúdos 
(12,9%); 70,97% afirmou que Cálculo é a disciplina mais 
dificultosa, sendo a metodologia docente e a deficiência 
em conteúdos básicos do Ensino Médio os maiores 
causadores de dificuldades na disciplina. Dentre as 
dificuldades listadas a mais prejudicial foi a aplicação da 
matemática em disciplinas específicas, 36,67% dos 
entrevistados; 69,7% afirmou que a melhoria na 
metodologia docente é a melhor maneira de sanar essas 
dificuldades. A maioria dos licenciandos sente 
dificuldades, principalmente em relação aos cálculos 
envolvidos e à didática docente, implicando em 
deficiência na formação do licenciando, havendo a 
necessidade de sanar essas dificuldades por meio de 
alteração na práxis docente. 
Palavras-chave: dificuldades de aprendizagem, formação docente, licenciatura em química. 
Learning Difficulties in Higher Education: a case study with undergraduate degree 
in chemistry 
ABSTRACT 
Chemistry is a science that has a high level of social 
importance because it is intrinsically present in several 
areas such as: medical, industrial, scientific and 
technological. A chemistry teaching quality gives 
citizens knowledge that can be widely used for the 
common good, provides society with an awareness of 
their actions on the environment in which it lives, 
providing knowledge, research methods and theories to 
the world in search of general improvements . In this 
respect, realizes the importance of education in effective 
chemical for maintenance and advancement of the 
human society and intellectual character. The area of the 
Chemistry Teaching has been widely researched by 
many scholars, who argue that the process of teaching 
and learning in chemistry suffers from several difficulties 
due to teachers methodologies, abstractness and 
complexity of content, among others, and even more 
pronounced in higher education by deepening the 
content. This research aims to observe disciplines in 
which the licensees have greater difficulty, which 
analyze the most frequent and harmful to the teaching-
learning methodologies in chemistry and process 
difficulties to solve them. It was a field survey using 
questionnaires provided with 12 questions, with 05 
objective, 04 subjective and 03 mixed, applied to 30 
students of degree in Chemistry from the Federal 
Institute of Ceará (IFCE) Quixadá campus. It was 
observed that 93.34% of the participants have difficulty 
learning in the course, 6.66% reported no difficulties. 
The main difficulties were presented applications of 
mathematics in different specific subjects (67.8%) and 
the abstract character of the contents (12.9%); 70.97% 
said that Calculus is the most troublesome subject, but 
the teaching methodology and disability in basic content 
of Secondary Education major causes of difficulties in 
the discipline. Among the most damaging problems 
listed was the application of mathematics in specific 
disciplines, 36.67% of respondents; 69.7% stated that 
improving the teaching methodology is the best way to 
resolve these problems. Most undergraduates feel 
difficulties, especially regarding the calculations 
involved and didactic teaching, implying a deficiency in 
the formation of licensing, with the need to resolve these 
problems through changes in teaching practice. 
Keywords: learning difficulties, teacher training, degree in chemistry. 
 
2 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
Dificuldades de Aprendizagem no Nível Superior: estudo de caso com graduandos 
de licenciatura em Química 
 
1 INTRODUÇÃO 
A Química é uma ciência e disciplina que engloba, em seu ramo de estudo, 
conteúdos que permeiam toda a realidade, desde os parâmetros macroscópicos até aos 
submicroscópicos; desta forma é perceptível sua aplicabilidade às diversas áreas da 
sociedade, como, médica, industrial, científico-tecnológico, dentre outras, assim tem-se 
a importância desta para a manutenção e o desenvolvimento da sociedade em geral. 
Desde os primeiros contatos da sociedade com a Química tem ocorrido uma 
modificação cultural percebida pelo desenvolvimento de técnicas e métodos que 
proporcionaram aos indivíduos melhores condições de trabalho e vida. Oliveira, Martins 
e Appelt (2010) referem-se a fenômenos que explicitam os avanços sociais em função 
de descobertas e conhecimentos químicos que modificaram as atividades cotidianas de 
diferentes civilizações ao longo do tempo. Os autores citam o desenvolvimento bélico 
dos Hilitas a partir de conhecimentos de manipulação do ferro; a transformação do 
método empregatício e educacional ocorrido na Revolução Industrial, a qual, teve 
grande contribuição dos novos saberes químicos da época; em tempos mais recentes, a 
industria petroquímica tem se desenvolvido à proporção que avança a Química 
moderna. 
Além da manutenção e desenvolvimento, a Química proporciona 
mecanismos que estão atrelados às resoluções para problemas sociais, tais como, 
questões ambientais e necessidades humanas, como, alimentação e vestuário (BROW; 
LEMAY; BURSTEN, 2005). 
Tendo em vista a importância social da Química, é fundamental que seus 
componentes, os cidadãos, sejam conhecedores conscientes dos saberes desta ciência, 
pois estes os proporcionarão maiores habilidades para atuar construtivamente em sua 
sociedade, lutando pelo bem-comum; bem como, informações que contribuem para 
investigação pessoal e social sobre a realidade cotidiana. 
Nesta temática, surge a necessidade de um ensino deQuímica de qualidade 
que garanta uma formação concreta e crítica do individuo sobre a Química. Assim, o 
 
3 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
Ensino Superior de Química tem um papel fundamental no ato de garantir a realização 
desta necessidade, posto que, é neste nível de ensino onde os futuros profissionais 
construirão suas competências para atuar de maneira crítica e construtiva na sociedade, 
o que é orientado no parágrafo II do art. 43º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional – LDB (LEI Nº. 9.394/96). 
Para uma boa atuação profissional é necessário uma boa qualidade 
educacional, onde o professor passa a expressar sua importante contribuição social. 
Sousa (2009) destaca a missão nobre do docente para a formação do cidadão consciente, 
pois ele tem a capacidade de dirigir as mentes jovens propagando os novos e necessários 
saberes. 
Para que isto ocorra de modo satisfatório, o processo de formação dos 
professores deve possuir um grau de qualidade que os capacite a atuarem segundo as 
incumbências; nesta vertente, percebe-se a importância dos cursos de licenciatura. 
Tendo em vista a importância da Química e a necessidade de promoção de uma 
educação química de qualidade e associando a o grau de importância dos cursos de 
licenciatura para a atuação profissional eficaz, percebe-se a contribuição dos cursos 
nesta modalidade para a construção do conhecimento químico concreto e critico nos 
cidadãos seguindo as orientações da LDB (1996). 
Desta forma, os cursos de Licenciatura em Química apresentam uma 
importante contribuição na qualidade da educação química pelo fato de promover a 
formação de professores que atuarão nesta área, formando assim, futuros formadores de 
conhecimento (DCNCQ: BRASIL, MEC, 2001). Isto implica na necessidade de 
eficiência e qualidade considerável nos cursos de Química nesta modalidade. 
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de 
Química (DCNCQ - CNE/CES, 2001), os cursos de Licenciatura em Química devem 
proporcionar aos licenciandos uma formação concreta dos conteúdos, com o devido 
aprofundamento teórico e experimental e de forma aplicada à sociedade em 
consonâncias às variações e especificidades do contexto sócio-cultural. 
Porém, diversos autores e estudiosos da área do Ensino de Química 
defendem a existência de diversas dificuldades no processo de ensino-aprendizagem que 
 
4 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
interfere negativamente no desenvolvimento das habilidades e competências do futuro 
professor. 
Carvalho et al., (2011) defende que o Ensino Superior de Química apresenta 
uma deficiência no ato de contextualizar os conteúdos, isto diminui a utilização dos 
conhecimentos prévios dos alunos, os quais poderiam melhorar a qualidade da 
aprendizagem visto que os alunos utilizariam seus conhecimentos do cotidiano para 
estruturarem novos saberes, além do fato de haver a motivação do aluno por estarem 
conscientes de onde a Química está presente em seu dia a dia. 
A Química é uma disciplina que, pelo fato de abranger conteúdos 
submicroscópicos e não passíveis de visualização real, apresenta uma abstração 
considerável o que dificulta a formação da aprendizagem, pois os discentes passam a ter 
dificuldades de visualizar e até de imaginar os conteúdos, assim, o caráter abstrato é 
uma dificuldade corriqueira dos licenciandos em Química (FERNANDES, 2014). 
Raupp et al. (2010) e Fernandes (2014) defendem que com a abstração, o 
processo de aprendizagem dos discentes torna-se menos eficientes, formando um 
conhecimento distante do saber crítico e concreto orientado pela LDB e DCNCQ, o que 
implica na formação de um futuro professor que tenderá a sentir dificuldades na sua 
práxis docente, proporcionando assim, uma continuidade na existência desta deficiência 
no processo de ensino-aprendizagem de Química em nível superior. 
Silva (2011) destaca outra dificuldade comum no ensino-aprendizagem de 
Química – a atuação docente. O autor relata que os professores utilizam geralmente a 
metodologia tradicional, o que não supre as necessidades na abordagem de conteúdos, 
sobre tudo, os mais abstratos. Além disso, esta abordagem de ensino prejudica a 
motivação dos alunos, pois as aulas tornam-se monótonas, cansativas e, de certa forma, 
ineficazes. 
A ciência e disciplina Química é altamente exata, fato que implica na 
necessidade de utilização de cálculos matemáticos em sua abordagem. De acordo com 
Paz et al. (2014) a dificuldade no processo de ensino-aprendizagem de Química e a 
utilização de cálculos aplicados à disciplina, sendo a variável que mais contribui para a 
existência de dificuldade em aprender Química. 
 
5 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
Nesta temática, a pesquisa busca sugerir possíveis soluções para a 
problemática das dificuldades de aprendizagem de licenciandos em Química, uma vez 
que os licenciandos estão a se preparar para sua atuação docente futura, assim o ato de 
sanar estas dificuldades minimizam as probabilidades de as mesmas serem repetidas no 
futuro. 
A pesquisa almeja observar em quais disciplinas os licenciandos apresentam 
maiores dificuldades, analisar quais as dificuldades mais frequentes e prejudiciais ao 
processo de ensino-aprendizagem em química e sugerir metodologias para saná-las. 
2 METODOLOGIA 
A pesquisa é do tipo exploratória com vertente quantitativa e qualitativa. 
Participaram da pesquisa 30 graduandos, com faixa etária de 18 a 40 anos, do Curso de 
Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do 
IFCE campus Quixadá. 
Para a coleta de dados fora utilizado um questionário dotado de 12 questões, 
das quais 05 eram objetivas, 04 subjetivas e 03 mistas. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Após a coleta de dados estes foram dispostos em gráficos e/ou tabelas para a 
análise crítica e objetiva e a respectiva discussão do que fora observado. 
Percebeu-se que a grande maioria, 90%, dos licenciandos tiveram educação 
básica ocorrida em escolas públicas, ao passo que apenas 10% cursaram os Níveis 
Fundamental e Médio em escola particular. 
Fora percebido que uma grande parcela dos licenciandos não está cursando 
o curso que sempre almejou, estes somam o percentual de 76,6%, apenas 23,4% sempre 
almejaram cursar Licenciatura em Química. 
De acordo com a Figura 1, os motivos pelos quais os licenciandos 
escolheram o curso de Licenciatura em Química do IFCE campus Quixadá. Sendo os 
motivos mais citados a afinidade pela Química, somando 34,9% das respostas, e a 
afinidade pela ação docente, somando 25,58% das respostas dos licenciandos. 
 
 
 
 
6 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
 
Figura 1 – Motivos para a Escolha do Curso. Fonte: os autores. 
Percebe-se que a grande maioria dos alunos estão dentro dos parâmetros 
ofertados pelo curso, pois a somar o percentual de alunos que gostam de Química com o 
percentual de alunos que gostam de ensinar, ter-se-á um total de 60,49% de alunos que 
apresentam uma afinidade considerável à formação profissional do curso. Isto implica 
em maiores probabilidades de os licenciandos sentirem satisfação em cursar 
Licenciatura em Química, pois apresentam tendências de afinidade com o que é 
abordado no curso. 
A Tabela 1 mostra o quão estão satisfeitos os licenciandos em estarem a 
cursar Licenciatura em Química, é percebido que a grande maioria está satisfeita com o 
curso, 93,34%, sendo apenas 6,66 a percentagem de alunos que não apresentam tal 
sentimento com o ato de cursar Licenciatura em Química. 
Tabela 1 – Satisfação dos licenciandos pelo curso. 
Resposta Percentual (%) 
Sim 93,34 
Não 6,66 
 
Motivos pelos quais algunsalunos concederam a razão de estarem 
satisfeitos com o curso é a afinidade pelo curso; os licenciandos que afirmaram não 
sentir tanta satisfação no curso responderam sentir muitas dificuldades no processo de 
ensino-aprendizagem de Química, sobretudo, com os cálculos, as metodologias dos 
professores e a escassa oferta de bolsas científicas. 
Fonte: os autores. 
 
7 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
A Tabela 2 mostra que grande parte dos licenciandos sente dificuldades no 
curso, chegando à somatória de 93,34%, à medida que apenas 6,66% dos alunos não 
sente dificuldades. 
Tabela 2 – Sente dificuldade no curso? 
Resposta Percentual (%) 
Sim 93,34 
Não 6,66 
 
Este dado é interessante, pois o mesmo percentual de alunos que citou 
sentir-se satisfeito no curso, também respondeu sentir dificuldades neste curso. Esta 
observação pode ser justificada com as respostas das questões abertas do questionário 
da pesquisa de campo, no qual grande parte dos graduandos citou que mesmo sentindo 
muitas dificuldades continua a interessar-se e buscar formas de continuar no curso. 
Ao indagar aos licenciandos quais as dificuldades por eles enfrentadas, 
percebeu-se que a aplicação dos cálculos matemáticos em diferentes disciplinas fora a 
maior dificuldade citada pelos alunos, somando 67,8% das respostas, sendo seguida de 
caráter abstrato dos conteúdos com 12,9% das opiniões, conceitos fundamentais 
(necessários para progressão dos conteúdos) somando 6,45%, a falta de conhecimentos 
prévio com 6,4% das respostas, as metodologias docentes deficientes com 3,23% dos 
votos e a falta de recursos com 3,22% das opiniões, o que pode ser visto na Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Dificuldades Sentidas no Curso. Fonte: os autores. 
Percebido que as dificuldades são várias vê-se à necessidade de superar 
estas dificuldades. Tendo em vista que são dificuldades atreladas à formação da 
Fonte: os autores. 
 
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Fernandes & Saldanha (2014) 
aprendizagem, é fundamental que sejam propostas soluções para modificar esta 
realidade e fazer com que os futuros professores estejam capacitados e habilitados a 
atuarem segundo as diretrizes da LDB e as DCNCQ. 
As dificuldades apresentadas tendem a formar uma aprendizagem 
superficial, tornando o futuro docente não totalmente preparado para sua atuação 
profissional. 
Paz et al. (2010) obteve resultados similares quanto à dificuldade de 
aprendizagem dos alunos em Química sobre a utilização de cálculos matemáticos, o 
percentual encontrado na pesquisa dos referidos autores (68,6%) é parecido com o 
apresentado na Figura 2 (67,8%). 
Abstração nos conteúdos, citada pelos alunos, como visto na Figura 2, fora 
também apresentada por Fernandes (2014) e Raupp et al. (2010) como potenciais 
dificuldades para a formação da aprendizagem. Em específico, Fernandes (2014) 
apresenta dados que mostram dificuldades para a formação do conhecimento químico 
em função do caráter abstrato dos conteúdos, é válido ressaltar que esta pesquisa foi 
realizada com público semelhante, uma vez ter sido realizada a pesquisa de campo no 
curso de licenciatura em Química no IFCE campus Quixadá, o mesmo curso desta 
pesquisa. 
Interrogado aos licenciandos qual a disciplina em que mais sentem 
dificuldades, ficou bastante claro que cálculo é a disciplina mais dificultosa, dado que 
comprova os resultados da Figura 2. A Figura 3 mostra as disciplinas citadas como as 
mais dificultosas. É perceptível que disciplinas de Química (Química Geral I e Química 
Inorgânica II), disciplinas de Física (Mecânica e Eletricidade e Magnetismo) são citadas 
como difíceis, mas a disciplina de Cálculo tem um potencial de dificuldade 
consideravelmente superior às demais. Isto mostra nem sempre as dificuldades estão nas 
disciplinas específicas da área do curso, como as disciplinas de Química, mas estão 
também em disciplinas aplicáveis á área de estudo da ciência específico do curso. O 
cálculo é utilizado em aplicações nas diversas disciplinas de Química e Física do curso, 
há probabilidades de consequência desta dificuldade em cálculo como aprendizado não 
concreto dos saberes químicos práticos que exigem os conhecimentos matemáticos ou 
até mesmo dificuldade e não aprendizagem de conteúdos com tais necessidades de 
aplicação matemática. 
 
9 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
 
Figura 3 – Disciplina Mais Dificultosa. Fonte: os autores. 
A metodologia docente, a complexidade dos conteúdos, a aplicação 
matemática, o desinteresse discente e a considerável complexidade dos conteúdos foram 
citados por grande maioria dos alunos como os aspectos causadores das dificuldades nas 
disciplinas. 
De acordo com a Figura 4, dentre as dificuldades sentidas pelos discentes, 
as mais frequentes são exatamente as citadas pelos alunos como os aspectos que 
proporcionam as dificuldades nas disciplinas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Frequência das Dificuldades. Fonte: os autores. 
 
10 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
Ao ser indagado aos discentes sobre qual dificuldade é mais prejudicial à 
qualidade do ensino-aprendizagem, percebeu-se que os cálculos aplicados é opção mais 
citada por 32% dos discentes, didática desfavorável (28%), falta de contextualização 
(24%), abstração dos conteúdos (12%) e conteúdos complexos (4%), a opção 
dificuldades para ministrar aulas não pontuou. A Figura 5 retrata este resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Dificuldades Mais Prejudiciais. Fonte: os autores. 
 
 
Percebe-se que ao somar a opção “Falta de Contextualização” com a 
“Didática Desfavorável”, tem-se uma percentagem de 52% das dificuldades prejudiciais 
à formação da aprendizagem que têm relação direta com práxis docente, logo vê-se 
necessário uma modificação na atuação docente para uma possível minimização das 
dificuldades apresentadas. 
A opinião dos discentes, quantificada na Figura 6, sobre a solução a ser 
tomada para sanar estas dificuldades, reflete a necessidade de uma modificação na atual 
prática docente, segundo os licenciandos, é necessário inovar, tornar as aulas mais 
motivadoras, utilizar recursos didáticos que estejam em consonância às especificidades 
químicas (como métodos práticos e que diminuam a abstração desta disciplina), sendo 
ainda preciso recorrer a metodologias contextualizadas e interdisciplinarizadas com uma 
explanação menos “apressada” sobre os conteúdos e aplicando-os de modo mais 
corriqueiro e concreto. Também é exibido no resultado do Gráfico 6 a necessidade de os 
alunos motivarem-se mais, haver uma carga horária maior para estudos em sala e em 
grupo e oferta de monitoria. 
 
11 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Soluções para Sanar as Dificuldades. Fonte: os autores. 
Percebe-se que os alunos sentem a necessidade de melhorias nas 
metodologias docentes, esta é a solução que mais fora citada pelos discentes (69,7%), 
uma quantidade consideravelmente superior à metade das respostas. O interesse 
discente também é apontado por 15,15% dos licenciandos como uma forma de melhorar 
a situação dos alunos no curso, isto mostra que eles reconhecem que podem atuar de 
melhor maneira e são responsáveis também pelo seu desenvolvimento acadêmico. 
4 CONCLUSÃO 
Os objetivos foram alcançados. A Grande maioria dos licenciandos em 
Química sentem dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, mesmo assim, 
felizmente, matem-se motivados e satisfeitos ao estarem neste curso. Diversas são as 
dificuldades apresentadas pelos graduandos, as principaissão referentes à aplicação de 
cálculos matemáticos nas disciplinas específicas e o caráter abstrato dos conteúdos que 
agrega dificuldades de visualizar/imaginar conceitos químicos, fato que contribui 
diretamente para dificuldades na formação da aprendizagem. A disciplina mais 
dificultosa é Cálculo. As dificuldades no curso são frequentes e abrangentes, 
complexidades dos conteúdos, didática desfavorável, dificuldades para ministrar aulas, 
falta de contextualização, abstração de conteúdos e aplicação de cálculos são 
dificuldades frequentes no cotidiano curricular dos licenciandos. 
A dificuldade em aplicar os cálculos matemáticos e a deficiência na práxis 
docente (visto como a somatória de “falta de contextualização e didática desfavorável) e 
abstração dos conteúdos são as três dificuldades mais prejudiciais ao processo de 
 
12 
 
Fernandes & Saldanha (2014) 
ensino-aprendizagem dos licenciandos. Para sanar estas dificuldades é necessário 
alteração nas metodologias docentes, é preciso uma maior dinamização e inovação em 
sala de aula, uma sensibilidade sobre as especificidades requeridas para a abordagem 
dos diferentes conteúdos químicos, de cálculo e das demais disciplinas, mais recursos 
que minimizem o caráter abstrato, melhores recursos de monitoria e uma observação 
quanto à carga horária das disciplinas. 
 
AGRADECIMENTOS 
Sobretudo, a Deus, por sua infinita bondade, fidelidade e ajuda em todos os 
momentos da existência; aos licenciandos em Química, peças fundamentais à pesquisa; aos 
nossos orientadores Prof. Dr. Rafael Ribeiro Portela e Profa. Esp. Natália Parente de Lima; à 
Capes pela bolsa concedida. 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química - PARECER CNE/CES 
1.303/2001. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 6 
nov. 2001. 
_______. LDB - Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LEI No. 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996. D.O.U. de 23 de dezembro de 1996. 
BROWN, T.L.; LeMay Jr, H. E.; Bursten, B.E. Quimica a ciência central. 9º ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2005. 
CARVALHO, R. B. F.; ALMEIDA, A. A. C.; DA SILVA, A. A. C. A.; LEITE, D. B. C.; 
ATAIDE, M.A. C. S. Dificuldades apresentadas por alunos do ensino superior do curso de 
licenciatura química diante de situações-problema e questões retiradas de listas tradicionais, 
annq, 2011. Disponível em:<http://www.annq.org/congresso2011/arquivos/1300242646.pdf>. 
Acesso em: 14 out. 2014. 
FERNANDES, D. M. da S. Utilização de Softwares Educacionais na diminuição da abstração 
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Licenciatura e Química) – Instituto Federal do Ceará, Quixadá. 
OLIVEIRA, J. S.; MARTINS, M.M.; Appelt, H. R. Trilogia: Química, Sociedade e Consumo. 
QNEsc. v. 32, n. 3, ago. 2010. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/ online/qnesc32_3/02-
QS-5709.pdf>. Acesso em 13, 14 out. 2014. 
PAZ, G.L.; PACHECO, H. F.; COSTA NETO, C. O.; CARVALHO, S. C. P. S. Dificuldades no 
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Sudeste de Teresina. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfqm 
QAG/dificuldades-no-ensino-aprendizagem-quimica-no-ensino-medio-algumas-escolas-
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RAUPP, D.; SERRANO, A.; MARTINS, T. L. C.; SOUZA, B; C. de. Uso de um software de 
construção de modelos moleculares no ensino de isomeria geométrica: um estudo de caso 
baseado na teoria de mediação cognitiva. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias. v. 
9, n. 1, p. 18-34, (2010). Disponível em: <http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen9/ART2_ 
VOL9_N1.pdf>. Acesso em 10 out. 2014. 
SILVA, A. M., A Proposta para Torna o Ensino de Química mais Atraente. RQI. 2º trimestre. p. 
7 – 12. Ceará, 2011.SOUSA, L. A importância do professor na educação. 2009. Disponível 
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