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GEsso 2P

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Ráticas DONTOLÓGICAS II
• Introdução ao conhecimento do GESSO.
Prof. Ms. Souza Junior 
BJETIVOS
Conhecer os aspectos relacionados à fabricação e à composição dos 
gessos odontológicos;
Distinguir os diferentes tipos de gesso e suas aplicações;
Discutir os aspectos relacionados à manipulação dos gessos 
odontológicos
Artesanato
Construção civil
Medicina
Gesso em Odontologia
Conceitos
Gesso Odontológico
Moldagem
Procedimento técnico da ação de moldar.
Molde
Reprodução em negativo dos detalhes anatômicos
Avaliação do molde
Modelo
Reprodução em positivo dos detalhes atômicos.
Troquel
Reprodução em positivo de um 
dente preparado, individualmente.
Modelo sobre o qual se 
confeccionará um artefato 
protético. 
Passível de remoção do 
modelo, visando facilitar 
as etapas laboratoriais
Propriedades Desejáveis em Materiais 
para Modelos
Resistência mecânica e dureza elevadas
Reprodução precisa de detalhes
Estabilidade dimensional elevada
Cor contrastante
Baixo custo e fácil manuseio
Compatibilidade com materiais de moldagem
Gesso Odontológico
Facilidade de uso
Compatibilidade com a maioria dos materiais de 
moldagem
Várias cores
Resistência e dureza adequados 
Boa precisão
Discreta alteração dimensional
Gesso
Produto da calcinação da GIPSITA
Quimicamente, corresponde ao Sulfato de Cálcio
Hemiidratado
Ca2SO4 . ½ H2O ou (Ca2SO4)2 . H2O
Gipsita
Gypsum: do grego μαγειρεύω (cozinhar)
Mineral versátil, estável, baixo custo
Rocha sedimentar com formação cristalina de colorações variadas
Quimicamente: CaSO
4
.
2H
2
O – sulfato de cálcio diidratado
Obtenção dos produtos de gesso
Calcinação da gipsita
Aquecimento para remoção da água de cristalização
Gipsita Gesso
CaSo4 . 2H2O CaSo4 . ½H2O
110 a 130ºC
Dependendo do método de 
calcinação (aquecimento) 
obtêm-se diferentes formas 
estruturais de hemiidratado
Obtenção dos produtos de gesso
Sulfato de cálcio β hemiidratado
CaSo4 . 2H2O CaSo4 . ½H2O
Calcinação em forno aberto
110 a 120ºC
Gesso comum
Cristais porosos e 
irregulares
Anusavice, K.J (2005)
Fonseca, RBFonseca, RB Fonseca, RBFonseca, RB
Maior consumo de H
2
O
Menor Resistência
β – hemiidratado – Gesso Comum
Partículas porosas
Formas irregulares
Sulfato de cálcio hemiidratado
CaSo4 . 2H2O CaSo4 . ½H2O
Calcinação em autoclave – pressão e vapor d`agua
120 a 130ºC
Gesso pedra
Cristais prismáticos 
e densos
Anusavice, K.J (2005)
-Partículas de Forma Cilíndrica ou 
Prismática
Fonseca, RBFonseca, RBFonseca, RBFonseca, RB
 - hemiidratado – Gesso Pedra
Menor consumo de H2O 
Maior Resistência
Sulfato de cálcio hemiidratado modificado
CaSo4 . 2H2O CaSo4 . ½H2O
Calcinação em caldeira com solução de aquosa de 
CaCl2 e MgCl2 a 30%
120 a 130ºC
Gesso pedra de alta resistência
Cristais cubóides e 
mais densos
Fonseca, RBFonseca, RB
 - hemiidratado modificado 
Partículas densas Menor consumo de H
2
O e Maior Resistência
Gesso Pedra melhorado
Processamento do Hemiidratado
Trituração
Adição de modificadores
Aceleradores e retardadores 
Corantes
Substâncias ativas de superfície 
CLASSIFICAÇÃO – A.D.A.
Tipo I: Gesso para moldagem (Paris)
Tipo II: Gesso Comum
Tipo III: Gesso Pedra
Tipo IV: Gesso Pedra de alta resistência
Tipo V : Gesso Pedra de alta resistência e alta 
expansão
Indicação dos produtos de gesso
Tipo I (Paris)
Gesso comum 
para 
moldagem de 
desdentados
Desuso
Sulfato de cálcio β hemiidratado
Modelo de 
estudo
Indicação dos produtos de gesso
Tipo II: gesso comum para modelo
gesso branco
Preenchimento
de Mufla
Fixação de modelos
em articulador
Sulfato de cálcio β
hemiidratado
Modelos de trabalho
Modelo final para Prótese total
Indicação dos produtos de gesso
Tipo III: gesso pedra
Modelos de estudo
Sulfato de cálcio
hemiidratado
Confecção de Troqueis
Indicação dos produtos de gesso
Tipo IV: gesso pedra de alta resistência
Gesso especial Sulfato de cálcio
hemiidratado modificado
Confecção de Troqueis para confecção de próteses de ligas
metálicas alternativas com alta contração de solidificação
Indicação dos produtos de gesso
Tipo V: gesso pedra de alta resistência e alta expansão
Sulfato de cálcio hemiidratado mod
Reação de Presa
Gesso Odontológico
Reação de Presa
Reação que ocorre quando o gesso entra em contato 
com a água. É responsável pela solidificação do material 
2(CaSO
4
• 2H
2
O) + calor(CaSO
4
)
2• H2O + 3H2O
Estágios da Reação de Presa
Hemiidrato com água forma uma suspensão fluida 
e manipulável;
Hemiidrato dissolve-se até formar uma solução 
mais saturada de sulfato de cálcio;
Íons de sulfato de cálcio supersaturados na 
solução precipitam-se em núcleos de 
cristalização.
Estágios da Reação de Presa
Indução:
É o tempo entre o início da mistura e a formação da
solução saturada. É caracterizado pela fluidez da mistura.
Cristalização:
Envolve a precipitação do CaSO
4
•2H
2
O em Núcleos de
Cristalização e o crescimento dos cristais.
Reação de 
Presa
Dissolução do 
hemiidratado
Solução saturada 
de sulfato de Ca
Reação com água 
formando 
diidratado
Formação de 
solução 
supersaturada do 
diidrato
Precipitação do 
diidratado –
núcleos de 
cristalização
Indução
Cristalização
Reação de presa
Suspensão fluida
de hemidrato e 
água
Partículas de 
gesso 
dispersas em
água
Solução de 
Sulfato de cálcio
(supersaturada)
CONTRAÇÃO
Volume inicial de água e partículas de gesso Volume final de Sulfato de Cálcio
Diidratado
CaSo
4
. ½H
2
O + 3H
2
O 2CaSo
4
. 2H
2
O + calor
159,767 148,405
Contração Volumétrica de 7%
105,556 54,048
Reação de Presa
Cristalização 
Expansão normal de presa
Formação dos 
núcleos de 
cristalização
GESSO PEDRA: EXPANSÃO NORMAL DE PRESA DE 0,15%
Crescimento
dos cristais
Colisão dos 
cristais e 
expansão
Entrelaçamento
dos cristais e 
presa do gesso
Reação de Presa
= 35/100 ou 0,35
35ml de água 
para 100g de pó
Relação Água/Pó:
Volume de água dividido pelo peso do pó
- Exemplo:
Relação A/P: 0,186 18,6 ml de água em 100 g de gesso 
Esta quantidade de água é insuficiente para a 
obtenção de uma massa homegênea
CaSO4 . ½H2O + 3H2O 2CaSO4 . 2H2O + calor
Reação de Presa
Relação Água / Pó Ideal
Reação de Presa
Gesso Relação A/P Água em excesso
Tipo I Gesso comum para moldagem 0,40 – 0,75 22 - 52
Tipo II Gesso comum para modelo 0,40 – 0,50 22 - 32
Tipo III Gesso pedra 0,28 – 0,30 10 - 12
Tipo IV Gesso pedra de alta resistência 0,22 – 0,24 4 - 6
Tipo V Gesso pedra de alta resistência e alta 
expansão
0,18 – 0,22 0 - 4
Água em excesso é necessária para molhar as partículas de gesso
Reação de Presa
Tempo de 
trabalho
Tempo de
manipulação
Tempo de presa
inicial
Tempo de presa final
Tempo de espatulação
Tempo desde a adição do pó à água até a 
obtenção de uma massa homogênea
Espatulação Manual - 1 minuto
Espatulação Mecânica - 20 a 30 segundos
Tempo de trabalho
Tempo em que a mistura se mantém uma consistência 
que permita seu uso
Inclui o tempo de espatulação
Tempo de Trabalho – 3 minutos
Tempo de presa
Tempo transcorrido desde o início da mistura até que 
o material se solidifique
Inclui tempo de espatulação e tempo de trabalho
Tempo de presa inicialTempo de presa final
Tempo de Presa – 30 a 60 minutos
Testes para determinação do tempo de 
presa
Avaliação da perda de brilho superficial
Teste de Vicat
Teste de Gillmore
Avaliação de perda de brilho
Consumo da água na formação do diidratado
Conseqüência: perda de brilho superficial
Presa inicial
Gesso ainda não desenvolveu resistência
Medição realizada após 
a perda de brilho
Tempo de presa
A agulha é liberada até 
que não penetre na 
massa
Teste de Vicat
Anusavice, K.J (2005)
Medição realizada com o auxílio da 
agulha de Gillmore
de calibre Menor
Tempo de presa inicial
Medição realizada com o auxílio da 
agulha de Gillmore 
de calibre Maior
Tempo de presa final
Teste de Gillmore
Tempo de Presa Inicial
Momento que a agulha menor não deixa 
marca na superfície
Teste de Gillmore
Momento que a agulha maior deixa marcas 
ligeiramente perceptíveis na superfície
Tempo de Presa Final
Teste de Gillmore
Fatores que afetam o tempo de presa e a 
expansão de presa
1. Impurezas
2. Granulometria
3. Relação A/P
4. Espatulação
5. Temperatura
6. Umidade
7. Sistemas coloidais
8. Aceleradores 
9. Retardadores
1. Impurezas
Impurezas
(gipsita) 
Aumento dos núcleos de 
cristalização
Redução do tempo de presa
Método utilizado pelo fabricante
2. Granulometria
Refinamento das partículas
Aumento da solubilidade do hemiidrato 
Maior dissolução 
Redução do tempo de presa
Método utilizado pelo fabricante
3. Relação Água/Pó
Quanto maior a relação A/P
Menor a densidade de núcleos de cristalização
Aumento do tempo de presa
Redução da expansão de presa
Método utilizado pelo cirurgião dentista
4. Espatulação
Quanto mais vigorosa ou prolongada a espatulação
Maior o número de núcleos de cristalização
Redução do tempo de presa
Aumento da expansão de presa
Método utilizado pelo cirurgião dentista
5. Temperatura
0º - 50ºC : alteração insignificante
0º - 100ºC: aumento gradual do tempo de presa
Temperatura próxima a 100ºC: nenhuma reação ocorre
Efeito pouco significativo
Método utilizado pelo cirurgião dentista
6. Umidade
Armazenamento em condição de alta umidade 
relativa
Hidratação do hemidrato
Redução da solubilidade do hemiidratado
Aumento do tempo de presa
Controle do cirurgião dentista
7. Sistemas Coloidais
Ágar, alginato, sangue, saliva
Impedem a hidratação do hemiidrato
Impedem o crescimento dos núcleos de cristalização
Aumento do tempo de presa
8. Aceleradores 
Objetivo: acelerar a presa
Aumentar a velocidade de aumento de resistência
Presa natural do gesso – gradual, com aumento lento da resistência
Água gessada e Terra alba
Cloreto de sódio até 2% 
Sulfato de sódio até 3,4%
Sulfato de potássio mais que 2%
Aumento no número de núcleos de cristalização
Redução do tempo de presa
Método utilizado pelo fabricante
9. Retardadores
Objetivo: aumentar tempo de trabalho
Cola, gelatina, goma
Formação de camada na superfície das partículas 
de hemiidrato 
• Reduzindo sua solubilidade
Aumento do tempo de presa
Método utilizado pelo fabricante
9. Retardadores
Borax
Cloreto de sódio 20%
Citrato de potássio
Formação de cristais que depositam-se sobre cristais 
diidrato dificultando seu crescimento
Propriedades
Resistência
Reprodução de detalhes
Resistência
Compressão
Tração
Desgaste
• Enceramento de infra-estruturas
• Prensagem de bases de dentadura
• Prova e ajuste de peças protéticas 
Relação A/P
0 0,10
70
60
50
40
30
20
10
Re
si
st
ê
nc
ia
 à
 c
o
m
p
re
ss
ão
 (
M
Pa
)
Resistência à Compressão em função da relação
água/pó para os 5 tipos de produtos de gesso
Anusavice, K.J (2005)
0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80
Tipo V
Tipo IV
Tipo III
Tipo II
Tipo I
Resistencia à compressão dos produtos de gesso
Resistência úmida ou verde
o excesso de água necessário para a hidratação das 
partículas de gesso ainda está presente na massa
Resistência seca
o excesso de água que estava na massa é totalmente 
eliminado por evaporação
Fatores que afetam a Resistência Mecânica
Aumento da relação A/P
Maior porosidade
Aumento do tempo de espatulação
Menor entrelaçamento dos cristais
Adição de aceleradores e retardadores
Menor coesão intercristalina
De Gibson CS, Jonhson RN. J Soc Chem Ind 51:25T, 1932.
Resistência
Relação AP Tempo de espatulação
(min)
Resistência à 
compressão (MPa)
0,45 0,5 23,4
0,45 1,0 26,2
0,60 1,0 17,9
0,60 2,0 13,8
0,80 1,0 11,0
Reprodução de detalhes
Reprodução de detalhes
Considerações
Molde contaminado por sangue e saliva deve ser enxaguado 
Excesso de água deve ser removido
Viscosidade adequada – escoamento
Uso de material de moldagem elastoméricos com agente 
surfactante ou o seu borrifamento sobre o molde;
Remoção logo após a presa de moldes de alginato
Manipulação adequada
Manipulação 
Gesso Odontológico
Manipulação
Seleção do material
Utilizar o gesso de acordo com a indicação
Manipulação
Material 
Gral de borracha
Espátula rígida
Balança
Medidor
Manipulação
Pesagem do pó e... 
...medição da água
Manipulação
Mistura água – pó
Colocar o pó sobre a água
Manipulação
Espatulação:
1 minuto
Mecânica
Manual
20 a 30 s
Espatulação manual
Misturar vigorosamente a massa, amassando-a contra as paredes do gral
Misturar até a obtenção de uma massa cremosa
Tempo de espatulação: 1 minuto
Espatulação mecânica
Iniciar com mistura manual por 15 s
Espatulação mecânica à vácuo 
Espatulação Manual X Mecânica
Vista em corte de 
modelo obtido por 
manipulação manual
Vista em corte de 
modelo obtido por 
manipulação mecânica à 
vácuo 
Manipulação
Preenchimento do molde
Vibração
Acréscimo em pequenas porções
Preenchimento do molde
Preenchimento do molde
Preenchimento do molde
Preenchimento do molde
Confecção da base
Separação do molde
Obtenção do modelo
Aguardar 30 a 40 minutos
Gesso com resistência 
suficiente
Molde de alginato
Remoção imediata após a 
presa do gesso 
Recorte de excessos
Obtenção do modelo
Manipulação incorreta
Desinfecção do modelo de gesso
Hipoclorito de sódio 1%
Imersão ou fricção por 10 minutos
Glutaraldeído 2%
Imersão ou fricção por 10 minutos
Iodofórmio
Borrifar na superfície do modelo de acordo com 
instruções do fabricante
Considerações Técnicas
Armazenar o pó em ambiente seco
Obedecer sempre as recomendações do 
fabricante (Proporcionamento adequado)
Utilizar cada tipo de gesso de acordo com a 
indicação
Utilizar instrumentos limpos
Considerações Técnicas
Adicionar o pó à água e aguardar umedecimento
Não adicionar pó ou água após o início da mistura
Evitar incorporação de bolhas
espatulação e vazamento sob vibração
Separar molde e modelo somente após 30 a 40 
minutos do vazamento
Considerações Técnicas
Quando necessário umedecer o modelo, fazê-lo 
em solução saturada de sulfato de cálcio
Não armazenar modelos a uma temperatura 
superior a 55ºC
Antes do uso do modelo, aguardar sua secagem
Modelos úmidos tem menor resistência
Bibliografia recomendada
souzajuniorfa

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