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1 QUESTIONÁRIO DE PSICOPATOLOGIA – CAP 14 DO LIVRO: PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS 1. Estabeleça a diferença entre sensação, percepção e apercepção. Sensação é um fenômeno passivo projetado através dos estímulos físicos (luz, som, pressão) ou químicos e atuam sobre sistemas de recepção do organismo. A Percepção é um fenômeno ativo, criado a partir da síntese dos estímulos sensoriais da memória (experiências passadas, contexto sociocultural) atribuindo ao sujeito o significado de sua vida. Apercepção é perceber algo integralmente, com clareza e plenitude, por meio de reconhecimento ou identificação do material percebido com o preexistente. A Sensação propriamente acontece mais comumente pelo tato, audição, olfato, etc, (estímulos físicos ou químicos); a Percepção acontece pelo fenômeno da visão estimulado pela memória, criando um objeto ou fatos, mas de acordo com sua experiência de vida e do meio em que vive; a Apercepção é um processo que acontece do psiquismo do indivíduo, a forma em que ele cria os fatos de acordo com sua consciência de sua articulação. 2. O que é quais são as alterações quantitativas da sensopercepção? São os estados de rebaixamento do nível de consciência onde as imagens perceptivas têm intensidade anormal, para mais ou para menos. As alterações quantitativas da sensopercepção são: hiperestesias, hiperpatias, hipoestesias, anestesias, a analgesias, a parestesia e a disestesia. 3. O que é quais são as alterações qualitativas da sensopercepção? São os estados de rebaixamento do nível de consciência onde a percepção é deformada e alterada, de um objeto real e presente. Há sempre um objeto externo real, gerador do processo de sensopercepção, mas tal percepção é deformada, adulterada, por fatores patológicos diversos. As alterações qualitativas da sensopercepção são: a ilusão visual, a ilusão auditiva, a alucinação e a alucinose. 4. O que é alucinação? Quais são os tipos mais importantes de alucinação? É a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem), sem que este esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo (o objeto real). Os tipos mais importantes de alucinações são: ilusões auditivas, musicais, visuais, táteis, olfativas e gustativas, cenestésicas e cinestésica, funcionais, combinadas, extracampinas, autoscópicas, hipnagógicas, hipnopônpicas e a estranheza do mundo percebido. 5. Descreva e estabeleça a diferença entre as teorias que tentam explicar as possíveis causas e a etiologia das alucinações. Os aspectos semiológicos da sensopercepção e, em particular, a questão das alucinações são complexos e intrigantes. Por isso, ao longo de mais de 200 anos, fisiológicos, neuropsicológicos e psicológicos ainda acham controversas as suas possíveis causas. Assim, diversas teorias são abordadas, as opiniões são diversas, a saber: A Teoria Psicodinâmica, Psicológica e Afetiva: Segue a linha de que a base teórica da alucinação remete à linha comportamental (necessidades e tendências afetivas, desejos, temores, conflitos recalcados e, sobretudo, conflitos inconscientes). A Teoria Irritativa Cortical: Segue a linha de que a base teórica da alucinação remete à função cerbro-cortical, lesões estas que são destrutivas e produziriam déficits motores e sensoriais, causadora das relacionadas à percepção complexa. A Teoria Neurobioquímica das Alucinações: Como o próprio nome já diz, a origem seria química. Os agentes que mais freqüente e inequivocadamente ocasionam alucinações estão relacionados a três neurotransmissores: a serotonina, a dopamina e a acetilcolina. Postula-se que a alucinação em indivíduos com transtornos mentais esteja relacionada possivelmente à hiperativação de circuitos serotonérgicos e/ou dopaminérgicos. Como Fenômeno de Deaferentação/Liberação Neuronal: Baseia-se na teoria dos fenômenos de liberação neuronal associado à deaferentação (redução das aferências ao SNC), por privação de estímulos sensoriais. A hipótese seria de que o sistema nervoso, ao ser privado de estímulos externos, produz, ele próprio, o fenômeno sensorial para manter a homeostase, certo nível de ativação básica. Teoria da Desorganização Global do Funcionamento Cerebral: Este segue a linha de Jackson e Ey, alterações globais e amplas do funcionamento cerebral produziriam a perda das inibições mais desenvolvidas filogeneticamente e complexas funcionalmente, permitindo a eclosão de circuitos em geral inibidos. A perda das inibições superiores favoreceria o surgimento de fenômenos patológicos, como as alucinações, as ilusões e 2 outros automatismos inferiores do SNC. Haveria, nesse processo a crescente indiferenciação entre o mundo e os perceptos internos e externos. Teoria da Alucinação Como Desordem da Linguagem Interna: Esse processo patológico se baseia na hipótese de que o processo patológico básico nas alucinações reside na incapacidade do paciente de discriminar e monitorar as suas próprias produções mentais, a sua linguagem interna, em contraposição às percepções vindas do meio externo (teoria cognitivista apresenta interessante semelhança com as concepções psicodinâmicas sobre a alucinação). 6. Qual a contribuição dos estudos recentes de neuroimagem funcional para os quadros de alucinação? De fato, esta nova modalidade de estudo, que usa sensores de pósitrons (Pet, Petscan e RMN funcional), são capazes de mapear com detalhes qual a área cerebral que está sendo ativada no momento em que o indivíduo está alucinando, ajudando assim aos especialistas saberem se a área em questão tem há ver ou não com a área específica da audição, da fala e se o tipo de patologia tem alguma característica com a realidade funcional ou é fruto da imaginação do paciente. OBS: Sem querer ser contrário ao disposto na ciência atual, considero todo e qualquer exame que use radioatividade deveria ser considerada invasiva. Se quem a opera, tem o dever de se proteger dos perigos raios D, G e X, e quem faz uso constante como pacientes, o fazem por poucos períodos durante o ano, é porque há algum tipo de nocividade em seu uso. Mas professora, estou só conjecturando, desculpe minha ousadia. 7. Caracterize as alterações da representação ou das imagens representativas. A Pseudo-Alucinação: É um fenômeno que, embora se pareça com a alucinação, dela se afasta por não apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real. Apresenta mais as características de uma imagem representativa. Vozes ou imagem visual são percebidas com pouca nitidez, de contornos imprecisos, sem vida e corporeidade. Pode se manifestar nas psicoses funcionais e orgânicas, nos estados afetivos intensos, na fadiga, em quadros de rebaixamento do nível de consciência e em intoxicações. As características são diversas, tais como: a voz (ou imagem visual) percebida é pouco nítida, de contornos imprecisos, sem vida e corporeidade. Em outros casos, a pseudo-alucinação surge de um pensamento ou uma representação que, de tão intenso, ganha, por assim dizer, sensorialidade. Embora a pseudo-alucinação possa ocorrer nas psicoses funcionais e orgânicas, ela é mais inespecífica. A imagem pós-óptica (semelhante à pseudo-alucinação) acontece em pessoas que ficam por muito tempo observando atentamente por muitas imagens e, à noite, no momento em que vai dormir, nota a persistência de tais imagens (comigo acontece isso). A alucinação psíquica (também confundida com a pseudo-alucinação) onde pacientes relatam a experiência de ouvirem palavras sem som, vozes sem ruído, vivenciarem uma comunicação direta de pensamento a pensamento, por meio de palavras secretas e interiores que não soam. O termo alucinação negativa para designar a ausência de visãode objetos reais, presentes no campo visual do paciente, também gera controvérsias. Enfim, os aspectos semiológicos da sensopercepção e, em particular, a questão das alucinações são complexos e intrigantes e requerem um melhor estudo mais aprofundado.
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