CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Sistema de Informação Gerencial AULA 02 - Dado e informação, qual a diferença? Prof. Luciano Frontino de Medeiros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Muitas vezes, quando falamos algo relacionado a dado e informação, tendemos a utilizar estes dois termos indiscriminadamente. Algumas vezes podemos dizer: “não tenho informação suficiente para tomar essa decisão”; ou: “não tenho dados suficientes para decidir sobre isso”. Porém, quando falamos em SIG, é importante que possamos definir de maneira distinta cada um desses conceitos. Na interação com sistemas organizacionais, os dados podem se transformar em informação, caracterizados pelo valor que esta pode proporcionar. Também em muitas situações, podemos ter uma quantidade grande de informações, porém, insuficientes para avaliar certa situação. Dessa forma, tanto os aspectos quantitativos quanto qualitativos devem ser considerados, com dados e informação relacionando-se entre si e fazendo parte de uma estrutura construída desde os níveis mais básicos até os mais complexos. TEMA 01 - Dado e informação, qual a diferença? A diferença entre dado e informação não é evidente. Tendemos a utilizar estes dois termos de forma sobreposta no dia a dia. Mesmo na literatura especializada, são frequentemente usados de maneira inadequada. Um exemplo é a frase: “a era digital gera uma sobrecarga de informações sobre as pessoas”. Interpretando de forma correta, não se trata de sobrecarga de informações, e sim de dados. Mas qual é a diferença entre dado e informação? Dados são sinais desprovidos de interpretação ou significado. São números, palavras, figuras, sons, textos, gráficos, datas, fotos ou qualquer sinal sem nenhum contexto. Quando alguém vê um cadastro em uma tela de computador, ou olha para um relatório pela primeira vez, tem contato com dados. Dados são entendidos, então, como estruturas sem significado. Informação, por sua vez, refere-se ao dado dotado de significado, tornando-se algo compreensível. Para terem significado, os dados devem conter algum tipo de estrutura ou contexto associado. À medida que as CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 informações em um cadastro são assimiladas, analisadas e percebidas, os dados se tornam informações. Portanto, dados são símbolos ou signos que representam objetos ou fatos. Podem ser expressos de maneira numérica, textual ou visual; por exemplo, um valor, uma imagem ou uma data. Os dados constituem-se de registros de algo que foi observado e, então, mensurado. Quando um dado é interpretado e analisado, ele ganha “relevância” e “finalidade”, realçando a sua importância e tornando-se informação. Podemos dizer então que o dado é o elemento básico, ou a “matéria-prima” de uma informação. Da mesma forma, podemos dizer que a informação é o resultado da interpretação dos dados. Outra característica importante dos dados é a escala em que eles são processados. Geralmente, são volumosos e capturados de forma automática ou semiautomática, estão salvos em grandes bancos de dados e são manipulados diretamente por sistemas computacionais. As informações, por outro lado, são produzidas, em menor volume, a partir dos dados. Elas são compreensíveis e significativas às pessoas em suas tomadas de decisão e, normalmente, se apresentam na forma de textos, relatórios, planilhas ou gráficos. Diferentes informações a partir dos mesmos dados De acordo com o contexto em que os dados são interpretados, eles podem originar diferentes informações. Veja nos exemplos a seguir (ELEUTÉRIO, 2016): Exemplo 1. Cada vez que compramos um produto em um site de comércio eletrônico, são coletados diversos dados sobre a transação. Entre eles estão o código do produto, a quantidade de itens adquiridos, a data e hora da compra e a localização geográfica do usuário. No banco de dados do sistema de e-commerce, esses dados ficam armazenados em registros individuais, por exemplo: (5423), (3), (02/12/2014), (12:53) e (192.09.87.31), indicando respectivamente o código do produto, a quantidade, a data, a hora e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 o endereço IP do computador de origem ― que pode ser usado para identificar a localização geográfica do usuário. Esses registros serão ‘apenas um conjunto de dados’ até que sejam interpretados e relacionados entre si. Quando isso ocorre, eles se tornam ‘informações’, ganhando utilidade e relevância, por exemplo, para avaliar o desempenho de venda de cada produto, detectar as preferências de cada região, revelar os produtos mais visitados no site, identificar a época do ano em que cada produto vende mais, os horários de maior acesso, entre outras inúmeras informações. Exemplo 2. O supervisor de uma fábrica registra o volume de produção de janeiro a dezembro com os seguintes dados. Dados de produção (quantidade de itens produzidos) JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 130 200 250 300 700 800 900 250 230 220 30 240 Vejamos algumas informações que poderiam ser extraídas a partir desse mesmo conjunto de dados: Informação 1: a maior parte da produção anual concentrou-se nos meses de maio, junho e julho; Informação 2: a produção média no ano foi de aproximadamente 354 peças por mês; Informação 3: no mês de novembro, houve uma queda de produção de 90% em relação à média anual. No exemplo anterior, as informações auxiliam o gestor de produção com o planejamento e reorganização da operação, sendo essenciais como recursos valiosos na organização. TEMA 02 - Informações quantitativas e qualitativas As informações podem ser divididas em dois grandes grupos: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 informações quantitativas e qualitativas. As primeiras podem ser medidas, expressas em números. Por exemplo: “a inflação subiu 3% em relação ao mesmo período do ano anterior”, ou “nossa central telefônica processa em média 60 ligações por minuto”. As informações quantitativas são geralmente usadas para comparar metas e resultados, especificar recursos ou produtos finais. Por outro lado, as informações qualitativas têm natureza subjetiva e são representadas de forma descritiva, expressando julgamentos de valor ou opiniões. Por exemplo: “o produto avaliado revelou desconforto na sua utilização”. Elas são especialmente úteis para expressar opiniões sobre produtos ou serviços, como aquelas geradas em um grupo focal formado para avaliar um novo lançamento no mercado. TEMA 03 - O valor e a qualidade das informações É possível mensurar o valor da informação? Embora se trate de um recurso de característica intangível, pode-se afirmar que o valor de uma informação é tanto maior quanto for o seu potencial de afetar o negócio da empresa. Tal valor potencial pode ser estimado pelo nível de atenção que a informação provoca nas pessoas e por quanto as empresas estão dispostas a pagar por ela. O propósito das informações Outra forma de avaliar o valor de uma informação é compreender o seu propósito em uma organização. Segundo Moresi (2000), as informações são usadas basicamente para duas finalidades: compreender o ambiente de negócio – interno e externo – e agir sobre ele. Isso significa que as informações estão diretamente ligadas à avaliação das situações e ao processo de decisão. Com isso, a sua importância depende do nível de criticidade que ela representa