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Caso concreto Adamastor Vale foi condenado como incurso nas sanções do artigo 121, §2º, inciso IV, do Código Penal por ter matado Anatalino da Silva, utilizando de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, desferindo pauladas no ofendido, causando-lhe as lesões descritas no auto de necropsia de fls. 19 do Inquérito Policial, que foram a causa de sua morte. Na ocasião, o denunciado utilizando-se de um pedaço de madeira, uma “trama” para cerca, desferiu pauladas na vítima, quando esta tentava se retirar do pátio da residência do acusado. Por outro lado, não se pode deixar de registrar que, momentos antes do fato, a vítima estaria embriagada no pátio da casa do réu, proferindo diversas ofensas verbais a ele e sua cunhada, além de tentar invadir sua residência e agredi-los fisicamente, razão pela qual, Adamastor Vale interpôs recurso de apelação com vistas ao reconhecimento da nulidade da decisão proferida pelo Tribunal do Júri por não ter sido formulado quesito relativo à forma privilegiada do delito, consoante entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal (Verbete de Súmula n.162), pedido julgado improcedente, haja vista a tese relativa à forma privilegiada do ilícito não ter sido ventilada pela defesa técnica em nenhum momento processual, nem mesmo no julgamento em plenário, ocasião em que propugnou apenas pelo afastamento da qualificadora e pela absolvição. Sucessivamente responda : 1). Arguiu o reconhecimento da causa de diminuição de pena (privilégio). R) sim, há de prosperar, pois si trata de um crime de homicídio qualificado-privilegiado com base no art. 121, , § 1 do cp, nos traz circunstancias de caráter subjetivo pois si referem aos motivos determinantes, assim considerando o privilegio. Tendo agido Adamastor por motivo de relevante valor moral ou social sobre o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação. Vale lembrar que as privilegiadoras são todas subjetivas, posto que si relacionam com o motivo do crime ou com o estado emocional do agente. 2). Afastamento da hediondez do delito. R) sim, pois o caso concreto trata de concurso de circunstancias agravantes e atenuante, onde o meio ou modo de execução usado pelo agente , no caso Adamastor, é uma qualificadora objetiva e no entanto exerce uma compatibilidade com a privilegiado que é o motivo determinante do crime. Caso em que si admite a possibilidade do tipo, vale salientar que é indispensável que a qualificadora seja de natureza objetiva. No art.67 do cp que diz, havendo concorrência de circunstancias agravantes e atenuantes dar-es preponderância as de natureza subjetiva, que são as que resultam dos motivos determinantes do crime. Doutrina : Doutrinadores como: Damásio E. de jesus. Fernando Capez, Júlio F. Marabet entre outros, que formam a corrente majoritária, não consideram o crime de homicídio qualificado privilegiado como crime hediondo com o fundamento que o crime de homicídio qualificado-privilegiado é estranho a lista dos crimes elencados no art 1 da lei 8072 , que e um rol taxativo que não admite interpretações. Damásio de jesus não aceita a incidência do efeito da lei dos crimes hediondos ao delito do homicídio qualificado-privilegiado consignando que nos termos do artigo 67 do cp , havendo concorrência de circunstâncias de agravantes e atenuantes dar-se preponderância as de natureza subjetiva.com fundamento nos motivos determinantes "HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. ‘HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO’. REGIME PRISIONAL. PROGRESSIVIDADE NO CUMPRIMENTO DA PENA. POSSIBILIDADE. REGIME INICIAL SEMI-ABERTO. DEFERIMENTO. 1. O ‘homicídio qualificado-privilegiado’ é estranho ao elenco dos crimes hediondos. 2. Em se cuidando de pena superior a 4 anos e inferior a 8 anos de reclusão, autoriza a lei penal o deferimento do regime semiaberto ao réu não reincidente, que deve ser estabelecido, se favoráveis as circunstâncias judiciais e se trata de homicídio privilegiado. 3. Ordem concedida". (6ª T. do C. STJ no HC nº 23408/MT, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, j. 03.02.2004, in DJ 01.03.2004, p. 198). Processo RESP 326118 / MS ; RECURSO ESPECIAL 2001/0057386-1 Relator(a) Ministro VICENTE LEAL (1103) T6 - SEXTA TURMA Data do Julgamento 14/05/2002 Data da Publicação/Fonte DJ 17.06.2002 p.00311 Ementa PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUNAL DO JÚRI. ALEGAÇÃO DE NULIDADES. QUESITOS. OPORTUNIDADE. PRECLUSÃO. CPP, ART. 479; 571, VIII E 572, I. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO. COMPATIBILIDADE. - Em tema de nulidade no processo penal, as vigas mestras do sistema assentam-se nas seguintes assertivas: (a) ao arguir-se nulidades, dever-se-á indicar, de modo objetivo os prejuízos correspondentes, com influência na apuração da verdade substancial e reflexo na decisão da causa (CPP, art. 566); (b) em princípio, as nulidades consideram-se sanados se não forem arguidas no tempo oportuno, por inércia da parte. - Os pedidos e as reclamações relativas aos quesitos formulados aos membros do Tribunal do Júri devem ser feitos logo após a sua leitura e explicação pelo Juiz Presidente, restando sanadas as eventuais nulidades ou omissões se não arguidas nessa oportunidade. - Inteligências dos arts. 479; 571, VIII, e 572, I, todos do Código de Processo Penal. - Não incompatibilidade na coexistência de circunstâncias que qualificam o homicídio e as que o tornam privilegiado. - O reconhecimento pelo Tribunal do Júri de que o paciente agiu sob o domínio de violenta emoção com surpresa para a vítima não é contraditório, tendo em vista que as circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva, e qualificadoras, de natureza objetiva, podem concorrer no mesmo fato-homicídio. - Recurso especial parcialmente conhecido e desprovido. questões objetiva R) - c
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