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TCC EM CONSTRUÇÃO (1)

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
A EDUCAÇÃO INFANTIL ATRAVÉS DE UM OLHAR LÚDICO
JULIANA RODRIGUES FERNANDES PEREIRA
RIO DE JANEIRO
AGOSTO / 2018
A EDUCAÇÃO INFANTIL ATRAVÉS DE UM OLHAR LÚDICO
JULIANA RODRIGUES FERNANDES PEREIRA
Trabalho apresentado à Universidade
 Estácio de Sá como requisito parcial
 Para obtenção na nota final na 
 Disciplina de TCC.
Orientador: José Roberto.
RIO DE JANEIRO
AGOSTO / 2018
JULIANA RODRIGUES FERNANDES PEREIRA
 Trabalho apresentado à Universidade
 Estácio de Sá como requisito parcial
 Para obtenção do gral de Licenciatura
 Em Pedagogia. 
Aprovado em ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
(José Roberto....)
Universidade Estácio de Sá.
(José Roberto....)
Universidade Estácio de Sá.
(José Roberto....)
Universidade Estácio de Sá.
RIO DE JANEIRO
AGOSTO/2018
A minha mãe por ter me dado a oportunidade
De construir a minha trajetória, deixando claro 
Que o estudo é a única bagagem que levarei
Para o resto da minha vida.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pois sem ele nada disso seria possível.
Aos meus professores do curso por toda orientação e atenção quando foi solicitada.
A minha família por toda paciência e incentivo dados às minhas escolhas e decisões.
Aos colégios que passei durante o curso de pedagogia, estagiando e trabalhando que fizeram despertar em mim a escolha desse tema.
“As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade.”
Vygotsky
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O trabalho de conclusão de curso apresenta o tema ludicidade na educação infantil. Este tema foi escolhido pelas experiências vividas no meu campo de estágio e também no meu local de trabalho que é uma escola, onde vivencio o segmento da educação infantil.
A importância ao tratarmos desse assunto está no ato de brincar, pois proporciona pleno desenvolvimento da criança, a aprendizagem se torna mais satisfatória através de jogos e brincadeiras e o educador assume um papel de mediador. 
	O ato de brincar é muito importante por ser um processo que relaciona a criança com a sua realidade. Sendo assim, indispensável para à saúde física, emocional e intelectual. 
	Então, é necessário que o lúdico esteja presente no cotidiano da criança como uma atividade diária. Devido aos avanços tecnológicos e cada vez mais a inserção da mulher no mercado de trabalho, tem-se a necessidade das crianças entrarem na escola cada vez mais cedo. Por isso, ingressam antes do tempo na educação infantil, perdendo assim a característica mais relevante na infância, o brincar.
A criança na Educação Infantil tem a oportunidade de se desenvolver de diversas maneiras. Várias atividades pedagógicas podem ser realizadas com o objetivo de despertar na criança a sua visão e compreensão de mundo, tornando-a um indivíduo consciente e participativo de sua realidade. Dentre as atividades que beneficiam a criança está a utilização do lúdico na prática pedagógica. 
Assim Huizinga define o jogo como:
Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. Assim definida, a noção parece capaz de abranger tudo aquilo a que chamamos “jogo” entre animais, as crianças e os adultos: jogos de força e de destreza, jogos de sorte, de adivinhações, exibições de todo gênero (HUIZINGA, 2007, p. 33).
 Conclui-se que o lúdico é um fenômeno cultural, presente na sociedade desde seus tempos mais remotos. Esta atividade apresenta uma dimensão significativa, ou seja, quem a realiza não está exercendo a ação lúdica simplesmente por fazer, mais sim, orientando-se por algum sentido. Deste modo, o lúdico apesar de parecer estar ligado à racionalidade humana, encontra-se distante desta.
 	Assim como vimos nas palavras Huizinga (2007), a essência fundamental da ação lúdica envolve fascinação, excitação e intensidade. As atividades caracteristicamente da sociedade humana são marcadas pelo jogo. Todo o seu agir envolve certa “brincadeira” com o real, experimentalmente, sendo que o resultado é a transformação da realidade ao seu redor.
	As escolas de educação infantil precisam resgatar o lúdico, tendo ele como um dos conteúdos de sua grade curricular, também o espaço e o tempo são importantes para a realização de atividades diferentes e lúdicas com as crianças. A escola deve ter brinquedos diferenciados e um espaço livre e adequado para a criança se expressar através do corpo, pulando, correndo, brincando. Cabe ao educador, ter o ato de brincar da criança como um instrumento de observação.
	Para as crianças a brincadeira possui um sentido próprio, é prazeroso e divertido o ato de brincar, é espontâneo e criativo. No passado, os educadores já se preocupavam com uma educação que respondesse as necessidades e interesses das crianças. Reconhecendo o valor formativo do brincar, ao apreciar uma criança brincar é ver ela se revelando para o seu mundo interior.
	É na fase da infância que a criança satisfaz seus interesses, desejos e necessidades particulares. A brincadeira faz com que as crianças interajam entre si, socializam e viajam em seu próprio mundo. Tais atitudes contribuem para o desenvolvimento biológico, psicológico, social e cultural. Então, cabe ao educador, adequar a brincadeira no processo de ensino aprendizagem.
	Esse trabalho tem como objetivos mostrar a importância do lúdico na educação infantil e sua contribuição para o desenvolvimento integral da criança além de analisar a importância do ato de brincar e resgatar o lúdico na educação infantil nos dias atuais. Além de analisar o uso de técnicas lúdicas no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil na prática pedagógica do professor. De forma mais específica espera-se verificar se os docentes utilizam técnicas lúdicas no decorrer de sua atuação; identificar as mesmas e descobrir a importância que os professores dão ao lúdico como uma ferramenta pedagógica.
	O caminho a ser seguido para viabilizar este trabalho, estamos buscando pesquisas bibliográficas com os autores: Johan Huizinga, com a obra: Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura, a obra retrata de onde surgiu o jogo e qual a sua bagagem cultural. 
	Vygotsky (1998) com a obra: Aprendizagem, Desenvolvimento e Linguagem a obra mostra diversas faces do ato de brincar como auxilia no desenvolvimento da criança, no desenvolvimento cognitivo e sensório-motor, ampliando a sua linguagem. A importância do brincar para aprender.
	Bertoldo (2011) com a obra: Jogo, Brinquedo e Brincadeira, que vem mostrar as diversas brincadeiras e jogos que estimulam a criação e imaginação das crianças e como a brincadeira retrata a realidade cotidiana delas mesmas.
	 Wayskop (1995) com a obra: Brincar na Pré-escola, esta obra vem mostrar a importância do ato de brincar na Educação Infantil com suas consequências e qual o papel do educador nesse processo de mediação entre a criança e o brinquedo.
	Gomes (2004) com a obra: Dicionário Crítico do Lazer, onde aborda o sentido do que é o lazer e vem desdobrar o sentido de lazer e diversão na visão da criança.Por último o autor Campos (2011) com a obra: A Importância do Jogo no Processo de Ensino Aprendizagem, destaca os possíveis resultados desse processo através de uma ferramenta principal muito utilizada na Educação Infantil que é a brincadeira, o jogo e como o educador deve estar preparado para participar desse processo.
As brincadeiras favorecem o desenvolvimento da criança, como brincar de roda. As brincadeiras de roda tem grande contribuição para o desenvolvimento sensório-motor, estimula o ritmo, desenvolve o gosto pela música, proporciona um contato sadio com as crianças de ambos os sexos e ajuda com a timidez, agressividade e prepotência. As brincadeiras de roda estão sumindo das escolas, e os profissionais de educação não buscam introduzir o lúdico como uma das ferramentas essenciais para o crescimento saudável das crianças em seus conteúdos dados em sala de aula.
Este TCC está dividido em três capítulos:
	No primeiro capítulo vamos tratar da concepção de educação, bem como, a importância da inclusão do lúdico no ato educativo, relacionando às práticas lúdicas utilizadas atualmente nos estabelecimentos de ensino. 
	No segundo capítulo vamos abordar o conceito do processo de ensino-aprendizagem, quais práticas pedagógicas são essenciais para trabalhar o lúdico na Educação Infantil e sua importância nas visões dos autores.
	No terceiro capítulo, apresentam-se os procedimentos metodológicos citando o público-alvo, englobando os professores que atuam na Educação Infantil frente ao uso do lúdico como ferramenta pedagógica no desenvolvimento das crianças.
CAPÍTULO 1 - O LÚDICO E A EDUCAÇÃO INFANTIL
Pode-se afirmar que o lúdico é qualquer atividade que executamos e que pode dar prazer, que tenhamos espontaneidade em executá-la. Nesse sentido, na visão de Bertoldo (2011), quando fazemos porque queremos, pôr interesse pessoal. Isto se refere tanto à criança quanto para o adulto, é aí que começamos a perceber a possibilidade, a facilidade de se aprender, quando estamos brincando, pois na atividade lúdica, como na vida, há um grande número de fins definidos e parciais, que são importantes e sérios, porque consegui-los é necessário ao sucesso e, consequentemente, essencial a satisfação que o ser humano procura, a satisfação oculta, neste caso seria o de aprender. 
Para Bertoldo:
 É uma verdade que o brinquedo é apenas um suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com a imaginação. Mas é verdade, também, que sem o brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica, porque é ele que permite simular situações (BERTOLDO, 2011, p.11).
Nesse sentido, o lúdico vem ganhando atenção no meio acadêmico pela crescente quantidade de contribuições para a sua conceituação e reflexão, mas poucos têm constatado, sua aplicação e sistematização enquanto ferramenta pedagógica, visto que, através das atividades lúdicas, as crianças adquirem marcos de referenciais significativos que lhes permitem conhecer a si mesmas, descobrir o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando também, situações de aventura, ação e exploração, como características impostergáveis da infância.
Wayskop afirma que:
 Pesquisadores como Comenius, Rousseau e Pestalozzi, contribuíram para a valorização da infância. Baseados numa concepção idealista e protetora da criança, propuseram uma educação dos sentidos, utilizando-se de brinquedos e centrada na recreação. Iniciou-se, assim, a elaboração de métodos próprios para a educação infantil. Com essas idéias é que se passa a ver a educação das crianças pequenas como características particulares, não mais como a educação dos "adultos em miniatura” (WAYSKOP, 1995, p. 68).
Destacando que através jogo, as crianças fixam convicções de justiça, solidariedade e liberdade. São resolvidas situações problemáticas, adaptando-se de forma ativa a sociedade em que vivem. 
Contudo, o autor acima mostra as diversas faces do brincar para a criança. Ao praticar de maneira ativa o brincar, a criança torna-se capaz de resolver seus problemas no meio em que vive.
Portanto, Marcellino (1997, p.44) destaca que ao tratar do lúdico foca a abordagem que se busca, o lúdico não como algo isolado ou associado a uma determinada atividade, mas como um componente cultural historicamente situado que pode transcender aos momentos de lazer, como seu uso na Educação: porque não atuar com os componentes lúdicos da cultura, em outras esferas de obrigação, notadamente... na escola?
As instituições de Educação Infantil têm restringido as atividades das crianças aos exercícios repetitivos, motora e, ao mesmo tempo em que bloqueiam a organização independente das crianças para as brincadeiras, essas práticas não estimulam a criatividade dos alunos, como se suas ações simbólicas servissem apenas para explorar e facilitar ao educador a transmissão de determinada visão do mundo, definida, a princípio, pela instituição infantil.
 Nessa perspectiva, Wayskop (1995) aponta que se as instituições fossem organizadas em torno do brincar infantil, elas poderiam cumprir suas funções pedagógicas, privilegiando a educação da criança em uma perspectiva criadora, voluntária e consciente.
 De acordo com o pensamento de Soler (2003) não se pode mais conceber que uma pessoa que passa pela escola saia sem entrar em contato com valores humanos essenciais, e que depois, fora da escola, cometa atos grotescos, pois, a escola deve ensinar para além da Matemática, Língua Portuguesa, Educação Física, enfim, deve ensinar para a vida. 
Dessa forma, resgatar a ludicidade dentro de um processo educativo, é ir em busca da construção de bases para: através de práticas e vivências, possibilitar que este indivíduo modifique seu foco de atenção e consiga enxergar além da sua realidade, vislumbrando a possibilidade de desenvolver plenamente suas potencialidades. 
De acordo com Gomes (2004, p.47), a ludicidade é uma dimensão da linguagem humana, que possibilita a expressão do sujeito criador que se torna capaz de dar significado à sua existência, resinificar e transformar o mundo. 
E mais na frente conclui: Dessa forma, a ludicidade é uma possibilidade e uma capacidade de se brincar com a realidade, resinificando o mundo (GOMES, 2004, p. 145). 
Então, pode-se dizer que as crianças ao brincarem tornam-se capazes de dar significado a elas mesmas. Assim, a brincadeira para elas é uma forma de linguagem, uma maneira ativa de se expressar. Por isso tantas crianças gostam de brincar “imitando” a realidade, através da brincadeira elas transformam o mundo em que vivem, fazendo a tal “realidade” mais prazerosa.
Ainda falando do lúdico, Gomes nos dá a chave para estabelecer a premissa básica de nossa abordagem quando escreve: 
Como expressão de significados que tem o brincar como referência, o lúdico representa uma oportunidade de (re) organizar a vivência e (re) elaborar valores, os quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. Pode contribuir, por um lado, com a alienação das pessoas: reforçando estereótipos, instigando discriminações, incitando a evasão da realidade, estimulando a passividade, o conformismo e o consumismo; por outro, o lúdico pode colaborar com a emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo, da reflexão crítica, da construção coletiva e da contestação e resistência à ordem social injusta e excludente que impera em nossa realidade (GOMES, 2004, p. 146).
Ainda falando do lúdico, o autor nos dá a chave para estabelecer a premissa básica de nossa abordagem quando escreve: Como a expressão de significados tem o brincar como referência, o lúdico representa uma oportunidade de reorganizar a vivência e reelaborar valores, os quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. 
Pode contribuir, por um lado, com a alienação das pessoas: reforçando estereótipos, instigando discriminações, incitando a evasão da realidade, estimulando a passividade, o conformismo e o consumismo; por outro, o lúdico pode colaborar com a emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo, da reflexão crítica, da construçãocoletiva e da contestação e resistência à ordem social injusta e excludente que impera em nossa realidade (GOMES, 2004, p. 146).
 Portanto, sabe-se que a ludicidade é uma necessidade em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita a comunicação, expressão e construção do conhecimento. 
Assim, a prática lúdica entendida como ato de brincar das crianças permite um mergulho na sua trajetória ao longo dos tempos, acumulando informações.
 A esse respeito, Santos (2008) menciona que este processo cíclico, retratado em cada ação e em cada jogo, permite conhecer um pouco da evolução. Portanto, entender o brincar das crianças no cenário das civilizações é conhecer um pouco da cultura. 
Entende-se então que a Educação pela vida da ludicidade propõe-se a uma nova postura existencial cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando, se inspirando numa concepção de educação para além da instrução.
 Para tal se faz necessário que os profissionais da educação reconheçam o real significado do lúdico para aplicá-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender.
 Na visão de Campos (2011) o jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição. 
No processo educativo, em especial, na Educação Infantil, o desenvolvimento de atividades lúdicas devem ser consideradas como prioridades no delineamento de atividades pedagógicas contidas no planejamento escolar realizado pelos professores e coordenadores. Essa inclusão visa, portanto a flexibilização e dinamização das atividades realizadas ao longo de toda a prática docente, oportunizando a eficácia e a significação da aprendizagem. É imprescindível enxergar com novos olhos o verdadeiro universo mágico e encantador do lúdico em sala de aula e consequentemente, entendendo-se aí toda a prática cotidiana do aluno, visto que, é na educação infantil que as crianças são capazes de construir a aprendizagem através do brincar, criando e imaginando situações de representações simbólicas entre o mundo real e o mundo a ser construído com base nas suas expectativas e anseios. 
Nessa perspectiva, é através da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, se integrando, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperando com seus semelhantes e convivendo como um ser social. 
Portanto, os professores, não são meros transmissores de informações e conhecimentos sistemáticos, e sim mediadores desses conhecimento, devem criar condições para que por meio do desenvolvimento dessas atividades, a criança possa construir de forma autônoma o seu próprio conhecimento.
	Vygotsky (1998) atribui relevância ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e de entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.
	A criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem, segundo Vygotsky (1998), tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento. 
	De acordo com Vygotsky:
A brincadeira cria para as crianças uma "zona de desenvolvimento proximal" que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz (VYGOTSKY 1998, p.97).
	É através dessas atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz-de-conta, são reelaboradas. 
	Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e reproduções do real de acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem.
	Tanto para Vygotsky (1998) como para Piaget (1998), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imigração se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. 
	Entende- se então que é com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação desses tais conceitos. 
	Ao concluir esse capítulo que basicamente mostrou a importância do lúdico pode-se dizer que brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contratos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. 
	As integrações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo.
	
CAPÍTULO 2 – O LÚDICO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
A Educação traz muitos desafios aos que nela trabalham e aos que se dedicam à sua causa. Pensar em Educação é pensar no ser humano, em sua totalidade, em seu ambiente, nas suas preferências. 
A esse respeito, Friedman (2003) expõe que no processo da Educação, o papel do educador é primordial, pois é ele quem cria espaços, oferece os materiais e participa das brincadeiras, ou seja, media a construção do conhecimento. Desse modo, devem-se selecionar materiais adequados, o professor precisa estar atento à idade e as necessidades de seus alunos para selecionar e deixar a disposição materiais adequados. 
O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam, pelo material de que são feitos. Outra função do professor é permitir a repetição de jogos.
Segundo Moyles (2002), afirma com propriedade que:
Parte da tarefa do professor é proporcionar situações de brincar livre ou dirigido que tente atender às necessidades de aprendizagem das crianças e, neste papel, o professor poderia ser chamado de um iniciador ou mediador da aprendizagem. Entretanto, o papel mais importante do professor é de longe [...], quando ele deve tentar diagnosticar o que a criança aprendeu – o papel de observador e avaliador (MOYLES, 2002, p. 37).
 Assim, na visão de Moyles (2002) as crianças sentem grande prazer em repetir jogos que conhecem bem, sentem-se seguros quando percebem que contam cada vez mais habilidades em responder ou executar o que é esperado pelos outros. 
O educador é mediador, possibilitando, assim, a aprendizagem de maneira criativa e social, para que todos possam participar desse processo lembrando-se de que é importante respeitar a bagagem que cada um traz, assim o processo de ensino-aprendizagem ganha significado e as crianças são seus principais atores. Para que o ensino seja possível é necessário que o aluno e o educador estejam engajados, o educador deve ser o mediador/ facilitador do processo ensino-aprendizagem infantil. 
Com isso, Teixeira (1995) menciona que cabe ao educadoroferecer inúmeras oportunidades para que se torne prazerosa a aprendizagem por meio dos jogos e brincadeiras. 
2.1 O conceito do processo de ensino-aprendizagem e a Educação Infantil
Segundo Santos (2008) a modalidade de ensino, denominada como Educação Infantil surgiu no Brasil graças a mudanças ocorridas no núcleo familiar. Com isso, a inserção da mulher no mercado de trabalho instaurou-se a necessidade da criação de instituições que prestassem assistências aos filhos dessas famílias, para tanto foram criadas as creches com objetivo meramente assistencialista. 
Dessa forma, “Essas instituições passaram por grandes modificações a partir da década de 1970, pois a sociedade civil organizada passou a exigir das autoridades uma melhor qualificação no processo de educação infantil” (WASYKOP, 1995, p. 33).
 Assim passaram de meras instituições que prestavam assistência as crianças, que eram voltadas para o cuidar, tratar da higiene das crianças e também a alimentação para escolas propriamente ditas, com a preocupação da formação integral do indivíduo onde o aprender, o desenvolver tornou-se o principal objetivo. 
Sob essa linha de reflexão, é importante mencionar que a Constituição Federal de 1988 transformou em lei os desejos dos movimentos sociais, fazendo constar em seu texto original como sendo um dever do Estado o direito à creche e pré-escola às crianças de o a 6 anos de idade, conforme o artigo 208, parágrafo IV. 
Nesse contexto, em dezembro de 9394/96 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), reafirmando mudanças e estabelecendo de forma incisiva o atendimento às crianças de 0 a 6 anos e estabelecendo dois níveis de educação, Educação Básica e Educação Superior, inserindo a educação infantil na primeira etapa da Educação Básica.
 Estabelecendo um prazo de três anos a contar da publicação dessa Lei para sua efetivação legal nos estabelecimentos de ensino da rede regular de ensino de todo o país
. Portanto, além de enfatizar a gratuidade do ensino, a LDB Pretende qualificar esse processo tornando obrigatório que a docência seja exercida por profissionais graduados em cursos superiores (BRASIL, 1996). 
Desse modo, pode-se considerar que a inserção curricular na esfera da educação infantil significa um avanço para a educação brasileira. Assim, conclui-se dizendo que não adianta simplesmente transferir as creches para o âmbito da educação, existem outras exigências necessárias para o bom andamento desta. 
Rever as concepções de criança e educação, níveis de formação e função dos profissionais envolvidos, diferenças salariais, estrutura e funcionamento dos equipamentos infantis, financiamentos e objetividade são algumas das necessidades de evolução do sistema educacional infantil. 
Dessa forma, cabe mencionar que a aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. A aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, bem como da transferência destes para novas situações. 
Nesse sentido, o processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação. Esse processo se dá no interior do sujeito, estando, entretanto, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas. Assim, nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento. 
2.2 O papel do brinquedo no desenvolvimento infantil
O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempo. 
Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. 
Nesse sentido, Vygostky (1998) ressalta:
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo (VYGOTSKY, 1998, p. 130).
Assim, através do brinquedo, a criança cria uma situação imaginária, isto é, é por meio do brinquedo que essa criança aprende a agir uma esfera cognitiva, é promove o seu próprio desenvolvimento no decorrer de todo o processo educativo. 
Dessa forma, o brinquedo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, etc.
 Segundo Piaget: “O brinquedo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral” (PIAGET, 1998, p. 62).
Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica.
 As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais. 
Nessa perspectiva, o brinquedo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. 
Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. 
Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Através do brinquedo a criança pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. 
 Portanto, o brinquedo é um dos fatores mais importantes das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo.
 A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos bastante enriquecedores para promover a aprendizagem. 
Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo.
 Assim, Campos (2011) destaca que os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. 
Segundo o autor, o professor precisa estar atendo à essa prática do brincar, nesse processo se faz necessária a mediação do professor. No capítulo a seguir, veremos as práticas e metodologias utilizadas nesse processo.
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIAS E TÉCNICAS LÚDICAS, COMO UTILIZÁ-LAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL?
Apesar do jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso não significa que o professor não necessite ter uma atitude ativa sobre ela. Para isso, é preciso sintetizar algumas funções do educador frente ao lúdico. 
Providenciando um ambiente adequado para o jogo infantil, a criação de espaços e tempo para os jogos é uma das tarefas mais importantes para o professor. Cabe-lhe organizar espaços de modo a permitiras diferentes formas de jogo, por exemplo, as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aqueles que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos. 
Assim, ao se observar o comportamento de uma criança jogando ou brincando, pode-se perceber o quanto ela desenvolve sua capacidade de resolver os mais variados problemas, sem tirar o seu sentido lúdico.
 É importante mencionar também que o brinquedo, enquanto uma técnica lúdica a ser utilizada na prática pedagógica da Educação Infantil, supõe uma relação íntima com a criança e a indeterminação de regras para sua utilização.
 A esse respeito, Vygotsky afirma que “o brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade” (VYGOTSKI, 1998, p. 38). 
Assim, entende-se que por meio dos brinquedos, as crianças vivenciam determinadas situações do cotidiano, construindo um conhecimento embasado em certas habilidades definidas pela estrutura preexistente no próprio objeto e suas regras.
 Alguns exemplos de brinquedos mais utilizados são: a boneca, monta-monta, quebra-cabeça, entre outros. Portanto, em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de um outro de caráter apenas lúdico é este: desenvolve-se o jogo pedagógico com a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória. 
. Segundo Antunes:
 A palavra jogo provém de jocu, substantivo masculino de origem latina que significa gracejo. Em seu sentido etimológico, portanto, expressa um divertimento, uma brincadeira, um passatempo, sujeito a regras que devem ser observadas quando se joga. Significa também balanço, oscilação, astúcia, ardil, manobra. Não parece ser difícil concluir que todo jogo verdadeiro é uma metáfora da vida (2005, p. 11).
Na visão do autor, a responsabilidade do aprendizado não está somente a cargo do professor que ensina, mas sim dividida entre a ação facilitadora do professor e a busca do conhecimento do aluno que em conjunto irão construir esse processo de ensino-aprendizagem. 
Então, o jogo passa a ser uma ferramenta ideal para a aprendizagem. O ato de brincar vai evoluindo com o passar do tempo, altera-se de acordo com os interesses próprios da faixa etária, conforme a necessidade de cada criança e também com os valores da sociedade na qual está inserida. 
Nesse sentido, Chateau (1997) ressalta:
A história do jogo da criança é, portanto, a história da personalidade que se desenvolve e da vontade que se conquista aos poucos. O princípio do não está atrás, num impulso funcional, passou para a frente, num fim a realizar, numa grandeza a atingir. Ele não é somente função de um passado que projeta atos novos à sua frente, mas – e sobretudo – de um futuro que é desejado, almejado e por isso mesmo conquistado lentamente (p.29).
O autor mostra que o ato de brincar é um ato característico da infância e afirma que a infância não existe sem o brincar, o brincar é inato. A criança tem como objetivo projetar-se, não se importando com o resultado que este fazer proporciona. O brincar é algo livre e, em função deste aspecto não há modos prontos de agir ou operar durante a brincadeira. 
O ato de brincar está inserido no processo de aprender e compreender, onde a criança age além do seu comportamento humano. No brincar, ela age como se fosse maior do que é na realidade, realizando simbolicamente, o que mais tarde realizará na vida real. Embora aparentemente expresse apenas o que mais gosta, a criança quando brinca, aprende a se subordinar às regras das situações que reconstrói.
As brincadeiras despertam nas crianças várias ações ao concretizar as regras do jogo, sejam elas quais forem as mesmas procuram se envolver nessa brincadeira, e em relação ao lúdico os brinquedos e as brincadeiras relacionam-se diretamente com a criança, porém, não se confundem com o jogo, que aparece com significações opostas e contraditórias, visto que a brincadeira se destaca como uma ação livre e sendo supervisionada pelo professor.
	Diante disto Pinto afirma que:
	Brinquedos e brincadeiras aparecem com significações opostas e contraditórias: a brincadeira é vista como uma ação livre, já o brinquedo expressa qualquer objeto que serve de suporte para as brincadeiras livre ou ficar atrelado ao ensino de conteúdos escolares (2003, p.27).
	Para a autora esses elementos que constituem o brinquedo e a brincadeira são definidos como regras preestabelecidas que exigem certas habilidades das crianças. 
	Entretanto, a brincadeira é uma ação que não exige um objeto-brinquedo para acontecer, é jogando que elas constroem conhecimentos que ajudará no seu desempenho escolar. Ao brincar a criança faz uma releitura do seu contexto sociocultural, em que a mesma amplia, modifica, cria e recria por meio dos papeis que irão representar.
	Portanto, é fundamental a utilização das brincadeiras e dos jogos no processo ensino pedagógico, diante dos conteúdos que podem ser ensinados por intermédio de atividades lúdicas em que a criança fica em contato com diferentes atividades, manipulando vários materiais, tais como jogos educativos, os didáticos, os jogos de construção e os apoios de expressão.
	Considerando esses fatores, o desenvolvimento da diversidade de materiais obriga a necessidade de adequar os mesmos, quanto ao espaço da brincadeira contribui para o desenvolvimento cognitivo, físico, emocional, social e moral, sem que se perca a característica do brincar como ação livre, iniciada e mantida pela criança.
	A importância do espaço lúdico na construção do conhecimento é oportunizar a criança a observar o mundo imaginado por ela, e quando ela vê esta realidade de maneira muito distorcida, procuramos conversar com a mesma, esclarecendo as coisas, fazendo com que a criança fique mais perto da nossa realidade.
	Esta é uma das formas de brincar mais saudáveis para o desenvolvimento da criança, razão pelo qual o “faz-de-conta” infantil deve ser tratado e subsidiado com seriedade, atribuindo o papel relevante no ato de brincar e na constituição do pensamento infantil. É brincando e jogando que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo.
	Para melhor compreensão é interessante o que Pinto nos diz:
	O espaço lúdico não precisa ficar restrito a quatro paredes, ao contrário, deve fluir por todo o ambiente, dentro e fora das classes. Um dos objetivos desse espaço é favorecer o encontro de crianças, para brincar, jogar, fazer amigos, propiciar a convivência alegre e descontraída dos frequentadores (2003, p.65).
	Seguindo o pensamento da autora, nesse espaço a criança interage com o meio físico, com outras crianças e com adultos, construindo assim, regras de convivência e competência, treina suas habilidades e capacidades de ganhar ou perder, saber respeitar suas diferenças dos outros, aprender a lutar por seus direitos, defender seu espaço, mas respeitar o do amigo. Parecem coisas tão simples e tão óbvias, mas são muito difíceis de fazer na prática.
	O brincar é uma atividade constante na vida de toda criança, algo que lhe é natural e muito importante para o seu desenvolvimento. As brincadeiras, para a criança, constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social e a maneira como a mesma brinca reflete sua forma de pensar e agir.
	Negrine afirma que:
	As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança (1994, p.19).
	Negrine relata que o lúdicoé uma atividade de grande eficácia na construção do desenvolvimento infantil, pois o brincar gera um espaço para pensar, e que por meio deste a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. 
	
	As interações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, que é natural em toda criança, desenvolvendo a solidariedade e a socialização.
	A capacidade de brincar possibilita às crianças um espaço para resolução dos problemas que as rodeiam. A criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento.
	De acordo com Vigotsky:
	A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz (1998, p.97).
	Vigotsky afirma que, por meio do brincar origina-se na criança a zona de desenvolvimento proximal que se define por funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que estão presente nas crianças em estado embrionário.
	A brincadeira lúdica vem ampliando sua importância, deixando de ser um simples divertimento e tornando-se uma ponte entre a infância e a vida adulta.
	A criança por muito tempo foi considerada um adulto em miniatura. Ela tem características próprias e para se tornar um adulto, ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família, posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
	De acordo com Negrine é fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta pedagógica. E por meio de investigações, brincadeiras o educador consegue conhecer a realidade e o conhecimento prévio que cada criança traz consigo.
	Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e reproduções do real, de acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem.
	Negrine (1994), em estudos realizados sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil, afirma que "quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica".
	Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz-de-conta, são reelaboradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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