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O ABORTAMENTO E A ENFERMAGEM
O QUE É O ABORTAMENTO?
Aborto é a interrupção precoce da gravidez, espontânea ou provocada com a remoção ou expulsão de um embrião (antes de oito ou nove semanas de gestação) ou feto (depois de oito ou nove semanas de gestação), resultando na morte do concepto ou sendo causada por ela.
TIPOS DE ABORTAMENTO 
ABORTO ESPONTÂNEO
ABORTO INDUZIDO
ABORTO ILEGAL
O ABORTAMENTO NO BRASIL
Tratando-se da ilegalidade do aborto no Brasil, verifica-se que esta favorece o ganho ilícito de pessoas com manobras abortivas e a sociedade permanece enraizada em ideologias favoráveis à criminalização apenas das mulheres, não analisando quem elas são, o risco de morbidade e mortalidade ao praticar o aborto, a eficácia de programas de planejamento familiar e as iniquidades existentes no contexto social do qual as mesmas fazem parte (SOUZA; DINIZ; COUTO, 2010).
O ato de abortar de forma insegura pode ser considerado uma injustiça social. Índices de mortalidade decorrentes do aborto, na maioria das vezes, refletem mulheres solteiras ou separadas judicialmente. As desigualdades dos efeitos danosos da clandestinidade e da criminalização do aborto atingem principalmente a parte mais vulnerável da população, de mulheres pobres e negras, com baixa escolaridade; as mais jovens e aquelas com menor acesso à informação. Além disso, quando se trata da razão de mortalidade materna por aborto, em relação às mulheres negras, obtém-se 11,28/100 mil nascidos vivos, ou seja, duas vezes mais do que em relação às mulheres brancas (MARTINS; MENDONÇA, 2005).
O ABORTAMENTO NO BRASIL
Autonomia
Integridade física e psiquica
Direitos sexuais e reprodutivos
Igualdade de gênero
CÓDIGO PENAL
Art, 124: Provocar o aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque.
Pena: Detenção, de 1 a 3 anos.
Art, 125: Provocar o aborto sem o consentimento da gestante.
Pena: Reclusão de 3 a 10 anos.
Art, 126: Provocar o aborto com o consetimento da gestante. 
Pena: Reclusão de 1 a 4 anos.
Parágrafo único: aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quartoze anos, ou é alienada, ou é débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante a fraude, grave ameça ou violência. 
Art, 127: As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
CÓDIGO PENAL
Art, 273: - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. 
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. 
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: 
CÓDIGO PENAL
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 
V - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. 
Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
ABORTAMENTO LEGAL
Estupro
Risco à vida da mulher
Feto anencéfalo
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 442/2017 (ADPF)
O ENFERMEIRO PODE REALIZAR O ABORTAMENTO?
CÓDIGO DE ÉTICA: DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMILIA E COLETIVIDADE. PROIBIÇÕES:
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação.
 DA APLICAÇÃO DE PENALIDADES: 
Art. 126 - A pena de multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 56 a 59; 72 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste Código.
Art. 128 - A pena de suspensão do exercício profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35; 41 a 43; 48; 56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108 deste Código. 
Art.129 - A pena de cassação do direito ao exercício profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 9º; 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste Código.
O ENFERMEIRO É PROIBIDO DE PRATICAR O ABORTAMENTO, MAS É OBRIGADO A PRESTAR UMA ASSISTÊNCIA DE QUALIDADE A MULHERES EM PROCESSO ABORTIVO.
CÓDIGO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM: CAPÍTULO II – DOS DEVERES​
Art. 41 Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.
RELATOS DE PACIENTES SOBRE O ATENDIMENTO RECEBIDO
"Ah, foi a pior possível porque foi um aborto provocado, não foi espontâneo entendeu? Então eles não te tratam bem. Te deixam sofrendo, a minha curetagem foi sem anestesia."​
“... será que não poderia ter tido mais atenção, mais informação, a gente não sabe o que tá acontecendo a gente não estudo aquilo... A gente não sabe o que pode acontecer, a gente não é informada... Eu fico preocupada... Eu queria mais informação, explicação do que tá acontecendo, o que vai acontecer....”
“...é muito melhor você poder contar a verdade, mas tem o medo...eu como nunca escondi nada de ninguém, não escondia mesmo... eles achava que deveria mentir esconder, eles ficá até de boca aberta, porque eles tão acostumados com a mentira, eles querem ouvir a verdade, mas não tem como fazer com isso. Quantas vezes eu já fui embora do hospital sem ser atendida porque eu chegava e falava, qual que era o meu problema eles não me atendiam...deixava eu lá...”
COMO O ENFERMEIRO DEVE AGIR?
 Histórico de enfermagem: Na anamnese devem-se coletar os seguintes dados: identificação pessoal (idade, raça, religião e outros), antecedentes ginecológicos e obstétricos, relato do ocorrido e identificação do risco de exposição, deve-se ainda investigar, sinais e sintomas de infecção geniturinária; sinais de sangramento; investigar aspectos emocionais, sociais, apoiar a família ou pessoa significativa.
 Diagnóstico de enfermagem: Síndrome do trauma do aborto; Síndrome pós-trauma; Dor aguda; Risco para infecção; Risco para perfuração de órgãos; Integridade da pele prejudicada; Ansiedade; Medo; Culpa; Conflito de decisão; Risco para angústia espiritual; Sentimento de impotência; e Isolamento social.
Prescrição de enfermagem: Acolher a mulher, desde sua chegada à unidade de saúde, responsabilizando-se por ela, ouvindo suas queixas, permitindo que ela expresse suas preocupações, angústias, compreendendo os diversos significados do aborto para aquela mulher e sua família; Orientar e preparar a paciente para consulta médica, exame físico e ginecológico; Informar a equipe médica sobre os dados relevantes coletados durante a consulta de enfermagem; Explicar a conduta de acordo com o tipo de aborto e a necessidade de internação; Apoiar familiares e amigos, segundo suas necessidades.
COMO FUNCIONA O ABORTAMENTO LEGAL?
Os serviços de aborto legal são unidades de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento das mulheres que engravidaram de violência sexual, cuja gravidez representa risco de vida ou risco à saúde, ou ainda que receberam o diagnóstico de anencefalia fetal.
O Serviço de Aborto Legal difere do Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual pois, neste segundo, são atendidos homens, mulheres, crianças e adolescentes, além de serem realizados exames laboratoriaise profilaxia para doenças sexualmente transmissíveis, acompanhamento psicológico e anticoncepcional de emergência. 
 A unidade de referência de Aborto Legal na Bahia é o Iperba. 
E NOS CASOS DE ABORTAMENTO LEGAL, COMO O ENFERMEIRO DEVE AGIR?
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (2007) pontua que, “nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo” (art. 28, parágrafo único)
No caso do enfermeiro que aceita realizar o procedimento, ele deve acolher a mulher e providenciar os encaminhamentos necessários, conforme o protocolo, auxiliando o(a) médico(a) nas orientações. Deve monitorar sinais vitais, sangramentos, e demandas psicológicas. 
A mulher vítima de violência sexual que busca um serviço de aborto legal necessita de uma ocorrência policial e/ou de um laudo do IML?
NÃO. De acordo com as normas técnicas Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes (lançada em 1999, reeditada e revista em 2005 e 2011) e Atenção Humanizada ao Abortamento (lançada em 2005, reeditada e revista em 2011), a equipe deverá realizar o acolhimento e o aborto independente da presença de BO e laudo do IML, pois a assistência médica é prioritária. O prontuário é o documento principal do profissional de saúde, bem como os termos que a paciente terá que assinar autorizando e assumindo responsabilidade sob o procedimento.
Os serviços de saúde públicos e privados que atenderem casos de violência (física, psicológica, sexual) contra a mulher devem fazer obrigatoriamente a notificação. A notificação tem a finalidade de alimentar o sistema de informação com dados estatísticos dos casos de violência sexual atendidos nos serviços de saúde. (Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003)
REFERÊNCIAS
MARTINS, A. L.; MENDONÇA, L. C. Aborto – Mortes Previníveis e Evitáveis: dossiê. Disponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-20960>. Acesso em: 15 nov. 2018>. Acesso em 15 de Novembro de 2018.
Souza ZCSN, Diniz; NMF, Couto TM, Gesteira SMA. Trajetória de mulheres em situação de aborto provocado no discurso sobre clandestinidade. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002010000600003&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em 15 de Novembro de 2018
Brasil. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em 15 de Novembro de 2018.
COFEN. Código de ética dos profissionais de enfermagem. Disponível em: <http://novo.portalcofen.gov.br/wp-content/uploads/2012/03/resolucao_311_anexo.pdf> Acesso em 18 de Novembro de 2018.
CARVALHO, Mendes Simone; PAES, Oroski Graciele. Integralidade do cuidado em enfermagem para a mulher que vivenciou o aborto inseguro. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v18n1/1414-8145-ean-18-01-0130.pdf> Acesso em 18 de Novembro de 2018.​
MARIUTTI, Gondim Mariana; et al.; Nursing care according to women in abortion situations. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000100004&script=sci_arttext&tlng=pt​>. Acesso em 20 de Novembro de 2018.

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