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Tuberculose aspectos que fundamentam o cuidar Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Enfermagem EN504- Processo de cuidar do Adulto e Idoso Área de Enfermagem Médico-Cirúrgica Existem relatos de evidência de tuberculose (TB ) em ossos humanos pré-históricos encontrados na Alemanha e datados de 8.000 antes de Cristo (AC). Até a década de 40, o tratamento da TB era basicamente repouso e boa alimentação nos sanatórios. A partir de 1940 começam a surgir os antibióticos e os quimioterápicos que iriam trazer finalmente a cura da TB, nos anos seguintes. Na década de 1960 é instituído o tratamento com três antibióticos, que consegue curar 95% dos pacientes que utilizaram estes medicamentos diariamente por 18 a 24 meses durante sua internação nos sanatórios. Acreditava-se que no fim do século XX a TB estaria erradicada, ou confinada aos países pobres. Entretanto, alguns fatores impediram que isso se concretizasse: intensos movimentos migratórios populacionais desmantelamento dos sistemas de saúde pública crise social/financeira mundial advento da AIDS http://redetb.org/a-historia-da-tuberculose FONTE: Conde MB, Souza GM, Kritski AL. Tuberculose sem medo. Editora Atheneu. 1ª ed. São Paulo: 2002. A história da tuberculose... Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil: é um dos 22 países que concentram 80% da carga mundial de tuberculose ocupa a 16ª posição em relação ao número de casos novos ocupa a 22ª posição em relação ao coeficiente de incidência (CI), prevalência e mortalidade apresenta redução no CI nos últimos anos => Programa Nacional de Controle da Tuberculose – PNCT (Ministério da Saúde em parceria com os estados, municípios e sociedade civil) apresenta redução no coeficiente de mortalidade ao longo dos anos A tuberculose no Brasil http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/24/panorama-tuberculose-brasil-out14-web.pdf A tuberculose no Brasil http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/24/panorama-tuberculose-brasil-out14-web.pdf Em 2012, 4.682 pessoas apresentaram tuberculose como causa básica de óbito A tuberculose é uma doença curável e evitável. Contato próximo e prolongado com doente bacilífero em ambiente fechado Promiscuidade / Institutionalização / Reclusão Comprometimento do sistema imune Drogadição, alcoolismo e tabagismo Doenças/condições crônicas Profissionais de saúde em atividades de risco administração de medicamentos em aerosol coleta de escarro broncoscopia aspiração de vias aéreas atendimento a populações de risco Fatores de risco para tuberculose Grupos com maior vulnerabilidade moradores de rua pessoas com HIV/Aids pessoas privadas de liberdade (PPL) indígenas Agente etiológico da tuberculose : Mycobacterium tuberculosis Outras denominações Bacilo de Kock (BK) Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) Apresentações clínicas Tuberculose pulmonar maior relevância epidemiológica responsável pela cadeia de transmissão Divide-se em: tuberculose primária tuberculose pós-primária tuberculose miliar Tuberculose extra-pulmonar diversos órgãos podem ser atingidos é comum em pacientes imunossuprimidos tem baixa transmissibilidade Transmissão inalação do bacilo por pessoa suscetível doente não tratado (bacilífero) Tuberculose pulmonar ou laríngea Aerossóis contendo M. tuberculosis tuberculose pulmonar primária tuberculose pulmonar pós-primária tuberculose miliar Tuberculose pulmonar primária logo após a infecção tuberculosa (primeiro contato com o bacilo) depende de: virulência do bacilo; características do hospedeiro mais comum em crianças evolução insidiosa sinais e sintomas: irritabilidade, febre baixa, sudorese noturna, inapetência poucos achados ao exame físico Apresentações clínicas Tuberculose pulmonar pós-primária reativação endógena dos bacilos ou reinfecção exógena depende da resposta imunológica do hospedeiro mais comum no adolescente e adulto jovem sinais e sintomas: tosse, seca ou produtiva (três semanas ou mais) expectoração purulenta ou mucoide, com ou sem sangue febre vespertina, sem calafrios (< 38,5o C) sudorese noturna fadiga, anorexia emagrecimento intenso (síndrome consumptiva) Tuberculose miliar forma grave e disseminada 1% dos casos de TB em pacientes HIV soronegativos 10% dos casos em pacientes HIV soropositivos => imunossupressão mais comum em crianças e adultos jovens sinais e sintomas: febre, astenia, emagrecimento e tosse; hepatomegalia (35%), alterações do sistema nervoso central (30%) lesões cutâneas eritemato-maculo-papulo-vesiculosas Tuberculose pulmonar http://erika-ppegess-medicina.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html Cavernas tuberculosas apicais e erosão brônquica Lesão ativa que progride para cavitação Neurotuberculose (meningite) Tuberculose óssea Tuberculose renal Tuberculose gastrointestinal Tuberculose ganglionar (escrófula) Tuberculose cutânea Formas extra-pulmonares Os sinais e sintomas dependem dos órgãos e/ou sistemas acometidos Maior incidência em pacientes com Aids => imunocomprometimento grave Diagnóstico Exame clínico - sintomas e história Exame bacteriológico - baciloscopia de escarro sintomáticos respiratórios alterações pulmonares no RX contatos de doentes bacilíferos Métodos de obtenção de escarro: Tosse espontânea Tosse induzida – solução salina Broncoscopia Lavado gástrico Quem ? Diagnóstico Cultura de escarro e outros fluidos suspeitos com baciloscopia negativa formas extrapulmonares Exame radiológico de tórax auxiliar no diagnóstico/suspeita Prova tuberculínica (PPD) somente em não vacinados com BCG indica infecção e não doença Exame anátomo-patológico - biópsia formas extrapulmonares Tratamento ambulatorial regime ambulatorial próximo à residência do doente supervisão direta – TDO (DOTS) Hospitalização casos graves neurotuberculose alta probabilidade de abandono moradores de rua Prioridades para o Enfermeiro Prevenção e detecção precoce Orientações Adesão ao tratamento Supervisão do tratamento Prioridades na visita domiciliar • Investigar a presença de sintomático respiratório na busca espontânea por tosse e nos domicílios • Orientar coleta de escarro em local ventilado (duas amostras) • Orientar medidas gerais: cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir, manter o ambiente arejado, com luz solar • Observar a tomada dos medicamentos – TDO – em local bem ventilado, principalmente no primeiro mês de tratamento (porta da casa, varanda) Tratamento farmacológico Uso de drogas combinadas Fases: intensiva e manutenção Esquemas: básico e específicos Supervisão direta ESQUEMABÁSICO Fase Fármacos Duração Intensiva Rifampicina(R) Isoniazida(H) Pirazinamida(Z) Etambutol(E) 2 meses Manutenção Rifampicina(R) Isoniazida(H) 4 meses Tratamento farmacológico ESQUEMAPARA MENINGOENCEFALITE Fase Fármacos Duração Intensiva Rifampicina(R) Isoniazida(H) Pirazinamida(Z) Etambutol(E) 2 meses Manutenção Rifampicina(R) Isoniazida(H) 7 meses ESQUEMAPARA MULTIRRESISTÊNCIA Fase Fármacos Duração Intensiva Estreptomicina(S) Etambutol(E) Levofloxacina(L) Pirazinamida(Z) Terizidona(T) 2 meses Estreptomicina(S) Etambutol(E) Levofloxacina(L) Pirazinamida(Z) Terizidona(T) 4 meses Manutenção Etambutol(E) Levofloxacina(L) Terizidona(T) 12 meses Tratamento farmacológico Observação: multirresistência; falência; intolerância Acompanhamento durante o tratamento Avaliar efeitos colaterais: intolerância gastrointestinal hepatotoxicidade (dosar enzimas) reações dermatológicas reações neurológicas: nervos cranianos e periféricos (testar sensibilidade e função dos nervos cranianos) nefrotoxicidade (perfil renal) distúrbios visuais (acuidade visual, distinção de cores) Vacinação com BCG Prevenção Vacinação com BCG Prevenção Efeitos adversos locais da vacinação com BCG Diagnósticos de Enfermagem relacionados Troca de gases prejudicada relacionada a desequilíbrio na ventilação-perfusão, caracterizada por respiração anormal (frequencia, profundidade), dispnéia, gases sanguíneos arteriais anormais, hipoxemia. Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais, relacionada a fatores biológicos (infecção, aumento do metabolismo, fadiga, anorexia), caracterizada por perda de peso com ingestão adequada de alimentos, ou relato de ingestão inadequada de alimentos. Hipertermia relacionada a doença (infecção) caracterizada por aumento na temperatura corporal acima dos parâmetros normais. Intolerância à atividade relacionada à fraqueza generalizada e desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, caracterizada por desconforto aos esforços, dispnéia aos esforços, relato verbal de fadiga e/ou de fraqueza. Autocontrole ineficaz da saúde relacionado a complexidade do regime terapêutico, déficit de conhecimento, déficit de apoio social, dificuldades econômicas, caracterizado por expressão de dificuldade com os regimes prescritos, falhas em incluir regimes de tratamento à vida diária. Pneumonia bacteriana aspectos que fundamentam o cuidar Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Enfermagem EN504- Processo de cuidar do Adulto e Idoso Área de Enfermagem Médico-Cirúrgica 23 Definição => Processo inflamatório agudo de vias aéreas terminais, alvéolos e/ou interstício Agente causal Bactérias Vírus Fungos Pneumonias 24 Origem - comunidade -hospital Pneumonia bacteriana => agentes causais => fatores de risco => prevenção Adquirida na comunidade Streptococcus pneumoniae Stapphylococcus aureus Klebsiella Pseudomonas Haemophylus Pneumonia bacteriana Adquirida no hospital Klebsiella Pseudomonas Escherichia coli Enterobactérias Proteus Serratia Acinetobacter Agentes mais comuns 25 Pneumonia bacteriana microrganismo => aspiração - inalação - bacteremia vias terminais e alvéolos áreas sem ventilação => hipoxemia <= 26 migração de células de defesa reação inflamatória edema de mucosa broncoespasmo exsudato restos celulares brônquios/ bronquíolos alvéolos Pneumonia bacteriana Sinais e sintomas locais - tosse - expectoração - amarelada - esverdeada - ferruginosa - dispnéia / taquipnéia - dor torácica Sinais e sintomas sistêmicos - temperatura > 37,8º C - prostração - cefaléia - confusão mental - sudorese - calafrios - mialgias 27 Pneumonia bacteriana Diagnóstico - história clínica - exame físico - raio X de tórax - hemocultura - sorologia 28 http://www.2gse.cbmerj.rj.gov.br/documentos/Protocolo%20UPAs%2024h/Cap_114.pdf Pneumonia bacteriana - frêmito tóraco-vocal aumentado - sub-macicez/macicez à percussão do tórax - ausculta da voz: - broncofonia - pectorilóquia - ruídos adventícios: - roncos - estertores crepitantes Exame físico 29 Sinais e sintomas mais prevalentes -confusão mental -declínio na capacidade funcional -descompensação de doença crônica estável Sinais e sintomas menos prevalentes - tosse - febre - dispnéia Risco: demora no diagnóstico e tratamento Pneumonia bacteriana Especificidades em idosos 30 ATENÇÃO: 76% dos óbitos por pneumonia ocorreram nas faixas etárias superiores a 60 anos em 2010 (42 mil óbitos) Pneumonia adquirida na comunidade pessoas com fatores de risco aumento na produção dificuldade de drenagem anormalidades na tosse e deglutição Prejuízos na imunidade fumantes acamados etilistas crônicos extremos de idade (idosos, recém-nascidos) imunossuprimidos de secreção pessoas sadias – virulência do microrganismo 31 idem aos encontrados na comunidade ventilação mecânica procedimentos invasivos rebaixamento do nível de consciência PO de cirurgias tóraco-abdominais Fatores de risco Pneumonia adquirida no hospital 32 segundo sítio de infecção hospitalar mais comum! formas de infecção: auto-infecção => aspiração infecção cruzada => mãos contaminadas paciente dispositivos orofaringe TGI Pneumonia adquirida no hospital 33 Prevenção da transmissão Lavagem das mãos Precauções contra infecção Cuidados com Manejo Manutenção Reprocessamento dos equipamentos respiratórios Pneumonia adquirida no hospital 34 Prevenção da transmissão Higiene oral rigorosa Extubação precoce Retirada precoce de sonda enteral Prevenção de aspiração de dietas (enteral ou VO) e de vômito Atenção ao risco de colonização gástrica bacteriana (aumento do pH) Orientação para o pós-operatório: -respiração profunda e tosse -deambulação precoce Vacinação antipneumocócica Pneumonia adquirida no hospital 35 Tratamento da pneumonia bacteriana -antibióticos -antitérmicos -oxigenioterapia -outras medidas hidratação nutrição suporte ventilatório 36 Diagnósticos de Enfermagem relacionados 1- Troca de gases prejudicada relacionada a desequilíbrio na ventilação-perfusão, caracterizada por respiração anormal (frequencia, profundidade), dispnéia, gases sanguíneos arteriais anormais, hipoxemia. 2 – Intolerância à atividade relacionada ao desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, caracterizada por desconforto aos esforços, dispnéia aos esforços, relato verbal de fadiga ou fraqueza 3- Hipertermia relacionada a doença (infecção), caracterizada por aumento na temperatura corporal acima dos parâmetros normais, taquicardia, taquipnéia 4- Risco de confusão aguda (fatores de risco: infecção, anormalidades metabólicas) 37 Intervenções de Enfermagem acompanhar a antibioticoterapia (1, 3, 4) melhorar permeabilidade das vias aéreas (1,2,4) reduzir a febre e desconforto (2,3) estimular nutrição e hidratação adequada (2) promover repouso (2) prevenir complicações: aspiração, infecção cruzada (4) orientar para uso correto de medicação, promoção da saúde e prevenção de recidiva 38
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