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Pneumonia adquirida na comunidade

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P5 - pneumonia adquirida na comunidade 1
🤧
P5 - pneumonia adquirida na 
comunidade
caso
Mariana, recepcionista de uma academia, 34 anos, procura a UPA pois não está 
conseguindo trabalhar e precisa tomar alguma coisa para “parar essa tosse 
enjoada”. Durante a triagem na Unidade, ela conta ter tido febre diária, de até 
390 C, há 5 dias. Relata ao Dr. João, médico, desconhecer doença prévia, e 
que a tosse que começou seca agora está com catarro amarelado. Diz também 
que está muito indisposta, não consegue treinar e só quer ficar na cama, pois 
sente falta de ar aos mínimos esforços. Ao exame físico apresenta estado geral 
regular, mas um pouco taquipnéica (FR= 24 irpm). Temperatura de 37,6o C, PA: 
126x72 mmHg e FC= 98 bpm. À ausculta respiratória revela estertores 
crepitantes em campo inferior direito e egofonia na mesma região. Dr. João 
solicita a radiografia de tórax (imagem 1), prescreve antibióticos e um xarope, 
além de instruí-la sobre alguns cuidados com a alimentação e hidratação. 
Durante o atendimento, Mariana, comenta: ”essa virose é forte, heim, doutor? 
Será que vou melhorar logo?
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 2
termos destacados
Estertores crepitantes (ou sons finos) - sons de maior frequência (agudos), 
pequena amplitude e menor duração ouvidos no início da inspiração, causados 
por líquidos nos alvéolos. Não são influenciados pela tosse e podem ser 
comparados ao ruído produzido pelo atrito dos fios de cabelo. Comum na 
pneumonia, edema de pulmão e na fibrose pulmonar.
Egofonia - Broncofonia (Alteração de ressonância vocal - aumentada, normal 
ou diminuída), de qualidade nasalada e metálica, comparada aos sons que a 
cabra emite. Aparece na parte superior dos derrames pleurais e também pode 
ser observada na condensação pulmonar.
objetivos
 Diferenciar os principais tipos de pneumonias.
 Compreender a fisiopatologia e os agentes etiológicos da pneumonia 
adquirida na comunidade (PAC).
 Compreender a conduta clínica da PAC (sinais e sintomas, abordagem 
diagnóstica, exames complementares e abordagem terapêutica).
 Identificar os agravos da doença referida.
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 3
Principais tipos de pneumonias
O termo pneumonia significa inflamação das estruturas parenquimatosas 
do pulmão e das vias respiratórias inferiores, inclusive alvéolos e 
bronquíolos. Os agentes etiológicos podem ser infecciosos ou não 
infecciosos. A inalação de fumaças irritantes ou a aspiração do conteúdo 
gástrico, embora sejam muito menos comuns que as causas infecciosas, podem 
causar pneumonia grave.
pneumonia adquirida na comunidade
O termo pneumonia adquirida na comunidade é usado para descrever 
infecções causadas por microrganismos encontrados nas comunidades, 
em vez de nos hospitais ou nas instituições asilares. Essa condição é 
definida por infecção que começa fora do hospital, ou é diagnosticada dentro de 
48 h depois da internação hospitalar de um paciente que não residia em 
instituição de cuidados de longa permanência há 14 dias ou mais desde a data 
da internação.
A pneumonia adquirida na comunidade pode ser bacteriana ou viral. A causa 
mais comum de infecção em todos os grupos é S. pneumoniae. Outros 
patógenos comuns são H. influenzae, S. aureus e bastonetes gram negativos. 
Patógenos menos frequentes, ainda que se tornem cada vez mais comuns, são 
Mycoplasma pneumoniae, Legionella, espécies de Chlamydia e vírus – 
descritos algumas vezes como agentes infecciosos atípicos. Entre os vírus que 
frequentemente ocasionam pneumonias adquiridas na comunidade estão 
influenza, VSR, adenovírus e parainfluenza. 
As abordagens usadas para diagnosticar pneumonias adquiridas na 
comunidade dependem da idade, dos problemas de saúde coexistentes e da 
gravidade da doença. Nas populações com menos de 65 anos e sem doença 
coexistente, o diagnóstico geralmente é baseado na história e no exame físico, 
nas radiografias do tórax e no conhecimento dos microrganismos que causam 
infecções em determinado momento nessa comunidade. Amostras de escarro 
podem ser recolhidas para exames de coloração e cultura.
pneumonia adquirida no hospital
A definição de pneumonia adquirida no hospital é infecção das vias 
respiratórias inferiores que não existia ou se encontrava no período de 
incubação por ocasião da admissão ao hospital. Em geral, as infecções que 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 4
ocorrem 48 h ou mais depois da internação são classificadas como pneumonias 
adquiridas no hospital. Esse tipo de infecção pulmonar é a causa mais comum 
de infecção nosocomial e está associado ao coeficiente de mortalidade entre 20 
e 50%. Os pacientes que necessitam de intubação e respiração artificial formam 
o grupo de risco especialmente alto. Outros grupos de risco são pacientes 
imunossuprimidos e com doença pulmonar crônica ou instrumentação das vias 
respiratórias (p. ex., intubação endotraqueal ou traqueotomia).
A maioria das infecções adquiridas no hospital é bacteriana. Os microrganismos 
são os que estão presentes no ambiente hospitalar e incluem P. aeruginosa, S. 
aureus, espécies de Enterobacter e de Klebsiella, Escherichia coli e espécies de 
Serratia. Os microrganismos que causam pneumonias adquiridas no hospital 
são diferentes dos envolvidos nas pneumonias adquiridas na comunidade, e 
alguns deles adquiriram resistência aos antibióticos e são 
mais difíceis de erradicar.
pneumonia do paciente imunossuprimido
Em geral, o termo hospedeiro imunossuprimido é aplicável aos pacientes com 
várias anormalidades coexistentes no sistema de defesa. Isso inclui 
pacientes com imunodeficiências primária e secundária, receptores de 
transplantes de medula óssea, portadores de cânceres de órgãos sólidos ou 
hematológicos e pacientes em tratamento com corticoides e outros fármacos 
imunossupressores. 
Embora quase todos os tipos de microrganismos possam causar infecção 
primária na população imunossuprimida, alguns tipos de anormalidade imune 
tendem a favorecer determinados tipos de infecção. As anormalidades da 
imunidade humoral predispõem às infecções bacterianas, contra as quais os 
anticorpos desempenham um papel importante, enquanto os distúrbios da 
imunidade celular favorecem as infecções causadas por vírus, fungos, 
microbactérias e protozoários. Neutropenia e distúrbios da função dos 
granulócitos (p. ex., pacientes com leucemia, em quimioterapia e depressão da 
medula óssea) predispõem às infecções causadas por S. aureus, Aspergillus, 
bactérias gram negativas e Candida. O tipo de evolução da infecção 
frequentemente fornece indícios quanto ao agente etiológico envolvido. Em 
geral, a pneumonia fulminante é causada por infecção bacteriana, enquanto um 
início insidioso geralmente indica infecção viral, fúngica, microbacteriana ou 
causada por protozoários. 
pneumonia atípica primária
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 5
As pneumonias atípicas caracterizam- se por acometimento difuso dos pulmões, 
confinado principalmente ao septo alveolar e ao interstício pulmonar. O termo 
atípica refere -se à inexistência de condensação pulmonar, produção de 
quantidades moderadas de escarro, elevação moderada da contagem de 
leucócitos e inexistência de exsudato alveolar. Os patógenos que provocam 
pneumonia atípica causam lesão do epitélio respiratório e deprimem 
as defesas das vias respiratórias, deste modo predispondo às infecções 
bacterianas secundárias. A forma esporádica de pneumonia atípica geralmente 
é branda e tem coeficiente de mortalidade baixo. Entretanto, esse tipo de 
pneumonia pode assumir proporções epidêmicas com gravidade acentuada e 
mortalidade mais alta, como ocorreu com as pandemias de influenza de 1915 e 
1918.
A evolução clínica dos pacientes com pneumonias causadas por vírus e 
micoplasmas varia amplamente de um quadro infeccioso brando (p. ex., 
influenza A e B, adenovírus) semelhante a um resfriado comum, até os casos 
mais graves possíveis de evoluir ao óbito. Os sintomas são basicamente febre, 
cefaleia e dor e desconfortomusculares. Quando manifesta, a tosse geralmente 
é seca, irritativa e não produtiva. Em geral, o diagnóstico é firmado com base na 
história, nas alterações do exame físico e nas radiografias do tórax. Alguns 
recursos ajudam a 
selecionar o tratamento dos pacientes com pneumonia e também preveem 
mortes, inclusive o CURB 65.
referência
PORTH, Carol Mattson; MATFIN, Glenn. Fisiopatologia. In: Fisiopatologia. 
2010. p. 911-911.
Outras categorias de pneumonia incluem
Pneumonia aspirativa, que ocorre quando volumes ou partículas maiores 
(por exemplo, saliva, comida ou vômito) são aspirados e não são removidos 
dos pulmões. A pneumonia aspirativa pode ocorrer em pessoas com 
dificuldade para engolir, como pessoas com histórico de AVC e em pessoas 
com nível diminuído de consciência devido ao uso de medicamentos 
sedativos, álcool ou por outros motivos.
Pneumonia obstrutiva, que ocorre quando uma obstrução das vias aéreas 
nos pulmões (como um tumor) faz com que bactérias se acumulem por trás 
da obstrução
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 6
Fisiopatologia e os agentes etiológicos da pneumonia adquirida na 
comunidade (PAC)
fisiopatolgia
A pneumonia aguda adquirida na comunidade se refere a uma infecção 
pulmonar em indivíduos saudáveis sob os demais aspectos, adquirida 
em um ambiente normal (em contraste com a pneumonia adquirida no 
hospital). Elas podem ser bacterianas ou virais. As características 
clínicas e radiológicas geralmente são inespecíficas na 
diferenciação entre elas. Muitos biomarcadores mais novos foram 
desenvolvidos para identificar pacientes com infecção bacteriana e 
definir seus prognósticos. Deles, a proteína C-reativa e a procalcitonina, 
ambos reagentes de fase aguda produzidos primariamente no fígado, 
estão significativamente mais elevadas em infecções bacterianas do 
que em virais
Frequentemente, a infecção bacteriana segue uma infecção viral do 
trato respiratório superior. A invasão bacteriana do parênquima 
pulmonar causa o preenchimento dos alvéolos com um exsudato 
inflamatório, consequentemente levando à consolidação (“solidificação”) 
do tecido pulmonar. Muitas variáveis, como o agente etiológico 
específico, a reação do hospedeiro e a extensão do envolvimento, 
determinam a forma precisa da pneumonia. Condições predisponentes 
incluem extremos de idade, doenças crônicas (insuficiência cardíaca 
congestiva, DPOC e diabetes), deficiências imunológicas congênitas ou 
adquiridas e função esplênica diminuída ou ausente (anemia falciforme 
ou estado pós- esplenectomia, que coloca o paciente em risco de 
infecções por bactérias encapsuladas, como pneumococos).
agentes etiológicos
Streptococcus pneumoniae
Streptococcus pneumoniae, ou pneumococos, é o agente 
causador mais comum de pneumonia aguda adquirida na 
comunidade. O exame do escarro por coloração de Gram é uma 
etapa importante no diagnóstico da pneumonia aguda. A presença 
de numerosos neutrófilos contendo os diplococos lancetados Gram-
positivos típicos é compatível com o diagnóstico de pneumonia 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 7
pneumocócica, mas deve-se lembrar que o S. pneumoniae faz parte 
da flora endógena em 20% dos adultos, e, consequentemente, 
resultados falso-positivos podem ser obtidos. O isolamento de 
pneumococos em hemoculturas é mais específico, porém menos 
sensível (na fase inicial da doença, apenas 20% a 30% dos 
pacientes apresentam hemoculturas positivas). Vacinas 
antipneumocócicas contendo polissacarídeos capsulares de 
sorótipos comuns são usadas em indivíduos com alto risco para 
sepse pneumocócica
Haemophilus influenzae
A Haemophilus influenzae é um organismo Gram-negativo 
pleomórfico que ocorre em formas não encapsuladas e 
encapsuladas. Há seis sorotipos das formas encapsuladas (tipos A 
a F), dos quais o tipo B é o mais virulento. Os anticorpos contra a 
cápsula protegem o hospedeiro da infecção por H. influenzae. As 
infecções pelas formas não encapsuladas, também chamadas de 
formas não tipáveis, estão aumentando. Elas são menos virulentas, 
disseminam-se ao longo da superfície do trato respiratório alto e 
causam otite média (infecção da orelha média), sinusite e 
broncopneumonia. Recém-nascidos e crianças com comorbidades 
como prematuridade, malignidades e imunodeficiência têm alto 
risco de desenvolvimento de infecções invasivas.
Moraxella catarrhalis
Moraxella catarrhalis está sendo cada vez mais reconhecida 
como causa de pneumonia bacteriana, especialmente em 
idosos. É a segunda causa bacteriana mais comum de 
exacerbação aguda de DPOC. Juntamente com S. pneumoniae e 
H. influenzae, M. catarrhalis constitui uma das três causas mais 
comuns de otite média em crianças.
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus é uma importante causa de pneumonia 
bacteriana secundária em crianças e adultos saudáveis após 
doenças respiratórias virais (p. ex., sarampo em crianças e gripe 
em crianças e adultos). A pneumonia estafilocócica está associada 
a uma alta incidência de complicações, como abscesso pulmonar e 
empiema. Usuários de drogas intravenosas apresentam alto risco 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 8
de desenvolvimento de pneumonia estafilocócica em associação 
com endocardite. Também é uma causa importante de pneumonia 
hospitalar adquirida.
Klebsiella pneumoniae
Klebsiella pneumoniae é a causa mais frequente de pneumonia 
bacteriana por Gram-negativos. Ela afeta comumente indivíduos 
debilitados e desnutridos, particularmente alcoólatras crônicos. Um 
escarro espesso, mucoide (geralmente com raios de sangue) é 
característico, porque o organismo produz um polissacarídeo 
capsular viscoso abundante, que o paciente pode ter dificuldade 
para expectorar.
Pseudomonas aeruginosa
Embora Pseudomonas aeruginosa na maioria das vezes cause 
infecções hospitalares, ela também é mencionada aqui em 
razão da sua ocorrência em pacientes com fibrose cística e 
imunocomprometidos. Ela é comum em pacientes neutropênicos 
e tem uma propensão a invadir os vasos sanguíneos, com 
consequente disseminação extrapulmonar. A septicemia por 
Pseudomonas é uma doença fulminante.
Legionella pneumophila
Legionella pneumophila é o agente da doença dos Legionários, 
um epônimo para formas epidêmicas e esporádicas de 
pneumonia causadas por esse organismo. Ela também causa a 
febre de Pontiac, uma infecção do trato respiratório superior 
autolimitada. Esse organismo prospera em ambientes aquáticos 
artificiais, como torres de resfriamento de água e no sistema de 
tubulação para suprimento de água doméstica (potável). O modo de 
transmissão consiste tanto na inalação de organismos 
aerossolizados como na aspiração de água potável contaminada. A 
pneumonia por Legionella é comum em indivíduos com 
condições predisponentes, como doenças cardíaca, renal, 
imunológica ou hematológica. Receptores de transplantes de 
órgãos são particularmente suscetíveis. Ela pode ser bastante 
severa, frequentemente exigindo hospitalização, e pacientes 
imunossuprimidos podem apresentam taxas de fatalidade de até 
50%. O diagnóstico rápido é facilitado pela demonstração de 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 9
antígenos de Legionella na urina ou por um teste de anticorpo 
fluorescente positivo em amostras de escarro; 
cultura continua sendo o padrão-ouro para o diagnóstico.
Mycoplasma pneumoniae
Infecções por Mycoplasma são particularmente comuns entre 
crianças e adultos jovens. Ocorrem esporadicamente ou como 
epidemias locais em comunidades fechadas (escolas, 
acampamentos militares e prisões).
referência
ABBAS, Abul K.; KUMAR, Vinay; FAUSTO, Nelson. Robbins & Cotran-
Patologia. Elsevier Brasil, 2005.
Sinais e sintomas, abordagem diagnóstica, exames complementares e 
abordagem terapêutica
Sinais e sintomas
O quadro clínico da pneumonia bacteriana pode ser altamente variável, 
dependendo da idade do paciente e do período da doença em que este 
procura 
assistência médica, do uso prévio de antibióticos, da existência de 
imunodeficiência e de fatores de riscopara a disseminação da bactéria 
(p. ex., 
asplenia, neutropenia e hipogamaglobulinemia). A apresentação pode 
ser leve ou 
rapidamente fatal. O microrganismo mais frequente das pneumonias 
comunitárias é o pneumococo.
O início clássico da pneumonia bacteriana é súbito e caracterizado 
pelo 
aparecimento de tosse, calafrios, febre alta (até 40°C), mialgias, 
taquipneia, 
respiração superficial, taquicardia, fraqueza e, com frequência, 
calafrios. 
Inicialmente, a tosse pode ser pouco produtiva, com escarro escasso 
mucopurulento ou estrias de sangue; mais tarde (depois de 48 a 72 h), 
o escarro 
pode se tornar espesso, purulento ou com coloração ferruginosa. Dor 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 10
pleurítica é 
evidência clínica específica de que a pneumonia é provavelmente 
bacteriana e, 
na vigência da maioria dos achados anteriores, provavelmente 
pneumocócica ou 
estafilocócica. O paciente com pneumonia bacteriana pode estar 
desidratado e 
hipotenso. Em geral, queixa-se de anorexia, náuseas e vômito. No 
idoso, nem 
sempre há sinais de comprometimento pulmonar e febre, e alteração do 
estado 
mental pode ser sinal precoce da infecção. Se o paciente não for 
tratado, a 
doença, comprometendo um único lobo, pode progredir para o 
comprometimento multilobar. Com frequência, pode ser obtida história 
de 
doença das vias respiratórias superiores ou de virose recente, que 
surge antes do 
aparecimento da pneumonia clínica, sobretudo durante os meses de 
inverno, 
quando a influenza é comum.
No exame físico, o paciente agudamente enfermo apresenta taquipneia, 
podendo-se observar o uso dos músculos acessórios para a respiração 
(intercostal, abdominal e esternocleidomastóideo) e até mesmo o 
batimento das 
asas do nariz. Se a dor pleurítica for intensa, verifica-se a paralisação 
reflexa do 
tórax ipsolateral. Ocorrem febre e taquicardia, e embora o paciente 
possa 
apresentar hipotensão, não é comum ocorrer choque séptico, exceto 
nos estágios 
mais avançados da infecção. A ausculta do tórax revela estertores 
úmidos no 
pulmão afetado. Quando ocorre consolidação, os frêmitos vocal e tátil 
estão 
aumentados; todavia, se houver derrame pleural concomitante, os sons 
respiratórios e o frêmito podem estar diminuídos ou ausentes. Em 
certas 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 11
ocasiões, pode-se ouvir atrito pleural áspero localizado. Podem-se 
observar 
outros achados não relacionados diretamente com pneumonia, como: 
íleo 
paralítico com dor abdominal e icterícia leve (devido à hepatite reativa 
ou à 
hemorragia intra-alveolar).
Abordagem diagnóstica
O diagnóstico das pneumonias comunitárias se baseia em sintomas de 
doença 
aguda do trato respiratório inferior, tosse e um ou mais dos seguintes 
sintomas: 
expectoração, falta de ar e dor torácica; achados focais no exame físico 
do tórax 
e manifestações sistêmicas (confusão mental, cefaleia, sudorese, 
calafrios, 
mialgias e temperatura superior a 37,8°C), os quais são corroborados 
por 
opacidade pulmonar nova, detectada por radiografia do tórax. Os 
pacientes com 
diagnóstico de PAC devem ser avaliados quanto à gravidade da 
doença, o que 
orientará a decisão do local de tratamento, a intensidade da 
investigação 
etiológica e a escolha do antibiótico. Fatores sociais e econômicos 
devem ser 
considerados na decisão de internação ou tratamento ambulatorial.
referência
VERONESI, Ricardo; FOCACCIA, Roberto. Tratado de Infectologia. v. 1. 
In: Tratado de infectologia. v. 1. 2009. p. 1351-1351.
A radiografia de tórax, aliada à anamnese e ao exame físico, é o exame 
mais indicado para confirmar a suspeita e avaliar a extensão das lesões 
causadas pela pneumonia. A ultrassonografia de tórax (UST) tem maior 
acurácia do que a radiografia, mas é, ainda, restrita a poucos hospitais 
na emergência. Dados internacionais mostram que, no contexto dos 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 12
serviços de emergência médica, o exame apresenta uma sensibilidade 
de 95% contra 60% da radiografia de tórax.
Já a tomografia de tórax (TC) é a alternativa de escolha nos casos em 
que a radiografia de tórax tem menor acurácia, como em pacientes 
obesos, imunossuprimidos ou com alterações radiológicas prévias.
Os testes de cultura de escarro, hemocultura e para detecção de 
antígenos urinários podem ser solicitados se houver suspeita de germes 
atípicos, em caso de PAC grave, para pacientes que não respondam ao 
tratamento inicial ou que estejam internados em UTI.
Os testes moleculares, como o PCR (reação em cadeia da polimerase), 
representam um grande avanço no diagnóstico das pneumonias virais, 
notadamente nos casos de PAC grave.
referência
Recomendações para o manejo da pneumonia adquirida na 
comunidade 2018. J Bras Pneumol. 2018;44(5): 405-423.
Diretrizes brasileiras para pneumonia adquirida na comunidade em 
adultos imunocompetentes – 2009. J Bras Pneumol. 2009; 35(6).
Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS 
(SIH/SUS)
Exames complementares
A seleção de moléculas (biomarcadores) que espelham a intensidade 
da atividade inflamatória é uma forma útil de complementar o 
diagnóstico firmado em exame clínico, estimar o prognóstico da 
pneumonia e guiar a terapia inicial.
A proteína C reativa e a procalcitonina (com resposta eficiente às 
atividades bacterianas, mas não às virais) estão sendo bastante 
estudadas e são úteis para definir o tempo de tratamento com mais 
precisão.
Abordagem terapêutica
A escolha da terapia ambulatorial da PAC é definida conforme: 
o patógeno mais provável no local de aquisição da doença; 
a presença de fatores de risco individuais; 
http://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=2853
http://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=1143
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 13
a presença de doenças associadas e 
fatores epidemiológicos, como viagens recentes, alergias e relação 
custo-eficácia.
Pacientes ambulatoriais sem comorbidades, sem fatores de risco, sem 
uso de antibióticos prévios, sem contraindicações ou efeitos 
adversos:
Amoxicina ou Amoxicilina- Clavulanato ou Macrolídeo – 5 a 7 dias
Pacientes ambulatoriais com comorbidades, ou fatores de risco ou uso 
de antibiótico recente:
Amoxicilina – Clavulanato + Macrolídeo ou Quinolona Respiratória por 5 
a 7 dias
Pacientes internados em enfermaria:
Cefalosprona de 3ª geração + Macrolídeo ou Ampicilina-Sulbactam + 
Macrolídeo ou Amoxicilina-Clavulanato + Macrolídeo ou Quinolona 
Respiratória por 7-10 dias
Pacientes em UTI:
Cefalosporina de 3ª geração + Macrolídeo ou Ampicilina-Sulbactam + 
Macrolídeo ou Cefalosporina de 3ª geração + Quinolona respiratória por 
7-14 dias
Em pacientes em que há suspeita de patógenos multirresistentes, ou que 
apresentam critérios para suspeita de outros patógenos, avaliar antibiótico 
específico.
Vacina anti-influenza e antipneumocócica
A imunização contra a gripe e contra a pneumonia 
pneumocócica é uma boa forma de prevenção, porque 
reduz a incidência de formas graves, a intensidade dos 
sintomas, a necessidade de hospitalização e a taxa de 
mortalidade da PAC.
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 14
Algumas das populações prioritárias para a vacinação 
são: adultos com idade igual ou superior a 60 anos, 
portadores de doenças crônicas, indivíduos em situação 
de imunossupressão, gestantes, residentes em lares de 
idosos, profissionais da saúde, cuidadores de crianças, 
indígenas, população carcerária, tabagistas e portadores 
de asma
Agravos de PAC
Choque séptico 
Costuma complicar a pneumonia adquirida na comunidade (PAC) grave. 
Os pacientes apresentam febre, leucocitose, taquipneia e taquicardia. 
Pode evoluir rapidamente para insuficiência de múltiplos órgãos e 
choque. Geralmente é fatal, e a sobrevida depende de um alto índice de 
suspeita, reconhecimento precoce e intervenção imediata.
A prevalência de sepse em pacientes com idade muito avançada (≥80 
anos) com PAC foi de 71% Os fatores de risco incluíram: sexo 
masculino,doença renal crônica e diabetes mellitus. A antibioticoterapia 
antes da internação foi associada a um risco mais baixo de sepse. As 
taxas de mortalidade no hospital e após 1 ano foram mais altas nesses 
pacientes, quando desenvolveram sepse.
Síndrome do desconforto respiratório agudo
A pneumonia pode ser complicada pela SDRA, que é uma condição de 
edema pulmonar não cardiogênico e inflamação pulmonar grave. 
Relatada em 2% dos pacientes com PAC hospitalizados e 13% dos 
pacientes com PAC internados na unidade de terapia intensiva. Ocorre 
em 29% dos pacientes com PAC ventilados mecanicamente, com 
mortalidade de 25% em 30 dias. Associada a uma mortalidade de 30% 
a 50%, e é tratada com ventilação mecânica com pressão de platô 
limitada e baixo volume corrente
Insuficiência cardíaca
A incidência de insuficiência cardíaca em um estudo de pacientes 
hospitalizados com PAC foi de 14.1%. Há poucas informações sobre os 
fatores de risco para a ocorrência de complicações cardíacas em 
P5 - pneumonia adquirida na comunidade 15
pacientes com PAC. Idade avançada, insuficiência cardíaca congestiva 
preexistente, gravidade da PAC e uso de insulina com base em escalas 
móveis de glicose em pacientes hospitalizados são possíveis fatores de 
risco. Em pacientes com doença cardiovascular conhecida, o uso de 
vacina pneumocócica e contra a gripe (influenza) pode reduzir os 
índices de morbidade e mortalidade.
Síndrome coronariana aguda
Arritmia cardíaca
Pneumonia necrosante
Considerada uma complicação rara da PAC em adultos. Associada a 
patógenos como Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, 
espécies de Nocardia, Klebsiella pneumoniae e Streptococcus 
pneumoniae. Tabagismo, alcoolismo, idade avançada, diabetes mellitus, 
doenças pulmonares crônicas ou doença hepática são fatores de risco 
associados à pneumonia necrosante.
Derrame pleural
Cerca de 1% a 2% dos casos de PAC com derrame pleural são 
complicados por empiema.
Abcesso pulmonar
Uma complicação rara, que frequentemente requer antibioticoterapia 
prolongada e, em alguns casos, drenagem cirúrgica.
referência
Pneumonia adquirida na comunidade. Complicações. BMJ Best Practice. 
Disponível em: <https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-
br/17/complications#:~:text=�choque séptico&text=Costuma complicar a 
pneumonia adquirida,de múltiplos órgãos e choque.>. 
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/17/complications#:~:text=%EE%97%8Fchoque%20s%C3%A9ptico&text=Costuma%20complicar%20a%20pneumonia%20adquirida,de%20m%C3%BAltiplos%20%C3%B3rg%C3%A3os%20e%20choque

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