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Casos Concretos de 01 à 08 de Direito do Trabalho II

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DIREITO DO TRABALHO II
AULA 1 – FÉRIAS
 - PERÍODO AQUISITIVO: trata-se dos 12 meses inicialmente trabalhados.
ATENÇÃO: Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para serviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa. Ex.: empregado trabalhou de out/06 a abr/07 (=6 meses de trabalho), quando iniciou serviço obrigatório; se após o serviço militar retornar ao emprego até 90 dias, será aqueles seis meses computado como período aquisitivo.
- PERÍODO CONCESSIVO:trata-se dos 12 meses subsequentes ao período aquisitivo.
- PERÍODO DE GOZO ou FRUIÇÃO: é o número de dias que o empregado terá para usufruir de suas férias, que serão calculadas em face do número de faltas injustificadas, ocorridas dentro do período aquisitivo.
	Ex.: 
P. Concessivo
2007 _______________ 2008 _________________ 2009
P. Aquisitivo
	ATENÇÃO: ART. 130 §2º: O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.
 ESCOLHA DO EMPREGADOR (REGRA – art. 136)
- As férias serão concedidas conforme vontade do empregador (em regra, é o empregador quem escolhe o período das férias);
 EXCEÇÃO: salvo: para:
critério objetivo (§ 2º):estudantes menores de 18 anos que poderão coincidi-las com as férias escolares, 
critério subjetivo (§ 1º): e membros de uma mesma família, que poderão gozá-las juntos, desde que não tragam prejuízo ao empregador.
- PARCELAMENTO DE FÉRIAS: Art. 134 -§ 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos.
 VEDAÇÃO: art. 134 § 2º - Aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez
 - TABELA (PROPORÇÃO) - Art. 130: o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
	30 dias corridos
	Até 5 faltas
	24
	 6a 14 faltas
	18
	 15 a 23
	12
	 24 a 32
	0
	 + 32
 - FALTAS ABONADAS(art. 131): Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado
I - nos casos referidos no art. 473:
	Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: 
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; 
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; 
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; 
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. 
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. 
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro
Il –licença maternidade (natural ou adoção=120 dias) ou aborto (=15 dias). Obs.: o fundamento para tal diferença é o fato de que o período concedido é para benefício da criança.
III - acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133:
	Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. Obs.: até 15 dias = pagamento pelo empregador, após, pelo INSS.
IV - justificada pela empresa
V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133:
	Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa
 - DEVER DE CIÊNCIA ANTECIPADA - Art. 135: A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo
 - VEDAÇÃO AO “BICO” - Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, SALVO se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele
 - FÉRIAS COLETIVAS - Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. § 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
ATENÇÃO: ÔNUS PARA O EMPREGADOR: Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.Art. 134 -§ 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos.VEDAÇÃO: art. 134 § 2º - Aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez
- REMUNERAÇÃO - Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão.
TERÇO CONSTITUCIONAL -Art. 7º, XVII CF: o trabalhador tem direito ao gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal.
ABONO (natureza indenizatória) - Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. ATENÇÃO: Trata-se de um direito do empregado e, uma vez requerido, não poderá o empregador recusar. ATENÇÃO II: Entretanto, o empregador deverá dar ciência com antecedência: § 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.
 - PAGAMENTO DE FÉRIAS EM DOBRO – Sanção ao empregador em mora - Art. 137, caput:o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração:
1) MORA EM RAZÃO DO PERÍODO CONCESSIVO (Continuação do Art. 137, caput): sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134.
	Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito
2) MORA EM RAZÃO AO PAGAMENTO (Art. 145): O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.
	Art. 137 § 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
§ 2º - A sentença dominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida
	CURIOSIDADE SOBRE FÉRIAS VENCIDAS: Se o empregado jamais recebeu o pagamento de férias e tem férias vencidas para receber, este tem o direito de receber, ainda que sua demissão tenha sido por justa causa. Atenção: Não estamos falando aqui de férias proporcionais. Quem foi demitido por justa causa só tem direito a receber as férias vencidas.
Exemplo: Uma pessoa que trabalha há mais de 2 anos em um local e jamais tirou férias possui direito a recebe-las, ainda que seja demitido por justa causa.
Na demissão por justa causa, o Empregado só faz jus ao direitos especificados acima.
Dessa maneira, chegamos à conclusão de que um empregado demitido por JUSTA CAUSA, não tem direito ao Aviso Prévio, 13º salário, Férias Proporcionais + 1/3, Saque do FGTS, Multa de 40% sobre o FGTS nem seguro desemprego.Importante salientar que o FGTS poderá ser sacado após 3 anos contados de demissão por justa causa. Dessa forma, se o Empregador nunca depositou FGTS na conta do empregado, este pode ingressar na justiça, requerendo os depósitos, pois também trata-se de direito adquirido.
CASO CONCRETO – AULA 1
CASO CONCRETO: (OAB/FGV, ADAPTADO) Carlos Machado foi admitido pela Construtora Y S.A. em 18/2/2005. Depois de desenvolver regularmente suas atividades por mais de um ano, Carlos requereu a concessão de férias, ao que foi atendido. Iniciado o período de descanso anual em 18/4/2006, o empregado não recebeu o seu pagamento, devido a um equívoco administrativo do empregador. Depois de algumas ligações para o departamento pessoal, Carlos conseguiu resolver o problema, recebendo o pagamento das férias no dia 10/5/2006. De volta ao trabalho em 19/5/2006, o empregado foi ao departamento pessoal da empresa requerer uma reparação pelo ocorrido. Contudo, além de não ter sido atendido, Carlos foi dispensado sem justa causa. Dias depois do despedimento, Carlos ajuizou ação trabalhista, pleiteando o pagamento dobrado das férias usufruídas. Em defesa, a Construtora Y S.A. alegou que houve um mero atraso no pagamento das férias por erro administrativo, mas que o pagamento foi feito, inexistindo amparo legal para o pedido de novo pagamento em dobro. 
Em face da situação concreta, responda se Carlos faz jus ao pagamento dobrado das férias? Justifique, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
	P. Concessivo
18/02/05_______________18/02/06_________________18/02/07
P. Aquisitivo
	 Início das férias pg. férias fim férias
16/04/06 ___________ 18/04/06 ________ 10/05/06 ____18/05/06
(2 dias antes- art. 145)mora do empregador = art. 137 (dobro)
	Carlos faz jus ao pagamento em dobro das férias, conforme OIJ 386 da SDI-1 TST: É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluindo o terço constitucional, com base no art. 137 CLT, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.
QUESTÃO OBJETIVA: (OAB/FGV) - No curso do período aquisitivo, o empregado não adquire o direito à fruição de férias se:
a)  permanecer em fruição de licença remunerada por mais de 30 (trinta) dias.
b)  tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por 3 (três) meses, mesmo que descontínuos.
c)  tiver 30 (trinta) faltas.
d)  optar por converter suas férias em abono pecuniário.

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