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11 I .-- I ... I . I ..... ,..- , Uso de Rntibióticos 'em Cirurgia -- I~ 'H . U Outubrode 2002 Uso racional de antibióticos Ano ,- N24- Vol , A antibioticoterapiaconstituitratamentocoadjuvantenas infecçõescirúrgicasemqueo controledofocodeinfecçãoé o objetivofundamentaldotratamento. Contudoo pacientecirúrgicoéfreqüentementeacometido deinfecçãourinária,predominantementedotipo nosocomialesecundáriaasondagemvesical,nocursode seutratamentonohospital. Nessaeventualidade,aantibioticoterapiaéo tratamentode escolhaparao controledofocodeinfecção. Domesmomodo,o pacientecirúrgico,particularmenteo idosoe/ouimunossuprimido,podeseradmitidonohospital portandoumapneumoniacomunitáriaouadquirirestetipo deinfecçãonohospital.Abordaremosnestenúmerodo programaaantibioticoterapianotratamentodapneumonia comunitária,condiçãotambémpresentenodia-a-diado cirurgiãonoconsultórioounoseguimentodeseuspacientes. Finalmente,a importânciadecisivadaantibioticoterapianas infecçõesdepartesmoles,associadaaodesbridamento cirúrgico,constitui,comoutrostópicosabordados,razãode preocupaçãoconstantedoscirurgiõesnosdiasatuais. 1- ., o Usoracionaldeantibióticos nainfecçãourináriado pacientecirúrgico Asinfecçõesdotratourinário(ITU)representamoprincipaltipodeinfecçãohospitalar, respondendoporcercade40%dosprocessosinfecciososnosocomiais.Nospacientes cirúrgicossãosobrepujadasapenaspelasinfecçõesdosítiocirúrgicoeestão relacionadas,fundamentalmente,aocateterismovesical,realizadoparamonitorização peroperatóriadaperfusãotissularounascirurgiaspélvicaseurológicas,principalmente. Apesardesuabaixamorbidez,asITUcostumamprolongaro tempodeinternaçãoe aumentamoscustosdotratamento.Alémdisso,asITUcomunitáriastambémsão freqüentes,particularmenteemsuaformaassintomática,eemdeterminadospacientes cirúrgicospodemseconstituiremfatorderiscoparainfecçõesmaisgravesnopós- operatório.O objetivodestetrabalhoéchamaraatençãodocirurgiãoparaasseguintes questões:principaisfatoresesituaçõesderiscodeITU,quandoinvestigaretratar bacteriúriaassintomáticanopréenopós-operatório,comodefinirasprincipaismedidas terapêuticasepreventivas. Epidemiologia Asinfecçõesurináriassãoamplamente discutidasna literatura.Entretanto,nos pacientescirúrgicosespecificamente,a literaturaé exíguae a maiorpartedos relatosrefere-sea ITUempós-operatóriode cirurgiasurológicas,ginecoobstétricase de quadril.Pacientessubmetidosa transplante renaltambémtêmriscoelevadoparaITU, principalmentenostrêsprimeirosmesesde pós-operatório,e sãoalvosfreqüentesde discussão.Grandepartedessespacientes irádesenvolverITUassintomáticanopós- operatórioe algunsinfecçõesurinárias baixaou altasintomáticas. Entretantoa simplespresençadebactéria naurinadepacientessemsintomatologia clínica,estejamelescomousemcateter vesical,nãoaumentaa morbidezpós- operatória,segundoestudodeOhelet0/. realizadoemmulheressubmetidasa cirurgiaginecológica.Emoutroestudo feitocompacientessubmetidasa cesariana, Leighet0/.mostraramqueapenas53%das bacteriúriasassintomáticaspós- cateterizaçãovesicalforamconfirmadas numsegundoexamedeurina.Assim, excetoemcasosespecíficos,comonos pacientessubmetidosatransplanterenal,a realizaçãodeurinoculturaderotinanão estáindicadadevidoaoseubaixovalor preditivoeàreduzidamorbidezdaITU assintomáticanospacientessubmetidosa cirurgiasemgeral. Fatores de risco o principalfatorderiscoparaITUnosoco- mialéocateterismovesical,eo tempode cateterizaçãoéfundamentalno desenvolvimentodessasinfecções.Manter o pacientecomcatetervesicalnopós- operatórioimediatoaumentaachancede desenvolverinfecçãourináriaemtornode 10%acadadia.Alémdisso,acolonização dabolsadedrenagemedomeatouretral composteriorascensãodabactériapelo cateterestárelacionadaao desenvolvimentode bacteriúria.Dessa forma,oscuidadoscomo catetere como sistemacoletor,assimcomoa utilizaçãode sistemasfechadosdedrenagem,sãode extremaimportâncianadiminuiçãodo riscodecolonizaçãoe infecçãodo trato urinário.Pacientessubmetidosa cateterizaçãovesicaldurantea cirurgia, manipulaçãodasviasurináriasou transplanterenalsãoosde maiorriscopara desenvolvimentode ITUno pós-operatório. Diabetesmelito,imunodepressãoesexo femininotambémsãofatoresde risco.O tempooperatórioaumentadofoi fatorde riscoparabacteriúriaemestudoconduzido porAntebyetai.empacientessubmetidas a cesariana. Etiologia Os agentesetiológicosmais freqüentementeisoladosem ITU nosoco- mialsãoosbacilosGram-negativos,com predominânciadasenterobactérias, principalmenteE.calie Klebsiella pneumoniae.Pseudomonasaeruginosae algunscocosGram-positivos,como Enterococcus,S.aureuse Staphylocaccus coagulase-negativo,tambémpodemser encontradosnessespacientes. Manifestações clínicas O quadroclínicopodevariardeacordo coma localizaçãoda infecçãoe o estado clínicodospacientes.Nasinfecçõesdo tratourinário inferiorsintomáticas,a disúria,a polaciúriae a urgênciaurinária sãoossintomasmaiscomuns.Febreocorre emapenascercade 5% dessescasos.Já nospacientesquepermanecem cateterizadosapósa cirurgia,febrepode sero únicosintomaou estarassociadaa dorno hipogástrio.Naspielonefrites,o quadroclínicoé maisexuberante,estando afebrepresentenamaioriadasvezes, acompanhadaporcalafriosedor lombar. Disúriapodeou nãoocorrer.Evoluçãopara septicemiapodeacontecersehouver I II demoranodiagnósticoenoinícioda terapêuticaadequada. Diagnóstico Semprequehouversintomasclínicosde ITU,a urinoculturae o testede sensibilidadeaosantimicrobianos(TSA)da bactériaisoladadeverãoserrealizados.A presençade bactériascomcontagem ~1OSUFC/mlé consideradaparao diagnósticode ITU,casoacompanhadade manifestaçãoclínica.Entretantoa simples presençadebactériasemurinocultura, não-associadaà sintomatologiaclínica, deveserconsideradadiagnósticode ITU assintomática.A urinoculturade rotinano pós-operatóriotemvalorpreditivobaixoe nãodeveserrealizadanaausênciade manifestaçãoclínica. II Tratamento O tratamentodasITUpós-operatóriasirá dependerdo tipodecirurgiaa queo pacientefoi submetidoe dapresençaou nãodesintomasclínicos.Todosos pacientessintomáticosdeverãoser tratados.Excetoemsituaçõesespeciais, descritasmaisadiante,a bacteriúria assintomáticanãodevesertratada.A maior partedospacientesvoltaráaterurina estérilapósa altae a recuperaçãodas atividadesnormais. A escolhado antibióticodeveobedecera critérioscomomenorespectrodeação, concentraçãourináriadadrogae biodisponibilidade.Casoo pacientejá estejasealimentando,deve-sedar preferênciaaotratamentocomantibióticos orais,comexceçãodasinfecçõesgraves. Entreasopçõesestãoo sulfametoxazol, associadoaotrimetoprim,alémde quinolonas- dasquaisa norfloxacinaé a maisindicada,devidoàexcelente concentraçãourináriaeao seubaixocusto. Estadrogadeverásersubstituídapela ciprofloxacinaemcasosde infecçãograve, emfunçãodo baixonívelsistêmicoda norfloxacina,e nosde infecçãoporbacilos Gram-negativosnão-fermentadores,como e 1- P.aeruginosa.Apesarda reduzida sensibilidadeaosbeta-Iactâmicosdos microrganismosquemaisfreqüentemente causaminfecçãourinária,cefalexinaou amoxicilinapoderãoseropçõesde tratamentocasoo TSAmostresensibilidade a estasdrogas.Nospacientesquenão estãosobalimentaçãooral,os aminoglicosídeos,comoamicacinaou gentamicina,sãoumaboaopção,pela facilidadeposológicadadoseúnicadiária, podendoseradministradosporvia intravenosaou intramuscular.Emidosos, nefropatasou naquelescomrisco aumentadoparadoençarenalessasdrogas nãodevemserutilizadas,umavezquehá riscoaumentadode nefroe ototoxicidade. Nessescasosa preferênciasãoas quinolonas,comoaciprofloxacina, administradasporviaintravenosaduas vezesao dia.Emcasoderesistênciaa essas drogas,ascefalosporinasdeterceiraou quartageraçãopoderãoserutilizadas,de acordocomasensibilidadedos microrganismosisolados.Os carbapenêmicos,comoimipeneme meropenem,devemserreservadosparatratamentode bactériasmultirresistentessó sensíveisaessaclassedeantibióticos,pois suautilizaçãoindiscriminadalevaa indução de resistênciaeaumentao aparecimento de infecçõesporgermesmultirresistentes, principalmenteP.aeruginosa.Assimqueo pacienteestiveremcondiçõesde ingerir,a administraçãodevesermodificadapara oral.Asdosesutilizadasestãodescritasna Tabela. Nos pacientescominfecçãodo trato urinárioinferior,deve-seaguardaro resultadoda urinoculturae do TSA, quandopossível,parainiciara antibioticoterapia.Com os métodos automatizados,o resultadocostumaestar disponívelem24 a48 horase, emalguns casos,essetempopodeserreduzidopara cercadeoito horas.Comoo riscode disseminaçãoda infecçãoé muitobaixo, aguardaro resultadodo examesignifica utilizaro antibióticomaisadequado, guiadopeloTSA.O tempodetratamento variade acordocomo sexoe a presença de outrosfatoresdefinidoresde ITU complicada(Quadros1 e 2). Naspielonefrites,o tratamentodeveser iniciadoempiricamentee modificado,se necessário,apóso resultadoda urinocultura.A escolhado antibiótico empíricodeveseguirasorientações anteriores,utilizando-seaviavenosa inicialmentenoscasosmaisgraves.O catetervesicaldeveserretiradoantesdo iníciodo tratamento.Casonãoseja possívelretiraro cateter,eledeveser trocado. Tabela- DosesdeantimicrobianosparatratamentodeITUemadultos Antibióticos Sulfa/trimetoprim Amoxícilina Ampicilina Cefalexína Norfloxacina Ciprofloxacina Gentamicina Amicacina Ceftriaxona Cefepima Imipenem Meropenem Doseoral 800mg/160mg,12/12h 500mg,8/8h 500mg,8/8h 400mg,12/12h 500mg,12/12h Doseparenteral 800mg/160mg,12/12hou8/8h 19,4/4hou6/6h 200-400mg,12/12h 5mg/kg/dia,doseúnicadiária 15mg/kg/dia,doseúnicadiária 1-2g,doseúnicadiária 19,12/12h 250-500mg,6/6h 500-1.000mg,8/8h Tempo detratamentodeITU Tipo de infecção !TU inferior emmulheres !TU inferior emhomens Pielonefrite Bacteriúriaassintomática- gestantes Bacteriúriaassintomática- cateterizados Pielonefrite- cateterizados !TU complicada Transplanterenal Tempo 3dias 7dias 14dias 7dias 7dias 14dias 10a14dias 6semanas Definição de ITU complicada Presençadecatetervesical Litiase Obstruçãodotratourinário Gravidez Bexiganeurogênica Pacientes em situações especiais Pacientesgrávidasou no puerpério- As cefalosporinasdeterceiraouquarta geraçãodeverãoserescolhidascomo primeiraopçãodetratamento.Quinolonas e aminoglicosídeosnãopodemser utilizados.Todabacteriúriaassintomática em mulheresgrávidasdevesertratada,pois háaumentode riscodepielonefrite, prematuridadee baixopeso.Nessecasoo tempodetratamentoé desetedias. Diabéticos- Asbacteriúriasassintomáticas nessespacientesdeverãosertratadas devidoao maiorriscodecomplicações.O tempodetratamentoé detrêsdiasna mulhere desetediasno homem. Transplanterenal- Nospacientesdesse grupo,a freqüênciade ITU,queocorrenos primeirostrêsmesesapóso transplante,é de20%a 80%.A infecçãourináriaé freqüentementeassociadaa pielonefrites, bacteremiae perdado enxerto.O tratamentodeveserfeitocomdrogas pouconefrotóxicas,comoquinolonasou cefalosporinasdeterceiraou quarta geração,e mantidoporseissemanaspara erradicaçãoda infecção. Antibioticoprofilaxiacomsulfametoxazol/ trimetoprimou quinolonasdeveser mantidanosprimeirostrêsmesesapóso transplante. Pacientescateterizados- Não há indicaçãodetratamentode bacteriúria assintomáticanessespacientes.Quandohá sintomassemsinaisde infecçãosistêmica,o pacientedevesertratadodeacordocomo resultadodeurinoculturae doTSA.O tempodetratamentoé desetedias.Nos casosemquehásinaissistêmicosde infecção,comfebree/oubacteremia,e causasextra-renaisforamafastadas,o tratamentodevesermantidopor14dias. Novaurinoculturadecontroledeveser realizadaduassemanasapósa retiradado cateter.Casohajacrescimentodo mesmo microrganismocomTSA igualaoanterior, o tratamentodeveráserrepetido.Seo microrganismofor diferente,nãohá necessidadedetratamento. o ~ 2' 2 Ü E <lJ Ôu ,15 15 ".;::; c« <lJ "D o:s .-I Prevenção A realizaçãodeurinoculturaempacientes comsintomasurináriosnopré-operatório éobrigatória.Nosassintomáticos,o examedeveserrealizadoseletivamente, naquelesqueserãosubmetidosa manipulaçãodotratourináriooua cateterismovesicalduranteoato cirúrgico.Nocasodebacteriúria assintomática,devemsertratadosporsete diasantesdacirurgiaeoperados - ,.. Usodeantimicrobianose:m infecçõesrespiratórias:pneumonia adquiridanacomunidade A pneumoniaadquiridanacomunidade(PAC)édefinidacomoul11ainf~cçãoagudado parênquimapulmonartraduzidael1l:s.intomasdeinfecçãoagud~acompanhadospela presençadeinfiltradoagudonaradiografia.detóraxouporacRádosobtidosemausculta pulmonarconsistentescompneumonia,empacienteinão-hospitalizadoouresidenteem unidadedecuidados,comoumasilo,porperíodoigUaliou:maiprdoque14di.asantesdo iníciodossintomas.OssintomasdeinfecçãoagudadotratorespJratórioinferiordevem incluirpelomenosdoisdosdescritosaseguir:febreoubjpoterl'l1ib,cillatri~s,tossecomou semproduçãodeescarrooumudançanacoloraçãodasec:reçãorespirátqriaempaciente comtossecrônica,dortorácicaoudispnéia,Muitospacientestambémapresentam sintomasinespecíficoscomofadiga,mialgias,dorabdominal,anorexiaecefaléia(I). APACrepresentaacausamaiscomumde admissãohospitalarparaadultoseamaior causademorteporinfecçãoC10),alémdesera sextacausademortalidadegeralnosEstados Unidos(I).Observa-seaumentonataxade mortalidadeporpneumoniaem59%no períodode1979a1994nosEstados Unidos(15),provavelmentepelamaior proporçãodecasosempessoascomidade igualousuperiora65anosepelapresençade doençasdebasedemaiorriscoparainfecção respiratória. Anualmente,2a3milhõesdecasosdePAC resultamemaproximadamente10milhõesde visitasamédicos,500milhospitalizaçõese45 milmortesnosEstadosUnidos(3).Ataxade mortalidadeporPACvariade2%a30%entre ospacienteshospitalizados,commédiade 14%(9).Estima-sequeamortalidadeseja inferiora1%entrepacientesnão- hospitalizados(9).Fineetal.(9)descreveramque certasdoençascoexistentes- como neoplasias,insuficiênciacardíacacongestiva (lCC),doençacerebrovascular,doença hepáticaedoençarenal- ealgunsachadosno examefísico,comoalteraçãodeestado mental,elevaçãodasfreqüênciascardíacae respiratória,reduçãodapressãosistólica arterialehipotermia,estãoassociadoscom aumentodamortalidaderelacionadaàPAC. NoBrasil,aspneumoniastêmsuamagnitude epidemiológicaapenasestimada,pelofato denãosetratardedoençasde.notificação compulsória.Dototalde29.370óbitospor pneumoniaregistradosnoAnuáriode MortalidadedoMinistériodaSaúde(1991), 13.839(47,1%)ocorreramemmaioresde 65anos(13). Etiologia Oagenteetiológiconãoéidentificadoem cercade40%a60%doscasosdePAC,eem 2%a5%dasocorrênciaspelomenosdois agentesestãoenvolvidos(3).Oagente etiológicomaiscomumenteidentificadoem virtualmentetodososestudosdePACéo Streptococcuspneumoniae,responsávelpor cercade30%a70%doscasosepordois terçosdototaldeocorrênciasdepneumonia bacterêmica(9).Naúltimadécada,ogrande problemadaetiopatogeniadaPACéo rápido aumentodecepasdeS.pneumoniae resistentesaantimicrobianos.Resultadosde estudoparaavaliaçãoderesistênciaentre patógenosisoladosdotratorespiratório duranteoperíodode1997a1998indicaram quecercade33%dascepasdeHaemophilus II 11 II1 o I :1 influenzaee92%dasdeMoraxellacatarrhalis eramprodutorasdebeta-Iactamases,sendo queapenas65%dosisoladosdeS. pneumoniaeeramsuscetíveisapenicilina(S).Os padrõesderesistênciadoS.pneumoniae variamgeograficamente,comtaxasde28% naNovaInglaterrae44%noAtlânticoSuP).A suscetibilidadedoS.pneumoniaeàpenicilinaé definidapeloNationalCommitteeforClinical LaboratoryStandards(NCCLS),sendo consideradassuscetíveisascepascom concentraçãoinibitóriamínima(CIM)::; 0,06/lg/ml,aquelascomsuscetibilidade reduzidaouresistênciaintermediáriaeClM entre0,1/lg/mle l/lg/ml,alémdasresistentescomCIM ~2/lg/ml(1).Háevidênciasrecentes dequecepascomCIM ::;1/lg/mlcomportam- secomoorganismossuscetíveisquandosão causadepneumonia(7).Entretanto,issonãoé verdadeiroquandosetratademeningite, devidoaofatodemaioresconcentraçõesde penicilinaatingiremo sangueeosalvéolos, emcomparaçãoàsqueatingemo líquido cefalorraquidiano(LCR)(7).Emjunhode1999, considerou-sequecercade25%a 35%dos isoladosdeS.pneumoniaenosEstadosUnidos, emindivíduosinfectados,tinhamresistência intermediáriaoutotalapenicilina(6). Outrospatógenosimplicados,emboramenos freqüentemente,naetiologiadaPACincluem Haemophilusinfluenzae,Mycoplasma pneumoniae,Chlamydiapneumoniae,Staphylo- coccusaureus,Streptococcuspyogenes,Neisseria meningitidis,Moraxellacatarrhalis,Klebsiella pneumoniaeeoutrosbacilosGram-negativos, espéciesdeLegionella,vírusinfluenza,vírus respiratóriosincicial,adenovírus(I).Devidoà variaçãodesensibilidadeeespecificidadedos testesutilizadosparadetecçãodesses patógenosnosdiversosestudos,torna-sedifícil determinarafreqüênciadecadaumna etiologiadaPAC(1). Váriosestudostêmdescritoquealguns pacientescomPACpodemterinfecçãopor maisdeumagente,envolvendoambos patógenosbacterianoseatípicos.Otermo atípico,emboranãoapropriado,aindaé utilizadoparasereferiraumgrupo determinadodemicrorganismos(Mycoplasma pneumoniae,Chlamydiapneumoniae,Legionella spp.),enãoaquadrosclínicosespecíficos, umavezqueasíndromequímicanãoé distintadaquelasecundáriaaoutrosagentes etiológicosimplicadosnasPAC. Emboraaprevalênciaapresentevariaçãoanual edeacordocomaáreageográfica,a Chlamydiapneumoniaecausacercade5%a 15%doscasosdePAC(lO).A maioriadoscasos érelativamenteleveeassociadacombaixa mortalidade(1).A Legionellaestáimplicadaem 2%a6%doscasosdePAC,comalguns relatosdetaxasmaiselevadas,nadepedência daepidemiologialocale/oudousode técnicaslaboratoriaismaissensíveis(12). Mycoplasmapneumoniaerepresenta importantecausadeinfecçãodotrato respiratório,principalmentenafaixaetária compreendidaentre5e9 anosdeidadeeem adultosjovens,responsávelporcercade13% a37%doscasosdePAC(7,9). Nenhumaassociaçãoconvincentefoi demonstradaentresintomas,achadosde examefísicoouresultadosdetestes laboratoriaiseumagenteetiológicoespecífico. Emrelaçãoafatoresderiscoespecíficos,sabe- sequealgunspatógenosconstituemcausa maisfreqüentedePACquandoassociadosa determinadascondições.A pneumonia pneumocócicaémaisfreqüenteempacientes idososenaquelesqueapresentamcondições médicascomoalcoolismo,doençacardiovas- cularcrônica,DPOC,deficiênciade imunoglobulina,neoplasiahematológicae infecçãoporHIV.Legionellapneumoniaeé importantecausadepneumoniaem receptoresdetransplantedeórgãoeem pacientescominsuficiênciarenal,alémde ocorrercommaiorfreqüênciaentretabagistas eemindivíduoscomDPOCouAids(12). Diagnóstico Emgeral,odiagnósticodePACestábaseado emapresentaçãoclínica,examefísicoe achadoslaboratoriais,incluindoinformação microbiológica.HásuspeitadePACquandoo pacienteapresentasintomasdotrato respiratórioinferior(tosse,produçãode escarroe/oudispnéia),especialmentese acompanhadosdefebre.Asanormalidades dossinaisvitaisincluemfebreeaumentodas freqüênciascardíacaerespiratória(7). Ahistóriaclínica,namaioriadasvezes,não indicaaetiologiaespecífica,eoexamefísico tambémnãoapresentaboasensibilidade etiológica,emborahajarelatosderash L cutâneonapresençadePACporMycoplasma; lesõescaracterísticassãovistasnavaricelae alteraçõesneurológicassãodescritasnas infecçõesporLegionellaeMycoplasma(mielite, encefalite)<4).Recentesavançosnocampodas infecçõesdotratorespiratórioinferiorsão notados,especialmentenoquedizrespeitoà identificaçãodenovospatógenosatravésde métodosdedetecçãomicrobiana desenvolvidoshápoucotempo(reaçãoem cadeiadapolimerase[PCR)).Apesardosvários estudos,hápoucascondiçõesparao manejo dessasinfecçõesnapráticamédica,o qualé tãocontroversocomoo daspneumonias. Recomendaçõesforampublicadasem1993 pelaAmericanThoracicSociety(ATS)eem 1998pelaInfectiousDiseasesSocietyof America(IDSA).Essasúltimas,revisadase publicadaspelaIDSAem2000,são categorizadascomletrasdoalfabeto(A-E)e graduadas(1-111)deacordocomaqualidade dasevidênciasqueapóiamcadacaso, conformedescritonoQuadro1(1,8). Radiografia de tórax A radiografiadetóraxéconsideradagold standardemtermosdeavaliaçãorotineirade pacientesnosquaishásuspeitadepneumo- nia,sendoimprescindívelparaestabelecero diagnósticoeparafazeradistinçãoentre pneumoniaebronquiteaguda(4).O diagnósticodiferencialdossintomasdotrato respiratórioinferioréextensoeincluiinfecções respiratóriassuperiorese inferiores,bemcomo causasnão-infecciosas:atelectasias,ICC, emboliapulmonareneoplasiapulmonar<l). Muitoscasosdeinfecçãodotratorespiratório superiorebronquiteagudasãodeorigem viral,nãorequeremterapiaantimicrobianae sãofontedofreqüenteusoabusivode antibióticos(l1).A radiografiadetóraxé consideradaummétodosensível,sendo ocasionalmenteutilizadaparasuspeiçãodo diagnósticoetiológico,determinaçãode prognósticoediagnósticoalternativoou condiçõesassociadas(1).AIDSArecomenda queessemétodosejaincluídonaavaliação rotineiradospacientescomsuspeitade pneumonia(A-li). Diagnósticoetiológico A ênfasenosestudosmicrobiológicos (coloraçãoporGrameculturadeescarro) comorecomendaçãodaIDSA(1)representa umadiferençaimportantecomrelaçãoàs orientaçõesemanadaspelaATS(14).O objetivo deidentificaro agenteetiológicobaseia-seem aumentoderesistênciamicrobiana,noscustos desnecessáriosenosefeitoscolateraisquando dainstituiçãodeterapiaempírica G .~ 2' 2 U E <li Ôu :~ :.o :;:; c « <li -o o:s Quadro1 Recomendaçõesbaseadasemevidências - ., Categoria Descrição 1 r Recomendação A Boaevidênciapararecomendaçãodeuso B Moderadaevidênciapararecomendaçãodeuso C Pobreevidênciapararecomendaçãodeuso D Moderadaevidênciaparanão-recomendaçãodeuso E Boaevidênciaparanão-recomendaçãodeuso Qualidadedaevidência I Evidênciadepelomenosumestudo controladoe randomizado II Evidênciadepelomenosumestudoclínico bemdesenhado,não-randomizado III Evidênciade.opiniõesdeautoridades respeitadascombaseemexperiênciaclínica, estudosdescritivosourelatóriosdeexperts antimicrobiana.o estabelecimento diagnósticoetiológicopermite: . Seleçãoantibióticaespecificamentedirigida contrao agentecausal,limitandoas conseqüênciasdousoinapropriado. · Identificaçãodepatógenosdesignificado epidemiológico,comoLegionella,hantavírus, S.pneumoniaepenicilino-resistente. . Identificaçãodepatógenosresistentesa penicilina. . Instituiçãodeprofilaxiaantimicrobiana(N. meningitidis,Mycobacteriumtuberculosis). DeacordocomasrecomendaçõesdaIDSA(1), aacuráciadiagnósticadependedopatógeno envolvidoedotesteutilizado: . Diagnóstico definitivo - síndrome clínica compatívelcomisolamentodepatógenoa partirdeespécimenão-contaminado(sangue, fluidopleural,aspiradotranstraquealou aspiradotranstorácico)oudesecreções respiratórias,comrecuperaçãodepatógeno quenãocolonizaasviasaéreassuperiores(M. tuberculosis,Legionella,P.carinÍl)(A-I). . Diagnósticoprovável- síndromeclínica compatívelcomdetecçãopormeiode coloraçãoporGramouculturadepatógeno pulmonaremsecreçõesrespiratórias (escarro,aspiradobroncoscópicoou lavado broncoalveolar[BAL])cultivado quantitativamentecomcateterprotegido (B-II). Dessaforma,a IDSA<l)recomendarealização dehemoculturaseexamedeescarroatravés dométododecoloraçãoporGramecultura comoosúnicosestudosmicrobiológicosa seremconsideradosnarotinadeinvestigação parapacienteshospitalizadoscomPAC.A aspiraçãotranstraqueal,atranstorácicaea broncoscopiadevemserreservadaspara pacientesselecionados(B-II).O Quadro2 sumarizaasrecomendaçõesparadiagnóstico emanejoambulatorialehospitalardaPACem adultos. Tratamento Existemdoisprocedimentosparao tratamentodaPAC:terapiaempíricaeterapia dirigidaaopatógeno.Devidoàausênciade identificaçãodopatógenonomomentoda apresentaçãoclínica,namaioriadoscasosa terapiaantimicrobianaempíricaéaprática terapêuticainicialmaiscomum.Defato,resultadosde um estudode coorte- PneumoniaPatientOutcomesResearchTeam (Port)- indicaramquea causamicrobiológica dePACfoideterminadaemapenas5,7%dos pacientestratadosambulatorialmenteeem 26,9%dospacienteshospitalizados(8).Além disso,o inícioprecocedaterapia antimicrobianaécrucialparaminimizar morbidade,mortalidadeecustosnosserviços desaúde.A administraçãodeantibióticos dentrodeoitohorasdaadmissãonohospital temsidoassociadacommenormortalidade em30dias,alémdetempodehospitalização diminuído(2),Issoéparticularmenteverdadeiro nospacientesidososcomco-morbidade significante. A seleçãodeantimicrobianosparaterapia empíricaégeralmentebaseadanasseguintes características:patógenosmaiscomuns, padrãodesuscetibilidadeadrogas,gravidade dadoença,idadedopaciente,tolerância antimicrobianaouefeitoscolaterais,fatores clínicos,co-morbidades,medicações concomitantes,exposiçõesedados epidemiológicos. Critériosde hospitalização Comfreqüência,osmédicossevêemdiante dadecisãodetrataro pacientecomPAC ambulatorialmenteounohospital.A escolha podeterumtremendoimpactonocusto globaldaterapia.Emgeral,pacientescom condiçãodeinstabilidadequerequer monitorizaçãofreqüentedeveriamser hospitalizados.Asrecomendaçõesrelativasà decisãodehospitalizaçãosãobaseadasna metodologiausadanoestudodecoortepara avaliaçãodoriscodemorte,o POrt<8). Seguindoasregrasestabelecidasnoestudo,os pacientessãoestratificadosemcincoclasses degravidadepormeiodeduasetapas:na etapa1sãoclassificadoscomodeclassede riscoI (menorgravidade)setêm<50anos, nenhumadascincoco-morbidades(neoplasia, doençahepática,ICC,doençacerebrovascular oudoençarenal)eestadomentalnormal, alémdenenhuma(oudiscreta)alteraçãodos sinaisvitais;naetapa2 sãocontempladosos pacientesquenãoseenquadramnaclassede riscoI,sendoestratificadosnasclassesderisco 11aV combasenapontuaçãoalcançada,na dependênciadetrêsvariáveisdemográficas (idade,sexo,homecare),cincoco-morbidades L GU'lClJ) 2 Algoritmo paraavaliaçãodiagnósticadaPAC(adaptado(I» I I 'I ,I (a)Oescarrodeveserobtidodetosseprofunda,antesdaterapiaantimicrobiana.Culturarealizadaapenasseconsideradaadequada aamostraporcritériocitológico(contagem:>25célulaspolimorfonuclearese<10célulasepiteliaisescamosasjcampo)(A-I), excetoparaLegionellaemicobactéria.Considerartestesdiagnósticosparafungoendémicoemicobactériaquandocritériosclínicos sugeremessaetiologia.NasuspeitadeinfecçãoporLegionella,culturaetestedeantígenourináriodevemserrealizados. (b)Testessorológicos:Mycoplasmapneumoniae,Legionellapneumophila,Chlamydiapneumoniae. (descritasanteriormente),cincoalterações observadasemexamefísicoeseteachados radiográficosou laboratoriais,conforme demonstradonaTabela1.Combasenesse sistemadeescores,amortalidadefoimais baixaparaasclassesderiscoIa 111(0,1%- 2,8%),intermediáriaparaa IV(8,2%-9,3%)e altaparaaV (27%-31,1%).Baseadosnessas observações,osinvestigadoresdoestudoPort sugeremquepacientesdasclassesderiscoI ou11geralmentesãocandidatosatratamento ambulatorial;pacientesdaclassederisco111 sãopotenciaiscandidatosamanejo ambulatorialourápidaobservaçãointra- hospitalar;epacientesdasclassesIVeV devemserhospitalizados(Tabela2). Condutacompacientes não-hospitalizados Aseleçãodeantimicrobianosnaausênciade diagnósticoetiológicoébaseadanasmúltiplas variáveisdescritasanteriormente.Osagentes antimicrobianosdeescolhasãomacrolídeos (azitromicina,claritromicinaoueritromicina; osdoisprimeirossãodeeleiçãodianteda suspeitadeH.ínfluenzae),doxiciclinaou fluorquinolona(Ievofloxacina,moxifloxacina, gatifloxacinaouumafluorquinolonacom maioratividadecontraS.pneumoníae)(1). Opçõesalternativassãobeta-Iactâmicos/ inibidoresdebeta-Iactamase,sultamicilinaou amoxicilina/clavulanatoealgumas cefalosporinasdesegundageração,como I'I ., .. Pacientesambu1atoriais Pacientesbotizados Radiografiadetórax Radiografiadetórax Opcional:Escarro(Gram+cultura) ·Leucometriaglobale diferencial,glicemia,uréia, creatinina,eletrólitos,bilirrubinase enzimas hepáticas · Anti-HIV(faixaetária:15-54anos) · Gasimetria(pacientesselecionados)·Hemoculturas(duasamostraspré-tratamento) · Gram+culturadeescano(ó)·TestesparaM. tuberculosis(BAAR+cultura: tossepormaisdeummês+Rxsugestivo) · TestesparaLegionella(quadrosgraves,>40anos, imunocomprometidos) · Toracocentese(efusãopleural:Gram+cultura+ pH+leucometria) Especimesalternativosaoescarro · Aspiradosdotuboorotraqueal,donasotraqueale datraqueostomia....manejosemelhanteaodoescarro · Escarroinduzido-detecçãodeM.tuberculosis eP.carinii · Broncoscopia,.. curso fulminante,UTI, sem respostaa antibióticos·Aspiraçãotranstraqueal-casosdepneumonia enigmática,preferencialmentepre-tratamento Opcional · Testesmicrobiológicose citológicosadicionais,na dependênciadefatoresclinicos,condiçõesdebase, recursose fatoresepidemiológicos · Soro - congelado para análise, se necessário(b) u ._~ .__ _,-- fabela .- Sistemadeescores:pontuaçãonasclassesderisco11a V (adaptado(I» Característicasdopaciente Fatoresdemográficos Idade Sexomasculino Sexofeminino Homecare Pontuação Númerodeanos(idade) Númerodeanos(idade)- 10 +10 Co-morbidades Doençaneoplásica(excetocarcinomadecélulas escamosasoubasaldapele) Doençahepática(diagnósticoclinicoistológico decirrose,hepatitecrônicaativa) Ice (disfunçãoventricularsistólicaoudiastólica) Doençacerebrovascular(diagnósticoclínicodeAVe,ataque isquémicotransitórioouAVebaseadoemCTouRNM) Doençarenal(históriaclínicaouanormalidadesdeuréiae creatinina) Achadosdeexamefísico Alteraçãodoestadomental(desorientação,estuporoucoma) Freqüênciarespiratória>30inc/min Pressãosanguíneasistólica<90mmHg Temperatura<35°Cou>40.e Pulso>125bpm +30 +20 +10 +10 +10 +20 +20 +20 +15 +10 Achados laboratoriais ou radiográficos pHarterial<7,35 Uréia nitrogenada>30mg/dl Sódiosérico<130mEq/l Glicemia>250mg/dl Hematócrito<30% Pressãoarterialparcialdeoxigênio(PaOz)<60mmHg Efusãopleural +30 +20 +20 +10 +10 +10 +10 Tabela2 Taxasdemortalidadeerecomendaçõesquantoàconduçãoambulatorialouhospitalarde pacientescomPAC,deacordocomasclassesderiscodoestudoPort(adaptado(I) I * Ausência de fatores de predição. L cefuroxima,cefpodoximaoucefprozil.Estes agentesnãosãoativoscontragermesatípicos. Algumasautoridadespreferemmacrolídeosou doxiciclinaparapacientesabaixode50anos semco-morbidadesefluorquinolonaspara aquelescommaisde50anoseque apresentamco-morbidades(1). Condutacompacientes hospitalizados Asrecomendaçõesparao tratamento empíricodospacienteshospitalizados incluemautilizaçãodeumantibiótico beta-Iactâmico(cefotaximaou ceftriaxona)+ummacrolídeo Classesderisco N"depontos Mortalidade("10) Recomendação I * 0,1 Tratamentoambulatorial fi 70 0,6 Tratamentoambulatorial m 71-90 2,8 Tratamentoambulatorial oubreveintemaçãoparaobservação IV 91-130 8,2 Intemaçãohospitalar V >130 29,2 Intemaçãohospitalar (azitromicina, claritromicina ou eritromicina) ou, para aqueles sem indicação de cuidados intensivos(1), somente uma fluorquinolona (Ievofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina, trovafloxacina ou uma fluorquinolona com maior atividade contra S.pneumoniae).Paraos pacientes admitidos em unidades de cuidados intensivos (UCI), o regime com beta- lactâmico (cefotaxima, ceftriaxona, sulbactam/ampicilina ou piperacilina/ tazobactam) associado a um macrolídeo ou a uma fluorquinolona é o mais apropriado(l). Considerações especiais:nos casosde doença estruturalpulmonar (bronquiectasia ou fibrose cística), considerar o uso de um regime de antimicrobianos com atividadecontra Pseudomonasaeruginosa;na alergiaa beta- lactâmicos,considerar o uso de fluorquinolona, com ou sem clindamicina; na suspeitade aspiração,considerar uma fluorquinolona com ou sem beta- lactâmico/inibidor de beta-Iactamase (sulbactam/ampicilina ou piperacilina/ tazobactam), metronidazolou clindamicina (algumasfluorquinolonas têm boa atividade in vitrocontra germes anaeróbios e podem não requerercombinação)(1). O algoritmo a seguir (Figura) sumariza as recomendações para manejo diagnóstico e terapia antimicrobiana empírica nos Figura- Avaliação diagnóstica e manejo terapêutica da PAC (adaptado(l») História,exame físico, Rx de tórax Ausênciade infiltrado:avaliardiagnóstico alternativo Manejoambulatorial ! Terapiaempírica:macrolídeo, doxiciclinaou fluorquinolona ~ Infiltrado+síndromeclínica 1 Avaliarcritériosparaadmissãohospitalar (classesde riscoPort) Maneiohospitalar ! Testeslaboratoriais:leucograma,bioquímica, gasimetria,anti-HIV,hemoculturas(2x), Gram+culturade escarro,outrostestes parapacientesselecionados ! Semindicaçãode UCI* Iníciode antibióticoaté8h apósa admissão Semdefiniçãoetiológicae com testesemandamento: cefalosporina0+ macrolídeo@ Admissãoem UCI Iníciode antibióticoaté8h apósa admissão Semdefiniçãoetiológicae com testesem andamento: cefalosporinaoou beta-Iactâmico/inibidor de beta-lactamaseO+macrolídeo@ Patógenodefinido ou fluorquinolonaC} ou Terapia específica cefalosporinaO ou beta-Iactâmico/inibidorde beta-IactamaseO +fluorquinolonaC} OCefotaxima,ceftriaxona. @Eritromicina,claritromicinaouazitromicina. C}Levofloxacina,moxifloxacina,gatifloxacinaouumafluorquinolonacommaioratividadeantipneumocócica. O Sulbactamlampicilina,piperacilina/tazobactam. 'UCI =unidadedecuidadosintensivos. ~",..- II I 0:1 "ê1 2 O E Q) V> O U ",c 'o 15 '';::; c: « Q) '"O OV> => II ., pacientescomPACtratados ambulatorialmenteou hospitalizados. Duraçãodotratamento Nãohápublicaçãodequalquerestudo controladodirigidoespecificamenteà questãodotempodetratamentodaPAC. Essadecisãogeralmentebaseia-seno patógenoimplicado,narespostaao tratamentoe napresençadeco-morbidades Referências 1.BARTlETT,J. G. et01.Practiceguidelinesforthe managementofcommunity-acquiredpneumonia inadults- GuidelinesfromTheInfectiousDiseases Societyof America.CIinInfectDis,v. 31, p. 347- 82,2000. 2. BATTlEMAN, D. S.;CAlLAHAN, M.; THAlER, H. T. Rapid antibiotic delivery and appropriate antibioticselectionreducelengthof hospitalstay of patientswithcommunity-acquiredpneumonia: linkbetweenqualityofcareandresourceutilization. Arch of InternMed,v.162,n.6,p.682-8,2002. 3. CENTERS FOR DISEASE CONTROl AND PREVENTION.Prematuredeaths,monthlymortality andmonthlyphysiciancontacts:UnitedStates. 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DOERN,G.V.et01.Prevalenceof antimicrobial resistanceamongrespiratorytractisolatesof Strep- tococcuspneumoniaeinNorthAmerica:1997 resultsfromTheSentryAntimicrobialSurveillance ProgramoCIinInfectDis,v.27,p.764-70,1998. ecomplicações(1).Noscasosdepneumonia pneumocócicao tratamentodevecontinuar atéo pacientetornar-seafebrilpor72horas (C-li).Naspneumoniascausadaspor bactériasquepodemproduzirnecrosedo parênquimapulmonar(5.aureus,P. aeruginosa,Klebsiellaeanaeróbios),o período detratamentodeveráser<':2 semanas;o mesmotempoaplica-seaoscasosdeM. pneumoniaee C.pneumoniae(6-11). 7.FilE, T.M. et01.Managementof community- acquiredpneumonia:an appropriate-usetoo!. InfectMed,v. 18,n. 10,p. 462-72,2001. 8. FINE, M. J. et 01.A predictionruleof identify low-riskpatientswithcommunity-acquiredpneu- monia.NEfM,V.336,p. 243-50,1997. 9. FINE, M. J.et01.Prognosisand outcomesof patients withcommunity-acquiredpneumonia.fAMA,v.275, p. 134-41,1996. 10.GARIBAlDl,R.A. 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I L . 1 Usoracionalde antibióticosnasinfecções departesmoles Asinfecçõesgravesdepeleepartesmolessãofontedemorbidadeemortalidade significativas.Énecessáriaaobtençãododiagnósticocombasenalocalizaçãoe nagravidadedainfecção,comotambémnaaparênciafísicadopaciente.A exploraçãocirúrgicaprecoceeagressivaéessencialnospacientesemquehá suspeitadefasciitenecrotizante,miositeougangrena.Odesbridamento cirúrgicoimediatoresultanumadiminuiçãosignificativadamortalidade,em comparaçãoàcirurgiafeitacomatraso(l).Asinfecçõesdepeleepartesmolesque semanifestamnopós-operatóriocontinuamaindasériasedispendiosas(2), emboranemtodasconstituamameaçaparao pacienteouacirurgia. Fatoresderiscocomodiabetesmelito, obesidade,imunodepressão,aumentode perdasanguíneaetempodecirurgia contribuemparaagravidadedasinfecções departesmoles(3).Emboraa antibioticoterapiasejaemgeralempírica inicialmente,culturasparamicrorganismos aeróbicoseanaeróbicosdevemserobtidas nolocaldainfecção.Issoéparticularmente importanteempacientescominfecção graveeo tratamentocomantibiótico podesermodificadodeacordocomo resultadodacultura.Amostrasdetecidoe aspiradodofluidosãopreferíveisàs amostrasdeswab.Aanálisedabiópsiado tecidoporcongelamentopodeajudarno diagnósticodefasciitenecrotizante(3). Antibioticoterapiainapropriadapode contribuirparaaumentara resistência bacteriana,bemcomoo custodo tratamento. A pelenormalécolonizada.A proteção contrainfecçãodaepidermedependeda barreiramecânicaproporcionadapelo estratocórneo.Asbactériaspodemter acessoàepidermeatravésdefissurasda pele,cortes,picadasdeinseto,úlceras vasculares,úlcerasdepressão,incisão cirúrgicaecateteresintravenosos.As bactériasqueinfectamaepiderme,como Streptococcuspyogenes,podemser transferidasparaestruturasmaisprofundas atravésdosvasoslinfáticos.Maistarde,o ingurgitamentoouaobstruçãodosvasos linfáticoscausaedemaflácidoda epiderme. O ricoplexodecapilaresabaixodapapila dérmicafornecenutriçãoaoestrato germinativo,easrespostasfisiológicas desseplexoproduzemsinaisesintomas clínicosimportantes.O plexoforneceàs bactériasacessoàcirculação,facilitando assimadisseminaçãolocalouabacteremia. Asvênulaspós-capilaresdesseplexosãoum localimportantedeseqüestrodeleucócitos polimorfonucleares,diapedesee quimiotaxiaparao localdainfecção cutânea. Aexacerbaçãodessesmecanismos fisiológicosporníveisexcessivosde citocinasoutoxinasbacterianascausa leucostase,oclusãovenosaeedemacom cacifo.Edemascombolhaspurpúreas, equimoseseanestesiacutâneasugerem ~ E' 2 Ü E<l) Ôu ~ ..õ .~ « <l)"D o :s '" 'ê' 2 u E Q) (Su ,~:c '~ c: <t: Q) " o:s perdadaintegridadevasculare necessitamdeexploraçãodasestruturas maisprofundasembuscadeevidênciade fasciitenecrotizante. Reconhecimento imediato das infecções de partes moles e sua abordagem Sãoessenciaisparaasobrevidados pacientescominfecçõesagressivaso diagnósticoimediato,aaplicaçãode antibióticosapropriadosea remoção cirúrgicadotecidoinfectado. A infecçãocausadapororganismos Gram-positivosdo tipoStreptococcusdo grupoA ou S.aureusrequerantibióticosistêmico,porviaoralou intravenosa: penicilinaspenicilinase-resistentes, amoxicilina/clavulanato,vancomicina, minociclina,cefalosporinas,macrolídeos ou fluorquinolonas,dependendoda gravidadee do resultadodacultura. Quandohouverinfecçãocomnecrose depelee tecidosubcutâneodevidoa váriospatógenosocorrendoemvários locais,utilizamosampicilina, gentamicina,metronidazolou clindamicina;noentanto,crianças, pacientesdiabéticose/ou imunodeprimidossãomaissuscetíveisa infecçõesGram-negativase podem requerertratamentocomasegundaou a terceirageraçãodecefalosporinas(4J. Úlceras o antrazcutâneocomeçacomo pápula pruriginosa,quesedesenvolveem questãodediasparaúlceracomvesícula eedemacircundanteeentãoúlcera grandecomescaranegra.O antraz cutâneopodecausarúlcerascrônicasque nãocicatrizam,comumamembrana cinzaescuro,porissoaslesõestambém podemsimularpsoríase,eczemaou impetigo.Asúlcerasdedecúbitose devemàhipóxiatecidualpela insuficiênciavascularinduzidaporpressão e podemseinfectarsecundariamente comcomponentesdasflorascutâneae gastrintestinal,incluindoanaeróbios. Celulite Celuliteéumainfecçãodadermeedo tecidosubcutâneoqueapresentapobres demarcaçõesnaborda,sendocausada geralmenteporStreptococcusou Staphy/ococcus.A grandemaioriadas infecçõesadquiridasnacomunidadeé provocadaporbactériasGram-positivas não-patogênicas,comoStaphy/ococcus epídermídís(coagulase-negativo), Staphy/ococcusaureuseStreptococcus pyogenesoupolimicrobianoínnaturd5J. A celuliteé umdistúrbioinflamatório agudodapelequesecaracterizapor dor,eritemaecalorlocalizados.A causadaporS.aureussedisseminade umainfecçãolocalizadacentral,como abscesso,foliculiteoucorpoestranho infectado(ex.:umafarpa,umaprótese oucateterintravenoso).Emcontraste,a celulitecausadaporS.pyogenesé um processodifusoquesedissemina rapidamente,associadoafaringitee febre. Quandoexistedrenagemporumaferida ouumaportadeentradaóbvia,acultura forneceumdiagnósticodefinitivo.Na ausênciadessesachados,édifícil estabeleceraetiologiabacterianada celulite,eemalgunscasosaestafilocócica eaestreptocócicapodemter característicassemelhantes(6J.Mesmocom aaspiraçãoporagulhadabordaem expansãooucomumabiópsiacompunch doprópriotecidocomcelulite,asculturas sãopositivasemapenas20%doscasos. Talobservaçãosugerequequantidades relativamentebaixasdebactériaspodem causarceluliteequeaáreadeeritemaem expansãodentrodapelepodeserum efeitodiretodastoxinasextracelularesou demediadoresinflamatóriossolúveis produzidospelohospedeiro. Asinfecçõesdepeleepartesmoles adquiridasnohospitalsãocausadaspor cocosGram-positivosemmaisde50%dos pacientes. ,I .. . Fasciite necrotizante A fasciitenecrotizanteéumainfecçãode partesmolesquepossuiletalidadeacima de80%.A infecçãocausaaativaçãode interleucinas,fatoresdenecrosetumoral alfaebeta,einterferongamaapartirde ummecanismodeflagrador,resultando emtrombosecapilarcomnecroseda fáscia,dotecidoadiposoedapele(7).A etiologiaégeralmentedesconhecida,ea introduçãodopatógenopodeocorrer pelarupturadapeleintactacomo resultadodeincisãocirúrgica,picadade inseto,etc.Temsidorelatada disseminaçãohematogênicadelocais distintosdeinfecção(8)e tambémapós casosdefaringiteestreptocócica(9).Não hádocumentaçãosobrea relaçãoentrea fasciitenecrotizanteea idadeouosexo dopaciente.Relatosprévioslistaram diabetes,alcoolismo,doençavascular periféricae imunossupressãogeneralizada comocondiçõesquepredispõema fasciite(IO),emboraestapossaocorrer tambémemindivíduossaudáveis(l1). A fasciitenecrotizantedavulvapode ocorrerespontaneamenteapósa episiotomiaououtracirurgiavulvar. Existerelatotambémdepacientesnão- grávidascujafasciiteeraprovenientede umacelulitedegrandeslábios. Histologicamenteo tecidosubcutâneoé envolvidoprimeiroeapelemostra poucasalteraçõesiniciais.O músculo normalmentenãoéenvolvidoenãohá presençadeinfecçãoporC/ostridium.No cursodadoença,osachadosiniciaissão umcontrastecomascondiçõesclínicas dopacientequandoesteseencontra criticamentedoente.Inicialmenteaporta deentradamostra-seedemaciada,com drenagemdesecreçãoserosa,eritemae anestesialocal.Maistardeo edema progrideeapeletorna-sevioláceaou acastanhada.Crepitaçãopodeocorrere serumsinaldemionecroseclostridial (gangrenagasosa)ou infecçãoporE. (0/;<3). O diagnósticodefasciitenecrotizanteé cirúrgico.O extensotecidonecróticona fáscianãoofereceresistênciaàexploração porinstrumentosea fásciapossuium tomacastanhadoeconsistência gelatinosa.Culturasdeorganismos aeróbioseanaeróbiosdevemserobtidas. No iníciodadoença,ocorrenecroseda fásciaea infiltraçãode polimorfonucleareslimita-seà profundidadedaderme,enquantoa dermesuperficialeaepidermeestão intactas.O tratamentoéurgente,consiste sempreemintervençãocirúrgicacom desbridamentoeantibioticoterapiade largoespectro.Ospacientesnecessitam desuporteclínicointensivoe monitorização. A infecçãonecrotizantedepartesmolesé rapidamenteprogressivae potencialmentefatal,apresentando-se comoumdesafiodediagnóstico.O seu tratamentoagressivoéumtestede coragemeousadiaparao cirurgião.O termofasciitenecrotizantefoi primeiramentedescritoporJosephJones, em1871(9).Umsubtipodeinfecçãoque envolveo períneo,a regiãoescrotaloua áreaperianaléconhecidocomogangrena deFournier,inicialmentedescritapor AlfredoJeanFournier,em1843(12).A definiçãoatribuídaporSmithet0/.(13)éde fasciitenecrotizanteinfectadadaregião perineal,genitalouperianal.Embora ambaspossamterosmesmos microrganismosecursoclínicosimilarao deoutrasinfecçõesdospartesmoles,a distinçãoentrefasciitenecrotizantee gangrenadeFournierpodeter importânciasobo pontodevistaclínicoe epidemiológico. Osprincípiosdotratamentodasinfecções necrotizantessãobemconhecidos,mas atualmenteoscuidadoscomo paciente queapresentataisdesordenssão freqüentementecomplexos,prolongados ecustosos.Permanecemcomotratamento acirurgiaradicaleo desbridamento,antes mesmodeamicrobiologiatersido elucidada.A cirurgiaimediatacom desbridamentotemcomoresultadoa diminuiçãodamortalidade,em comparaçãocomacirurgiaqueéatrasada '" .~ 2 U EClJ Ôu ,(5 :õ.<:;c <1: ClJ-o o'" ::> - ,..... em poucashoras(l).Entretanto,excisões teciduaisextensaspodemproduzir grandesáreascruentas,criandoum problemaa longoprazoparaa sobrevida do pacienteC14). Ascausasmaiscomunsde gangrenade Fourniersãoasdoençascolorretais(15),as infecçõesgeniturináriase os traumas. Nessasáreasdo corpo,a infecção Infecção Celulite Extremidade Face(adulto) Fascütenecrotizante (apóscimrgia,trauma ouinfecçãocutãnea porStreptococcus) Infecçãodeferidasoperatórias Cimrgianãoenvolvendoo tratogenitalfeminino ouo gastrintestinal semsepse Cimrgianãoenvolvendoo tratogenitalfeminino ouo gastrintestinal comsepse Cirurgiaenvolvendoo trato genital feminino ou o gastrintestinal (incluindoorofaringee esôfago) necrotizantepodesedisseminar rapidamente,levandoa umanecroseda peledo escroto,umavezqueestenãotem gordurasubcutânea.Os pacientesque desenvolvemgangrenade Fournier apresentamasmesmaspredisposições descritasparafasciitenecrotizante.Émais comumnosidosos,emboratenhasido observadaemcriançase neonatos(l6). --- Etiologia Quadro- Tratamentodasinfecçõesdepartesmoles Primeiraescolha Streptococcusdo gmpo A, ocasionalmente B,CeG Staphylococcusaureus (incomum) StreptococcusdogmpoA; Staphylococcusaureus Polimicrobiano; aeróbios,anaeróbios; raramentecoliforme; aeróbiossozinhos; Streptococcusdosgmpos A, C e G; Clostridiumsp. Staphylococcusaureus; Streptococcusdogmpo A Enterobacteriaceae Osmesmosacima maisBacteroidessp.; outros anaeróbios; Enterococcussp.; Streptococcusdos gmposB e C Penicilina cristalina;oxacilina Oxacilina Clindamicina+penicilina G; sulbactamjampicilina; amoxicilinajclavulanato; clindamicina+fluorquinolonaou cefalosporinade terceirageração; fluorquinolona+ amoxicilinajclavulanato Cefalosporinadeprimeirageração, sulbactamjampicilina; amoxicilinajclavulanato; oxacilinajfluorquinolona Sulbactamjampicilina; ticarcilinajclavulanato; piperacilinajtazobactam Sulbactamjampicilina; cefoxitina; ticarcilinajclavulanato; piperacilinajtazobactam; cefalosporinadesegunda outerceirageração+metronidazol; ampicilina+aminoglicosideo +metronidazol;imipenemjmeropenem; clindamicina+ciprofloxacina Alternativa Eritromicina;cefalosporina de primeirageração; sulbactamjampicilina; amoxicilinajclavulanato; azitromicina;claritromicina; levofloxacina;gatifloxacina Cefalosporinade primeirageração; sulbactamjampicilina; amoxicilinajclavulanato; vancomicina;teicoplatina Ticarcilinajclavulanato +aminoglicosídeos; piperacilinajtazobactam; ceftriaxona+metronidazol; imipenemjmeropenem; associaçãocom desbridamentocirúrgico O Gram deve guiar o tratamento; se MRSA for prevalente, adicionarvancomicina OGramdeveguiar o tratamento;cefalosporina deprimeira.segunda outerceirageração+ aminoglicosídeo Referências 1.McHENRY,C. 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Respostasdo fascículoanterior: sepseabdominal } Sepseéa respostainflamatóriasistêmicasecundáriaa infecção.Ouseja,as manifestaçõessãoasmesmasdasíndromederespostainflamatória sistêmica(SRIS),mashápresençadeinfecção.Nasepseabdominalexiste umfocoinfecciosointra-abdominalquedesencadeiaarespostasistêmica. Apósaremoçãodofocoinfeccioso,aantibioticoterapiadeveráser mantidaatéqueopacienteapresente: · normalizaçãodoleucogramapormaisde48horas; · ausênciadepicosfebrispormaisde48horas; · ausênciadeanorexia; · níveldeconsciênciarestabelecido. · Peritoniteprimária,peritonitesecundária,peritoniteterciáriae abscessointra-abdominal. Temperatura,pressãoarterialmédia,freqüênciascardíacaerespiratória, oxigenação,pHarterial,sódiosérico,potássioebicarbonatoséricos, creatinina,hematócrito,númerodeleucócitoseescaladecomadeGlasgow. A peritoniteterciáriaédefinidacomoaquelesprocessosinfecciososdo abdomeemqueadeficiênciadosmecanismosdedefesadopacienteea faltadecontroledoprocessoinfecciosodeterminamumaperitonite difusapersistente. Cefotaxima. Controledo focoinfeccioso. I. Coleçãolíquidaunilocularerotadedrenagembemestabelecidase materiaiseequipamentosadequados. Eliminaçãodofococontaminante,remoçãodefontessecundáriasde contaminação,drenagemdeabscessosestabelecidos,lavagemintensada cavidadeefechamentoprimáriodafáscia. U I Osprincípiosdemanuseiodasepseabdominalcompreendem: · suporteshemodinâmico,imunológicoemetabólico; · terapiaantimicrobiana; · controledo focoinfecciosoedadoençadebase.
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