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NEUROFISIOLOGIA N2 – PLASTICIDADE NEURAL LETÍCIA ARANEGA DALARI A plasticidade neural é a capacidade das conexões sinápticas de um neurônio serem substituídas, aumentadas ou diminuídas em quantidade e modificarem a atividade funcional. O melhor exemplo de plasticidade é a dor crônica. • Gênese das conexões neurais; • Regeneração e restauração funcional; • Plasticidade Axônica; • Plasticidade Sináptica; Ø Habituação Ø Sensibilização Ø Condicionamento Clássico Ø Potenciação de Longa Duração (LTP) Ø Depressão de Longa Duração (LTD) • Plasticidade Dendrítica; • Plasticidade Somática. GÊNESE DAS CONEXÕES Seleção de via Seleção do alvo Seleção do “endereço” Plasticidade neural é a capacidade de regenerar do neurônio ou aumentar ou melhorar as suas relações sinápticas nosso aprendizado Depende de como nosso neurônio vai se comportar nessas relações. O neurônio segue a melhor via para realizar a sua função. Ele também segue o alvo que foi determinado pela nossa expressão gênica ou seja o neurônio segue para o endereço e o local exato que ele foi criado para fazer sinapse. O Axônio em Crescimento: As redes de neurônios surgem através dos neuritos, que começam a crescer pelo cone de crescimento através de filopódios (enquanto esses se esticam para um lado, o cone vai para o outro). Esses filopódios deslizam na matriz extracelular e são conectados pelas CAMS- proteínas de adesão que ligam um neurônio ao outro, fazendo com que cresçam juntos formando a rede. SINAPSE Orientação dos axônios: Expressão gênica mais quimiorepelentes que direcionam os neurônios para os fatores de crescimento específicos , fazendo com que os neurônios cheguem ao seu destino. Quimiorrepelentes afastam o neurônio se for o local errado Quimioatraentes atraem o neurônio se for o local correto MORTE CELULAR Quando nascemos temos muitos neurônios com muitas conexões que irão sofrer apoptose para gerarem mais sinapses específicas. Eles competem pelos fatores tróficos nessa competição e só ficam com conexões mais precisas. Neurotrofinas agem nesse processo as mais importantes são NGF, BDNF, NT-3 E NT-4. NGF são responsáveis por promover a apoptose enquanto BDNF, NT-3 e NT-4 se liga, as neurotrofinas para crescerem. Depois temos um rearranjo sináptico são formados as regionais que permitem especificidade com divergência e convergência. Neurônios não possuem mitose assim como não são formados novamente, em algumas situações a regeneração ou restauração da área que foi lesada através de rearranjos sinápticos ( recentemente a UFRJ conseguiu fazer a cultura de fibras sensitivas para teste da dor) REARRANJOS SINÁPTICOS REGENERAÇÃO E RESTAURAÇÃO FUNCIONAL Sistema nervoso periférico Lesões próximas do SOMA(axônio) proximal: Esmagamento: Recuperação mais fácil Secção ( onde temos uma área distal e uma área proximal): Quanto mais longe do alvo mais difícil é uma vez que a região distal geralmente é fagocitado por macrófagos e monócitos, e a parte proximal e fica grudada no soma vai ter um novo cone de crescimento e as células de Schwann formaram a bainha de mielina. Se a lesão for muito longe devemos direcionar o cone com um canudo senão eles cresceram desordenadamente formando neuroma com os casos de amputação em que o paciente passa a sofrer da síndrome do membro fantasma. A falta de bainha de mielina impede um bom crescimento do cone. Sistema nervoso central No sistema nervoso central as células da glia possuem ação de fagocitose enquanto a bainha de mielina é formada pelos oligodendrócitos. A recuperação ou limpeza da área é lenta devido a fatores inibitórios que atuam inibindo/ atrasando/ impedindo a Regeneração. No caso de esmagamento a demora na limpeza da região e fatores inibitórios inibem o crescimento do cone. O bloqueio dos inibidores está em fase de teste para tentar uma melhor recuperação uma vez que no SNC qualquer lesão leva o neurônio a morte pois não há regeneração. Cromatólise é quando o soma começa a mudar de cor durante o seu período de degeneração e morte por apoptose. PLASTICIDADE AXÔNICA Para cada conjunto de axônios de uma dada espécie animal pode-se determinar um período de maior plasticidade, chamado período crítico. A plasticidade que ocorre durante o período crítico é, então, chamada plasticidade axônica ontogenética. É parte embrionária sendo muito presente em crianças. Nos adultos apenas melhora as conexões por brotamento de espículas. Plasticidade axônica ontogenética tem origem embrionária. Nesta fase ocorre o aumento de axônios e ligações axônicas mais específicas relacionadas a aprendizagem e memória. Dentro dessa plasticidade temos períodos críticos o que são aqueles períodos onde aprendemos as coisas como andar falar. É um período de formação de grandes redes onde os axônios procuram locais e órgãos efetores para realizar suas conexões necessárias( ou seja aonde estiver mais estimulado haverá uma maior resposta). Esta fase ocorre principalmente na infância nos adultos este aumento da rede ocorre através de brotamento. Os períodos críticos vão diminuindo e a plasticidade começa a mudar para uma plasticidade sináptica PLASTICIDADE SINÁPTICA Plasticidade sináptica significa uma melhora de conexões, ou seja, o que é usado permanece o que deixa de ser necessário enfraquece e desaparece. Nesta fase quanto mais estimo os melhores serão as sinapses. A aprendizagem e a memória melhora com essa sinapses. Sinapses silenciosas não são estimuladas e tendem a sumir porém se sofrerem um estímulo elas podem voltar HABITUAÇÃO: Todos se habituam a estímulos repetitivos inócuos e deixam de responder a eles. Representa um mecanismo celular simples para memória de curta duração. Habituação é a memória de curta duração aonde o estímulo da fibra sensitiva libera glutamato que irá estimular o nervo motor em menor intensidade. Exemplo todo dia um bicho bate na sua janela depois que você ver que é um pequeno bicho você passa a ignorar este barulho e se habitua (lembrar do PIPIPI do posto perto da tia). Não é uma sinapse associativa ou seja se o animal sumir por dois dias quando ele reaparecer você passará pelo processo novamente Nesta situação as fibras sensitivas recebem estímulo, liberam glutamato e fazem ligação. Com o passar do tempo a ação do glutamato à aquele primeiro estímulo diminui. O Reflexo de retirada da brânquia na Aplysia Magnitude da contração da brânquia. No primeiro dia estimula sifão e o animal retira sifão e brânquia, no 10º dia o animal já se habituou ao estímulo do pincel e não retira mais, ou seja, as fibras sensitivas continuam mandando PEPs mas estes não são mais suficientes para estimular. ( O glutamato é um estimulante natural dessas fibras) SENSIBILIZAÇÃO: Uma resposta que aumenta quando precedida de algum “sinal de aviso”. “Facilitadores”. A serotonina sensibiliza a fibra que aumenta a duração do estímulo aumentando também a concentração de glutamato, propiciando assim um maior estímulo da fibra sensitiva. Sensibilização do reflexo de retirada da brânquia Sensibilização é a resposta que aumenta quando precedida de algum sinal de aviso. Um Bom exemplo é o bicho que batia na sua janela e você mais nem prestava mais atenção até que um belo dia esse bicho bate na janela e logo em seguida entra um morcego por ela e você se assusta no dia seguinte quando você ouvir esse barulho você já vai ficar em Alerta Pensando na possibilidade de um morcego entrar novamente. Os interneurônios facilitadores vão fazer o estímulo ser mais prolongado e mais intenso ou seja o que estava habituado agora mudou. A serotonina entra no meu olho e faz com que este estímulo seja mais duradouro. Na experiência com caramujo ao ser estimulada com pincel ele já não fazia nada até que levou um choque e ao ser tocado novamente pelo pincel ele se retirou novamente pois perdeu habituação e ficou mais sensível ao estímulo que estava acostumado o sinal dahabituação é prolongado. Nesse caso interneuronios facilitatória receberam estímulo liberaram serotonina através da relação a crônica. A serotonina se liga ao receptor metabotropico de proteína G, essa proteína G se dividem subunidades como AMP e PKA e regulam as vias catalíticas. A PKA fecha canais de potássio e abre canais de cálcio que irão liberar glutamato (neurotransmissores excitatórios) irão se ligar as fibras dos nervos motores que irão receber PEP's liberar vesículas de acetilcolina levando a contração muscular. Um outro exemplo de sensibilização É o estresse pós-traumático aonde por exemplo após levar um tiro ao ouvir o mesmo barulho você ficará com medo. Isso acontece pois o próximo neurônio sensitivo fica hiper responsivo pela estimulação do glutamato. Quando estimula é muito grande podendo estar ligado a memória de longa duração o PKA passa a ser persistente causando modificação Na expressão gênica fazendo com que o cérebro entenda que aquilo é normal fazendo você sempre terá essa sensação. ( reação exacerbada por modificação Na expressão gênica). CONDICIONAMENTO CLÁSSICO: Corresponde à aprendizagem sobre dois estímulos apresentados em uma certa ordem e com um certo intervalo. “Aprendizagem associativa”. Condicionamento clássico dentro da plasticidade sináptica está relacionado a aprendizagem associativa aonde você associa ações e atos com o no experimento com o cão onde o pesquisador mostrava a tigela com ração e o cachorro salivava e depois ele passou acender a luz e mostrando a tigela e o cachorro novamente salivava depois bastava acender a luz que o pastor salivava achando queria ver a tigela de ração. POTENCIAÇÃO DE LONGA DURAÇÃO LTP: long-term potentiation Há um aumento persistente da força sináptica após a estimulação de alta frequência no hipocampo Afeta memória de curta e longa duração Região de Amon é dividido em pequenas áreas com células piramidais que são responsáveis pela plasticidade, onde fibra sensitiva entra no hipocampo Se Liga as células granulosas e vai fazendo sinapse até conseguir sair Muito estímulo causa tetania e aumenta o PEP's São várias vias sendo ativadas ao mesmo tempo como as vias AMPA e NMDA Um outro caminho que Este mecanismo acontece é através do cálcio que entra pelo NMDA, se liga ao CAM2, fosforilando e aumentando os receptores AMPA (Cálcio + proteinaquinase C + calmodulina --> fosforilação aumentando canais de AMPA) Lesões no hipocampo impedem a pessoa de construir novas memórias. DEPRESSÃO DE LONGA DURAÇÃO LTD: long-term depression Depressão de longa duração ocorre por estímulos fracos e também age no hipotálamo Hiperexcitação pode causar problemas por isso precisamos deste mecanismo que irá atuar em estímulos muito grande para reduzi-los, estímulos fracos com falta de potencialização além de agir também no cerebelo. É responsável pelo feedback negativo para o glutamato e excesso de entrada de cálcio. Fosfatases desfosforilam substratos que irão fazer os receptores voltar para dentro da célula. Receptores opioides como por exemplo excesso de morfina faz com que esses receptores internalizem como proteção Ou seja você vai precisar de muita morfina para ter o mesmo resultado. Dag e fosfolipase c são uma outra via a onde o retículo endoplasmático libera mais cálcio no meio extra-celular se liga a fosfatase e paga indenização do receptor. Vale lembrar também temos receptores voltagem-dependente que ativam essa via de proteção. O excesso de cálcio no interior da célula ativa proteínas que irão desfosforilar substratos fazendo os receptores internalizar em as fibras hiperexcitadas precisão desse processo para voltar ao normal LTD – Cerebelar Relacionada com a memória motora através da ação das células de Purkinje. Ocorre no cerebelo aonde as células de Purkinje em funcionam como as células piramidais. Uma maior concentração de cálcio no interior da célula internalizam receptores. A internalização dos receptores é controlada pela quantidade de Ca2+ presente no meio, sendo necessário uma quantidade muito elevada para que ocorra a internalização. PLASTICIDADE DENDRÍTICA • Plasticidade estrutural, morfológica que pode ser modificada por ação do ambiente • Em adultos, a plasticidade estrutural que se pode observar nos dendritos restringe-se às espinhas. É onde ocorre a formação de novas espinhas dendríticas propiciando mais sinapses. No caso do membro Fantasma e neurônios são mistérios da área amputada com o passar do tempo atrofia e o local passa a ser ocupado por neurônios silenciadas outra forma ainda não descoberta fazendo com que a pessoa sinta um membro amputado. Um exemplo que pode ser citado foi o do experimento a onde uma pessoa sem o braço ao ter o rosto lado por um cotonete sentir o dedo relacionada com aquela área do membro amputado. PLASTICIDADE SOMÁTICA • O controle proliferativo e a morte celular tem um forte componente genético e estão submetidos apenas ao microambiente neural. • Neurônios adultos não proliferam • “ Células-Tronco” Nos adultos os neurônios não se proliferam. Portanto ela é predominante na fase embrionária e de aprendizagem na infância. O controle proliferativa e de apoptose os neurônios que nascem com a gente e assim como a produção de neurônios para criar novas redes Dor crônica vias que liberam neurotransmissores constantemente Plasticidade Muitas vezes você já sarou da doença mas continua sentindo a dor É necessário o medicamento para fazer o cérebro entender que tudo já passou Sensibilização
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